RATOS DE PORÃO

Lata Velha Rock Bar (Osasco), 22.10.23

Foi praticamente o mesmo repertório da Virada Cultural em maio, 28 músicas em pouco menos de uma hora. Ia aludir a q as pessoas aqui fuçassem-no por lá e pedir desculpas por não saber postar o link. Tô resenhando por celular…

Até ver q na resenha específica, em maio, não o postei. Segue abaixo, afinal.

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Foram 29 sons em pouco mais ou menos de uma hora. “Crocodila” a mais em relação a maio. A banda praticamente subiu ao palco, interagiu, tocou e vazou. Pq não foi um show típico.

Vide o palco acima: o Lata Velha é um bar em Osasco com uns 5 anos de atividades, q só melhora com o tempo. Se o bar de playboy daqui da capital fosse bom, seria o Lata Velha.

Normalmente faz shows de bandas cover, variadas e ultimamente estritas (covers só de Metallica, Iron Maiden etc ), abriga roqueiros de sapatênis, roqueiras patricinhas, motoqueiros (“motociclista” é o caralho), roqueiros velhos e flutuantes em geral.

Tem um mezanino, onde ficamos eu e a Debora, com mesas e mesas de sinuca e pebolim (totó). Sanduíches, porções e bebidas bem servidas e a bons preços. E o q o Ratos de Porão foi fazer ali?

Tocar, oras. Pra um pessoal q provavelmente não se desloca à capital e a festivais pra vê-los. A custo médio de 70 lulas.

E não teve estrelismo nem stress. Nem bolsominion armado arriscando atentado (tem segurança na porta, mas sem revista). Jão foi quem mais interagiu, com uns tiozões q aludiam à Vila Carolina e Vila Piauí originais – nada afastadas de Osasco. Todo mundo de boa. Profissionais do hardcore.

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Um pouco antes, enquanto rolava o som ambiente, só punk brasuca oitentista e Titãs: Cólera, Inocentes, “Igreja”, “Polícia”, “Será Que é Isso Que Eu Necessito?”… E uma turminha de tios bradando alto e abrindo roda.

Ratos surge às 20:35 e arrepia com “Alerta Antifascista”, “Aglomeração” e “Amazônia Nunca Mais”. Poderiam ter tocado só essas e vazado, ninguém reclamaria. A roda prosperava, mas de boa; podiam acertar o microfone, não rolou.

E o q me ficou, parafraseando-me a mim mesmo doutra pauta, é: os caras têm o setlist pro ano todo, com ajustes (tem lugar q rola “Paranóia Nuclear” ao final tb) e a banda atingiu um nível de entrosamento monstro.

Tvz nem estivessem se ouvindo (Juninho sem ouvir Jão, e/ou vice versa), mas não vi errarem uma nota, uma levada. Boka faz contagem no chimbau a milhão e segue o baile.

Só alguma hora JG pareceu esquecer a ordem e anunciou “Conflito Violento” antes de “Expresso da Escravidão”, coisa a toa.

O som estava nítido e claro pra nós ali em cima, foi o primeiro RDP da namorada, enquanto pra mim já nem mais sei.

JG dedicou “Descanse Em Paz” a Celso Vecchione (Made In Brazil) falecido domingo mesmo, comemorou presença de molecada “pra renovar as coisas” e na real falou pouco. Nem xingou Bostonaro.

Juninho, tímido, no final ergueu bandeirinha da Palestina, em momento politizado discreto e foi isso. Sem bis nem vaselina. Tocaram, vazaram.

E foi foda.

Setlist: 1. “Alerta Antifascista” 2. “Aglomeração” 3. “Amazônia Nunca Mais” 4. “Farsa Nacionalista” (levantou a galera) 5. “Ignorância” 6. “Lei do Silêncio” 7. “Morte Ao Rei” 8. “Necropolitica” 9. “Crucificados Pelo Sistema” 10. “Descanse Em Paz” 11. “VCDMSA” 13. “Fei e Burro” 14. “Fuder a Empregada” 15. “Rosca Solta” (trinca “Isentön Päunokü”) 16. “Morrer” 17. “Guerrear” 18. “Caos” 19. “Políticos Em Nome do Povo…” 20. “Realidades da Guerra” (momento “RDP Vivo”) 21. “Difícil de Entender” 22. “Engrenagem” 23. “Toma Trouxa” 24. “Expresso da Escravidão” 25. “Conflito Violento” 26. “AIDS, Pop, Repressão” 27. “Beber Até Morrer” 28. Crocodila” 29. “Crise Geral”