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Tem um site q visito de quando em quando, q é o Rock On Line. E mais pra concorrer a promoções (q ñ existem há algum tempo) do q ler artigos.

É em

http://territorio.terra.com.br/canais/rockonline/

Surpreendi-me com o a seguir, dum certo Rafael Sartori, q percebo muito sintônico em relação às pautas do Thrash Com H, como às discussões aqui muito freqüentes acerca da “Cena Miguxa”. Etc. e tal.

Certamente ñ é cara preocupado em vingar banda própria na “cena”, nem abnegado q se mata de trabalhar de graça pra revista, ou gente q “faz corre de som” há anos. Sei lá se o cara é jornalista mesmo ou ñ, mas tanto faz: tem OPINIÃO.

E, por ora, só assinalo: isso de culpar os fãs é a “escola Korzus do metal” ahah

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(publicado em 25 de Fevereiro último)

Ensaio: “A desunião da inexistente cena metálica brasileira”

Em junho do ano passado escrevi um artigo aqui nesta mesma seção dizendo que o Heavy Metal nacional ia mal, e que a culpa era das próprias bandas – as poucas relevantes estavam absolutamente capengas. Recebi em meu e-mail muitas agressões verbais e algumas manifestações ufanistas de fãs citando bandas totalmente inexpressivas, ruins e desconhecidas para me provar que o Metal brasileiro estava a todo vapor. No mesmo artigo critiquei a postura dos astros decadentes do nosso Metal, que em sua grande maioria reclama da falta de apoio dos fãs, da mídia e dos promotores.

Alguns meses se passaram e, pelo visto, nada mudou (com exceção da economia mundial, é claro). Digo isso porque li uma entrevista do vocalista Edu Falaschi no site Novo Metal onde ele detona o Brasil e os fãs “espírito de porco”, que só querem falar mal dos outros e não apóiam a cena. Sei… Eu não ia mais voltar a esse assunto, que desperta tantas paixões, mas como o próprio Falaschi admitiu que o Heavy Metal brasileiro está quase morto, achei que valia a pena comentar alguns pontos.

Voltando ao princípio de tudo, o vocalista comenta uma afirmação de Felipe Andreoli, seu companheiro no Angra e Almah sobre fãs que alimentam rivalidade entre as bandas criando um sentimento de desunião. Falaschi diz que “Isso é um lixo que praticamente só existe no Brasil. É por isso que o metal nacional está praticamente morto, quase sem lugares para tocar, quase sem contratantes profissionais do Rock, quase sem público para as grandes bandas nacionais, que são muito boas, profissionais e talentosas. A culpa, em grande parte, é dos fãs e ‘orkuteiros’ de plantão, a escória da humanidade. A culpa também é das bandas por serem tão individualistas, mas fazer o quê? O brasileiro é assim em sua essência”.

Bem, fãs que alimentam rivalidade entre as bandas é uma coisa que sempre aconteceu no mundo inteiro, e sempre irá acontecer. Desde fãs de Beatles contra fãs dos Rolling Stones, do Metallica contra os do Megadeth, Roberto Carlos versus Ronnie Von, Noel Rosa contra Wilson Batista, Senna versus Piquet… Enfim, nem o Rock inglês, nem o Heavy Metal americano, nem a Fórmula 1 e nem a Jovem Guarda se enfraqueceram ou acabaram por conta disso.

Discussões entre fãs não acontecem com mais freqüência no Brasil, mas aqui os “alvos” se preocupam – tanto é que Edu Falaschi cita o Orkut como uma maléfica ferramenta que semeia a discórdia. Não é por conta de comunidades no Orkut que as bandas nacionais estão sem público e não conseguem fazer shows. Quem realmente pensa assim precisa de um choque de realidade urgentemente.

Os fãs não são bobos e nem obrigados a engolir nada só porque o artista é brasileiro. O Metal por si só não é brasileiro e o Brasil nunca teve uma cena de verdade como em alguns países da Europa – temos sim, muitos fãs do gênero, mas isso é outra coisa. Tivemos um momento excepcional entre 1991 e 1996 quando saíram “Arise”, “Chaos A.D.”, “Roots”, “Angels Cry” e “Holy Land”. Empolgados com essas obras-primas, as pessoas começaram a sonhar, formar bandas, tocar, trocar informações. Mas esse bom momento passou.

Agora, Edu Falaschi e outros músicos querem o contrário. Querem que os fãs façam todo um movimento para levá-los ao topo apelando para a “brasilidade” quando, na verdade, as bandas é que deveriam despertar novamente nos fãs a paixão por sua música. Não é nada pessoal, mas “Temple of Shadows” e “Aurora Consurgens”, por exemplo, não têm esse potencial. Esse protecionismo que as bandas de Metal reivindicam no Brasil não faz o menor sentido em mundo digital e globalizado. Parece coisa do Hugo Chavez.

O Metal nacional não precisa de união, apoio e nem da esmola que muitos estão pedindo para tentar se manter. O Metal nacional precisa de boas bandas, bons discos e músicos criativos. É como no futebol: a maioria dos dirigentes é corrupta, os estádios estão mal cuidados e a coisa toda se mantém apenas pelo talento individual de alguns jogadores. Os torcedores são muitos, mas às vezes, ao invés do campeonato brasileiro, eles preferem assistir ao campeonato inglês, alemão ou italiano. Porque eles gostam mesmo é de futebol bonito e bem jogado, seja lá de onde for.