DOIS ANO2 DEPOIS…
… o q ficou?
… o q ficou?
Sesc Santo Amaro, 20.01.24
Meu 3⁰ show dos caras em menos de 6 meses, os 3 em Sescs diferentes, e ao mesmo tempo um pouco parecidos. Sim e não.
Desta vez, fui com a namorada e com o olhar pro público – como o Leo apontou outra vez – diferente: é uma banda de pretos q atrai pretos, periféricos, LGBTQA+ (mudou a sigla de novo?) (muita menina lésbica no rolê) e molecada q ñ se vê em show de Shamangra ou mesmo Krisiun, Crypta e Ratos de Porão.
Ñ pq os 3 últimos citados sejam sectários: daí entra o fator identificação, com a cor e com a idade. E com o discurso, repleto dum lugar de fala q mesmo os brancos simpatizantes ñ conseguem ter mais. (Alguém mais soube de Fernanda Torres verbalizando isso?). Ñ depois dos Racionais MC’s, “Sobrevivendo No Inferno” e o honoris causa a eles (Racionais) consagrado recentemente pela Unicamp.
Tiozinhos fãs de new metal tb tinha. Um chegou a me cumprimentar pela semelhança com o vocal do System Of A Down ahahah
Ñ acho ruim. Mesmo. Mas passo ao show: uma hora e meia de repertório bem parecido com os do ano passado: “Padrão é o Caralho”, “Fogo nos Racistas”, “Moshá”, o cover de Elza Soares com citação de “Negro Drama”… Só q tocados com ainda mais pegada e raiva. É nítido q a “estrada” está fazendo bem pra eles.
Rolou a roda só com as mulheres (e dessa vez Debora ñ foi…), o pula-pula catártico em “Fogo Nos Racistas”, o discurso bem humorado do baixista Chaene – q repetiu grato estarem vivendo de banda, e agora com endorsee de Tagima e Nagano – o baterista Pancho vir saudar amigos e aquele clima good vibe, ñ forçado e q ñ aliena o discurso.
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Rolaram sons novos do ep em inglês, o vocalista/guitarrista Charles dando um mosh na platéia tocando guitarra e os três, antes e depois do show virem trocar idéia, tirar selfie, vender merchan.
O q uma banda do tamanho, da responsabilidade e do potencial pra crescer ainda mais, TEM Q fazer.
Curti. Debora tb, e agora é esperar disco novo (prometido pra 2024) e outros shows. Cada dia mais sujo e agressivo é o Ratos de Porão, o próprio JG fala isso toda vez; mas o Black Pantera vejo cada dia mais agressivo e representativo.
E isso, fora inédito pra nossos padrões do caralho, é bom. Q venham outras bandas sintônicas pra tocarem junto. Q o metal feito no Brasil deixe de ser “metal nacional” e passe a ser mais plural e inclusivo.
E chupem, festivais de 1000 reais.
Sesc Interlagos, 12.11.23
Segunda vez com o Black Pantera este ano, e acho q até melhor. Consegui curtir mais, entender um pouco melhor a proposta. Apesar do calor senegalesco.
E do rolê: nunca tinha ido a esse Sesc, q me juraram próximo da estação de trem. Aham. 13 estações duma linha Esmeralda à velocidade de camelo manco + meia hora subindo ladeiras no bairro.
Só q valeu a pena. É um Sesc estilo “campestre”: clube de campo, quadras (plural), piscinas (idem), lanchonete coberta com área daquelas churrascarias de beira de estrada, e cheio de gente. Tipo aquele hotel em Acapulco do “Chaves”.
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O repertório foi basicamente o tocado no Sesc Bom Retiro em setembro, embora um pouco reduzido. Durou tudo pouco mais ou menos de uma hora.
Já reconheço sons como “Padrão é o Caralho”, “Ratatá” (meio System Of A Down), “Legado”, e entendi a parte do meio em q tocaram Jorge Aragão, Elza Soares e um trecho de som do Racionais MC’s (“Negro Drama”) cantado pelo baixista figuraça Chaene: trata-se de parte dum ep, “Capitulo Negro“, q resgata origens da música preta brasileira. E isso eu acho muito foda: banda pesada e preta q não paga pau pra tropicalista!
Finalmente a página estaria virando? Foda.
Queria falar do público: por volta de 100 pessoas, entre as circulantes pelo público (muita gente de calção, maiô, biquínis) e uma metaleirada q fez odisseia parecida com a minha pra ver o show. Q foi gratuito.
Baita oportunidade pra se tornarem conhecidos – e o trecho Racionais MC’s foi o de maior apelo – e poderem falar das bandeiras negras e antiracistas. Não vi qualquer hostilidade, a não ser tvz uma hora em q uma mãe foi (discretamente) levando os filhos pequenos embora na hora de “Não Fode o Meu Rolê” e “Boto Pra Foder”.
Ao final, desceram os três e ficaram trocando idéia, tirando selfies, vendendo merchan; sobretudo o baterista Pancho (com quem tirei selfie). Como . Tem. Q. Ser. Depois, foi todo um rolê pra voltar, envolvendo caminhada, trem, linha lilás do metrô… Pra duas horas mais tarde eu estar de volta ao bunker.
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Só mais um aspecto saudosista envolvido: trocar idéia e estabelecer amizade com outros metaleiros presentes. Já do trem, conheci um certo Iuri (Yuri?) – o de boné na 2ª foto – com quem fui desbravando o caminho (tb não conhecia lá) e trocando idéias sobre grindcore, John Zorn, Mr. Big e Summer Breeze 2024.
E uma outra amizade de ocasião na fila do bar com um japonês veterano (tipo eu na idade) (e nem nos apresentamos), q estava na ansiedade pra conseguir uma cerveja antes de iniciar o show e de quem soube q amanhã terá show do Saxon por aqui!
(não vou e não iria mesmo q tivesse sabido)
(fora q vou ao Ratos de Porão noutro Sesc com a namorada, o Leo e a Danny)
Mas cito tudo isso pq tenho q a maioria de nós já viveu essas experiências, de ficar amigo dum pessoal, daí dispersar durante o show e a saída, pra daqui um tempo reencontrar num outro show nalgum outro lugar e trocar idéia tudo de novo.
Fazia muito tempo q não vivenciava isso. É legal.
Fato consumado e repercutido. Mas bora printar, inclusive a nota oficial:
O Festival Maranhão Open Air (MOA) vem, por meio desta nota, informar sobre a necessidade de uma reformulação em sua segunda edição.
O principal motivo foi a baixa venda de ingressos antecipados, o que gerou insegurança para todos os envolvidos na produção. Compreendemos a hesitação do público em comprar com antecedência. No entanto, para um evento dessa magnitude, é crucial ter todos os detalhes previamente organizados, visando evitar possíveis comprometimentos a desenvoltura do festival.
Assim, decidimos manter apenas um dia de festival, que ocorrerá em 21 de outubro (sábado), com a participação de 16 bandas.
Agradecemos a compreensão de todos. Foi uma decisão difícil, porém, estamos empenhados em proporcionar a melhor experiência possível. Expressamos nossa gratidão às bandas que, além de compreender o atual momento, têm nos apoiado nessa jornada.
Deixamos claro que, apesar dessa reformulação, todos os serviços e a infraestrutura oferecidos no festival serão mantidos. O evento será realizado no Espaço 77, próximo à praia do Araçagy – MA.
O festival passará a ter um novo valor de R$175,00.
Para aqueles que adquiriram a modalidade passaporte, apresentamos as seguintes opções:
Pedimos desculpas sinceras por qualquer expectativa criada em torno de determinadas bandas, assim como lamentamos pelas bandas que não farão mais parte do cast. Optamos por agir com antecedência para entregar um excelente festival para os fãs e o público com o intuito de viabilizar o evento diante da atual conjuntura.
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Impressões (baseadas tão somente em implicância) deste q vos bosta bloga:
Black Flag e Black Pantera antes confirmados será q ficaram sabendo do cast? O q estavam fazendo em festival de isentão de direita? L7, Torture Squad e Dr Sin tb não mais; o último, tvz por não ter data vaga na agenda? Ahah
I Am Morbid e Primal Fear tocarão aqui em São Paulo no mesmo dia, mas locais diferentes. Pq o esquema maranhense miou ou pq as datas por aqui sabotaram interesse? Os primeiros periga virar o Ripper Owens death metal: chamando, vem pra cá toda hora.
Banda cover roubando espaço do Korzus.
Sesc Bom Retiro, 01.09.23
A banda chama Black Pantera, eu sei. E provavelmente não dá mais pra mudar. Mas a única coisa ruim do q assisti na última sexta-feira, e em horário incomum – às 8 da noite – achei o nome dos caras.
Uma frase de efeito lancei pro Leo ao final, e reitero: “o verdadeiro Rage Against the Machine“. Pq visceral, real e na contramão total.
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Trio de pretos fazendo som pesado, vindos de Uberaba, com capilaridade e divulgações on-line e shows pela Europa? Tão improvável quanto alienígena. E os vimos ali, ao vivo.
Fora isso: ostensivamente políticos e politizados. Isentão não tinha ali; isentões curtem Franga e derivados. Curtem Sepultura, mas ainda acham q o Igor tá na banda. Apóiam o “metal nacional”.
E zero panfletários chatos, esquerda cirandeira, petista FFLCH dedo no cu e gritaria, q bom. Pq não precisam ficar explicando nada: os sons falam por eles e o público não é idiota. Ou passivo.
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E por isso tb, zero sizudos. Muito pelo contrário: interagindo o tempo todo com o público, tocando como estivessem ensaiando, rindo, num entrosamento absurdo (fruto de estrada), em musicalidade q ao vivo me fez sentido. Admito: o q tinha ouvido achei fraco, tipo resquício de Raimundos e rescaldo de modinhas noventistas natimortas, como Cabruêra e Catapulta. Nada disso.
Acho difícil definir o som da banda. Sujeitos tocam muito – baixista, ostensivamente; baterista, massivamente – mas sem firulagem. É como estivessem formatando uma sonoridade própria e única, com hardcore, funk, punk, metal, brasilidade e alguma psicodelia. Nação Zumbi me ocorre como parâmetro, não como metonímia: maracatu com rock? Após Chico Science, viraram um todo maior q a soma das partes.
Estiveram celebrando o público, os sons, AS (sim) técnicas de som e a si próprios em uma hora e 15 minutos de repertório: estão vivendo de banda há 1 ano, disse o baixista. Riram q o baterista havia ganhado monte de pratos (aliás, Octagon – nacionais. Aliás, bateria tb brasileira – Odery. Acho q não por acaso). Tocaram som de Dead Fish, improvisaram passagem do Racionais MC’s, puseram Jorge Ben no som introdutório, e fecharam o pós-show (música de fundo) com um funk setentista. Tudo cabendo, fazendo sentido e zero patriotário.
Guardei o nome de 3 sons preferidos: “Padrão é o Caralho”, “Estandarte” e “Legado”. Puta banda, fora do radar, da mídia oficial do metal nacional (panela, não cena), dum público estereotipado e babaca. Bom pra eles. Ótimo pra nós. Estavam vendendo merchan fora antes do show, pessoalmente, e voltariam à lojinha logo após.
Eu, o Leo e a Dani é q não pudemos ficar.
Só guardei o nome do baterista, Pancho. Toca muito. Fui com juízo suspenso, pronto pro q viesse. E veio. Torço pelos caras agora e quando der, verei mais vezes.
Temos um (novo) Ministro dos Direitos Humanos. Silvio Almeida. Negro, acadêmico e metaleiro.
Chupa, Carlinhos Brown!
E q rumores esquerdistas (dos quais ñ anotei fonte) dão conta de q será nomeado pro STF em março próximo. Foda.
Acho q todo mundo aqui já viu os prints aqui.
O q achei mais legal? “Black metal raiz” ahah Nada de Rage Against the Machine, birras à parte.
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Mas aí o Jessiê me mandou link do whiplash a respeito.
https://whiplash.net/materias/news_711/348079.html
Q nem li. Nem quero. Gadobanger freqüentador típico deve ter ficado pistola e enchido os “fóruns” daquilo (merda) q mais tem na cabeça. O mesmo pessoal q ñ briga nem “perde amizade por causa de política”. E q gosta q “respeitem opinião”. Sempre a deles, ñ a minha nem as divergentes.
O reaça q ainda “afirma” q “Slipknot ñ é metal”. Se alguém viu algo e quiser comentar, à vontade.
TOP 10 ÁLBUNS COM STEVE DIGIORGIO:
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WhatsAppin’: entendo a atitude, respeito mesmo a representatividade, mas ñ consegui curtir esse Black Pantera: nome ruim, banda meio tosca (no mau sentido) e mal tocada. Mas estão bem no marketing – entraram de última hora no Knot Fest (salvo engano) e vão tirando proveito: https://www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/2022/12/19/lendas-metal-celebram-black-pantera/
Atrações (“line-up” é o kralho) e preços do Monsters Of Rock 2023. Duvido q aconteça, ou então adiam https://festivalando.com.br/monsters-of-rock-2023/
Paranóias à parte: acho até q vão adiar. E aí organizadores deixam o dim-dim rendendo no banco.