Beatles
VALE LER
“Músicas & Musas – A Verdadeira História Por Trás de 50 Clássicos Pop”, Micheal Heatley e Frank Hopkinson, 2010, Gutenberg Editora
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Taí um livro q quando vi, achei duma simplicidade pouco óbvia genial. Lista de mulheres/musas inspiradoras de canções ao longo da história do rock/pop. Li a contracapa, bizoiei por cima alguns dos sons/capítulos contemplados, levei.
Defeito: conter Beatles (4 sons – fora 2 de Paul McCartney solo), Rolling Stones (3 sons), David Bowie, Elton John, Leonard Cohen e Bob Dylan (2 sons de cada) em demasia. Vejo nisso ainda um problema de (in)coerência com o título do livro: ou “Hey Negrita” é “clássico pop” tanto quanto “Under My Thumb”??
Interessante achei muitas das musas serem claramente (eufemisticamente, pros autores) patricinhas periguetes sessentistas/setentistas. Mulherada gostosa se fazendo de sonsas pra catar os roqueiros. Q o diga Marianne Faithfull, conhecida íntima dos Rolling Stones de antanho – e constando no livro por “Carrie Anne”, dum tal The Hollies a ela dedicada, entretanto – inacreditavelmente constando da capa. Ñ parece a tiazona acabada do clipe do Metallica de anos atrás. Outras, divas de gente da “arte”, tipo Wandy Warhol, cuja Edie Sedgwick propiciou “Femme Fatale”, do Velvet Underground, citada.
Defeito: ñ conter “Edie (Ciao Baby)”, do The Cult, q trata (e sei lá por q) da mesma Edie, falecida ainda nos 70’s. Além disso, vemos material ostensivamente sessentista e setentista: material recente, pós 80’s, tem bem pouco – Guns N’Roses (“Sweet Child O’Mine”), Coldplay (cujo “Moses” tem ainda defeito extra: é sobre o filho do vocalista com a Gwyneth Paltrow, e ñ sobre ela), Counting Crows (“Mrs. Potter’s Lullaby” – feita pro vocalista catar a Monica Potter), Oasis (“Wonderwall”) e Lenny Kravitz (“It Ain’t Over ‘till It’s Over”).
A qualidade das fotos, do papel, da editoração – aspectos um tanto periféricos – creio valer ressaltar. Ñ se trata de livro traduzido e adaptado “nas coxas”, a despeito dumas raríssimas falhas de tradução ou digitação.
Gente manjada se faz notar: a tal Mia Farrow, toda mimimi uns anos atrás por ter tomado chifre do Woody Allen (pedofilia à parte), é das mulheres mais rodadas q pratinho do microondas: aos 24, já era ex de Frank Sinatra (q ñ fez música pra ela) e se envolveu com o marido duma certa Dory Previn – cuja “Beware Of Young Girls”, q inaugura a lista (os sons constam em ordem alfabética), foi feita em sua “homenagem”. Sua irmã, Prudence, gerou “Dear Prudence” dos Beatles, por conta dum retiro na Índia em q as Farrow foram com os ingleses.
Jenny Boyd gerou uma tal “Jennifer Juniper” dum tal Donovan, com quem supostamente teve caso. Garotinha liberal e fã de drogas, se envolveu com baterista do Fleetwood Mac adiante e casou-se com baterista do King Crimson (Ian Wallace) mais tarde. Jenny esta irmã de Pattie, famigerada mulher de George Harrison, q o largou pra ficar com Eric Clapton e geraria “Something”, “Layla” (de quando Clapton foi pra cima dela, ainda casada com o beatle) e “Wonderful Tonight”. Minha esposa, tivesse conhecido essas modelos, ñ demoraria a chamá-las de “vacas” ahah
Defeito outro no livro: tudo muito antropocêntrico. Inglaterra e Estados Unidos obviamente predominando, embora 1 Bob Marley conste da lista e “nossa” Helô Pinheiro conste em “Garota De Ipanema”, provavelmente a única música brasileira q 95% desses gringos conhecem. Até hj. Muita música folk tb. O fato de ñ haver qualquer informação sobre os autores pouco esclarece acerca de faixa etária (devem ser uns tiozões viúvos dos 60’s) e de preferências musicais DIRETAS. Pois as indiretas se saca nas linhas e entrelinhas.
Pra quem estranhou haver Elton John nisto tudo: sim, consta. Cometendo sons pruma tenista famosa com quem se encantou (mas ñ levou. E nem quis) e pra breve esposa do perceiro letrístico. Algumas histórias parecem constar superficialmente: “Every Breath You Take” (Police), de interpretação notadamente ambígua, ñ trata tanto assim da esposa de Sting à época; “Lovely Rita” (Beatles) trata duma guardinha de trânsito q multou McCartney… q ele nem catou, tampouco se chamava Rita.
Em suma, recomendo a leitura por conta de histórias bem legais , como “See Emily Play” (Pink Floyd); “My Sharona”, música horrível, mas capa do single e namorada do cara do The Knack por um tempo; “Rosanna” (Toto) é meio pra Rosanna Arquette; bem como as de David Bowie, q a mim atestam o MAU GOSTO com mulher do sujeito, tanto quanto “Lola” (The Kinks) q era mesmo um traveco, e tudo bem. Mas torço pra q a idéia gere algum modismo de se fazer livros semelhantes, mais atualizados e até mais voltados aos sons pesados…
… ou ñ seria interessante, a despeito da misoginia maiúscula no heavy metal, lermos sobre a Condessa Bathory, querermos saber quem foi Melissa, contabilizarmos as musas inspiradoras de David Coverdale ou conhecermos a ilustríssima merecedora de “Nothing Else Matters”, na qual o ogro James Hetfield mostrou-se, ora, tb pessoa sensível?
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CATA PIOLHO CCVIII – “Halo”: Machine Head ou Beyoncé? // “She-Wolf”: Megadeth ou Shakira? // “Thanx For Nothing”: Overkill ou Mariah Carey?
Ñ VALE 10 CONTOS
“To Hell And Back”, Sinergy, 2000, Nuclear Blast/Laser Company
sons: THE BITCH IS BACK / MIDNIGHT MADNESS / LEAD US TO WAR / LAID TO REST / GALLOWMERE / RETURN TO THE FOURTH WORLD / LAST ESCAPE / WAKE UP IN HELL / bonus track – HANGING ON THE TELEPHONE [Blondie]
formação: Kimberly Goss (lead vocals), Alexi ‘Wildchild’ Laiho (lead and rhythm guitars), Roope Latvala (lead, acoustic and rhythm guitars), Marco Hietala (bass, backing and male vocals), Tommi Lillman (drums)
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O Sinergy é/foi banda q contundentemente prova a tese de q mesmo em países de 1º Mundo ñ basta vc ser bem-relacionado pra emplacar sua banda. Sua líder, “dona”, o q for, Kimberly Goss, foi tecladista de apoio nos primórdios do Therion e do Dimmu Borgir (em épocas em q ou ñ existia o sampler ao vivo, ou em q os comandantes-em-chefe respectivos ainda ñ tinham $ pra comprá-lo); além disso, veja-se os tantos ilustres q passaram pela banda ao longo de sua breve existência, hiatosa já há um tanto, e ainda ñ confirmada como encerrada:
Sharlee D’Angelo (Mercyful Fate [S.U.P. nov/10], Arch Enemy) e Jesper Strömblad (ex-In Flames e Hammerfraude), no álbum de estréia precedente, “Beware the Heavens” (de 1999), o infame Lauri Porra (atual baixista no Chatovarius) ao vivo mais à frente, além da formação neste “To Hell And Back” e no álbum seguinte – “Suicide By My Side” (de 2002) – q incluía meu xará de Tarot/Nightwish e membros presentes e futuros do Children Of Boredom, incluído o Alexi PirLaiho, marido de Goss até 2004.
Saindo da Finlândia (apesar de Goss ser estadunidense) um pouco, rumo ao Brasil: tempos atrás, antes de ter virado o babaca de plantão em reality show de calouro, vi entrevista com o Miranda (aquele!) dizendo q ñ eram os candidatos bons nem os francamente ruins q o incomodavam. Q lhe incomodavam mesmo os medíocres. Pois bem.
“To Hell And Back” acho um álbum medíocre. Mediano. Bem gravado e produzido: realmente distante das produções pasteurizadas – Pro Tools – de tanta banda recente. Feito pra dar certo, contendo até balada (chata. “Laid to Rest”) e faixa semi-acústica (“Last Escape”), com formatação predominantemente power metal. Apresenta ótimos músicos destilando licks, riffs e solos (sobretudo solos), fora bumbadas, q ñ se podem considerar ruins. Mas ñ chama atenção. Ñ se faz digno de nota ruim (minha pretensão inicial era descer o cacete), tampouco de boa. E a mim, por fatores prováveis – até pra dialogar com quem por aqui discordar – q lanço a seguir:
É medíocre por causa da capa xumbrega? Certamente sim; mas ñ só por isso. Por causa dos vocais, inverossímeis (ñ cacei no You Tube pra ver, mas ao vivo ñ deveria prestar muito) e q tb ñ cativam, chegando a incomodar – como em “Lead Us to War” e “Gallowmere”? Claro q sim tb. É álbum deslocado no seu contexto, de bandas de mulheres soprano cantando predominantes, enquanto ele ñ? Sim, tb. Embora tvz pudesse agradar a órfãos de Leather Leone? Tvz, quem sabe.
Mas me é sobremaneira medíocre pelos sons, pouquíssimo cativantes. Ñ q seja muitíssimo clichê ou sufocante em firulices, nada disso: só ñ há aqui 1 mísero riff q grude na memória, uma melodia memoravelmente assobiável ou algum refrão q se saia hormonalmente bradando. Mesmo o cover de Blondie, supostamente mais acessível, tvz seja de som menos pop da banda new wave, só pode. As letras, todas de Goss, tb atrapalham, a despeito de nos 2 primeiros sons a termos quase ofensiva, bravateira, em 1ª pessoa ou nalgum personagem por ela inventada, a até prometer gozar em ver alguém se afogar em medo – “I’ll cum just to watch you drown in fear”, uau! – mas em ousadia abortada, haja visto as demais bastante singelas em apocalipse genérico e em insossas criaturas misteriosas.
Ñ sei se posso reputar tal anodinia como da banda, de fato (tb constante nos demais álbuns. Até pq ñ tive a menor vontade de ir atrás desses), ou só enquanto elemento-mor neste aqui. Faltou, a meu ver, alguém realmente compositor/arranjador (minha viagem é q um Andi Deris faria miséria com o material), ou um produtor q tirasse desse povo algo menos óbvio e genérico. Sons pra indicar? A quem conseguir passar de “The Bitch Is Back” e de “Midnight Madness”, minha sincera admiração pela paciência!
De qualquer modo, à luz do material registrado em “To Hell And Back”, só me resta positivamente apontar a seguinte COERÊNCIA: Goss, musicista de apoio, acabou gerando banda q pouco mais fez q gerar músicas de apoio, de fundo. Pra se deixar ouvindo com visita em casa e mal se saber em q faixa está, ou se o álbum estaria prestes a acabar ou ñ. Pra daí trocarmos por outro.
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CATA PIOLHO CXCIV – ouvia o “Christ Illusion” distraidamente esses dias, quando me deparo com Tom Araya cometendo versão de “Come Together”… Parei, pensei, assustei: “caralho, Slayer coverizando Beatles?”. Nem.
Era a melodia vocal de “Catatonic”, nem tão “Come Together” assim, no fim. Eu devia era estar com sono…
MASSACRE CATÓLICO
3 coisas, por ora:
- em meu tempo de escola tive professores horrorosos, quase nazis, mas nenhum(a) de tanta amorosidade arbitrária/tóxica
- tive meus momentos de respaldos por parte de meus pais, mas jamais assim superprotetores
- tenho certeza de ter havido confusão com o nome da diretora. Q provavelmente é “Ilze Scamparini”…
De algo q acabei de ler no UOL –
Menino abandona escola do interior de SP após ser repreendido por gostar de rock pesado
O primeiro dia de aula do garoto Marcelo Corrêa Carvalho, 8, no colégio Ponto Alfa, em São José do Rio Preto (438 km de São Paulo) foi também o último. Seus pais decidiram mudar o menino de escola depois de ele ser repreendido pela diretora por gostar de rock. Marcelo é fã das bandas como Iron Maiden e roqueiros como Ozzy Osbourne.
Tudo começou porque Marcelo começou a batucar na carteira como se estivesse tocando bateria. A professora não gostou e o mandou para a diretoria. Lá, a diretora Ana Maria Fernandes questionou seu comportamento e suas escolhas.
O menino teria dito a ela que quer ser guitarrista e que sonha em tocar com o Iron Maiden. A diretora mostrou imagens de capas de CDs das bandas, na tela do computador, e o alertou que “todas fazem referência ao demônio, com imagens satânicas e que lembram a morte”.
“Eu quis despertar nele uma reflexão para a realidade. Esse é meu trabalho, e as letras que ele ouve fazem alusão à besta, ao demônio. Não têm mensagem positiva”, disse a diretora Ana Maria ao UOL Notícias.
Nara Corrêa Carvalho, 26, mãe do garoto, diz que ele voltou para casa apavorado com o que viu na sala da diretora. Segundo Nara, Marcelo contou que a diretora lhe mostrou imagens de demônios e disse que os roqueiros fazem rituais satânicos. “Ela disse que eles sacrificam animais, cortam as cabeças e que têm pacto com o demônio. Ele ficou apavorado.”
Ana relatou que queria ajudar o garoto e a família, que, de acordo com ela, não tem consciência do que dizem as letras das músicas que o menino ouve. “Eu conversei três horas e meia com Marcelo. Ele é agressivo, e isso se deve a esse hábito de ouvir essas músicas que estimulam a violência.”
O colégio Ponto Alfa é uma escola particular de ensino fundamental com apenas 15 alunos por sala de aula e atende a várias crianças consideradas “difíceis”. Todas as salas são monitoradas por câmeras. A diretora informou que vai colocar no Facebook as imagens do menino em sala de aula para provar o que se passou na escola e de que forma ele foi tratado.
A família de Marcelo mudou-se para São José do Rio Preto há 15 dias. A mãe, Nara Corrêa Carvalho, 26, é comissária de bordo e tem dois filhos: Marcelo e uma menina de cinco anos. Ela decidiu voltar para Rio Preto, onde moram seus pais. “Meu filho ficou traumatizado, mas não vai deixar de seguir sua vocação, que é a música”, disse ela.
Marcelo é fã dos Beatles e do The Who desde os dois anos, mas hoje prefere Iron Maiden e Ozzy Osbourne. É um garoto considerado superdotado, segundo ela. “Ele tem grandes habilidades, pertence ao grupo dos supertalentosos para a música, matemática e derivados”, afirmou Nara. A diretora confirmou ser perceptível que o menino tem grau de inteligência acima da média.
Depois do episódio, Marcelo fica em casa, enquanto a mãe procura uma nova escola. A família vai processar a escola. O caso está protocolado no Conselho Tutelar Sul de São José do Rio Preto, que deve apresentar a denúncia ao Ministério Público da Educação.
“Essa pessoa tem que entender que as crenças dela não podem interferir na educação das crianças”, disse Nara, mãe de Marcelo. A diretora Ana Fernandes informou ao UOL Notícias que não tem religião, é uma pessoa cristã e lê apenas a Bíblia.
THRASH COM H CLASSICS
Publicado originalmente em 1º de Outubro de 2004
“Opus Dei”, Laibach, 1987, Mute/Warner
sons: LEBEN HESST LEBEN [LIFE IS LIFE – Opus]*/ GEBURT EINER NATION [ONE VISION – Queen] */ LEBEN-TOD */ F.I.A.T. / OPUS DEI [Opus] / TRANS-NATIONAL */ HOW THE WEST WAS WON / THE GREAT SEAL
formação: ??????????????????????????????????
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É a primeira vez q indico a metade dum disco por aqui. O q é uma observação: a introdução vem a seguir.
Ha, esta é a resenha com a qual eu tiraria meu atestado de from hell, ñ fosse por:
1) estou ainda começando com Marduk, Immortal e bandas mal-gravadas desgracentas (e ñ punks);
2) o Laibach nunca nem ter feito black metal. São anteriores a isso.
Sempre se fala em gente radical, q só curte banda anticomercial (um desses DOGMAS q nem pretendo discutir agora), oriunda lá da puta-q-pariu, de som hermético e/ou inacessível (a maioria, em verdade, incompreensível), e com postura misantrópica, arredia a conversas, fotos e bajulações. (Existe gente assim realmente? Ñ é daquelas ‘lendas urbanas’?) Q então dizer do Laibach q:
I) vem da Eslovênia, quando ela era ainda parte da Iugoslávia?
II) fora o nome do vocalista, Milan Fras (q eu fiquei sabendo só pelo allmusic.com), ñ se saber o nome de nenhum dos fulanos ali, tampouco q apito os caras tocam, ou ñ tocam, ou deixam de tocar;
III) pelo q se sabe, jamais concedeu entrevistas. Apenas soltaram releases pra imprensa, como o deste “Opus Dei”
E o q consegue ser mais bizarro ainda na estória é q tiveram este disco, e o seguinte, “Let It Be”, lançados em vinil no Brasil – pq aqui tb é o cu do mundo, certo?
O visual dos caras, em clipes (isso eles fizeram) e na capa do “Let It Be”, é tb algo chamativo: todos fardados, de quepe, em postura militar, austera, pouco dada a risos ou poses (q ñ essa mesma), e o som q acompanha vai na mesma linha. O allmusic os chama de germanófilos, e consta terem sido censurados/interrompidos por autoridades competentes (termos q se excluem!) nos primeiros shows, devido a suposta apologia ao nazismo; costa ali declaração dalgum deles se defendendo com ironia: “somos nazistas tanto quanto Hitler era pintor” (sic).
São de um senso de humor sutilíssimo, e rarefeito, pelo jeito. Pq é um som duro, marcial, minimal, de timbragem seca, e com inserções guitarrísticas, de metais e percussões no limiar do abafado: longe de ser mal-gravado – e ñ é – parece ter sido intencionalmente calculado o clima opressor, violento, claustrofóbico e, ainda por cima, cantado em alemão gutural, por vezes acompanhado de coros épicos. Quer ouvir O vocal gutural? Ouvindo “Leben Tod”, sente-se até as amídalas do mano ressoando.
Se há 3 semanas falei q o holandês do Centurian fazia o cara do Cannibal Corpse parecer o Michael Kiske, o cara aqui fez o Lemmy parecer a Tarja!…
Tvz a descrição do som ainda ñ esteja precisa: trata-se duma banda eletrônica (mas ñ poperô, nem EBM, nem Kraftwerk – inexistem chimbaus e pratos), mas nos moldes duma banda de exército eletrônica. Ñ dá pra dançar, ou acompanhar batidas com o pé (até dá, mas ñ dá vontade), tampouco assobiar, muito menos sair cantando porra nenhuma – já falei q os 3 primeiros sons estão em alemão? Outros 3 são instrumentais, 2 em inglês.
Pedindo ajuda aos universitários: falam do Rammstein como sendo grande coisa, ou novidade, e parece haver muito fã desses posers por aí. NOVIDADE NENHUMA: ñ fosse o Laibach, ñ tinha Rammstein. Pronto: o Laibach é meio um “Rammstein true” ehehehe
Tb indico pra quem acha o Therion muito lalala, ou pra quem prefere o Manowar dos primórdios – quando só falavam e convocavam os brothers pra guerra, ou coisa assim. Pq as letras aqui são todas convocações militares-nacionalistas.
“Leben Hesst Leben” e “Opus Dei” são um mesmo som (versão duma dessas bandas dum hit só, o hippie Opus – ñ conheço; alguém?); em alemão, e + interessante, na 1ª versão, e em inglês, bem + acessível, e algo sacra, na 2ª. O coro nazi introdutório (nessa 1ª) – hey hey hey – só ouvi semelhante (e assim mesmo inferior) em “Epilepsy”, do Therapy? Música pra enterro MESMO, soturna, cavernosa, com a cadência ajudando a marcar os passos do cortejo enquanto se carrega o esquife. A 2ª versão é o extremo oposto: até a timbragem de teclado convida ao pop. Perde na comparação.
“Geburt Einer Nation” é versão de “One Vision” do Queen, e soa inacreditável: como se tivessem revelado um lado obscuro e recalcado dos ingleses. Freddie Mercury teria tido algum chilique. Ou quem sabe achado uma loucuuuuuura.
E a citada “Leben Tod” vai na mesma linha: marcial, cavernosa, wagneriana e por isso mesmo, instigante. A partir de “F.I.A.T.”, entretanto, a campanha dá uma trégua, e o teclado passa a comandar, ainda com timbragem rústica, mas já acompanhado duma batida um tanto mais grooveada (se comparada com a dos sons anteriores). Vocais entram fazendo locução, provavelmente alusões a guerra, mas inexiste letra no encarte. Lembra música de filme, das q mantém o clima sombrio.
“Trans-National” vale uma escutada tb. Nela a batida já se acelera, a ponto de se parecer tecnopop, mas a ausência de chimbau/pratos somada a teclados, microfonias e metais entrecruzados tb poderia ter rendido aos caras alguma participação em trilha de filme-cabeça de 2ª Guerra. “How the West Was Won” com maior teor de guitarra ñ me agrada, mas poderá surtir efeito em fãs de gothic metal véio, tipo Paradise Lost, q todo mundo fala q é bão. “The Great Seal” fecha o disco com teclados mais sinfônicos e etéreos, tipo música pra letreiro de fim de filme. Uma voz conclui com “wish we’ll never surrender”…
De qualquer modo, meu recado sobre “Opus Dei” é este: os 4 primeiros sons, com ocasional audição do 6º, “Trans-National”. É pena eu ñ ter o tal “Let It Be”, do qual já ouvi alguns sons, e recomendo até mais: trata-se dum disco de regravação do “Let It Be”, dos Beatles em estilo militar – Laibach – seco e cavernoso. Pra quem quiser pescar origens das bandas com vocais líricos femininos, favor baixar “Across the Universe”, cantada por alguma fada apócrifa conhecida desses caras. De outros lançamentos, sei existirem versões Laibach pra “Dogs Of War” do Pink Floyd e pra “Symphaty For the Devil”, do Rolling Stones.
E a estória dos caras diz estarem na ativa até hoje, porém fazendo um som mais puxado pro eletrônico de fato. Mas ñ sei, ñ conheço, nunca ouvi. Paro aqui.
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ATÉ 2010!
TREZAZEZ
Ñ foi a 1ª vez em q comi ouvindo Iron Maiden: lembro tê-lo feito durante show da ex-banda de El Diablo (sumido. Cadê?) no finado Empório Bar, antes de eu dar uma canja tocando “Flight Of Icarus” com eles…
Desta vez, foi lá no SESC Vila Mariana no último domingo, assistindo com a patroa e uma prima dela ao TrezAzez, trio de violonistas fazendo show acústico de Iron Maiden. Em plena hora do almoço.
E digo q foi legal.
Sobretudo quando superada a apreensão de se tratar dum bando de violonista erudito, metidos a quererem fazer média, já q a divulgação falava em proposta de “desconstruir a obra do grupo, beirando o erudito”: simplesmente se tratou de 3 cabeludos, visivelmente fãs (com camisetas do Maiden, obviamente, e tatuagens) se esmerando numa proposta ñ de todo original – depois de Apocalyptica tocando Metallica com cello, ou Beatallica misturando Beatles e Metallica, ou ainda o Bloco Vomit tocando versões maracatu de hinos punk, nada mais me surpreende em idéias de roupagens “inusuais” pra covers – mas nem de todo dispensável.
Tivesse algum “esperto” dono de selo por aqui por lá, certamente iria contatá-los pra lançar álbum com o material.
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O set list foi: “Losfer Words”, “Phantom Of the Opera”, “The Number Of the Beast” (com laptop fazendo a intro), “Seventh Son Of A Seventh Son, “Flash Of the Blade”, “Hallowed Be Thy Name”, “Two Minutes to Midnight”, “Fear Of the Dark”, “Wasted Years” e bis com replay da “Number”. E alternou bons com regulares momentos.
Exemplos: “Flash Of the Blade” ñ consegui reconhecer (só vendo o set – q a namorada dum dos caras me deu pra ver – depois), assim como a “Two Minutes”, q a patroa matou pegando pelo refrão. Por quê? Pq tratou-se de brincar tb com as dinâmicas – ora intensamente, ora na manha, ora em maior e ora em menor volume – dos sons tb, de modo q essas ñ achei tão boas.
“Phantom Of the Opera” e “Seventh Son Of A Seventh Son”, por outro lado, achei soberbas. A 2ª, ainda mais, com a brincadeira de dinâmicas fazendo bons resultados nas partes de solo e naquela parte do meio, q o original tem os teclados, locução e bateria + baixo repetitivos. “Hallowed Be Thy Name”, q é som q ñ suporto, ficou jóia com 1 dos violões fazendo as partes percussivas naquela parte q parece Rush.
E “Fear Of the Dark”, batida batida, ficou interessante tb, com mudanças de andamentos e tal.
A lamentar apenas o fato de ñ termos conseguido pegar “Losfer Words”, das minhas músicas preferidas de todos os tempos dos caras, por ter sido tocada na hora em q a gente ñ tinha achado mesa próxima ao palco pra almoçar… Se bem q até melhor: tivesse achado ruim, tvz achasse ruim toda a apresentação.
Curioso ali na platéia, dispersa (já q se tratou de apresentação num hall coletivo do lugar, onde passava gente de todo lado, crianças vindo da piscina, gente vinda do refeitório, idosos parados ali tvz esperando alguma moda de viola, entre outros), poucos headbangers, e um clima pra lá de respeitoso. Todo mundo sentado. Ñ sei se alguém q ñ conheça Iron Maiden tenha ficado instigado em procurar um pouco mais do original, mas se o trio conseguiu q UMA PESSOA o fizesse, já acho bom.
O som, pelo próprio ambiente descrito tb, ñ estava uma maravilha: quando um dos caras se metia a falar no microfone, mal dava pra entender – se bem q 3/4 da apresentação eu assisti de trás do palco, degustando alcatra com arroz, feijão e fritas + melancia de sobremesa. Por isso, se algum deles encontrar esta pseudo-resenha e quiser comentar, poderá dar esse desconto.
Só q a impressão é a de q, num lugar fechado, a coisa teria rendido melhores resultados. Pq prenderia ainda mais atenção.
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Tiver algo no You Tube e o Steve Harris ficar sabendo, acho q das duas, duas: 1) ñ mandará processar os caras; 2) na próxima turnê terá opção pra Ñ COLOCAR a chata da filha dele pra abrir o show ahah
FUNESTA PERSPECTIVA
E o q pra mim é esse público indie?
Falando com puro preconceito, mas tb baseado em empirismo, digo serem pessoal bem metido a besta, sem qualquer senso (nem interesse) histórico musical, e q abarrota os iPods com toneladas (modo de dizer) de tranqueiras as mais novidadeiras q os críticos indies insistem em afirmar serem “novidades”. E pra quem a coisa mais antiga, pesada e fundamental lançada é o “London Calling” (The Clash).
Q vão na onda daquela pá de banda na mesma linha – denotando pouco senso histórico, e/ou sequer terem tirado das capas alguns discos dos pais pra ouvir – q só faz emular mal The Who (a tranqueira brasuca mais eminente nisso acho aquela bosta de Cachorro Grande), The Jam, Iggy Pop e Beatles. Ou new wave oitentista – Devo, Talking Heads, The Cure, Smiths – às vezes sem nem saberem.
Q se alguém brincar q a voz do cara (modo de dizer) do Placebo é parecida com a do Geddy Lee, ñ entende a piada; q se alguém disser q o guitarrista do White Stripes chupinha pra cacete Led Zeppelin, se ofende.
Q as coisas mais pesadas q conseguem ouvir com razoável grau de compreensão, fora grunge do irmão mais velho, é Queens Of the Stone Age e Foo Fighters (mas com vergonha de admitir q gosta dos 2 ou 3 hits deles). E q simplesmente ODEIAM HEAVY METAL, pq é coisa q crítico indie adora odiar, por pura e simples obtusice.
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Q vem tendo contingente engrossado pelos emos q comemoraram o 15º aniversário dia desses e já começam a ter vergonha dos chupins mal-feitos de músicas do Fábio Jr.
E q, aproximando-os de nosso “universo”, vemos alguns e algumas por aí usando camisetas de AC/DC e Ramones só por usar (e combinar com o All Star), ou do Motörhead (sobretudo aquela com o logo e o Snagletooth, escrita “England” abaixo. E q devem fazê-los achar se tratar de banda “England”, dalgum país exótico chamado “Motörhead”…) pq virou modinha isso.
De vez em quando, umas camisetas de MC 5 (outro modismo de crítico) ou de Thin Lizzy.
Entre outras atrocidades de q ñ me recordo agora.
O Black Sabbath agora virará modinha. Os tais de Arctic Mokeys estão preparando álbum… baseado na banda. Medo.
Tirado do UOL, e a reparar no conhecimento do sujeito pra falar na horda de Iommi:
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Novo disco do Arctic Monkeys foi inspirado em Black Sabbath, diz vocalista
Da Redação
O novo disco do Arctic Monkeys está previsto para sair em agosto, mas Alex Turner já revelou alguns detalhes do trabalho. Segundo o vocalista da banda, que falou ao semanário New Music Express, o álbum é inspirado no Black Sabbath.
O terceiro CD do Arctic Monkeys vem com produção assinada por Josh Homme, líder do Queens of the Stone Age. “Passamos o primeiro dia inteiro fazendo o riff mais complicado que você já ouviu. Nós o usamos no final e na introdução, assim como o Black Sabbath“, disse o líder do grupo.
O CD ainda não tem título definido, mas a banda confirmou seus planos de lançar o trabalho antes de seus shows nos festivais Reading e Leeds, na Inglaterra, em agosto.
Influenciado por grupos como The Clash, The Jam e The Smiths, o Arctic Monkeys foi formado em 2003 e já lançou os álbuns “Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not” (2006) e “Favorite Worst Nightmare” (2007). A banda tocou no Brasil em 2007.
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Sem mais por ora. Tô indo vomitar. Alguém dá mais ou foda-se?
PRA AMANHÃ
MELHORES MÚSICAS DO AMANHÃ:
1) “Remember Tomorrow”, Iron Maiden (“Iron Maiden”)
2) “Tomorrow’s Dream”, Black Sabbath (“Vol. 4”)
3) “A Better Tomorrow”, Kreator (“Outcast”)
4) “Kiss Tomorrow Goodbye”, Deep Purple (“Rapture Of the Deep”)
5) “Tomorrow Belongs to Nobody”, Carcass (“Swansong”)
6) “Tomorrow Never Knows”, Living Colour coverizando Beatles (“Collideøscope”)
7) “Today Your Love, Tomorrow the World”, Ramones (“Leave Home”)
8) “Yesterday Turned Into Tomorrow”, Nevermore (“Enemies Of Reality”)
9) “Gates Of Tomorrow”, Iron Maiden (“Dance Of Death”)
10) “Here Today, Gone Tomorrow”, Ramones (“Rocket to Russia”)
CTRL C + CTRL V DEBATE
Tem um site q visito de quando em quando, q é o Rock On Line. E mais pra concorrer a promoções (q ñ existem há algum tempo) do q ler artigos.
É em
http://territorio.terra.com.br/canais/rockonline/
Surpreendi-me com o a seguir, dum certo Rafael Sartori, q percebo muito sintônico em relação às pautas do Thrash Com H, como às discussões aqui muito freqüentes acerca da “Cena Miguxa”. Etc. e tal.
Certamente ñ é cara preocupado em vingar banda própria na “cena”, nem abnegado q se mata de trabalhar de graça pra revista, ou gente q “faz corre de som” há anos. Sei lá se o cara é jornalista mesmo ou ñ, mas tanto faz: tem OPINIÃO.
E, por ora, só assinalo: isso de culpar os fãs é a “escola Korzus do metal” ahah
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(publicado em 25 de Fevereiro último)
Ensaio: “A desunião da inexistente cena metálica brasileira”
Em junho do ano passado escrevi um artigo aqui nesta mesma seção dizendo que o Heavy Metal nacional ia mal, e que a culpa era das próprias bandas – as poucas relevantes estavam absolutamente capengas. Recebi em meu e-mail muitas agressões verbais e algumas manifestações ufanistas de fãs citando bandas totalmente inexpressivas, ruins e desconhecidas para me provar que o Metal brasileiro estava a todo vapor. No mesmo artigo critiquei a postura dos astros decadentes do nosso Metal, que em sua grande maioria reclama da falta de apoio dos fãs, da mídia e dos promotores.
Alguns meses se passaram e, pelo visto, nada mudou (com exceção da economia mundial, é claro). Digo isso porque li uma entrevista do vocalista Edu Falaschi no site Novo Metal onde ele detona o Brasil e os fãs “espírito de porco”, que só querem falar mal dos outros e não apóiam a cena. Sei… Eu não ia mais voltar a esse assunto, que desperta tantas paixões, mas como o próprio Falaschi admitiu que o Heavy Metal brasileiro está quase morto, achei que valia a pena comentar alguns pontos.
Voltando ao princípio de tudo, o vocalista comenta uma afirmação de Felipe Andreoli, seu companheiro no Angra e Almah sobre fãs que alimentam rivalidade entre as bandas criando um sentimento de desunião. Falaschi diz que “Isso é um lixo que praticamente só existe no Brasil. É por isso que o metal nacional está praticamente morto, quase sem lugares para tocar, quase sem contratantes profissionais do Rock, quase sem público para as grandes bandas nacionais, que são muito boas, profissionais e talentosas. A culpa, em grande parte, é dos fãs e ‘orkuteiros’ de plantão, a escória da humanidade. A culpa também é das bandas por serem tão individualistas, mas fazer o quê? O brasileiro é assim em sua essência”.
Bem, fãs que alimentam rivalidade entre as bandas é uma coisa que sempre aconteceu no mundo inteiro, e sempre irá acontecer. Desde fãs de Beatles contra fãs dos Rolling Stones, do Metallica contra os do Megadeth, Roberto Carlos versus Ronnie Von, Noel Rosa contra Wilson Batista, Senna versus Piquet… Enfim, nem o Rock inglês, nem o Heavy Metal americano, nem a Fórmula 1 e nem a Jovem Guarda se enfraqueceram ou acabaram por conta disso.
Discussões entre fãs não acontecem com mais freqüência no Brasil, mas aqui os “alvos” se preocupam – tanto é que Edu Falaschi cita o Orkut como uma maléfica ferramenta que semeia a discórdia. Não é por conta de comunidades no Orkut que as bandas nacionais estão sem público e não conseguem fazer shows. Quem realmente pensa assim precisa de um choque de realidade urgentemente.
Os fãs não são bobos e nem obrigados a engolir nada só porque o artista é brasileiro. O Metal por si só não é brasileiro e o Brasil nunca teve uma cena de verdade como em alguns países da Europa – temos sim, muitos fãs do gênero, mas isso é outra coisa. Tivemos um momento excepcional entre 1991 e 1996 quando saíram “Arise”, “Chaos A.D.”, “Roots”, “Angels Cry” e “Holy Land”. Empolgados com essas obras-primas, as pessoas começaram a sonhar, formar bandas, tocar, trocar informações. Mas esse bom momento passou.
Agora, Edu Falaschi e outros músicos querem o contrário. Querem que os fãs façam todo um movimento para levá-los ao topo apelando para a “brasilidade” quando, na verdade, as bandas é que deveriam despertar novamente nos fãs a paixão por sua música. Não é nada pessoal, mas “Temple of Shadows” e “Aurora Consurgens”, por exemplo, não têm esse potencial. Esse protecionismo que as bandas de Metal reivindicam no Brasil não faz o menor sentido em mundo digital e globalizado. Parece coisa do Hugo Chavez.
O Metal nacional não precisa de união, apoio e nem da esmola que muitos estão pedindo para tentar se manter. O Metal nacional precisa de boas bandas, bons discos e músicos criativos. É como no futebol: a maioria dos dirigentes é corrupta, os estádios estão mal cuidados e a coisa toda se mantém apenas pelo talento individual de alguns jogadores. Os torcedores são muitos, mas às vezes, ao invés do campeonato brasileiro, eles preferem assistir ao campeonato inglês, alemão ou italiano. Porque eles gostam mesmo é de futebol bonito e bem jogado, seja lá de onde for.