THE CURSE IS LAUNCHED, BEWARE!
por märZ
Uma ideia que habitava a cabeça de muitos fãs de metal começou a tomar forma durante a pandemia: que tal Max, Igor e Jairo se juntarem para regravar os dois primeiros lançamentos da banda, de 1985 e 1986? (Todos sabemos que Paulo não seria convidado). A live dos 3 músicos tocando “Antichrist” no canal do baterista despertou ainda mais expectativa na comunidade metal mundial, e começaram a surgir boatos e discussões sobre o assunto. Que eventualmente morreu.
Ou não: eis que se anuncia o lançamento de “Bestial Devastation” e “Morbid Visions” pela Nuclear Blast, capas devidamente reinterpretadas, gravações com tecnologia atual, instrumentos afinados (!) e músicos com décadas de experiência nas costas. Salivemos. Um single divulgado, depois outro. Resultado aprovado por todos. Ou quase: onde está Jairo? Jairo vai muito bem, obrigado. Tocando seu The Troops Of Doom, que já havia se encarregado de revisitar a fase e as obras de sua maneira, com ótimos álbuns e shows matadores.
Agora é aguardar o lançamento dos discos, em vários formatos, atendendo a todos os fetiches dos colecionadores. Saiu na Europa e UK, saiu nos UZA, talvez saia na Asia. Comecei a acionar meus contatos para descobrir qual gravadora lançaria as obras por aqui.
Resposta: nenhuma.
Como assim?! Conversa com um, conversa com outro, eis o saldo: acontece que Max & Igor aparentemente decidiram fazer a coisa toda eles mesmos, sem conversar ou pedir autorização a ninguém.
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O detalhe (e que detalhe) é que os direitos dessas obras pertence integralmente à Cogumelo Records, assim como tudo que a gravadora lançou nos anos 80 e 90. João & Pat foram visionários mas não foram inocentes: proporcionaram a dezenas de adolescentes mineiros que mal sabiam afinar suas guitarras a oportunidade de gravar discos, numa época que isso era algo de outro mundo, mas foram espertos o bastante para conservar o direito de edição das obras atados permanentemente à Cogumelo, sua loja/empresa.
Max, Igor e a Nuclear Blast nem tomaram conhecimento disso: gravaram, prensaram e lançaram os albuns no resto do mundo e pronto. Suponho que a Cogumelo não tem meios para acionar os envolvidos nas praças judiciais da Europa e EUA, custaria uma fortuna, mas aqui é outra conversa. Para evitar isso, os discos não serão lançados no Brasil. Então, ou esse imbroglio é desfeito e contratos assinados, ou Bestial & Morbid somente importados. A peso de ouro.
Como me disse um amigo, se referindo aos dois discos: “o que temos aqui são piratas de luxo”.