30 ANOS DEPOIS…
… o q “ficaram”?
… o q “ficaram”?
por märZ
O Viper ocupou durante um tempo o posto de segunda banda de metal mais bem sucedida do Brasil, em um cenário onde o que não faltavam eram candidatos. E isso se manteve após a saída de André Matos, com o bom “Evolution”, de 1992.
Com André, se foram as tendências neo-clássicas da banda e Pit Pasarel passa a ser o principal compositor, imprimindo uma pegada mais crua, mas ainda com ótimos ganchos e refrãos. Com a incapacidade de reproduzir as partes vocais de seu cantor original, a banda basicamente muda de estilo, concentra-se no novo material e vira outra coisa. Que funciona muito bem dessa maneira. Excursionam pelo mundo todo, fazem o protocolar “sucesso no Japão” e firmam seu espaço.
E aí vem a hora do segundo álbum dessa “nova banda”. Nesse ponto, confesso que parei, nem lembro o motivo. Mas o fato é que nunca cheguei a comprar ou ouvir “Coma Rage”, só o fazendo por conta do lançamento remasterizado recente. Terminei a audição há pouco e já abri o laptop pra escrever isto, antes que o impacto desapareça.
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Não tenho como saber o que passava na cabeça desses então jovens na casa de seus vinte e poucos anos, mas julgando somente pelo que gravaram, acho que se cansaram de uma vez por todas daquele estilo de metal com que eram rotulados, o famigerado power metal/metal melódico.
Era 1994, Sepultura e Pantera estavam estourados. O grunge era ainda muito popular por aqui. Danzig, Prong, Ministry, Paradise Lost, Helmet, Fight, também. Continuassem na linha do “Evolution”, teriam seu espaço garantido. Mas não foi o que optaram fazer.
Se a produção do álbum anterior tinha ficado a cargo de Charlie Bauerfeind, famoso por ter a mão boa com bandas com DNA ‘helloweenístico’, o produtor escolhido para o novo álbum deixava claro a direção escolhida: Bill Metoyer, o homem por trás da mesa de som de quase todo mundo na Metal Blade Records. Alguns de seus clientes mais famosos: Slayer, Sadus, Morbid Angel, C.O.C., Dark Angel, Sacred Reich, Flotsam & Jetsam, Trouble e muitos mais (a lista com produções suas no Wikipedia é assustadora).
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“Coma Rage” é rápido, pesado, agressivo às vezes, e pouco ou nada tem que lembre remotamente o Viper original. É, realmente, outra banda. Mas uma banda que, se havia achado um espaço confortável e funcional em “Evolution”, nesse atolou na lama. A produção de Metoyer deixou tudo grosso, pastoso, direto e sem muito espaço pra melodias e ganchos, algo que Pit sabia compor tão bem.
E o curioso nessa edição em CD é a presença das demos que haviam gravado e autoproduzido, a fim de apresentar a idéia ao produtor gringo: são basicamente idênticas ao produto final.
Ou seja, a mudança foi consciente e não fruto da concepção de Bill Metoyer. Fica a impressão que tentaram ser o que não era nem nunca conseguiriam ser. Não agradou e foram perdendo popularidade aqui e lá fora. Ao ponto de, em um ato de aparente desespero, mudarem ainda mais no álbum seguinte, causando o harakiri definitivo da banda.
“Coma Rage” não é ruim, mas empalidece frente ao catálogo anterior do Viper. Vale a aquisição para engordar a coleção e discografia da banda, mas não tenho muita pretensão de ouvir mais do que uma vez a cada 18 meses ou algo assim.
Origem de nome de banda às vezes ñ é tão óbvia como imaginamos. Como no caso do Sadus, de referência literária:
(tradução meia bomba minha)
“O nome da banda foi tirado de ‘Duna’, livro/ficção, onde Sadus era a palavra dos Fremen [um povo ali da trama] para ‘juízes’. Ou juízes sagrados, equivalente a ‘santos’. Foi sugerido em 1985 por Ricky Lee Rogers, amigo dos caras, pq ele curtiu como a palavra soava e poderia com ela fazer um baita logo“.
Referência: página do Sadus no Metal Archieves
https://www.metal-archives.com/bands/Sadus/1012
… o q ficou?
Quem já me conhece um tanto, poderá objetar q fui ao show pq ganhei ingresso em promoção. Nem. Paguei 90 paus pra ver o Testament. Bem, ñ pra ver o Testament: pra ver Gene Hoglan.
Em equívoco de culpa parcial minha – afinal, juntei o 2 + 2 de saber q o próprio gravou o novo trampo da banda (a sair), e supus (erradamente, pelo jeito) q o gordo manco/monstro comandaria a bateria, corvertida em tanque panzer de guerra. E, noutro tanto de culpa, do evento, q fora botar foto com Paul Bostaph na divulgação, ñ bem disse q Hoglan viria ou ñ viria.
Bem, merdas acontecem.
E é bem possível q mais gente tenha se iludido nesse quesito. Embora a ilusão, comigo, ñ seria a do sujeito fazer milagres: afinal, algumas das músicas velhas, de baterística pau mole, pouco conseguiriam ser mudadas. Mas tudo bem.
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Cheguei ao show no melhor dos cenários: ñ vi banda de abertura (Chaosfear) e, em 5 minutos instalado no lugar estrumbado, começou o Testament. Fui vendo ñ se tratar do gordão logo de cara, vendo um loiro levando as músicas até de acordo, mas 1) puxando quase tudo um tiquinho mais lento (e ñ sei se por causa do Chuck Billy. Acho mesmo q ñ); 2) por me parecer q ñ fez qualquer aquecimento antes de entrar – FALTAVA BRAÇO pro cara levar as conduções – até o último som – q ñ são nenhum Slayer, diga-se de passagem.
Na 1ª oportunidade de apresentá-lo, ficamos todos sabendo q o batera quebra-galho da vez (procurar “quebra-galho” na Wikipédia, provavelmente vai aparecer a descrição: “baterista no Testament dos 90’s até hj”) era Jon Allen, do Sadus. Pff!…
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=8xV-jcpzLY4[/youtube]
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=u6G6f1tL9Xk&feature=related[/youtube]
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Ah, tava lá o Alex Skolnick. Fantasiado de William Bonner e com o cabelo do Bozo. Toca pra caralho, sim. Mas definitivamente ñ me faz a cabeça: acho mesmo q ele ter ficado no Savatage ou montar alguma banda hard poser, ficaria mais a contento com seu estilo shredder. Minha supresa guitarrística foi sacar q o Japa Peterson tb toca bem e sola legal, sem exageros. Donde eu estava, dava pra ouvir melhor a guitarra dele.
O repertório foi na medida pros veteranos e veteranas ali presentes – ao contrário do Nuclear Assault, quase ñ vi aquela molecada thrasher estereotipada – e poderia se dizer um show duma suposta First Strike Still Deadly tour: 7 sons daquele repertório (praticamente metade do set) foram ali perpetrados. Houve acréscimos homeopáticos da leva pesada recente: 2 sons (incluída a intro playbecada) do “The Formation Of Damnation” e outros 2 do “The Gathering”, infelizmente muito pouco. Q merda ñ ter rolado NADA do “Low”…
E sou um ouvinte flutuante da banda, q nunca esteve no meu top 5 thrash, por isso ñ registrei até ver set list na internet terem cometido “The New Order” logo no início, ou “Burnt Offerings” emendada na supreendente (pra mim. Por ser som q sempre achei horroroso – balada – e pelo clipe tosco) “The Legacy”.
Por outro lado, consegui perceber, sim, e apreciar “Souls Of Black” (melhor com 2 bumbos), “Into the Pit”, “The Preacher” (q acho maioumenos), “Alone In the Dark” (essa gruda!) e a soberba “3 Days In Darkness”, ñ recebida tampouco executada com o culhão devido. “Electric Crown”, vinda do álbum péssimo donde vem, tb me foi grata supresa.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=2_-iWqQSz8A&feature=related[/youtube]
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=l_fe4p30ass&feature=related[/youtube]
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Pra falar em som e em produção, ñ consegui dissociar comparação com o Nuclear Assault: onde John Connelly e companhia foram fuleiros e amadores – afinal, trata-se de ex-banda q volta e meia faz show – o show do Testament foi impecável nas luzes e em panos de fundo e de amplis (coisa modesta, mas bem mais legal q um panão de fundo véio pendurado) e num som claramente melhor. Resenhas e orkut q andei lendo reclamam de ñ se ter ouvido a guitarra do Japa, ou a do “Vampira” Skolnick, mas parece coisa de quem ficou muito prum lado ou pro outro. O fato é estava tudo audível e ALTO.
Pra botar um tiquinho final de defeito: “Practice What You Preach” ficou arrastada, assim como a “Disciples Of the Watch” derradeira, q o baterista ajudou a descaracterizar – versão definitiva dela está no “Return to the Apocalyptic City”: se ñ dá pra fazer igual, melhor q sonegassem!
E a observação, a mim definitiva: Chuck Billy é, com folgas, o melhor vocalista thrash da atualidade. Ñ notei efeitos amenizadores, tampouco falta de fôlego no Índio, q ainda acumula função de air guitar hero no pedestal a la Steve Ta-larico (Aerosmtv). Prometeu tb voltarem ano q vem, com o disco novo lançado – e será q com o gordão??
Moral da história: ñ teve Gene Hoglan, mas até q foi bão. O 2º melhor show do ano pra mim.
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Set list: 1. (intro) “For the Glory Of…” 2. “More Than Meets the Eye” 3. “The New Order” 4. “The Preacher” 5. “Practice What You Preach” 6. “Over the Wall” 7. “Electric Crown” 8. “Into the Pit” 9. “Souls Of Black” 10. “The Legacy” 11. “Burnt Offerings” 12. “D.N.R. (Do Not Resuscitate)” 13. “3 Days In Darkness” – bis: 14. “Alone In the Dark” 15. “Disciples Of the Watch”
Finalmente a pauta. Vamos às discussões:
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MELHORES ÁLBUNS:
1. “The Devil You Know”, Heaven & Hell
2. “World Painted Blood”, Slayer
3. “Those Whom the Gods Detest”, Nile
4. “Black Gives Way to Blue”, Alice In Chains
5. “Endgame”, Megadeth
6. “Entre o México e o Inferno”, Cracker Blues
7. “The Miskolc Experience”, Therion
8. “Them Crooked Vultures”, Them Crooked Vultures
9. “Design Your Universe”, Epica
dentre os 9 de 2009 q adquiri até então. A maioria muito recentemente, a ponto de ñ tê-los ouvido bem ainda.
Ganhei tb o “End Ever”, do Astafix, numa promoção, q achei até legalzinho, mas q depois q descobri ser banda de ex-CPMerda 22, encostei na estante e vai levar anos pra eu revisitar…
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MELHORES SONS:
O q me pegou realmente pelo fígado foi “Lesson Learned”, do Alice In Chains. Fora esse, alguns pinçados dentre os álbuns:
“Fear”, “Bible Black” (pela letra) e “Eating the Cannibals” (Heaven & Hell);
“Psychopathy Red”, “Unit 731” e “Playing With Dolls” (q letra psicopata!) (Slayer);
“Utterances Of the Crawling Dead”, “4th Arra Of Dagon” e “Kafir” (Nile);
“1320′”, “How the Story Ends” e “The Right to Go Mustaine (digo, Insane)” (Megadeth), além de “Velha Tatuagem” e “Whisky Cabrón” (Cracker Blues). Alguns sujeitos a alterações ao longo deste 2010.
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MELHORES ÁLBUNS ADQUIRIDOS EM 2009, MAS LANÇADOS NOUTRAS SAFRAS:
1. “Take Cover” (07), Queensrÿche
2. “White Chalk” (07), PJ Harvey
3. cd de mp3 com os 5 álbuns do Jane’s Addiction
4. “The Young Gods” (87), Young Gods
5. “Roots to Branches” (95), Jethro Tull – simbolizando os 18 álbuns q adquiri da banda + o 1 álbum solo do Ian Anderson
6. “Six Degrees Of Inner Turbulence” (02), Dream Theater
7. “Houses Of the Molé” (06), Ministry
8. “Killing Season” (08), Death Angel
9. “Bone Machine” (92), Tom Waits
10. “Monotheist” (06), Celtic Frost
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MELHORES SHOWS:
nacional: Chaos Synopsis abrindo pro Sinister
gringo: Faith No More (no Maquinária) empatado com Agua De Annique (até pq em ambos rolou FNM eheh). Menção honrosa ao Jane’s Addiction
PIORES SHOWS:
nacional: Xoxxótica (ñ tanto pelo som, pelo baixista, vide “Oportunidade Pra Ficar Quieto”, de dezembro último)
gringo: Deftontos (deu sono!). Menção honrosa ao Children Of Boredom
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IDÉIA MAIS FRACA DO ANO: a capa besta do “World Painted Blood”. Será q os caras na gravadora acham q neguinho comprará vários álbuns pra montar o mapa-múndi??
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PREVISÕES DE SHOWS: virão pra cá Obituary, Sadus, Hammerfrouxo, Deep Purple, Focus, Jeff Scott Scrotto (esse eu acerto!), Saxon, Tony Martin, Eric Martin (a família Martin em peso), Destrúcho, algum ex-Guns N’Roses q ñ o Slash, Glenn Rugas, G3, Symphony X, entre outros. Ao menos 3 dentre esses todos eu acerto.
Como acertei Obituary, Jeff Scott Scrotto e Primal Fear este ano passado.
Chances de rolar um Lollapalooza brasileiro, já q Perry Farrell esteve aqui em 2009, e ñ foi apenas pra tocar… Wacken Brazil? Esquece, já virou lenda urbana!
No mais, Glenn Rugas lançará novo trampo este ano.
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E q mais?
É coisa rara de ser utilizada, mas acho q até foi o caso.
Refiro-me ao cancelamento, q na verdade é um adiamento (até q se prove o contrário), do show do Exodus, q ocorreria por aqui sábado agora. Pra março de 2009.
Se bem q ñ é Exodus se ñ marcarem show com algum adiamento no meio do caminho ahahahah
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Falem o q quiserem, traduzam o q quiserem da nota oficial no site idem, q nada me tira da cabeça q o motivo lógico e logístico é a baixa venda de ingressos. Provavelmente foram 5: o do Wagner, o do Inácio, o do Silvio, o do Cabelo (vulgo Adonis Holt) e o do Marcão Bissexto ahah
Aliado a certo BOM SENSO de certamente promotor(es) da bagaça sacarem q a oferta de shows recentes, extremos ou ñ – Destrucho, Dismember, Mayhem, Carcass, Judas Priest, Sinister, Enthroned, Sadus e Sodom (ocorridos), fora Grave, Asesino + Divine Heresy proximamente e The Haunted (pra acontecer domingo) – deixou o(a) headbanger mais obstinado(a) e resiliente sem dinheiro sequer pra comprar sabão em pedra pra lavar o jacko…
Problemas haverão em março próximo, pois Morbid Angel está sendo anunciado, fora Wacken Brasileiro, Iron Maiden, AC/DC (este, suposição minha) e Motörhead, todos no 1º semestre.