TREZAZEZ
Ñ foi a 1ª vez em q comi ouvindo Iron Maiden: lembro tê-lo feito durante show da ex-banda de El Diablo (sumido. Cadê?) no finado Empório Bar, antes de eu dar uma canja tocando “Flight Of Icarus” com eles…
Desta vez, foi lá no SESC Vila Mariana no último domingo, assistindo com a patroa e uma prima dela ao TrezAzez, trio de violonistas fazendo show acústico de Iron Maiden. Em plena hora do almoço.
E digo q foi legal.
Sobretudo quando superada a apreensão de se tratar dum bando de violonista erudito, metidos a quererem fazer média, já q a divulgação falava em proposta de “desconstruir a obra do grupo, beirando o erudito”: simplesmente se tratou de 3 cabeludos, visivelmente fãs (com camisetas do Maiden, obviamente, e tatuagens) se esmerando numa proposta ñ de todo original – depois de Apocalyptica tocando Metallica com cello, ou Beatallica misturando Beatles e Metallica, ou ainda o Bloco Vomit tocando versões maracatu de hinos punk, nada mais me surpreende em idéias de roupagens “inusuais” pra covers – mas nem de todo dispensável.
Tivesse algum “esperto” dono de selo por aqui por lá, certamente iria contatá-los pra lançar álbum com o material.
*****
O set list foi: “Losfer Words”, “Phantom Of the Opera”, “The Number Of the Beast” (com laptop fazendo a intro), “Seventh Son Of A Seventh Son, “Flash Of the Blade”, “Hallowed Be Thy Name”, “Two Minutes to Midnight”, “Fear Of the Dark”, “Wasted Years” e bis com replay da “Number”. E alternou bons com regulares momentos.
Exemplos: “Flash Of the Blade” ñ consegui reconhecer (só vendo o set – q a namorada dum dos caras me deu pra ver – depois), assim como a “Two Minutes”, q a patroa matou pegando pelo refrão. Por quê? Pq tratou-se de brincar tb com as dinâmicas – ora intensamente, ora na manha, ora em maior e ora em menor volume – dos sons tb, de modo q essas ñ achei tão boas.
“Phantom Of the Opera” e “Seventh Son Of A Seventh Son”, por outro lado, achei soberbas. A 2ª, ainda mais, com a brincadeira de dinâmicas fazendo bons resultados nas partes de solo e naquela parte do meio, q o original tem os teclados, locução e bateria + baixo repetitivos. “Hallowed Be Thy Name”, q é som q ñ suporto, ficou jóia com 1 dos violões fazendo as partes percussivas naquela parte q parece Rush.
E “Fear Of the Dark”, batida batida, ficou interessante tb, com mudanças de andamentos e tal.
A lamentar apenas o fato de ñ termos conseguido pegar “Losfer Words”, das minhas músicas preferidas de todos os tempos dos caras, por ter sido tocada na hora em q a gente ñ tinha achado mesa próxima ao palco pra almoçar… Se bem q até melhor: tivesse achado ruim, tvz achasse ruim toda a apresentação.
Curioso ali na platéia, dispersa (já q se tratou de apresentação num hall coletivo do lugar, onde passava gente de todo lado, crianças vindo da piscina, gente vinda do refeitório, idosos parados ali tvz esperando alguma moda de viola, entre outros), poucos headbangers, e um clima pra lá de respeitoso. Todo mundo sentado. Ñ sei se alguém q ñ conheça Iron Maiden tenha ficado instigado em procurar um pouco mais do original, mas se o trio conseguiu q UMA PESSOA o fizesse, já acho bom.
O som, pelo próprio ambiente descrito tb, ñ estava uma maravilha: quando um dos caras se metia a falar no microfone, mal dava pra entender – se bem q 3/4 da apresentação eu assisti de trás do palco, degustando alcatra com arroz, feijão e fritas + melancia de sobremesa. Por isso, se algum deles encontrar esta pseudo-resenha e quiser comentar, poderá dar esse desconto.
Só q a impressão é a de q, num lugar fechado, a coisa teria rendido melhores resultados. Pq prenderia ainda mais atenção.
.
Tiver algo no You Tube e o Steve Harris ficar sabendo, acho q das duas, duas: 1) ñ mandará processar os caras; 2) na próxima turnê terá opção pra Ñ COLOCAR a chata da filha dele pra abrir o show ahah
Victor
1 de setembro de 2009 @ 15:43
Pô, mais um?
Eu pensei que essa era dos “tributos” tinha acabado, bem como as versões inusitadas (tem até um “Maiden By Piano”, não sei se conhece. Músicas do Iron tocadas só ao piano… ai ai ai).
Sinceramente, eu não entendo. Não entendo mesmo. Vagabundo torra o saco (i.e. METE O PAU, diz que ruim) com música que foi originalmente feita, composta e tocada com violinos, pianos, teclados, e tudo o mais. Eu que sou apreciador de rock progressivo tenho que ouvir essas sandices dos “roqueiros pauleiras” (cérebros de 0,5 neurônio). Vagabundo mete o pau em Kansas, Colosseum, Atomic Rooster, ELP, e outros menos votados. Mas quando tem música que é feita, composta e tocada e feita para ser executada por guitarras, baixos e baterias, e com todas as distorções possíveis, e efeitos que lhe são pertinentes, a coisa muda de figura: aí vira “interessante”. Aff… Faça-me o favor.
Esses caras deveriam era compor alguma coisa legal (já que tocam violino – o que não é para qualquer um; e são fãs de Iron, como você disse, logo devem saber o que é bom), e não tentar… como é que é? “Desconstruir o blá-blá-blá”… Porra, até o discurso é copiado dos autores modernistas do início do século XX, como Stockenhouse, Varèse, etc…
Foda.
Valeu!
Marco Txuca
2 de setembro de 2009 @ 02:54
Pois então, Victor, só observando uma correção: onde vc leu “violinistas”, leia-se “violonistas”. Ñ escrevi errado, ñ. Provavelmente vc leu equivocadamente.
Mas é tópico pra discussão interessante, acho. No q ofereço o outro lado da coisa: o q tem de CHATO q curte progressivo, ou prog metal (os fãs de Dream Theater conseguem ser mais chatos q os do Iron Maiden e do Pink Floyd juntos), q simplesmente ABOMINA tudo o q ñ for intrincado e supostamente complexo, tb é o q há…
Tudo fruto de preconceito: como se só música complexa fosse digna de atenção.
Os q ñ curtem sons com violinos ou paradas além do horizonte guitarra-baixo-bateria, acabam curtindo, sei lá, Korpiklaani ou Skyclad, e acabam se rendendo. Muitas vezes ainda fechando a cabeça pro progressivo ou bandas de origem (tipo o Jethro Tull, inclusive) da proposta…
E tem tb o lado dos eruditos, q é o q tentei criticar sutilmente, q só consideram música a música dita CLÁSSICA, executada por ORQUESTRAS (q nada mais são do q bandas cover gigantes e pomposas. Às vezes tb pedantes), e qualquer outra coisa (incluindo “rock”, generalizado como um todo ruim, quando ñ tratado pejorativamente por “barulheira”) é coisa menor…
Radical, cara, tem em tudo quanto é nicho musical. Q merda.
Carol
2 de setembro de 2009 @ 12:24
Pessoal, vai aí uma pergunta pra ver se vcs estão bem de música…hahaha
Alguém reconhece o cara aí da foto na esquerda ou foi só eu no domingo??
Victor
2 de setembro de 2009 @ 14:59
Pois é Marco, acabei me enganando mesmo. Eu mesmo havia percebido o engano, mas, já havia postado, e cabia do mesmo jeito a assertiva.
Com certeza o tópico é deveras interessante para discussão. E, já que você ofereceu o outro lado da coisa, deixe-me comentar o mesmo: porra, e eu não sei disso? Como eu curto p/ KCT progressivo, eu sei, SÓ eu sei como SÃO malas e chatos os caras do meio… Pô, eu mesmo não agüento esse pessoal.
Agora, devemos fazer uma distinção aqui. Tem aquele cara que tem lá entre seus 50 e 60 anos, que curtiu o rock da década de 70, e que curte Yes e Grand Funk; que curte Genesis e Deep Purple; que curte ELP e Led Zep; que curte Gentle Giant e UFO; que curte um monte de coisas legais, que curte a música boa, sem cair nesses maniqueísmos de “músicos” que só curtem o que for “complicado” e “intrincado” instrumentalmente… Esse pessoal é que é punheta, chato, mala, pentelho, radical, enche o saco e todos os outros bichos.
Do mesmo jeito que essa galera que só curte “porrada”… Porra, na minha cabeça NÃO entra, você pode usar QUALQUER argumento, falar qualquer coisa, mas Nailbomb NÃO é igual Van Halen (ah, e não é mesmo!); SemCultura NÃO é igual a Iron Maiden (NUNCA SERÃO! Ah ah ah!); Napalm Death (aquelas bobagens de “Scum”… ECA!) NÃO é um MSG nem NUNCA VAI CHEGAR AOS PÉS de uma obra de arte como “The Keeper Of Seven Keys” (aqui vai ter um monte de chatos que vão me aporrinhar… foda-se para todos eles!); e por aí vai. Sabe por quê? Porque esses troços só são “pesados”, não são boa música. Podem ter músicos bons, ou o caralho a quatro, mas o resultado final é uma BOSTA.
É desse preconceito que estou falando. Fã de Dream Theater é CHATO pra caralho. E quando é “músico” então, caralho, sai de baixo… E olha que eu gosto pacas de Dream Theater. Não TÃO SOMENTE porque a música é complexa, mas porque a mesma é extremamente bela. A técnica está a serviço da música. Agora, para esses MALAS, é exatamente o contrário.
Exatamente o que acontece com os “porradeiros”: pouco importa a técnica, beleza, melodia, harmonia, ritmo ou o caralho, o importante é ser PESADO. Porra, quer peso? Vai num canteiro de obras de construção civil ou num estaleiro, cacete. Vai encontrar peso suficiente.
E eu discordo diametralmente de você quando cita que o pessoal que não curte sons além do que chamo de a “direita do Rock”: “tem que ser baixo-guitarra-bateria”, que eles vão curtir sons como Skyclad, por exemplo. Eu adoro Skyclad. Sempre gostei. E olha que Skyclad nem é lá tão complexo assim (vamos falar em “semi-colcheias” como na música do senhor Carlos Vândalo? Ah ah ah? Ou seria melhor em fusas? Ou compassos ternários? Ou tempos não usuais no rock, fora do 2/4, 3/4, e por aí vai?), mas, apesar de ter tido uma carreira até bem longa, o Skyclad NÃO emplacou, devido à cabeça de miolo mole desse pessoal “pesado”, que prefere comprar (ou baixar, sei lá) os discos dessas tranqueiras black ou death, ou desses troços tipo Ministry, Nile, NIN, e outras barulheiras… A direita do rock NÃO quer ouvir outra coisa. Essa é a verdade. Eles são os “republicanos” do metal.
Quanto à sua crítica sutil aos eruditos, eu saquei, claro que saquei.
Ora, você acha que esse pessoal que fica ouvindo música “clássica” (e ainda falam errado… o classicismo é apenas UM dos períodos da música erudita… desconhecimento é foda!), tem noção do que é uma Elegia? Uma Tocata? Uma Fuga? Porra, vagabundo nem sabe diferenciar Beethoven de Bach; muito menos sabe que Händel, Scarlatti e Bach foram do mesmo período da música de câmara – e muito provavelmente é capaz de colocar no mesmo saco um autor Romântico, junto com um autor Renascentista e um Barroco e nem perceber as diferenças cruciais de estilo! Sinceramente, você ACHA mesmo que aquele pessoalzinho que estava ali só papeando e comendo a sua “picanha com fritas” estava se lixando para isso que estou falando, ou muito menos para a música do Maiden? Claro que não! A maioria das pessoas que sentam o pau no rock/metal e somente dizem que “boa” música é a “música clássica” (mais uma vez, usando o vocábulo errado), nem sabe avaliar o que é o bom ou o que é ruim, isso do ponto estritamente OBJETIVO, ou seja, a parte da técnica, virtuosismo, complexidade, uso dos rudimentos, ou seja, o que demonstraria a instrução e erudição no conhecimento da música e do instrumento. Vagabundo é burro pra cacete. E, concordando com você, desde os autores modernistas do início do século XX (como eu disse, Stockenhouse, Varèse, etc…), ninguém compôs mais porra nenhuma. Tornando as orquestras, como você disse, gigantescas “bandas covers”. E sabe por que eles nada escrevem? Porque esses maestros são uns CUZÕES: têm um medo danado de serem comparados a Lizt ou a Vivaldi, então vivem de “coverizar” para sempre o que já é consagrado. Na minha humilde opinião, o papel que era da música erudita no passado, o da vanguarda, o de extrapolar, o de chegar e criar as mais belas melodias (Mozart disse: “música é melodia”), ficou para a música “pop”. Mas, que música “pop” foi essa? A “popular music”, em contra-oposição à música de câmara (ou seja, a música erudita, instruída), que floresceu no pós-guerra. E que música foi essa? O rock. O folk. A psicodelia. A junção disso tudo. O jazz-rock, o fusion, o rock progressivo, o “rock pauleira” (ou seja, o metal). Putz, que obras de arte IMORTAIS não criaram os Beatles, Stones, Hendrix, John Coltrane, Miles Davies, Larry Carlton, Jethro Tull, Stelleye Span, Renaissance, Emerson, Lake & Palmer, Santana, Fleetwood Mac, Lynyrd Skynyrd, Deep Purple, Focus, PFM, Cream, Van Halen, Queen, Foghat, Iron Maiden, Mercyful Fate, Megadeth, Helloween, Patrulha do Espaço, Ave de Veludo, Barca do Sol, Pappo’s Blues, e tantos e tantos outros, que poderia ficar aqui citando pencas, e pencas. Esse pessoal ousou, transgrediu, fez aquilo que um dia Bach (que andou 27 léguas para ver se realmente o organista de uma outra paróquia era tão bom como diziam) ou Beethoven (que compôs suas últimas sinfonias SURDO, ou seja, não tinha como saber se o que estava escrevendo na partitura realmente correspondia ao som na sua cabeça… genial, não?) fizeram: foram a vanguarda. E olha que eles também foram criticados em sua época.
Bom, finalizando, radical, tem em tudo que é nicho. Concordo com você. Mas vagabundo tem que se assumir. Não adianta ficar com papinho que o outro lado também é radical. Porra, isso, todo mundo que é roqueiro, já sabe. Como eu disse, você pode colocar o Yes, Dream Theater, Rush e Dixie Dregs para esse povo anti-rock ouvir, que eles vão continuar dizendo que é barulho… Igual a Brujeria, Napalm Death, Defecation, e outras bobagens.
Valeu!