Álbum após álbum, clássico após clássico da truezice gotemburguesa parido. Daí, mudaram o foco prum som “death’n’roll“. Daí o baterista saiu pra fundar e cantar (e ganhar $ e mulher) no The Hellacopters.
Daí no ano passado surge a novidade: agora existem Entombed e Entombed A.D.
Pq o guitarrista Alex Hellid ñ participou de turnê com o… então Entombed… em 2013. Preferindo tocar, com ex-membros da banda (Ulf Cederlund e Nicke Andersson – o do Hellacopters) e uma Gävle Symphony Orchestra, uma turnê com o “Clandestine”, aparentemente inteiro e na íntegra.
Enquanto isso, o vocal L-G Petrov juntou-se a membros atuais da banda e compôs/gravou “Back to the Front”. Desovado ainda ano passado, como Entombed A.D.
Enquanto o Entombed (disputas por nome aparentemente resolvidas) parece resistir, apenas com Alex Hellid na formação. E sem nada no mercado.
O q fica é: com o tanto de florestas e campos q existem na Suécia, ñ haveria ROÇA suficiente pra esses marmanjos carpirem?
Edição especial e ñ mais extraordinariamente terceirizada, por Jessiê Machado
Confesso que ao saber do lançamento desta biografia, em 1ª pessoa, de Max Cavalera fiquei muito curioso em lê-la, já que é, junto com Carlos Vândalo, o maior personagem do Heavy Metal brasileiro e, em tese, teria muito o que contar.
São 207 páginas, lançada no Brasil no final de 2013 pela Editora Agir, já que inicialmente foi escrita em inglês, facilmente encontrada em livrarias virtuais e físicas por valores bem camaradas (no máximo 35 reais).
O amigo Colli, em post sobre o “Reino Sangrento do Slayer” [fev. 2014], disse que não compraria mais nenhum livro que fosse biografado por Joel McIver, mas adianto que vale a pena abrir uma exceção para este, até porque Joel não emite opiniões e, a princípio, apenas organiza as idéias de Max, semelhante ao que ocorre na biografia de Dave Mustaine.
O livro tem prefácio de Dave Grohl, famoso arroz de festa, cuja importância e relevância na mídia internacional é indiscutível, mas aliada a declarações de Mike Patton, Dino Cazares, Rex Brown, Mille Petrozza, David Vincent dentre outros, enriquecem a obra.
Max começa realmente do início falando de seu nascimento, o de seu irmão, convivência em família, trabalho do seu pai (italiano que trabalhava em uma embaixada da Itália em SP) que possibilitou uma infância cômoda e muito boa numa época de regime militar onde todos viviam com medo, iniciação no candomblé por sua mãe e muitos outros detalhes. Max fala muito pouco de suas irmãs (a mais velha morreu com 1 mês de vida) em todos os momentos do livro.
Freqüentavam bons restaurantes, iam a festas importantes e ao estádio assistir a jogos do Palmeiras, sendo o primeiro contato de Igor (chamado o tempo todo de “Iggor”) com percussão nos instrumentos das torcidas organizadas, até a narrativa chegar numa parte extremamente comovente e que me identifiquei por demais: com 10 anos de idade Max perde o pai por doença cardíaca em sua presença.
A vida dele e de sua família deu uma reviravolta, tiveram que morar com outras pessoas e trabalhar. A infância de sonhos se foi. Sem contar que perdeu seu ídolo e herói.
Max narra tudo de uma forma muito verdadeira contando os problemas na escola, a revolta com Deus (muito presente em suas primeiras letras) e a forma como o Heavy Metal lhe trouxe o conforto que não encontrava em lugar nenhum.
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Max prossegue falando sobre a formação da banda, influência do Dorsal, nome da banda (sim, Txuca, veio do Motörhead), uma passagem muito rápida sobre Wagner Antichrist, detalhes igualmente rápidos dos primeiros discos até conhecer Andreas. Max passa o tempo todo a rasgar elogios e poupar Andreas de ataques. Enquanto detona Paulo Jr. sem dó nem piedade.
Max não destrincha muito as composições e criações dos discos (ao menos não como quem é fã esperava), mas as passagens acerca das gravações e primeira viagem para negociar o “Beneath the Remains” são muito boas.
O auge do livro é a saída de Max da banda, antes explicou como conheceu Glória, sua nova família, seus filhos, a perda do enteado, e depois prossegue dizendo sobre sua carreira em seus projetos e no Soulfly, mas o foco é de fato o Sepultura, pois apesar de ter tocado na banda por cerca de 10 anos e no Soulfly por mais de 15 anos, ¾ do livro são ocupados pela “fase Sepultura” e ¼ restante pelas outras bandas.
A leitura é muito rápida, não se gasta mais do que uma sentada, mas facilmente se percebe que a biografia foi feita de forma atabalhoada, meio que às pressas, as idéias vão e vêm e muita coisa fica sem explicação, ou simplesmente nem se toca no assunto. Mas também facilmente fica explicado pelo fato de Max ter quase 45 anos e muita música e assunto para caber em apenas 207 páginas.
De outro lado a promessa da capa do livro – “toda a verdade sobre a maior lenda do heavy metal brasileiro” – não é cumprida; inclusive não fica muito clara e explícita a verdadeira razão da saída de Max e tanta mágoa.
Ressalte-se também que quase não existem passagens de figuras tarimbadas do Metal Nacional como Vândalo, Andreas (seria muito interessante), João Gordo, radialistas, jornalistas e afins, as partes dos discos são negligenciadas, e esperava bem mais acerca da rica cena mineira e principalmente de Wagner e Sarcófago, além de R.D.P..
Outro paralelo que se pode fazer com a bio de Mustaine, apesar de ser infinitamente melhor escrita e desenvolvida do que esta, é que ambos dizem que as bandas são passado (Sepultura e Metallica), enquanto passam a biografia toda falando, espetando ou louvando a mesma. Freud explica.
Max inclusive deixa claro que uma reunião é crível e desejável, já conversou com Andreas, mas parece que os empecilhos são as empresárias (Max destila toda sua raiva contra sua ex-cunhada) e Paulo Jr.
Resta esperar a biografia da banda por Paulo Jr e Andreas Kisser, que disse que Max escreveu uma obra ficcional. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
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* CATA PIOLHO CCXXVIII – capas q distam 30 anos uma da outra, hum? Ilustram bastante o significado de “contiguidade”…