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15 Comments

  1. FC
    19 de outubro de 2021 @ 15:00

    Excelente resenha, märZ. Parabéns. Acrescento ainda umas aspas do Felipe Machado (acho que no documentário sobre a banda), dizendo que a mudança para uma vertente pesada foi proposital, mas que o resultado foi mais extremo do que eles desejavam.

    Deixaram para mixar nos EUA, mas ninguém viajou pra lá pra acompanhar. Quando ouviram o disco pronto, tomaram um susto, porque a mixagem colocou as guitarras lá em cima, soando como as bandas que o produtor havia trabalhado.

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  2. Marco Txuca
    19 de outubro de 2021 @ 17:57

    O post é ótimo e me ocorreram vários níveis de discussão. Não sem antes recomendar, mandatoriamente, q o povo aqui assista (ou reassista) a live com Felipe Machado feita pelo Jessiê… Machado.

    Q não são parentes ahahahahahah

    https://youtu.be/a9T8_0fiCdQ

    Queria pegar um pouco da contextualização trazida pelo marZ – e espero q ele não tome como implicância pessoal contra ele – pois nunca ter curtido Viper acho q sempre me deu uma visão “isenta” (não é o mesmo q “isentão” ahah) sobre a banda e todas as escolhas erradas q sempre fizeram.

    ****

    O Viper sempre foi uma “banda de amigos”. E continuam amigos. Molecada classe média alta, moradores de Higienópolis, q resolveram tocar metal e nunca se preocuparam em evoluir tecnicamente ou se profissionalizar.

    Ao mesmo tempo, as lembranças sobre os caras, sobretudo no início, ficam muito contaminadas pela tradição oral, por algum ufanismo condescendente e pela memória afetiva. Pois:

    Os caras nunca fizeram turnê pelo mundo. Foi Alemanha em 3 cidades (Hamburgo, Hannover e Reutiling), Hungria (Budapeste) e o tal show em Tóquio. Nunca mais nesses locais ou em outros países, o q o livro de memórias de Yves (“Temporada na Estrada – Histórias de uma Banda de Rock”) exagera quando diz q o Viper tocou”nos 4 cantos do mundo”. Parece q não.

    E em termos de Brasil, os maiores shows foram abrir pro Metallica em 1992 e o Monsters 94 . Todos esses shows já SEM André Matos.

    (Impressão q tenho, nunca consegui confirmar, é q os gringos os contataram esperando um Viper “Theatre Of Fate” e certamente se frustraram, pq nunca mais viajaram fora)

    (Sequer pra mixar “Coma Rage”)

    Outro dado consagrado e q parece necessário revisar é q foram eles a primeira banda de metal brasileira a tocar na Europa, um pouco antes até do Sepultura. Mas esse é um dado de memória, teria q pesquisar as datas, os números.

    ***

    Na live com Jessiê, Felipe tb admite q não eram parte de qualquer cena: mal interagiam com as bandas daqui de SP, pq viviam no bairro e no mundinho deles. O máximo q rolou de interação com a “cena”: foi Felipe ter namorado a guitarrista do Volkana, Karla.

    Nesse sentido, o profissionalismo parece q vinha de fora pra dentro – com a Rock Brigade os “pegando no colo” – do q da banda, de verdade.

    Ou então, na minha opinião, teriam se aprimorado instrumentalmente entre “Theatre” e “Evolution”, q foi tudo menos evolução. Tirando uma ou outra harmonia de guitarra presente, o Viper ali já estava regredindo.

    Reparem nisso: o pulo pra trás q foi o “Evolution” já. Quando, se fossem ambiciosos ou profissionais, teriam evoluído tecnicamente e chamado um baterista de verdade. Ricardo Graccia tb era muito fraco, pessoal.

    Continuo em próximos apartes.

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  3. märZ
    19 de outubro de 2021 @ 18:41

    “Outro dado consagrado e q parece necessário revisar é q foram eles a primeira banda de metal brasileira a tocar na Europa” – acho que estás equivocado.

    “Theatre” saiu no fim de 1989, e o Sepultura já havia feito a excursão com o Sodom no verão europeu desse mesmo ano (jun – ago), divulgando “Beneath”, que foi lançado em abril.

    Não consigo imaginar o Viper fazendo show na Europa divulgando “Soldiers”.

    Quanto a terem na época tocado em 4, 8 ou 18 paises, não muda o fato de que erem os únicos além do Sepultura a fazê-lo, daí serem reconhecidos como a 2a banda mais popular de metal do Brasil. Estavam direto na Brigade e até na Bizz, que publicou um tour report deles na Asia ou Europa, não me lembro bem. Ah, e na MTV também (“Everybody Everybody” foi um hit do estilo).

    Nenhuma outra banda brasileira havia atingido esse nível. Não eram como o Sepultura, mas estavam milhas à frente de Overdose, Korzus, Taurus, Dorsal, etc. Talvez pra você que é de SP seja de um jeito, mas pra quem é de outros estados, a popularidade deles era inconteste.

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  4. André
    19 de outubro de 2021 @ 18:55

    Vou na do Marco.

    “O Viper sempre foi uma “banda de amigos”. E continuam amigos. Molecada classe média alta, moradores de Higienópolis, q resolveram tocar metal e nunca se preocuparam em evoluir tecnicamente ou se profissionalizar.”

    O Viper é o tipo de banda que ficou na memória de quem viveu a época. Com exceção do Theater Of Fate, não tem a longevidade de um Angra, por exemplo.

    Reply

  5. märZ
    19 de outubro de 2021 @ 19:11

    Agora que entendi que Marco não afirmou que foram eles os primeiros a excursionar na Europa, e sim o contrário. Meu comentário fica então como confirmação. E esse papo eu nunca tinha ouvido, alguém realmente defende isso?

    André, hoje com certeza o Angra ocupa o número 2. Meu texto se refere a 1994.

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  6. Marco Txuca
    19 de outubro de 2021 @ 19:29

    Postei mais com o fígado e com a memória birrenta q com números: de acordo com o livro do Yves (vulgo Osvaldo), o primeiro show internacional do Viper foi em 1992, em Hamburgo.

    “Turnê” no Japão foi em 1993. Livro tem monte de fotos na Áustria, mas estiveram de passagem enquanto faziam o rolê Alemanha-Hungria. Outro show internacional aqui descrito teria sido em Buenos Aires (aliás, cidade natal de Pit). Tocar nos EUA, nunca tocaram. Só gravaram lá.

    Quis apontar o monte de folclore q ainda gruda na banda. E eram grandes, sim. Aqui em SP uma época se falava mais deles q do Sepultura. André Matos “melhor vocalista do país”, essas coisas.

    E o show de lançamento do “Theatre”, lá estive. Um local não mais existente chamado Projeto SP. Foi em 1989, com abertura do Golpe de Estado lançando “Nem Polícia Nem Bandido”.

    A diferença entre as bandas nos quesitos técnica e carisma era abissal… A favor do Golpe, de quem virei fã incondicional desde então.

    E lembro do André Matos ter deixado o teclado cair no palco eheh

    Reformulo o pioneirismo de outra forma, excetuando Os Mutantes – outros tempos, gravadora de matriz holandesa – a primeira banda de rock brasileira a excursioniar na Europa foi o Cólera. Em 1986.

    Sepultura excursionou tb. Viper fez meia dúzia de show. Turnê é outra coisa. Mas o profissionalismo estava à frente e muito distante deles.

    Nesse

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  7. Jessiê
    19 de outubro de 2021 @ 22:35

    Vamos lá:

    Primeiro agradeço a recomendação da live feito pelo Txuca e confirmo a importância de vê-la onde abordamos muito desde os primórdios da banda a ruptura os shows internacionais…

    Minhas impressões: O Dorsal foi a primeira grande banda do Brasil, mas se perdeu por problemas diversos. Veio o Sepultura e atropelou todo mundo. Mas concordo 100% com o marZ sobre o Viper ser a segunda maior banda entre 89 e +- 92. Ou seja entre o Theatre e o Angels Cry.

    Foi natural a maior parte da galera seguir o André Matos no Angra já que ele tinha muito talento e carisma, um gigantesco fã clube feminino (era bonito bagarai nessa época) e todo um suporte por trás pela Rock Brigade.

    Já o Viper lançou o razoável (comparado com o anterior) Coma Rage mas a verdade é que Pit era um ótimo compositor (música gravado pelo Capital inclusive) mas não manjava de inglês e ao vivo era terrível. Fora a falta de um baterista à altura. Não vingou e depois piorou, quando melhorou com o novo vocalista o mundo já era diferente e não dava mais.

    Minha impressão específica sobre o Felipe é que o cara é totalmente desencanado do Viper, é escritor, colunista e agora faz uns sons (até interessantes) autorais meio British rock/eletrônico. E acho que os caras não se importaram em ser uma banda de heavy metal. Felipe seguiu o caminho dele, Yves se ajeitou no Capital e Pit ao que parece se afundou.

    Minha impressão é que no Monster’94 os caras largaram mão de tudo (estavam brigados com o André e nem se falaram).

    Particularmente gosto muito dos 2 primeiros (O Theatre figura fácil entre os 10 melhores do Brasil no metal), o Evolution é bom e o All My life é interessante.

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  8. Jessiê
    19 de outubro de 2021 @ 22:36

    E parabéns pelo texto que ficou ótino.

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  9. Leo
    19 de outubro de 2021 @ 22:44

    Belo post mesmo, märZ.

    Eu curti muito o Viper do Theatre/Soldiers (já lançado na compilação) na minha época de passagem do heavy ao melódico, no final dos anos 1990.

    Acho que, hoje, me dá uma certa preguiça não só pq eu ouço menos melódico, mas, fundamentalmente, pq virou banda de “tr00” do “metal nacional”, dessa galera que sente saudade de intimidar neófito na Galeria e que se acham “guardiões” (Alô Mengele SSenior!) da história, os famosos oráculos de fofocas do meio, de causos de bebedeira, e de outras coisas que o Google já resolve… Aí reside a questão da “tradição oral” que o Marcão mencionou.

    Fico pensando quanto a nostalgia de muita gente do Viper não serve só pra justificar a famosa “saudade do que a gente não viveu”. Me parece que André sempre foi muito maior que o próprio Viper e, pra minha geração, pelo menos, rola até uma inversão do sentido da história: foi muito mais a entrada dele no Angra que impulsionou o Viper que o contrário.

    Mas, voltando ao que viemos, nunca tinha ouvido esse Coma Rage.
    Fosse qualquer banda, acharia mais ou menos, mas, sendo a banda que fez os discos que gostei tanto em algum momento, acho pior. Rs

    Reply

  10. Marco Txuca
    20 de outubro de 2021 @ 01:11

    Jessiê e Leo comentaram algo q me deu um insight muito óbvio q eu não tinha sacado ainda: o Angra é o q o Viper deveria ter feito após “Theatre”. Nunca fariam, não tinham condições pra tanto.

    Daí uma decepção e tb uma galera q encosta acriticamente em Angra e dissidências/matrizes: há um público pra metal melódico absurdo no Brasil (não a toa, uma época Helloween e stratovarius lotavam show aqui) q não é contemplado. Não aparecem bandas dignas nesse segmento e a galera fica vivendo de Angra, Kiko Loureiro e Aquiles. Porcas e parcas referências.

    ***

    Por outro lado, conversava com o autor por áudio há pouco e derivamos pra refletir sobre a época precária em q o Viper surgiu e de como me parece q aqui em SP a gente perde a referência a BH (por exemplo) e a outras bandas muito melhores e capazes q muita banda bosta q é antiga e fica se dando importância imaginária.

    Nomes? Genocídio, Korzus, Endrah, Siegrid Ingrid etc.

    Nesse sentido, as lives q Jessiê fez com Vladimir Korg, Jairo Guedz e Geraldo Minelli dão todo um outro contexto, muito mais verossímil à coisa. E outras, feitas com gente mais nova (Ângelo Arede, Angélica Burns) acabam por relativizar ainda mais um culto absurdamente paulistano a um umbigo q rola aqui das revistas de metal, Galeria do Rock e Woodstock Discos q têm seu valor na história do metal no Brasil, mas não são as únicas iniciativas e histórias q existem.

    Acho que meu aparte aqui ficou menos difuso.

    Reply

  11. märZ
    20 de outubro de 2021 @ 08:39

    A história pessoal de cada um de nós e nossa relação com determinada música é moldada por circunstâncias que, com o tempo, vão ficando mais e mais nebulosas. De 1994 até hoje, são mais de 27 anos. É tempo pra caralho, e muitas vezes difícil lembrar do que se pensava ou gostava naquela época.

    Eu me lembro de gostar muito do Viper desde a primeira vez que ouvi “Soldiers”, e também de como achávamos parecido com Helloween, que então já conhecíamos via EP de estréia e “Jericho”, lançados aqui em vinil pela pioneira Woostock. Quando “Fate” saiu, o impacto foi tremendo, pela qualidade das músicas e produção nível gringo.

    Mas por algum motivo eu então enjoei desse tipo de metal. “Pink Bubbles” do Helloween foi o último disco da horda que comprei e curti, mas já com ressalvas, e isso em 1991. Se o Viper tivesse lançado em 1992 um terceiro album com André no vocal, algo que remetesse ao que foi o primeiro disco do Angra, eu provavelmente não teria curtido. Assim como nem liguei pro Angra quando surgiram e lançaram seu debut. “Evolution” me agradou justamente por ser diferente disso.

    Como eu disse no texto, havia muita coisa fresca e interessante acontecendo na música pesada e alternativa na primeira metade dos 90 (já abordamos o assunto aqui antes), e na minha cabeça uma banda fazendo o tipo de som que Helloween e Angra faziam não tinha mais espaço. Houve uma onda de death metal, grunge arrebentando, metal alternativo, industrial, Sepultura e Pantera quase invadindo o mainstream. Meus ouvidos foram pra outro lado.

    Escrevi isso tudo só tentando entender o motivo de ter perdido o interesse no Viper e nunca ter corrido atrás de “Coma Rage”. Ah, e Angra só fui ouvir pela primeiríssima vez ano passado, quando peguei um lote de cds e entre eles estava “Angel Cry”. Que achei um porre.

    Reply

  12. FC
    20 de outubro de 2021 @ 11:04

    Achei sensacional ler os relatos de como vocês tiveram o primeiro contato com o Viper. Digo isso porque a minha experiência foi totalmente diferente, o que talvez faça com que minha relação com a banda tenha sido construída de uma forma estranha. Explico:

    Por ser mais novo que vocês (embora não novo haha) conheci o Viper já com Rebel Maniac, via MTV, em 1992. Então, para todos os efeitos, a banda pra mim já começou ali. Isso quer dizer que, de uma forma ou de outra, Viper e Sepultura eram meio que a mesma coisa. Eu colocava no mesmo balaio. Inclusive teve numa Bizz um report da tal turnê europeia, vale a pena resgatar.

    Quando o Angra surgiu e eu lia nas matérias sobre “André Matos ex-Viper”, eu não conseguia associar o vocal dele ao que era o Evolution. Achava que não tinha nada a ver e hoje meio que se convencionou que o terceiro disco do Viper é o Angels Cry haha.

    E aí vai a minha confissão mais chocante:

    EU OUVI O “TEM PRA TODO MUNDO” ANTES DO “THEATRE OF FATE”, que só fui conhecer mesmo em 99.

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  13. André
    20 de outubro de 2021 @ 17:00

    Meu contato foi por acaso. Comprei o Soldiers… e o Theater… naquele combo dois em um. Achei o Soldiers… toscão, mas, gostei muito do Theater… Mas, não peguei mais nada dos caras pra ouvir. Não faço ideia de como seja o Evolution ou Coma Rage.

    Reply

  14. Marco Txuca
    20 de outubro de 2021 @ 23:34

    Ñ faça essa idéia, ñ precisa.

    E se for atrás, ñ diga q ñ foi avisado ahah

    Reply

  15. Marco Txuca
    23 de outubro de 2021 @ 13:53

    E venham cá: “coma rage gonna rise everyday” significa alguma coisa?

    Impressão de q Pit foi pioneiro nisso, num blá blá blá babelico de q Max e Carlinhos Brown chegaram mais tarde em “biboca garagem favela fubanga maloca bocada” ahahah

    Reply

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