TOP 10 DISCOS Q SAÍRAM COM NOME-FANTASIA DE BANDA, POR FATORES Q ENVOLVERAM CONTRATO, PREGUIÇA OU FICÇÃO LEVEMENTE DESONESTA, Q NA VERDADE ESTAVAM MAIS PRA DISCOS SOLO DO LÍDER DA HORDA:
“The Final Cut”, Pink Floyd?
“The Eternal Idol”, Black Sabbath?
“A”, Jethro Tull [admitido]
“Restless Heart”, Whitesnake [idem]
“The System Has Failed”, Megadeth [admitido, negado, desementido…]
todo e qualquer disco do Annihilator, incluídos os ao vivo, pós-“Set the World On Fire”
“Chinese Democracy”, Guns N’Roses?
“Seventh Star”, Black Sabbath featuring Tony Iommi [né?]
“Peeping Tom”, Peeping Tom
todo e qualquer disco de banda formada, separadamente, por Noel e Liam Gallagher após o Oasis
OBS: “Resurrection”, do Halford (e tb os outros da ‘banda solo’) ñ consegui incluir nem nesta, nem na lista da semana passada (discos solo com cara da banda matriz). Pra mim fica num limbo. Opiniões?
Um assunto que talvez já tenha sido brevemente pincelado por aqui: machismo e misoginia nas letras de rock, hard e metal em geral.
Minha reflexão que culminou na idéia de abordar o tema começou com um cd do Raul Seixas que comprei semana passada, “Abre-te Sésamo” (1980), e mais especificamente, a canção “Rock das ‘Aranha'”. Minha namorada, bem mais jovem do que eu, estava aqui em casa e coloquei o cd pra tocar; quando chegou na referida canção, ela se virou pra mim com olhar grave e mandou:
“é sério, isso?”
Todo homem já recebeu esse olhar congelante de uma namorada, parceira, esposa e sabe o que vem em seguida: tentativas patéticas de explicar o quase inexplicável, atropelando palavras e conceitos.
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O fato é que, se eu ouvia e cantava essa música do Raul a plenos pulmões e com um sorriso na cara aos 19, hoje aos 50 fico com vergonha alheia por ele, e ainda mais das pessoas à minha volta. O mundo mudou? Eu mudei? Estou velho, careta, me transformei em um dos coroas de quem, quando jovem, adorava tripudiar e criticar?
Complementando, ontem inventei de ouvir o álbum de estréia dos Raimundos, que não escutava há uns bons 10 anos. O sentimento foi parecido ao “episódio Raul“, ainda que estivesse sozinho em casa com meus gatos. Novamente: mudou, mudei?
Me lembrei então de um artigo de revista gringa com Robert Plant, à época do lançamento da versão remasterizada tripla do ao vivo “The Song Remains the Same”, onde Plant descreve ter pedido ao produtor que retirasse certos trechos de diálogos seus com a platéia, e até mesmo partes das canções onde o teor de suas palavras tinha cunho misógino, por hoje se sentir envergonhado por tê-los dito. O produtor então explicou que seria um erro fazê-lo, pois o público do Zeppelin está bem familiarizado com eles e espera ouvi-los ao adquirir o material. Apagá-los agora seria trapaça e geraria mais controvérsia do que o contrário.
E assim ficou.
E o que não dizer de algumas (muitas?) letras de artistas com Bon Jovi, Whitesnake (as letras de Coverdale costumam ser embaraçosas), Rolling Stones, os óbvios Mötley Crüe e Poison, e tantos outros que não chegaram a atingir o mainstream?
O raciocínio que estou querendo gerar é: está tudo realmente mudando ou continua o mesmo, e nós é que adquirimos um ponto de vista diferente? Ou nada disso?
Letrinhas miúdas é pouco; mais pra ler no microscópio a frase em fonte mínima puxada do asterisco de “Adrian Vandenberg – guitar” no encarte do meu “Slip Of the Tongue” (1989):
“Unfortunately, due to injury, Adrian was unable to perform on this recorded work. Our thanks to Steve [Vai, creditado tb] for fullfilling all guitar responsibilities“.
Me deram de presente uma assinatura do tal Spotify. “Tem tudo com somente 2 cliques!” – me disseram, entusiasmados. Aceitei, testei, realmente é uma mão na roda (se você não se importa em ouvir música via celular) e me acompanhou numa recente viagem à Bahia. Me fez refletir também em como as coisas mudaram desde que comecei a ouvir música a sério, como fã de “rock pauleira”.
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Havia muito pouco disponível em 1985. Desse pouco, menos ainda chegava na minha pequena cidade. E desse pouquinho, tínhamos acesso a menos ainda. LPs eram caros, conhecia raríssimos fãs desse tipo de música e qualquer coisa que chegava aos meus ouvidos era ouro. Mesmo se fosse porcaria.
Ficava namorando as capas de discos na loja, deslumbrado com a arte. Ozzy, Dio, Maiden, Whitesnake, AC/DC, Kiss. Era fascinante, era perigoso, era… quase proibido. Não era bem visto pela sociedade majoritariamente católica conservadora da época. Nossas mães odiavam, o que aumentava ainda mais a vontade de ter e ouvir. Mas eu nem toca-discos tinha, somente um 2×1 portátil onde ouvia as duas rádios FMs locais e gravava fitas toscas sempre que rolava alguma música legal na programação. Invariavelmente, perdia o começo de todas. E foi nele que passei muito tempo ouvindo as fitas que gravava de amigos. De LPs ou outras fitas, que eram reproduzidas dezenas de vezes, e mal se ouvia o que estava tocando.
“Esse é o Dio“, “Sério? Tem certeza que não é o Ozzy?”
Alguém tinha alguma fita com “Piece Of Mind”, outro ganhou o LP “Powerage” de aniversário – “pode me emprestar pra eu gravar na casa do tio de um amigo?”. Já outro tinha “um rockão, cara, você vai pirar!”. Era Ted Nugent. Gravava tudo que colocava as mãos. Se alguém dizia que tinha um amigo no bairro tal que comprou o “Kiss da capa azul”, você perguntava o nome e que ônibus pegar até lá. Saía de casa num sábado antes do almoço, pegava 2 ônibus pro tal bairro, subia um morro, passava a caixa d’água municipal e ia perguntando: “você conhece um tal Vitor que mora por aqui?”… até achar o cara.
Batia a porta, se apresentava e explicava. “Sim, tenho um disco do Kiss, mas não empresto nem gravo porque meu cabeçote tá fudido”. Voltava pra casa de mãos vazias. Quantas vezes passei por algo parecido…
***
E havia o tal Metallica, de quem ouvíamos falar o tempo todo, mas ninguém tinha ouvido, muito menos tinha algo físico. Todo novo amigo metaleiro que fazia já perguntava: “já ouviu Metallica?”. A resposta era sempre negativa. Tinha gente que pensava que era banda brasileira, por causa do nome com grafia e fonética meio latina. Demorou um tempão até conseguir ouvir algo deles. Um amigo de um amigo de um amigo veio dos States e trouxe uma coletânea caseira em fita, sem capinha, sem nomes de bandas ou músicas. “Ele falou que tem duas músicas do Metallica aqui!”. Ouvimos com atenção e aparentemente as identificamos, pela descrição que líamos na revista Metal.
“Porra, som massa! Metallica é foda!”
Aconteceu que as duas músicas que ouvimos por meses achando que era Metallica, na verdade era English Dogs. “Fight Fire With Fire” e “Ride the Lightning” passaram batidas aos nossos inexperientes ouvidos metálicos.
O começo foi assim, depois foi aos poucos mudando. Mais discos foram lançados no mercado brasileiro, mais fãs foram aparecendo, o metal ficou popular por aqui. Era difícil mas era legal. Bons tempos aqueles, em que eu tinha 8 ou 10 álbuns gravados em fitas cassete e ouvia a mesma coisa, over and over, até literalmente gastar (ou arrebentar) as fitas.
“Minha fita do ‘Metal Heart’ já era, me empresta a sua pra eu gravar de novo?”
Foi um longo caminho até os modernos “2 cliques”, mas fico feliz de ter testemunhado tudo de perto.
Foi lá no grupo de Acumuladores Colecionadores no Facebook q surgiu isto. Um colega ali estranhando a capa de seu “Slide It In” (Whitesnake) em LP conter uma foto miniatura da mesma. Q pesquisou por aí e ñ achou registro desse tipo de tiragem etc.
Tão logo me ocorreu a lembrança e a sensação idiota de “porra, como nunca falei disso no TCH?”, dei sequência ali no papo. Era de álbum de figurinha roqueiro dos 80’s. Ou Stamp Color ou Rock Stamp. Dúvida solucionada.
E o barato foi ver monte de gente, inclusive o dono do disco, completamente sem registro disso ter ocorrido. E é uma das minhas lembranças mais surreais: haver existido álbum de figurinhas de rock, hard, heavy metal. Quando eu estive na 2ª ou 3ª série.
Eu NADA conhecia sobre as bandas, ñ tenho nenhum desses álbuns hoje em dia, e ñ os colecionei até o fim. Mas tive até ñ muito tempo atrás figurinhas (cromos) de Ozzy (a grandona ali abaixo) e Lars Ulrich (fotos do encarte do “Master Of Puppets”) colados em móveis e/ou pastas velhas. Lembro de figurinhas de Jeff Beck, Iron Maiden, Twisted Sister e outros. Envolvia integrantes e capas de discos.
Revendo via Google… Putz, tinha figurinhas de capas de discos nacionais!
Alguém mais por aqui teve acesso a isso?
Já busquei em sebos e nada encontrei. Ñ sei usar ML, mas já vi à venda por aqueles “lados”. Morro de vontade de adquirir algum, mesmo q ñ 100% completo.
Alguém aqui tem algum desses pra me vender ou me compraria pra eu reembolsar?
Anos 80 e poseiragem. Monte de gente se bandeou pro laquê e pro visú L.A. nos 80’s. Q eu lembre, só o Whitesnake prosperou nisso, e olhe lá.
E sabem o Stray Cats? Tb tentou uma fase poser. Horrenda. De quando tentaram, o baixista Lee Rocker e o baterista Slim Jim Phantom, seguir sem Brian Setzer. E menos mal q sem macular o nome Stray Cats.
Eu mesmo só soube dessa vergonha alheia vendo o vídeo uma vez no canal Vh1. “Men Without Shame”, sério mesmo. Divirtam-se.
Phantom, Rocker & Slick: quem por aqui poderia ter ido dormir sem essa, q levante a mão!