UM ANO DEPO1S…
… o q ficou?
… o q ficou?
Sesc Belenzinho, 01.07.23
Foi bom e foi uma merda. Explico:
Show no Sesc Belenzinho sempre bom. Um certo segmento do metal nacional parece estar descobrindo, aliás. Bons preço e horário, boas companhias (namorada + Leo e a Danni), algum merchan pra comprar (peguei o “Demon King”, do Chakal, no final) e nenhum tipo de rolê furado, tipo 5 ou 6 bandas de abertura – festival de tr00 – pra daí tocar a principal. Era só The Mist. Como foi em 2019.
Uma merda pq o som estava HORRÍVEL. Oscilou o tempo todo, da primeira à última nota. E provavelmente por incompetência do técnico de som da banda, já q o equipamento é do Sesc.
A coisa era tão flagrante, q entre o 3º e o 4º som, alguém atrás de nós berrou: “o som tá uma merda, arruma isso aí, ñ dá pra ouvir a guitarra” (sic). De fato, a guitarra era inaudível, fora nuns riffs de início e na parte dos solos, quando o sujeito pisava na pedaleira… e ficava alto demais!
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A banda estava alheia a isso; nitidamente se ouviam no palco. E estavam ensaiados, q bom. E a outra nota ambivalente da noite achei o pouco tempo de show: uma hora cravada, com o bis.
Vladimir Korg pra mim honra o status de lenda. Ñ q seja uma comparação, mas acho o sujeito mais carismático até q Carlos Vândalo, é o mendigo q Max Cavalera ñ consegue ser. E tão envolvido com a camisa de força q usava (e por cima, uma do Eskröta) e com a performance, q umas horas esquecia de cantar no microfone eheh ali como mero acessório. Ñ importa.
(tem o truque de cantar longe do mic tb quando falta voz, mas deixa quieto)
O guitarrista ñ era mais Jairo Guedz, nem o q gravou o ep recente, mas achei competente; o baixista é o fiel escudeiro, membro original, ajudou a agitar; o baterista achei meio fora. Às vezes, sem a pegada necessária (pode ter sido o som ruim), mas principalmente com uma bateria pequena à Lars Ulrich, sem profundidade de som nos tambores. Detalhe.
Sei q o Leo ficou putaço com o som, ele e um monte de gente. Monte de gente q era mais q o Eskröta, mas menos q o The Mist merece – umas 200 pessoas, se muito. Por outro lado, todo mundo muito fã. E majoritariamente velha guarda, exceto o “Lorenzo Black Force Dominho”, de novo ali presente. E ñ acho q faltou divulgação.
Ao final, Korg, o baixista e o guitarrista (tvz tb o baterista) desceram e ficaram trocando idéia com o público. Underground ñ é fuleiragem, marketing se faz assim tb. Korg ñ estava muito comunicativo entre os sons, mas estava bastante emocionado pela 2ª vez ali e soou sincero.
Uma divagação: num dos sons (antigos) consegui perceber influência de Mercyful Fate. As músicas mais novas combinaram com as antigas, o truque do paninho em “Hate” funcionou bem de novo, e foi isso.
Um bom show – pq os caras teriam q estar muito zoados pra fazer um ruim – mas tb uma merda pq o som estava uma merda.
Pauta semestral obsoleta e com asterisco pq o asteriscado ganhei. Vale disco baixado, mas ao mesmo tempo… quem vai vigiar?
10 DISCOS RECENTEMENTE ADQUIRIDOS*:
WhatsAppin‘: não suporto a banda, mas reconheço o baterista foda. E conhece do riscado. Curti bastante o depoimento sobre King Diamond e a influência de Mikkey Dee https://igormiranda.com.br/2023/05/travis-barker-blink-182-discos-ouvir/
E o homem não dorme, hum? https://consequence.net/2023/05/empire-state-bastard-rivers-of-heresy/
Sesc Belenzinho, 26.05.23
Eu ñ ia ao show. Na tradição mensal de ver uma “banda extrema” (e depois comer esfiha, Leo) no Sesc Belenzinho, já tinha avisado à patota e à namorada q ñ me interessava, pq ñ achava q iria encher. Tvz tendo uma outra banda junto – um Manger Cadavre?, sei lá – desse mais quórum. O q eu imaginei.
Acabou q fui de última hora, ingresso comprado 2 dias antes. E, de fato, mal tinha 100 pessoas no recinto. Uma pena – afinal ñ teve tributo a Andre Matos (sem acento) – mas ao mesmo tempo o tamanho do Eskröta ainda nos rolês.
O q ñ diminui o impacto da coisa: falavam abertamente q era “o maior show da carreira” (sic), em termos de local/estrutura, de público e de repertório. “Nunca tocamos tanto num show antes”, disseram. E foi.
21 a 22 sons. Lançamento do álbum novo, “Atenciosamente, Eskröta”, adquirido na banquinha de merchan. E foi bem legal. Motivos periféricos a seguir:
O público era praticamente meio a meio masculino e feminino. MUITA menina, a caráter (jacko e patch), adolescentes de cabelo pintado (q tvz ñ curtam Billie Eilish), masculinizadas, femininas skatistas e tudo o mais. Todas muito novas, começando no metal/hardcore com a horda de Tamyris e Yasmin, baixista/vocalista e guitarrista/vocalista, assumidamente – e sem “nervosismos” – donas da lojinha.
Tinha um tiktoker ali (q participou do festival com Crypta, Incantation, Troops Of Doom, Vazio – ou Velho? – e Dorsal Atlântica na semana anterior e me recuso a citar), mais ocupado em ser visto, e tinha fãs, amigos e as mães das moças, mais novas q eu ahahah
E o som, q inicialmente achei “muita areia pro Sesc”, foi se avolumando. Parece q as gurias + o baterista Jhon foram esquentando ao longo, perdendo o medo e incorparam. Sobretudo nas músicas novas, bastante evoluídas em relação a “Eticamente Questionável” (2018) na proposta thrash (sim, Yasmin!) e crossover, mais q hardcore. Deram um ganho no som. Bravo.
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Críticas q faço (torcendo pra q cheguem a elas): um certo amadorismo de falar com o público – “desculpa, gente, q hoje eu ñ tô muito bem”, “espero q vcs estejam gostando”, “é o maior show da carreira do Eskröta“ e etc. – q demonstram o underground nas veias, mas podendo amadurecer. Falar uns jargões mesmo, ñ ficarem pedindo desculpa ou querendo agradar.
(quem estava lá já estava cativado)
O outro porém, q Yasmin anunciou ao final: “domingo a gente vai tocar no Jai Clube…”.
Porra, show no Sesc, estrutura e condição, marcam tb outro show na capital (parece a proverbial subserviência interiorana com a capital) 2 dias depois, em boteco trú, concorrendo consigo próprias. Fator q provavelmente esvaziou o show. Q foi ocasião pra crescimento, tirar fotos, fazer reels, divulgar. E espero de verdade q tenham feito.
Comparações aleatórias e arbitrárias q me ocorreram (enaltecer umas mulheres ñ diminui as outras): Yasmin toca mais q a Prika Amaral, tem pegada. E o vocal eu acharia perfeito no (na?) Crypta, naquilo q eu tenho da Fernanda Lira forçar a barra, ñ ser natural.
Naturalidade tb no figurino: nada de trajes de palco. Yasmin de saia, camiseta e tênis Van; Tamyris de short, camiseta + jacko e patches e tênis. O baterista, metaleirão. E todo mundo natural. Sem preocupações denecessárias se iam chamar de “gostosa” ou dalguma frívola atratividade pelo físico. Diferente tb do (da?) Crypta, q se impõe tanto quanto, mas parecem usar armaduras.
(nada contra mesmo, só uns reparos na postura, mais natural. Como rola com a vocalista do Manger Cadavre? tanto quanto)
Enfim.
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Impressiona o vocal demoníaco da Yasmin, às vezes dobrado com o da Tamyris, e o contraste com quando elas falam entre os sons, meio menininhas, acho engraçado e natural. É mulher no palco, caralho.
Assim como na roda no último som, convocada só pras mulheres presentes, meio tradição da banda já.
O baterista conseguiu puxar uns sons mais rápido q no disco. O clima tava muito favorável, tocaram por uma hora e 10 minutos pq pediram bis e aí tiraram algum som (ñ foi cover de Slayer nem reprise de som) da manga do jacko. E tiraram selfie de palco, e ficariam ali trocando idéia, vendendo merchan. COMO TEM Q SER.
Torço bastante pra elas. Têm estofo, discurso, atitude; falta só umas polidas e acreditar q podem sair da “cena tóxica” dos rolês trú.
ABRE O MOSH, MULHERES NA FRENTE!!!
Som novo do Claustrofobia. Saiu já tem um tempo.
Curti o clipe, misto de baixo orçamento com vídeo raiz. Curti o som, saquei uma pegada meio Meshuggah nuns momentos. Sem forçação blast na bateria, viva. É a tal da nova formação, trio.
Os bastidores dão conta dum disco novo já gravado, “Unleeched” (achei um baita trocadilho), a sair no ominoso 11 de março – programado pra saírem tb Napalm Death e Voïvod novos, q dia – e q os manos + baixista estão já há tempos morando nos States (Las Vegas, segundo o Metal Archieves), com empresário profissional, merchan de responsa pra acompanhar o disco e etc.
Estavam com turnê estadunidense de abertura pro Soulfly, mas veio o Covid 19. Agora parece q reagendaram com outra banda, fizeram uns “corres” com o Master (sim, aqueles)… Dizia lá no Instagram q até admiro a persistência (e pai-trocínio) dos sujeitos, dispostos a realmente encarar o profissionalismo e uma carreira internacional.
Mas… sei lá.
Vou começando a mudar de opinião. Os caras estão há tanto tempo correndo atrás do “sucesso” e da “carreira internacional” q ao mesmo tempo me parece q vão perdendo o timing. Aliás, nunca acertam. Meio aquela piada da feijoada como “alimento funcional”: comer e digerir uma gasta as calorias obtidas ingerindo ahah
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Acho q provo meu ponto: os caras colaram muito tempo no Sepultura, q NADA agregou, nada agrega, nunca ajudou. Insistem num isolamento – tvz devessem mudar de nome pra “Agorafobia”? – quando deveriam estar colados numa cena aqui com Surra, Eskröta, Ratos de Porão… Ou fazendo show com Hatefulmurder, Krisiun… Ou ainda juntar com Crypta e/ou Nervosa… mas fizeram show miado com Siegrid Ingrid.
E mesmo q ñ seja questão de timing, de estarem sempre “pegando de raspão”, fico aqui pensando: q fanbase por aqui os caras têm? (Ñ os sigo em rede antissocial). Têm mesmo?
Será q “vingar lá fora” já ñ é um paradigma há muito (ops!)… sepultado?
Algoritmos do celular me ajudando a pautar o blog, parte 29:
Assistindo aos vídeos do Nervosa e do Crypta, ambas pertencentes à Napalm Records (e q pelo q vi no Metal Archieves parece ter contratado tb o Eskröta e o Torture Squad), me chamou atenção o tanto de bandas de metal extremo femininas tb recentemente lançadas pelo selo austríaco.
Ou bandas mais pro extremo com vocal feminino.
Os algoritmos simplesmente me lançaram duma vez Sumo Cyco, Jinjer, Hiraes e Jenner. E tem mais.
Sumo Cyco são do Canadá, só a vocalista mulher. Skye Sweetnam. Pagando de Arlequina no clipe, e a banda q menos me agradou nessa leva. Meio um new metal tardio e melhor tocado (ou de quem sabe tocar)(com vocal irritante tb), q tvz agrade às irmãs mais novas de quem curtia Korn, Kittie e Coal Chamber. Ou tvz ao público alvo voltado a algum revival dessa moda de rap pra branco estadunidense.
Existem desde 2011, têm 2 discos, 16 singles e 17 videoclipes. Faz sentido, na medida da obsolescência dos álbuns e da molecada mais nova ficar mais no audiovisual mesmo.
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O Jinjer é da Ucrânia e mais antigo e conhecido um pouco. Começaram em 2009. Já havia esbarrado em vídeos antes, acho q até em vídeo tipo live collab de quarentena com a vocalista (só ela mulher) Tatiana Shmailyuk, q parece ter monte de fãs, por ela inspiradas a sair berrando.
Do q conhecia, ñ me agradou, ficavam no meio (mal feito) entre metalcore, new metal e querendo ser o “novo Meshuggah” – djent, né?
O clipe acima achei interessante, mas acho q ñ devo voltar tão cedo, meio q um “Meshuggah reggae“. Se misturam muita coisa, por outro lado valem as tentativas por algo novo, sei lá.
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O Hiraes é alemão, ñ 100% feminino (só a vocalista) e parece ter surgido duma situação semelhante à de Nervosa/Crypta: formados de finais de Cripper (terminados em 2018, com 5 discos) e Dawn Of Disease, têm como destaque a vocalista Britta “Elchkuh” Görtz, q ñ esconde a veia Arch Enemy, só q a mim aprimorada.
Do q só conheço ainda e curti essa “Under Fire”.
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Exceção ao q postei no início, o Janner vem da Sérvia, é um trio feminino, só q ñ são da Napalm, mas da Inferno Records. E a despeito da produção um tanto artificial, é a banda nessa leva worldwide womanizer q mais curti. Ao menos do q apresentaram neste. Mais tradicional, só q sem descambar praquele molde flácido Doro Peste.
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Quer dizer, o selo parece estar apostando, literalmente, em bandas dos 4 cantos do mundo (falta alguma australiana ou neozelandesa). Em toda uma cena feminina, ou de bandas extremas com frontwomans, de um legado q a mim começou lá atrás em Nightwish, Lacuna Coil e Theatre Of Tragedy, mas q tvz tenha mais raiz no Arch Enemy “fase Angela”, de q falaremos mais por aqui no domingo.
E tem coisa pra caramba de outros selos ainda. YouTube do notebook me jogou há pouco um Spiritbox, q deixo pra sacar depois…
Pode ser q tenha um lado “modinha” nisso tudo, mas no geral acho do caralho q com 51 anos de heavy metal finalmente a mulherada esteja protagonizando bandas ñ necessariamente farofas, fofinhas e/ou fadinhas.
Sugestão de pauta do bonna.
Vivendo momento sem shows (live conta até a página 2), estamos naquela de esperar a volta dos mesmos, pendulando entre a vida “normal” q ñ voltará e o “novo normal” q tentarão nos vender.
TOP 10 ÚLTIMOS SHOWS (PRESENCIAIS) A Q ASSISTI:
(pode ser apenas cronológico, em ordens crescente ou decrescente, ou ranqueando os 10 últimos, como fiz)
MELHORES BANDAS/ARTISTAS Q CONHECI EM 2019:
Eskröta + Cemitério + Surra + Nervosa + Krisiun + Brujeria
10.11.19 – Carioca Club, São Paulo
“Metal nacional” é o caralho. A página virou.
Algo q venho percebendo e relatando este ano, baseado em shows de bandas brasileiras novas e antigas (Lacerated And Carbonized, Surra, The Mist, Funeratus, Krisiun), sobretudo nos Sescs aqui em São Paulo, está acontecendo: o metal brasuca ñ vive mais só de Sepultura.
Se é q já viveu disso. Ñ é um “antisepulturismo”, assim: qual o legado do Sepultura, fora o Claustrofobia, uma ou outra banda de embalo q tentou fundir batucada ao metal e toda uma leva de bandas de babacas psicóticos iludidos fazendo som em inglês “pra virar lá fora”?
Cadê Tuatha de Danann? Torture Squad segue arrastado. Cadê Thalion? Tribuzzy?
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Compartilho um insight com o amigo Leo, tb presente anteontem ali no Carioca pra ver um PUTA evento de metal brasileiro. 6 bandas tocando de verdade, ñ eram bandas (ruins/toscas) de abertura pra encher lingüiça pra uma atração principal. A banda gringa fechando, a mim nem precisava. Ñ fui pelo Brujeria, mas tudo bem.
O insight diz respeito a um legado do Ratos de Porão patente em 4 das bandas – Eskröta (por sinal, tocaram “AIDS, Pop, Repressão”), Surra, Cemitério e Nervosa: bandas cantando em português (Nervosa é híbrido) e com o público cantando todas as músicas de todas essas bandas. Mesmo as em inglês do Nervosa.
Bandas com PAUTA (de esquerda!) e assuntos relevantes (feminismo, crítica social aguda), gerando identificação. Pegando uma molecada ávida por se sentir representada – ñ é o mesmo q a babaquice patriotária do “banda q representa o Brasil lá fora” – e, fora do campo das letras, armadas com uma nova fusão à cena hardcore. Q existe e dá certo.
Nos seguintes aspectos:
Horário: evento num domingo à tarde, começando pontualmente às 16h (só o Brujeria atrasou), terminando às 23h. É ruim pra quem tá acostumado com rolê porco de sábado à noite, começando quase de madrugada e cheio de banda ruim pra dar tempo de acabar quando o trem/busão/metrô abrir de novo. Merchan: exceto Krisiun e Brujeria, q só vendiam camisetas, todas as outras bandas tinham banquinhas vendendo cds, camisetas, adesivos, lps e pôsteres. Além disso, banquinha com lanches veganos, pauta de toda uma molecada de agora, pra neguinho ñ ficar só enchendo a cara e vomitando lá dentro e na rua.
Postura: público estava ali desde a primeira banda; decerto havia os tr00, q resolveram entrar só no Krisiun e Brujeria, mas desde o Eskröta a pista do Carioca já era densa. Bandas valorizadas por um pessoal (monte de mulher) q se sente representad@ e dá o feedback.
Soma-se a isso as bandas terem material farto [Surra: 4 eps, 2 cds, 1 ao vivo, 4 splits e 3 singles; Cemitério: 2 cds; Nervosa: 3 cds e 1 single; Eskröta: 1 ep e 1 split] e mostrarem correr atrás (acho q só Cemitério ñ tem videoclipe) – o Eskröta fará o crowdfunding pra gravar um 2º disco – sem perder tempo naquela presunção patética e descabida daquelas tantas bandas de “metal nacional” do “estamos gravando um disco”.
Q nunca sai, e quando sai ninguém liga, e daí os caras culpam o público por chupar pau de gringo e ñ ver show de amigo. Metal de direita de merda de playboy de apartamento. Enfim. Às bandas:
O Eskröta mandou seu repertório em meia hora e me comoveu. Sério. Raça, pegada e nenhuma condescendência. Pé no chão total. Muita mulher ali pedindo sons (o hit parece ser “Mulheres”), cantando berrando junto, entrando nas rodas e dando moshes do palco. 3 gurias mandando muito bem (baixista e guitarrista parece q eram do Sinaya), tecnicamente falando, e tendo o q dizer. Dizendo-se gratas pelo público ali, pela oportunidade e por serem gente q até ñ muito tempo atrás só assistiam aos festivais.
(lembrei do Herbert Vianna no Rock In Rio 1985 ahah)
Toda uma mulherada q só assistia aos shows, e tvz fossem só as “minas de alguém” agora está tendo vez.
No fim, pediram pra mulherada toda subir ao palco cantar “Mulheres”. E ñ paravam de subir minas. E tinha mais mulher no palco q muito evento de banda tr00 em boteco fuleiro tem de público total. Me ganharam, a ponto de ter comprado o ep “Eticamente Questionável”. Foda.
O Cemitério veio depois com uma proposta direta: thrash de veia Tankard em português falando de vampiros, sextas-feiras 13, serial killers e filmes b. Nada tão inédito: o Zumbis do Espaço faz o mesmo há mais tempo. Mas de jeito trôpego, hardcore bêbado misfit. O q vi ali foi uma banda ensaiada, sem mané de timbre de “Show No Mercy” ou pegada torta pra parecer tr00.
Um vocal sem arroubos de agudos desnecessários, nem forçar gutural sem noção. Mantendo o timbre e soando claro. Letras bacanas, encaixadas, com refrões pra cantar junto. Um ou outro riff bem interessante do guitarrista: guardei o de “Holocausto Canibal”. A única crítica, baterística, minha, é a do baterista ñ oferecer variações. Só aquela bateria reta, com viradas meio óbvias, sem variações de andamentos. Tankard mesmo.
E tudo bem. Banda de pegada e sem ostentação de tosquice, mesmo eu vindo a saber a posteriori q esse mesmo vocalista – q gravou tudo sozinho nos discos?! – já tinha sido do Side Effectz e do Comando Nuclear, bandas toscas ruins q nunca consegui gostar. Bom saber q o sujeito evoluiu. Todos ganhamos com isso.
O Surra veio na seqüência e fez meu 4º show deles este ano (já tinha visto abrindo pro R.D.P. duas vezes + no Overload Beer Fest em fevereiro). E pra mim, o melhor dos quatro.
Banda afiada, voando. Tecnicamente falando, mas tb em termos de set list. Monte de música emendada umas nas outras, mas com tempo pra respirar e dar risada, tirar sarro. Baixista uma hora mandava: “vai lá, faz aquele sambinha”; outra hora: “vai lá, Leo, faz aquele blues”; vez ou outra o vocal (Leo) falava: “falta 5 minutos, dá pra tocar 17 músicas e meia ainda”.
Detalhe surreal: MONTE de gente cantando as letras todas. Assimétricas, prolixas e tudo. Baterista do Eskröta (produzidas pelo Leo) ficou o tempo todo atrás do palco cantando junto; mais pro fim mulherada empoderada foi subindo de novo no palco pra fazer backing e até cantar no lugar deles. De boa.
[Aliás, uma rotina -da mulherada subindo no palco pra dar mosh, fazer backing ou ficar dançando – q só ñ rolou muito no Cemitério e quase nada no Krisiun]
A banda faz jus ao nome. No final (últimas 12 músicas e um terço?) jogaram um pato inflável (mensagem esquerdista óbvia eheh) no público, q só ñ deve ter sido sodomizado: voou dum lado pra outro, serviu pra içar marmanjo na platéia, até ser devidamente murchado e recolhido por uma tvz produtora ali. Muito punk, muito louco e muito sério.
Detalhe nisso tudo: som impecável em todas as bandas. Cada vez mais sujas e agressivas, dando a brecha perfeita pro Nervosa entrar.
Do Nervosa, ouso dizer: elas estão, neste momento (ñ tem 1 mês do Rock in Rio), equivalentes ao q o Sepultura estava no fim dos 80’s pros 90’s, entre “Beneath the Remains” e “Arise”. A apelação mais fácil e sensacionalista seria dizer “são o novo Sepultura“.
Ñ são. Ñ serão. Ñ querem. O som é outro. Crossover de thrash (de veia Destrúcho/Sodom) com hardcore com grind. A baterista, Luana, é uma monstra, toca demais. A guitarrista, Prika, discordo ser fraca. E discordo mais ainda da necessidade duma segunda guitarra: estragaria. Chegou até a cometer uns solinhos, mas passa muito longe de ser uma “nova Syang” ahah
A vocalista ñ me agrada as caretas, mas tem postura, um carisma fodido e sabe falar com a galera. Foi dela, pra mim, a frase da noite: “pois é, tem muita banda de metal no Brasil boa pra caralho”. Sim. E estavam 4 delas ali.
O som ficou até mais alto. Mandaram muito. Nível altíssimo. E ao final, minha dúvida era a de se o Krisiun superaria.
Ñ superou. Motivo: Nervosa foi a banda da noite. Pela expectativa e pelo q entregaram. Ñ quer dizer q o Krisiun foi uma bosta. Estão em alto nível há tempos, a despeito duns babacas só quererem “Black Force Domain”.
Dos gaúchos, já se sabe q vão começar com “Hatred Inherit” ou “Kings Of Killing” (foi esta, nesta vez) e terminar com… “Black Force Domain”, anticlimática perante tanta porrada desferida. Tb é patente uma precariedade em comunicação: Alex manda lá uns clichezões (“mandar pra fuder nessa porra”) e tal, mas parece faltar articulação.
Falaram mal do Bolsonaro, mas ficam num papo – até coerente, vai – de “valorizar o metal nacional, a cultura nacional”, q soa meio deslocado. Ficou deslocado no evento. Mas tudo bem.
Até pq ninguém vai ver o Krisiun pra cantar junto (juro q ñ sei se o Alex canta as letras direito ahah) ou pra ouvir discurso. Eles representam seu público duma outra forma, com extremismo, sem concessões e botando pra fuder nessa porra ahah
Foi meu 3º show deles este ano, e o som pareceu abafado. Estava nítido, mas tb abafado. Vai ver, eu já estava ficando surdo. (Fui trampar ontem à tarde e vi q AINDA estava surdo). Ñ se questiona a técnica deles: Max põe todos os bateristas de qualquer evento no chinelo, é uma máquina quase desumana de precisão e ataque.
Foram chamados pra agregar valor, e cumpriram a missão (era a banda, disparada, com mais camisetas entre @s presentes), mas tvz devessem ter tocado antes do Nervosa. Q acho mesmo q deveria ter sido o(a) headliner, tvz trocando de lugar com o Brujeria.
Q achei legal. Legalzinho. Mas tb uma bosta.
O som estava meio ruim. Abafado + nítido igual o Krisiun. Ou tvz abafadas estivessem minhas trompas de Eustáquio.
Dois vocalistas e quase nada se ouvia deles; provavelmente por culpa do calendário insano. E do clima. Estão em turnê latino-americana, q teve Recife e Feira de Santana na sexta e no sábado.
Com a temperatura de vinte e poucos graus do domingo, quem é q agüenta?
Foi quase como ver um monte de banda foda e o evento terminar com o Massacration. Montes de piadas e tiradas se perderam, na ñ tradução e nos vocais abafados. Deveriam ter tocado antes do Krisiun e ficado o Nervosa pro fim. Mas é o q o Leo me falava: o apelo dos caras era grande.
O show foi insano em termos de rodas e público entregue. A mulherada sobe-palco continuava. Ñ desagradaram a quem quis curtir, só achei q faltou um pouco de nível.
Baixista foi nosso amigo Shane Embury e sua pegada bizarra (parece escovar o baixo – de luzinhas verdes acesas e braço estreito – o tempo todo) me chamou mais atenção. Baterista era o Nicholas Barker, tecnicamente irrepreensível. Guitarrista é um chileno q toca no Pentagram, q nunca ouvi falar, em de um ou de outro. E foram cometendo os hits, atrás de hits.
“Matando Güeros”, “La Migra”, “Anti-Castro”, “Colas de Rata”, “Hechando Chingazos”, “Brujerizmo”, “Revolución”, “Consejos Narcos” (com direito a uma guria da platéia ostentar plaquinha de “Si” e “No”), “La Ley de Plomo” e até “Raza Odiada (Pito Wilson)”.
Mas ñ só eu: estava todo mundo já cansado. Nem voltaram prum bis: fecharam com um semi-playback de “Macarena”, tornado “Marijuana”, e foi assim.
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Era 23h, fiquei rondando um pouco a rua antes de pegar o metrô, e daí voltei pra casa. Moído e zureta. Ñ acho q houve qualquer arrependimento de qualquer um dos presentes a esse Kool Metal Fest. Q venham os próximos assim, em mesmo horário, lugar e condições!
Ordem decrescente de preferência do dia, no fim: Nervosa > Eskröta > Surra > Krisiun > Cemitério > Brujeria.
PS – parabéns ao tal Thiago DJ, responsável pela discotecagem. Quase passava despercebida, fazendo a ambiência devida, tocando alguns “modernismos” (Helmet e Ministry), algumas bandas outras em português e sem tocar clichês de Maiden, Judas, Sepultura (aliás, ñ tocado), Metallica, Motörhead… sem tocar clichês no geral.