História motörhéadica até conhecida: Ed Stasium, produtor dos Ramones e de Living Colour, produziria “1916”. Tretou com Lemmy por divergências e acabou produzindo só 3 faixas: “No Voices In the Sky”, “Going to Brazil” e “Love Me Forever”.
Todo o restante, produtor foi Pete Solley, ex-tecladista do Whitesnake (!?!?) e q tb produziria o “March Ör Die” seguinte.
Fonte: minha cabeça, já q a página do “1916” no Metal Archieves ñ cita o episódio. Cito a mesma e a de Pete Solley, só pra exorcizar terraplanismos olavistas.
O disco menos Ramones dos Ramones, a não ser por “Cabbies On Crack” e “Touring”. Mesmo tendo 13 sons em 37 minutos e pouco.
Johnny morreu sem curtir, contumaz q era em não gravar em discos de sua banda; até onde sei, gravou “Take As It Comes” (The Doors), q eu adoro. E acho superior aos covers todos do “Acid Eaters” seguinte.
Músicas alinhadas aos noventismos alternativos de então, quase hardcore e quase pop punk californiano, solo de Vernon Reid (Living Colour) incluído.
Não as foram 100% pq Marky se soltou como nunca (como já o fizera em “Brain Drain”), pra mim destaque instrumental severo. Fora co-autor inédito em 2 sons: “Anxiety” reaproveitada à frente nos Intruders.
CJ estreava tímido – devidamente apresentado em “It’s Gonna Be Alright” – embora cantando 2 sons, um deles hit. Dee Dee estava fora mas dentro, esquizóide como nunca (ou como sempre?), compondo 3 sons, 2 hits. Mudaram mas não mudaram, mas estavam diferentes.
O ponto é: não é meu favorito da banda, nem de longe. Nem de graça. Mais pra um disco solo de Joey, autor em 7 sons (nenhuma balada!), o q não o desmerece. Ao mesmo tempo, um dos q mais ouço dos Ramones.
Por A + B tenho confessado por aqui q eu era mais assíduo na Bizz q na Rock Brigade, q passei a acompanhar um pouco mais a partir de 1995. Por isso, ñ acompanhei in loco a repercussão dum certo “metal alternativo” (Faith No More, Living Colour, Jane’s Addiction) nas revistas de metal à época.
Imagino terem sido ignorados todos, ou pixados como “modinha”, pra daí o tempo se encarregar de “aceitar”. Brigade pôs Red Hot Chili Peppers uma vez em capa, deve ter dado muita chiadeira…
Do q lembro de “alternativices” em Brigade, foi algum primórdio daquilo q se consolidou como new metal, chamado antes pela publicação de “alterna metal”. Um balaio confuso no qual incluíam ainda Placebo… Enfim.
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Pincei de duas Bizz de 1991 (reiterando o zeitgeist 1991, em q a publicação intuitivamente sacava o metal e as bandas alternativas ascendendo sobre o mainstream) resenhas sobre “The Real Thing” (Faith No More) e “Ritual De Lo Habitual” (Jane’s Addiction), a mim bastante interessantes passados 30 anos, e q creio ainda renderem um papo.
[edição 67, fev. 1991]
“‘The Real Thing’ – Faith No More (London/PolyGram)
Este é realmente um LP matador. Nove faixas que deram ao Faith No More o status de melhor grupo de 90 para a revista Spin. Altamente versátil – não apenas nos arranjos, mas sobretudo na variedade das composições -, o Faith realiza habilmente um crossover de thrash metal com outros estilos pesadões, como rap, heavy dos 70 e funk bombástico.
As faixas mudam de teor de forma assombrosa. Enquanto o funk metal ‘Epic’ termina com um piano acústico solo, é o ruído de uma hecatombe nuclear que dá cabo de ‘Surprise! You’re Dead!’. O mais esquisito é que logo após tamanho barulho entra ‘Zombie Eaters’ com dois violões e um teclado com timbre de cordas fazendo a cama para a comoção do vocalista Mike Patton.
Com setenta versos, a faixa-título abre o lado B. Banquete servido em taças de cristal e talheres de prata, ‘The Real Thing’ sintetiza numa boa duas décadas de rock’n’roll – sem exagero. Aqui não há desperdício de talento. Apesar da maestria de cada músico da banda, as linhas de todos os instrumentos são econômicas e há uma distribuição equânime de funções, inclusive da voz supervalorizada em outras faixas do álbum.
A ‘romântica’ ‘Underwater Love’ (tema tão bucólico para um grupo idolatrado por metaleiros) é a única de todo o disco em que não há tensão à flor-da-pele. O andamento é rápido, mas ela está inebriada por uma atmosfera soft que cria algum relaxamento – algo impossível de dizer sobre as outras faixas.
Com sotaque red-hot-chili-peperiano, ‘The Morning After’ mostra um riff de baixo repleto de slaps de funk. A letra traz indagações tipo ‘se estou morto, por que estou sonhando?’. Os torpedos disparados na música que abre o LP (‘From Out Of Nowhere’) percorrem um sinuoso e fantástico caminho até atingirem o alvo na derradeira ‘Woodpecker From Mars’. Sozinha, esta faixa instrumental já é uma epopéia. Base thrash realmente acelerada contraposta a um teclado quase minimal. Até o final, tudo vai se fundindo, guitarra estilo Hendrix, arranjo meio progressivo, está tudo ali. Enfim, um disco para quem gosta de porrada mas não perdeu o bom senso. Algum headbanger não gostou?
Celso Masson“
_-_-
[edição 72, jul, 1991]
“‘Ritual De Lo Habitual’ – Jane’s Addiction (Warner/WEA)
Você é maluco? Gosta de ELP e Van Der Graaf Generator, e não se conforma com o rock de hoje?
Pois há boas chances que o Jane’s Addiction resgate você desta penúria. Perry Farrell, vocalista da banda, é um hippie à antiga. Surfa, toma heroína, transa homens e mulheres, faz letras viajandonas e quer chocar a moçada. Tem ‘atitude’. O baixista e o guitarrista costumam dar beijões de língua na frente dos repórteres. O som é metal complicado, a bateria e o baixo fazem firulas intermináveis, as músicas são compridas.
As letras são sub-Burroughs (até quando, Senhor)? Você conhece o gênero: ‘Sou mutcho loco, meu, tomo todas e transo as minas enquanto reflito sobre o significado do universo’. OK, parece importante uma moçada tão radicalzinha chegar ao top ten americano, ombro a ombro, com MC Hammer e esses malas todos. Mas, Cristo, considerá-los como uma banda crucial, seminal e o escambau – como tem feito muita gente – é pesado.
O álbum começa com ‘Stop’, aquela da MTV, chata e longa. ‘No One’s Leaving’ é metal weird com uma boa linha (‘queria saber o apelido de todo mundo’), mas é muito longa. ‘Ain’t No Right’ até que é legal, na linha hardcore/Sly Stone; parece uma frota de Boeings caindo de bico numa vila dos Alpes suíços. ‘Obvious’ é, sorry, óbvia demais. O segundo lado é pior: ‘Three Days’ começa baladinha e acaba pau, citando a capa ‘ousada’ – quá, quá, uns bonecos imitando o Perry transando com duas minas, grande coisa! – enquanto a letra diz: ‘Erotic Jesus love his Marys’. ‘Then She Did’ é um épico setentão, ‘Of Course’ faz a linha ‘ciganos malvados dançando polca num pântano’ e ‘Classic Girl’ é chata.
Minha cópia de Ritual de Lo Habitual só não foi ainda para o sebo por causa de uma música. ‘Been Caught Stealing’ é jóia: uma batida sincopada coberta de guitarras barulhentas, cachorros latindo e uma letra legal, que faz o elogio da roubalheira. Diz que é bacana afanar. Lembra umas letras antigas dos Talking Heads, antes de Byrne começar a achar que era o gênio da raça – o que Farrell parece se achar.
Aliás, ele diz que a banda dura no máximo até o fim do ano. Vai com Deus, meu filho.
Ele insiste em ñ ser um “disco solo”. Tvz ñ seja. Tb ñ é um disco de cover padrão. É algo q ninguém lançou antes. Aproveitado das “quarentene video series“, algumas já repostadas aqui. Sai dia 14 pela Megaforce Records e terá, segundo o q li em knotfest.com, parte da renda revertida pra caridade.
Neal Casal Music Foundation, aparentemente instituição pra ensino de música e tratamento de doenças mentais. Bravo.
Repertório:
“City Of Blinding Lights” (U2) – Frank Bello, Mark Osegueda, CB
“Chloe Dancer/Crown Of Thorns” (Mother Love Bone) – Mark Menghi, Mark Osegueda, CB
“Teardrop” (Massive Attack) – Carla Harvey, Ra Diaz, CB
“Run DMC” (Run DMC) – DMC, Rob Caggiano, Ra Diaz, CB
“Rhiannon” (Fleetwood Mac) – Mark Menghi, Jennifer Cella, Randy Mcstine, CB
“Yer So Bad” (Tom Petty) – Carla Harvey, Ra Diaz, CB
“Transylvania” (Iron Maiden) – Snake Sabo, Frank Bello, Jon Donias, CB
“Presto Vivace” (UK) – Ra Diaz, Alex Skolnick, Jordan Rudess, CB
“Bad Guy” (Billie Eilish) – Ra Diaz, CB
“Jimmy James” (Beastie Boys) – Ra Diaz, CB
“All the Way” (Kiss) – PJ Farley, Joe McGuiness, John 5, CB
“Mr. Speed’ (Kiss) – Joe McGuiness, PJ Farley, CB
“Public Image” (PIL) – Hank Von Hell, Dave Brownsound, Jason ‘Cone’ McCaslin, CB
“Funny Vibe” (Living Colour) – Ra Diaz, Corey Glover, Henry Flury, CB
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Por ora, só duas estranhezas:
por q ñ lançado em dvd? Ou em dvd tb? Ñ faria mais sentido?
Em julho de 2020 fiz mês temático sobre bateristas: suas permanências, iminências, imanências e intermitências em bandas. Desta vez deste mês a pauta será baixistas, os seres mais… peculiares na música.
TOP 10 BANDAS Q TROCARAM O BAIXISTA ORIGINAL APENAS, E SÓ UMA, VEZ: (critério: preferências pessoais misturadas a impacto da mudança e permanência desde então)
Living Colour [Muzz Skillings pra Doug Wimbish]
Alice in Chains [Mike Starr pra Mike Inez]
Anthrax [Dan Lilker pra Frank Bello]
Exodus [Rob McKillop pra Jack Gibson]
Ramones [Dee Dee pra CJ]
Nightwish [Sami Vänskä pra Marco Hietala]*
Rolling Stones [Bill Wyman pra Daryl Jones]
Arch Enemy [Michael Bengtsson pra Sharlee D’Angelo]
Van Halen [Michael Anthony pra Wolfgang Van Halen]
Franga [Luís Mariutti pra Felipe Andreoli – pra inteirar 10]
*Hietala q recentemente saiu – da vida musical, inclusive – chutando o pau geral em comunicado, mas q como a banda ñ anunciou ainda substituto, faz parte ainda da lista
OBS: Nightwish e Arch Enemy tiveram em seus respectivos discos de estréia os guitarristas (Empuu e Amott) gravando os baixos. Nesse sentido, o critério baixistas originais se manteve. Ainda q tardios.