KRISIUN
Casa de Cultura Chico Science, 15.12.23
Rolê insólito: gratuito (mediante entrega de 1 brinquedo) e a 10 minutos daqui de casa, de carro.
Krisiun envolvido, bora. Antes, outras duas bandas q eu não topo, formadas de gente q eu não gosto e q defende ideologias indefensáveis.
A primeira delas, uma banda cover de emocore com participação bovina ilustre, felizmente não chegamos a tempo de ver. Dia útil, afinal. E prefiro não citar o nome – esse povo se procura no Google e não quero q se/me encontrem aqui.
A segunda, juro q curti. A despeito do vocalista ancap e do baterista cuzão, q toca em banda “guerreira do metal” do vocalista q pediu trampo na internet, no q prefiro q o Leo faça os comentários devidos ali abaixo. Além disso, evento bancado por vereador do MDB, com fins eleitoreiros. Foda-se, não voto nele.
***
E como resenhar o 4⁰ show q vi do Krisiun neste 2023? Um pouco pelo repertório, diminuído (sem “Bloodcraft” e “Serpent Messiah”) e com a inclusão de “Necronomicon” (do disco novo) no lugar de “Ravager”, mas nem por isso menos impactante.
A passagem de som foi com a gente ali presente, na raça e sem frescura; por isso nos 2 primeiros sons (“Hatred Inherit” e “Combustion Inferno”) dava pra sacar q os manos não estavam se ouvindo bem. Alex chegou a não rugir estrofes em “Combustion Inferno”, tornada quase instrumental, enquanto o técnico acertava o som. A real é q o som se tornou absurdo e violento lá pro meio do show, quando Moysés trocou de guitarra.
Outro aspecto em q foquei atenção foi no tanto de gente q não via os caras há muito (nem todo mundo consegue conjugar um rolê pra Sesc) ou q estava ali vendo o Krisiun pela primeira vez: a feição dessas pessoas é estática e impactada. Uma cara atordoada de “puta q pariu, os caras tocam ao vivo igual ao disco”.
O público, fora isso, estava repleto de metaleiro tiozão, daqueles de jaco com patch, muitos levando filho pequeno. O tipo de evento q acho louvável uma banda com 30 anos e o tamanho q tem, topar fazer.
Muita roda, muito bêbado capotando e umas menininhas metaleiras trevosas (maquiadas), aprendendo a curtir heavy metal. Acho positivo, ainda mais assim com bandas de verdade “dando a cara a tapa, doa a quem doer. Pq falar até papagaio fala, tem muito paga pau por aí” e etc. do ChatGPTrue de Alex, ora ganhando aplausos, ora me incomodando pela repetição e não elaboração. É compreendido, vai.
Destaque absurdo desta vez achei o Max, q fora receber Pix do Leo (ahahah) praticamente espancou a bateria durante sons de “The Great Execution” (“Blood Of Lions” e “Descending Abomination”). Parece ser álbum preferido do sujeito. O roadie suava pra manter um pedestal ali em ordem, jogo de gato e rato ahah
Outro momento memorável achei quando Moysés pegou uns 5 minutos pra ficar fritando solo (troço cansativo), no q víamos Alex do outro lado bêbado e putasso com o q rolava. Imóvel. Acabou entrando no lugar do solo de bateria e mesmo assim Alex apresentou e elogiou o irmão ao cabo, na maior falsidade ahahah
****
Pra mim os melhores momentos foram “Scourged Of the Enthroned”, as do “The Great Execution” e “Swords Into Flesh”. “Ace Of Spades” foi repetida tb, assim como o anticlimax derradeiro “Black Force Domain”, executada – ops – quase q num borrão, pra acabarem logo.
Acho louvável os caras tocarem com a mesma determinação e tônus dos outros shows. Independente de Sesc, Europa, Cine Jóia ou evento beneficente gratuito, o Krisiun sempre entrega muito, não demonstra má vontade. São profissionais, sem burocracia. “Não se vendem por merda” (sic). Deixam a quem os testemunha atordoados e querendo conferir de novo.
Ou vai ver, é só comigo. 4 shows deles este ano: q venham mais em 2024!
Set-list: 1. “Hatred Inherit” 2. “Combustion Inferno” 3. “Swords Into Flesh” 4. “Scourge Of the Enthroned” 5. “Necronomical” 6. “Vengeance Revelation” 7. “Blood Of Lions” 8. “Descending Abomination” 9. Solo de Guitarra 10. “Apocalyptic Victory” 11. “Ace Of Spades” (Motörhead) 12. “Black Force Domain”
Leo
21 de dezembro de 2023 @ 08:32
O Krisiun é uma entidade (“o Krisiun está aquiiii!” Rs). Tocam como um relógio.
No mais, meus pontos:
– o tal vereador reaça já sacou que metaleiro é um baita público (quem duvida, veja a entrevista da prika no podcast do JG). E que ele pode ter aderência com essa galera, pq já tem afinidade.
– De fato, o tal do baterista do Korzus foi brochante. Eu, que só acompanho a banda por Spotify, não estava sabendo. Tô fora nas próximas.
– Sim, tenho claro pra mim que as pessoas fazem as coisas por trampo. Não é pq o cara tem uma posição política diferente da minha que vou deixar de ouvir (isso não é exceção pra nazista. Nazismo é crime, não posição política). Mas seguir com os Dr. Mengele, é demais! Por isso, como disse, tô fora! E vou ser polêmico aqui: não acho que o Korzus teria que ter uma posição nessa história. Pra mim, é como uma empresa que emprega mãe de um condenado. Não dá pra cobrar que demitam e se posicionem. Por mais que a mãe do cara ache que o filho não tem culpa.
– De mais a mais, embora eu não tope muita gente desse rolê, acho que tem uma tentativa de volta dessa galera que o Marcão chamou acertadamente de Pitbull Banguela. Acho isso bom pro nosso contexto. Ter banda é tocar. É meter a cara. É ir pra rua. Pra uns buraco. Encontrar gente. É gravar. Fazer merchandising. Vender CD. O resto é Guitar Hero. E acho que essa é uma linha do metal muito própria daqui. Que é uma mistura do hardcore, thrash e groove que você não acha em outros lugares. Acho bom que esses caras estejam voltando.
– Eventos públicos de metal – especialmente, fora do centro – terão sempre meu apoio. Promover cultura na periferia faz muita diferença. E isso aqui não é visão de responsabilidade social corporativa, não. É de quem vê pequenos grupos culturais fazendo uma puta revolução na periferia.