Quando pela 1000ª vez citei, há duas semanas, o box “Autopsy”, do Coroner, lamentava – de novo – ñ encontrar o material inteiro no You Tube (sobretudo os sons todos do dvd 2, dos shows de retorno), pra reiterar, ratificar, indicar, instigar, insistir.
Mas eis q encontro integralmente o documentário “Rewind” (do dvd 1), com legendas em inglês, bastante úteis em se tratando da língua coloquial nos depoimentos ser ALEMÃO.
A ñ ser as partes em q Max Cavalera fala em seu papiamento próprio eheh
Uma hora e 45 minutos da vida dos amigos q ñ serão perdidos, garanto.
A coisa é bem fácil de resumir, e acho q consigo num parágrafo:
Uma hora e 20 minutos de pauladas, sem dó nem descanso – nem baladas – com a banda ostentando produção e som de show gringo. Repertório contendo sons de todos os álbuns, ainda uma versão de “Ace Of Spades” pra mim desnecessária, e um público cúmplice como poucas vezes vi. A banda de abertura (Aneurose), a mim desconhecida, mostrou serviço – embora ñ tanto uma cara própria – e teve um som tb impecável, dando pra ouvir tudo.
Assim.
Mas lanço a pauta pra especular o seguinte: por q é q parece q o Claustofobia ñ emplaca de vez?
Já merecem, há tempos, degraus maiores na Cadeia Alimentar do metal brasileiro. Até pq ñ fazem “metal nacional”. Com o álbum recente (“Download Hatred”), tudo parece conspirar a favor. No entanto, o show do último sábado, com ótima e antecipada divulgação, ótimos e veneráveis preços (R$ 30 antecipado, R$ 40 na porta e R$ 70 o camarote), numa casa decente e de fácil localização, numa noite agradável… ñ lotou.
Ainda q tenha enchido mais o lugar q as 30 ou 40 pessoas q se contavam na vez do Aneurose.
***
A resposta mais óbvia, q eu e o amigo Leo Musumeci chegamos à conclusão, é de estar faltando um maior traquejo na agenda. Por exemplo: poucos dias atrás, a banda tocou pela Grande São Paulo (São Caetano, Embu das Artes e Guarulhos), o q certamente esvaziou o evento na Clash: muita gente deixou de ir pq já os tinha visto. Embora seja meritório q estejam com agenda carregada e com sangue nos óio de sair tocando, parece faltar um pouco de equilíbrio nesse sentido.
A outra, mais simples, e q tvz ñ agrade a entusiastas sem noção por “bandas autorais” ou “bandas nacionais”, é a de q provavelmente o Claustrofobia ñ agrada tanto a tanta gente.
Tvz por terem insistido demais no tal “metal malóka”, ou por ñ serem das “panelas consagradas”, ou ainda por ñ cortarem de vez o cordão umbilical com Andreas Beijador (q lá ñ esteve) ou ficarem no meio dum “fogo cruzado” entre as partes sepultúricas (o vocalista Marcus participou recentemente de apresentação do Cavalera Conspiracy). Ou por qualquer outra razão adjunta e adversa. Ou ainda por nada disso.
***
De qualquer modo, pra voltar à apresentação, o q vi – mesmo o som ñ estando tão foda como foi na abertura pro Exodus, em 2012 – foi um show gringo feito por banda brasileira. Os cabras tinindo de entrosados e ensaiados (ainda q eu ñ tenha ido muito com o estilo do guitarrista novo) e, sobretudo, com o vocalista se mostrando uma EVOLUÇÃO de Max Cavalera.
É óbvio e por ele mesmo admitido o Max como referência e influência, o q se vê – bisonhamente – no visual do sujeito hoje em dia, incluso. Mais atarracado e desenvolto no palco, carismático e engraçado sem apelar. Figuraça. Só q tb mandando muito bem no gutural e na guitarra, com 6 cordas e ocasionais solos. Pra mim, o destaque da noite.
Seguido de perto pelo irmão baterista Caio, técnico sem perder a ternura (ops!) e com noção de grooves e de tempos bastante madura; mesmo quando ataca uns blasts, já ñ soa mais como o moleque de anos atrás tentando mostrar q sabia tocar rápido pra caralho (vai ver, resolveu deixar isso prum Max outro… o do Krisiun ahah).
A banda já tem história – “Download Hatred” é já o 6º disco – e condições melhores q de muita banda metida a profissional por aí. Vejo parte significativa do público q os acompanha tendo a mesma disposição q os fãs das antigas de Sepultura: gente com apreço sentimental, de os ver desde o início em Leme, aquela coisa meio conhecida por aqui.
E torço pra q prosperem ainda mais. E q lotem os shows (cada vez mais).
“Parallels”, Fates Warning, 1991, Metal Blade/Reprise
sons: LEAVE THE PAST BEHIND / LIFE IN STILL WATER / EYE TO EYE / THE ELEVENTH HOUR / POINT OF VIEW / WE ONLY SAY GOODBYE / DON’T FOLLOW ME / THE ROAD GOES ON FOREVER
formação: Ray Alder (vocals), Jim Matheos (guitars), Frank Aresti (guitars), Joe DiBiase (bass), Mark Zonder (drums and percussion)
background vocals on “life in still water” by james labrie courtesy of dream theater
–
Tal qual o Queensrÿche [S.U.P. set/14], o Fates Warning é unanimemente colocado na prateleira dos “pioneiros” ou dos “precursores” do prog metal. A ressalva é q, nunca na História do rock ou do metal, “pioneiros” e “precursores” significou CRIADORES. Para todos os (d)efeitos, Dream Theater criou e popularizou o estilo. Ame ou odeie-se isso.
E analisar “Parallels” entendo como um bom exercício de como isso se deu. Nas falhas e nas virtudes. Sexto disco dos estadunidenses e o 2º com capa decente, por Hugh Syme, capista desde sempre do Rush – posteriormente requisitado por Megadeth, Iron Maiden e tb… Queensrÿche e Dream Theater – contou ainda com produção de lendário produtor do trio canadense, Terry Brown.
Só q isso ñ tornou a banda o Rush. Nem jamais tornaria. Por conta, sobretudo, das composições prolixas, muitas com jeitão de introduções q ñ se desenvolvem. Predominam os andamentos lentos. Bons músicos ñ são necessariamente bons compositores, Max Cavalera q o diga. E devido às timbragens utilizadas.
“Parallels” seria um disco razoável de hard rock oitentista ou de AOR inovador caso contivesse refrões (refrãos?) (refrães?) grudentos ou linhas vocais marcantes. Apenas “Eye to Eye”, um dos 2 singles, longinquamente se aproxima disso. Infelizmente, a bateria tenta emular um tanto (sutilmente) das eletronices oitentistas do Rush, e mais dos reverbs hard rock, tanto quanto as guitarras, q se ñ soam farofentas tb carecem de PESO.
**
Há tempos ñ ouvia o álbum, único q tenho deles, e q comprei por causa da capa e edição japonesa q o dono do estúdio onde ensaio me vendeu barato, e a sensação é de monotonia até “The Eleventh Hour”, q em seus 8 minutos e 12 teria se tornado algo grande (tvz seja: descontem minha limitação de abordagem) caso tivesse tido uma produção realmente noventista… mais Dream Theater. Mais metal. E se alguém tivesse dado um toque ao Mark Zonder de q encher música de viradas atrapalha conseguirmos curtí-la.
“Point Of View”, o outro single e videoclipe com o qual conheci – e gostei – da banda, quebra o marasmo, soa promissora: pena iniciar a 2ª metade do disco e apenas “Don’t Follow Me” apresentar-se no mesmo nível, de som a um só tempo elaborado e empolgante. “We Only Say Goodbye” apresenta trechos legais, como “Life In Still Water” e outros trechos perdidos e infelizmente ñ alinhavados a contento. Pra mim e meu – ops! – ponto de vista.
Ñ é um disco cansativo por excessiva duração: pro tipo de proposta é até bem conciso. Um feito. Ñ acho ruim: só ñ “desce redondo” ou tão de cara, e tvz existam piores dentre os anteriores e seguintes, já q a banda ainda existe (imagino q tocando em lugares – só – na “América” pra raríssimos devotos). Inexistem fritações incômodas e vocalizações irritantes (pouca coisa destas em “Eye to Eye”), e isso tb acho um trunfo. Rola uma elegância e bom gosto generalizados: o q falta em “Parallels”, reitero, é uma qualidade composicional à altura da capa e da produção requintada, mesmo q um tanto retrô. A meu ver.
Ou vai ver o Fates Warning nunca vingou pq os caras são feios.
*
* CATA PIOLHO CCXLIII – “Force Fed”: Front Line Assembly ou Prong? // “Evil”: Mercyful Fate ou Interpol? // “Set Me Free”: Velvet Revolver ou Dr. Sin?
Edição especial e ñ mais extraordinariamente terceirizada, por Jessiê Machado
Confesso que ao saber do lançamento desta biografia, em 1ª pessoa, de Max Cavalera fiquei muito curioso em lê-la, já que é, junto com Carlos Vândalo, o maior personagem do Heavy Metal brasileiro e, em tese, teria muito o que contar.
São 207 páginas, lançada no Brasil no final de 2013 pela Editora Agir, já que inicialmente foi escrita em inglês, facilmente encontrada em livrarias virtuais e físicas por valores bem camaradas (no máximo 35 reais).
O amigo Colli, em post sobre o “Reino Sangrento do Slayer” [fev. 2014], disse que não compraria mais nenhum livro que fosse biografado por Joel McIver, mas adianto que vale a pena abrir uma exceção para este, até porque Joel não emite opiniões e, a princípio, apenas organiza as idéias de Max, semelhante ao que ocorre na biografia de Dave Mustaine.
O livro tem prefácio de Dave Grohl, famoso arroz de festa, cuja importância e relevância na mídia internacional é indiscutível, mas aliada a declarações de Mike Patton, Dino Cazares, Rex Brown, Mille Petrozza, David Vincent dentre outros, enriquecem a obra.
Max começa realmente do início falando de seu nascimento, o de seu irmão, convivência em família, trabalho do seu pai (italiano que trabalhava em uma embaixada da Itália em SP) que possibilitou uma infância cômoda e muito boa numa época de regime militar onde todos viviam com medo, iniciação no candomblé por sua mãe e muitos outros detalhes. Max fala muito pouco de suas irmãs (a mais velha morreu com 1 mês de vida) em todos os momentos do livro.
Freqüentavam bons restaurantes, iam a festas importantes e ao estádio assistir a jogos do Palmeiras, sendo o primeiro contato de Igor (chamado o tempo todo de “Iggor”) com percussão nos instrumentos das torcidas organizadas, até a narrativa chegar numa parte extremamente comovente e que me identifiquei por demais: com 10 anos de idade Max perde o pai por doença cardíaca em sua presença.
A vida dele e de sua família deu uma reviravolta, tiveram que morar com outras pessoas e trabalhar. A infância de sonhos se foi. Sem contar que perdeu seu ídolo e herói.
Max narra tudo de uma forma muito verdadeira contando os problemas na escola, a revolta com Deus (muito presente em suas primeiras letras) e a forma como o Heavy Metal lhe trouxe o conforto que não encontrava em lugar nenhum.
*
Max prossegue falando sobre a formação da banda, influência do Dorsal, nome da banda (sim, Txuca, veio do Motörhead), uma passagem muito rápida sobre Wagner Antichrist, detalhes igualmente rápidos dos primeiros discos até conhecer Andreas. Max passa o tempo todo a rasgar elogios e poupar Andreas de ataques. Enquanto detona Paulo Jr. sem dó nem piedade.
Max não destrincha muito as composições e criações dos discos (ao menos não como quem é fã esperava), mas as passagens acerca das gravações e primeira viagem para negociar o “Beneath the Remains” são muito boas.
O auge do livro é a saída de Max da banda, antes explicou como conheceu Glória, sua nova família, seus filhos, a perda do enteado, e depois prossegue dizendo sobre sua carreira em seus projetos e no Soulfly, mas o foco é de fato o Sepultura, pois apesar de ter tocado na banda por cerca de 10 anos e no Soulfly por mais de 15 anos, ¾ do livro são ocupados pela “fase Sepultura” e ¼ restante pelas outras bandas.
A leitura é muito rápida, não se gasta mais do que uma sentada, mas facilmente se percebe que a biografia foi feita de forma atabalhoada, meio que às pressas, as idéias vão e vêm e muita coisa fica sem explicação, ou simplesmente nem se toca no assunto. Mas também facilmente fica explicado pelo fato de Max ter quase 45 anos e muita música e assunto para caber em apenas 207 páginas.
De outro lado a promessa da capa do livro – “toda a verdade sobre a maior lenda do heavy metal brasileiro” – não é cumprida; inclusive não fica muito clara e explícita a verdadeira razão da saída de Max e tanta mágoa.
Ressalte-se também que quase não existem passagens de figuras tarimbadas do Metal Nacional como Vândalo, Andreas (seria muito interessante), João Gordo, radialistas, jornalistas e afins, as partes dos discos são negligenciadas, e esperava bem mais acerca da rica cena mineira e principalmente de Wagner e Sarcófago, além de R.D.P..
Outro paralelo que se pode fazer com a bio de Mustaine, apesar de ser infinitamente melhor escrita e desenvolvida do que esta, é que ambos dizem que as bandas são passado (Sepultura e Metallica), enquanto passam a biografia toda falando, espetando ou louvando a mesma. Freud explica.
Max inclusive deixa claro que uma reunião é crível e desejável, já conversou com Andreas, mas parece que os empecilhos são as empresárias (Max destila toda sua raiva contra sua ex-cunhada) e Paulo Jr.
Resta esperar a biografia da banda por Paulo Jr e Andreas Kisser, que disse que Max escreveu uma obra ficcional. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
*
* CATA PIOLHO CCXXVIII – capas q distam 30 anos uma da outra, hum? Ilustram bastante o significado de “contiguidade”…
Edição especialmente tercerizada, por Jessiê Machado.
“O Reino Sangrento do Slayer”, Joel McIver, 2013 – 2ª edição, 368 pp., Edições Ideal
.
Quando fiquei sabendo que iria sair uma biografia do Slayer, não sei se aqui no site ou em algum outro lugar, nos idos de 2010, fiquei eufórico pois, junto com o Black Sabbath, é a banda de que mais gosto desde sempre e ambas totalmente responsáveis por todo a minha iniciação e dedicação ao mundo metálico.
Todavia, em detrimento da minha ansiedade, só em dezembro de 2013 consegui meu exemplar por cerca de R$ 60,00 (sessenta reais) e já tive duas surpresas: 1.ª de uma qualidade gráfica surpreendente, capa dura e de muito bom gosto; 2.ª já se tratava da segunda edição brasileira sendo que o livro fora publicado no mercado americano e inglês em 2007 (putz estou desinformado)!
Chegando em casa estava lendo o segundo livro do Lobão e obviamente interrompi para começar a ler “O Reino Sangrento do Slayer”, escrito pelo britânico Joel McIver, que se denomina no livro como “especialista em heavy metal”. Merece um parágrafo o “especialista”.
Rapidamente associei o escritor com a biografia do Max Cavalera que havia acabado de ler, fui pesquisar sobre o mesmo pela internet e descobri que o “especialista” deve estar milionário com tantas biografias que escreveu nos últimos 14 anos. Acessando sua página (www.joelmciver.co.uk) constam dezenas de bios as quais cito: David Ellefson, Machine Head, Glenn Hughes, Motörhead, Randy Rhoads, Cliff Burton, fora os acima mencionados e vários outros. Nem todas necessariamente biografias na mais pura acepção, mas salta aos olhos os prefácios e participações. Joel tem muito prestígio.
Iniciando o livro Joel já alerta de antemão que solicitou a autorização da banda para que fosse uma bio oficial, mas nunca responderam negando ou permitindo. No início não entendi bem, depois compreendi.
O livro tem uma estrutura e narrativa que acho sensacional em bios musicais: dar uma introdução breve sobre infância como se conheceram e tal e partir para os discos um por um, construção das músicas e curiosidades no decorrer do tempo. Nisto o livro é simplesmente sensacional.
*
O início é simplesmente empolgante e se devora rapidamente. Detalhes como a saída de Araya do Chile em plena era Pinochet, o fato do pai de Hanneman ter lutado na segunda grande guerra e o irmão na guerra do Vietnã, o primeiro riff aprendido por Kerry (“Children Of the Sea” – obrigado, Iommi) e o primeiro contato de Lombardo com a música tocando bongô na escola naquele lance bem americano de mostre-e-conte atraem a atenção e explicam muito de como jovens comuns se conheceram e formaram a banda mais extrema e importante da música mundial.
Muitas outras informações, interações com bandas (uma inicial adoração ao Venom que rolou até murro na cara do Araya), como Hannemam era reservado e achava Kerry bom, a boa praça de Araya, as idas e vindas de Lombardo, audição de bateristas, royalties, riffs, gravadora, MTV, religião, são simplesmente sensacionais, relevantes e empolgantes. Sem falar que uma abordagem “Caras” de fatos absolutamente dispensáveis da vida pessoal dos integrantes não fazem o estilo do escriba.
Porém, quando o Autor se propõe a discorrer sobre os discos a coisa desanda. Não porque comete erros técnicos ou ausência de informação, ao contrário: informações interessantes e relevantes têm de sobra por todo o livro, ocorre que Joel dispara opiniões pessoais bem discutíveis sobre as músicas e letras e por vezes parece discorrer como se heavy metal fosse música abobada de adolescentes púberes para uma banca de examinadores em tese de mestrado.
Exemplos:
“Evil Has No Boundaries”: “música datada para ser ouvida depois de 25 anos”; “Die By the Sword”: “dispensável, com seus riffs mais de rock do que de metal”; “Tormentor”: “foi um ponto baixo no disco”; ”Show No Mercy”: “a sintaxe embaralhada no melhor estilo Yoda…torna tudo um pouco risível.”; “Dead Skin Mask”: “… infelizmente a música segue arrastada” (…) “gongo exagerado de Lombardo e a voz feminina…simplesmente não convencem”. E assim se segue por quase toda a discografia da banda, onde, creio eu, ter sido o maior motivo da banda não ter respondido sobre a biografia.
Entendo que o biógrafo que se propõe a escrever em terceira pessoa sobre determinada banda (ou artista de modo geral) não deve se ater a tão somente narrar sobre fatos e obras do biografado, sob pena de se tornar chata, monótona e totalmente impessoal. Mas também é necessário se encontrar um meio termo, quando quem escreve é fã do biografado (quase sempre), entre a babação de ovo exagerada e a crítica excessiva e sem fundamento.
A parte boa é que a opinião pessoal do biógrafo é parte pequena da obra e não chega a comprometer, apesar de torná-la menor, e este fato é a única crítica severa da obra, com outra bem menor que é a presença pequena, apesar de interessantíssima, de fotos antigas. No geral vale a pena comprar o livro por sua riqueza de informação, a maioria desconhecida de quase todos numa época em que não existiam informações digitais, e por tornar ainda mais sangrento o reino do Slayeeeeerrrrrrr!
*
*
*
CATA PIOLHO CCXXVI – descontemos os quesitos diferentes idioma e arrojo técnico; descontemos tb a tal “banana” aparecendo, marota, na letra; descontemos ainda o pequeno Steve Vai jamais ter tido primos, um muito justo, outro safado, chamados Augusto e Bersange. Tirando isso, “Stevie’s Spanking”, de Frank Zappa (1984), é praticamente idêntica a “Puteiro Em João Pessoa” (1994), do Raimundos.
Pq faz tempo q ñ se fala de Max Cavalera por aqui ahah
Seguinte: é controverso um pouco o Metal Archieves, site dedicado a compilar tudo quanto é banda do Heavy Metal, nos mais diversos sub-estilos. Há algum tempo, discutíamos por aqui (sei lá em q post) sobre omissões incríveis (como Living Colour, Biohazard ou Body Count) por ali, enquanto lembrava da presença do Def Leppard, justificada pelo site devido ao início NWOBHM…
Ou ainda constarem lá Alice In Chains, Soundgarden, Rush e Skid Row, formações ñ exatamente heavy metal.
***
Mas eis q “Enslaved”, aparente retorno de Max/Soulfly às verdadeiras ROOTS (o amigo Those, ausente aqui, argumentou no FB ser ele a continuação devida e ainda q tardia, do “Morbid Visions”) parece ter gerado finalmente a devida – ainda q com a ressalva da constante troca de integrantes – inclusão da banda no site. Q jamais incluiu a banda, como tb ñ Slipknot e System Of A Down por as considerar new metal – no q sempre entendi e concordei, aliás.
Via Marques, São Paulo, 25/02/2012 – por Tiago Rolim
O show do Soulfly foi anunciado em dezembro do ano passado. Assim como tantos outros que acabaram não acontecendo, e colocando Max Cavalera em uma posição não muito favorável por aqui. Afinal, o cara fala que tem orgulho de ser brasileiro e em 10 anos nunca tinha sequer pisado no país. Para se ter uma idéia, o último show de Max no Brasil foi no Abril Pro Rock de 2000! E eu tava lá. Mas, depois de 2 shows do Cavalera Conspiracy, projeto com o irmão Iggor, em 2 anos seguidos, parece que desta vez ia rolar, e ele finalmente veio e fez um dos melhores shows de 2012!
Claro que muito da raiva do público brasileiro tinha de Max era justamente este afastamento do Brasil, o que motivava certo rancor em tudo o que ele fazia, porém com o tempo esse rancor foi caindo à medida em que o Soulfly ia tomando uma postura mais Metal e sem tantos experimentalismos, que chegaram ao limite no excelente e, na obra-prima dele fora do Sepultura, “Prophecy”, de 2004.
No dia do show, o local escolhido, muito bom para shows de médio porte, estava lotado. A fila do lado de fora era enorme, todos ansiosos para reencontrar o maior nome do Metal Nacional em todos os tempos, depois de tantos anos.
A ansiedade era tanta, que as bandas de abertura passaram totalmente despercebidas. E quando o show do Korzus acabou, a ansiedade era total. E o que já tava quente ficou insuportável, pois todos foram se aproximando do palco e dava pra ver que a expectativa era quase palpável em todos.
Pouco depois das 22h, pronto o reencontro… e que reencontro! Max começa com a tradicional frase “vâmo detoná essa porra!” e detona “Rise Of the Fallen”, do disco “Omen” (2010), seguida de “Prophecy”, que provou o quanto o Soulfly mudou a visão que se tinha da banda no início dos anos 2000, pois a recepção a esta música deu MEDO a quem estava na pista! Sem descanso, veio “Back to the Primitive” e o jogo tava ganho. Max continua o mesmo, esbanjando carisma e cantando muito melhor que nos últimos vídeos colocados na internet, fora visivelmente feliz por estar no Brasil de novo. Vieram mais 2 sons do Soulfly até que… “Refuse/Resist”! Aí, o que tava assustador ficou caótico e maravilhoso.
Ouvir este clássico na voz original, depois de tanto tempo de Derrick, é até difícil de descrever. E fica ainda mais quanto rola “Territory” na seqüência. E aí já dá pra perceber que o Soulfly não é só Max (se bem que todo mundo só olha pro cabra mesmo). O guitarrista Marc Rizzo é muito bom, ótimo eu diria, o baixista Tony Campos é foda e dá a segurança que Max nunca teve (e nem Andreas), com Paulo. E o filho de Max, Zyon, se mostrou a melhor surpresa da noite. Pois o moleque tem talento, segurou a bronca muito bem. Claro, atravessou uns tempos, toca muito mais rápido que o necessário algumas vezes, mas mostrou que se garante e tem um belo futuro, afinal só tem 19 anos.
Depois dum curto solo do moleque, veio mais uma do 1º disco do Soulfly, homônimo, “Tribe”, que comprovou que Max tá se afastando cada vez mais dos experimentalismos do passado, pois até o berimbau ele aposentou, o que é uma pena. Pelo menos pra mim, que curtia as loucuras do cara.
“Bring It” veio pra dar um refresco a Max e deixar a banda brilhar, numa jam muito legal e que deixou o clima quente.
Aí “Troops Of Doom”, com Iggor na batera. Tudo bem, é Iggor, e tal, mas foi mais emocionante ver os 2 juntos que produtivo. Claramente afastado do Metal, hoje ele só toca pra estar junto do irmão, e o visual de dj não ajuda muito…
Daí pro fim, foi um desfile de clássicos do Sepultura. 8 no total e mais alguns sons do Soulfly muito bem recebidos, o que gerou críticas em relação ao número de sons do Sepultura apresentados. O show terminou com a dobradinha “Roots Bloody Roots” e “Eye For An Eye”, recado de Max aos antigos parceiros, com todos felizes por o terem reencontrado em (relativa) boa forma e com seu carisma intacto.
Alguns pontos para discussão:
Max tá fora de forma. Isso é visível (ainda mais se compararmos com Andreas, Paulo e Iggor), mal toca na guitarra, mas ainda leva um show SOZINHO nas costas
“Troops Of Doom”: broxada da noite. Iggor fazendo o básico e uma vergonha alheia do tamanho de um trem. O vocalista do Questions (quem?) que subiu ao palco pra… pra… pra quê mesmo? Isso em “Troops Of Doom”!!
8 sons do Sepultura foi demais. Já vi vários shows de Max em que são tocados, no máximo, 3. A prova de que não precisa do passado, ao contrário do Sepultura, que não sabe viver sem a “era Max”, ao contrário do discurso que o Andreas sempre usa. Pareceu-me mais um leve tapa com luva de pelica na cara dos 2 remanescentes, que uma real vontade de tocar tantos sons do Sepultura
Set list: 1. “Intro” 2. “Rise Of the Fallen” 3. “Prophecy” 4. “Back to the Primitive” 5. “Downstroy” 6. “Seek And Strike” 7. “Refuse/Resist” 8. “Territory” 9. “Porrada”/Drums 10. “Tribe”11. “No Hope = No Fear” 12. “Bring It” 13. “Troops Of Doom” 14. “Arise”/”Dead Embryonic Cells” 15. “Inner Self” 16. “NO” 17. “Attitude” 18. “Revengeance” 19. “Roots Bloody Roots” 20. “Eye For An Eye”