Believe what you see, believe what you hear.
Dentro das baixas expectativas, surpreendeu mais q a conta. Se encerrarão atividades de fato, o estão fazendo com altivez. Foi meigo, foi lindo, foi fofo. Foi tchaptchura.
E a epifania q me – ops! – assaltou foi: Nuclear Assault é o mais próximo q uma banda gringa, ou de thrash, tem de mim ou das bandas q qualquer um de nós por aqui tenha ou já tenha tido. Slayer sempre será soberano, mas Nuclear Assault é outro departamento. Pessoas, e ñ entidades, cometendo equívocos, exalando imperfeições e mandando um esporro do caralho. O 4º show q assisto deles e o melhor, disparado. Pq estavam ensaiados e afiados, vide agenda:
20/8 Santiago, 21/8 Curitiba, 22/8 aqui, 23/8 Manaus, 24/8 Belém, 25/8 Rio de Janeiro. Nada mau mesmo: apenas lamento quem os assistirá hoje, correndo o risco de vê-los no pó da rabiola.
No entanto, a tarde de sábado iniciou mulamba. Muito a ver. Pq, em pegando o ingresso pra rumar ao Clash Club, eis o mesmo dizer o show ser na “sexta-feira 22 de agosto”. Ou o canhoto estava errado, ou o destro q vos bosta bloga. Fui pro local com aquele frio na barriga: será q no tal último show da banda eu o teria perdido?
Q nada. Repertório impecável, ñ tão distante de shows anteriores (vide abaixo), com 2 bons sons do ep recente e duas surpresas: “Betrayal” e “Justice” no bis. Momento das vinhetinhas ao final tb compareceu, sem burocracias. John Connelly parecendo o Udo, mas uma versão do alemão duns 30 anos atrás, e com vocal impecável; Glenn Evans totalmente grisalho e mandando ver sua pegada única; Eric Burke, o guitarrista novo já há uns 10 anos, curtindo e finalmente fazendo os solos e dissonâncias conforme o figurino, enquanto Dan Lilker lá na dele, brisando e posando de mito.
Mais legal q isso a postura pré-show: Burke assistindo integralmente ao Exciter ali no camarote, sem afetações; Evans e Connelly vindo pessoalmente ajeitar bateria, microfones e guitarra, sem qualquer tirania pra com os roadies. Nem qualquer estrelismo, de boa mesmo. No pós-show, Burke desceu pra beber com a galera na pista, tirar selfies e autografar a esmo.
[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=081jjpPtLZE[/youtube]
O público era outro aspecto chamativo: juntava molecada thrasher meio hipster, nem nascida quando a banda acabou da 1ª vez, e cheia das afetações e inconveniências da idade (tô ficando velho…) com tiozões, alguns até mais tios q eu, saudosos, e em maioria de cabelo cortado e portando camisetas ou patches q ñ viam AR há anos.
O inconveniente com estes era quando resolviam passar por mim pra ir à grade: estando 20 quilos em média maiores q antigamente, passar pelas pessoas envolvia considerável aperto. Mas todo mundo se divertiu, acompanhou momento-presepada (sem entender tanto) de Connelly fazer um stand-up comedy bizarro enquanto arrumavam som (mais pro fim da apresentação), o mesmo trocar de guitarra umas 3 vezes e, sobretudo, viu a banda tocando com uma GANA e um “sangue nos óio” memoráveis. Se fecharão o boteco, nada melhor q fazer a derradeira turnê devidamente ensaiados. Foda.
De minha parte, ainda doem as juntas por ter estado todo o tempo na beirada de rodas, q só amainaram lá pros sons inéditos. E, incoerentemente, penso q tvz pudessem ñ encerrar carreira (a ñ ser q a parte física esteja realmente pesando), mas lançar ocasionalmente um ep ou outro, ou fazer apresentações bissextas por aqui, só dos sons velhos mesmo (ñ entraram no set sons posteriores a “Handle With Care”, fora os novos) desde q devidamente ensaiados.
Melhores momentos: “Brainwashed”, “F#”, “New Song”, “F* (Wake Up)”. Por fim: “Trail Of Tears” vai ter q tocar na minha cremação.
Set-list: 1. “Rise From the Ashes” 2. “Brainwashed” 3. “F#” 4. “New Song” 5. “Critical Mass” 6. “Game Over – Butt Fuck” 7. “Sin” 8. “Betrayal” 9. “Analogue Man In A Digital World” 10. “Died In Your Arms” 11. “F* (Wake Up)” 12. “When Freedom Dies” 13. “My America” 14. “Hang the Pope” 15. “Lesbians” 16. “Trail Of Tears” – bis 17: “Justice”
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Ah, teve o Exciter antes. Uma hora cravada, formação original Beehler/Ricci/Johnson. Já passei da idade de tentar curtir, os acho um Anvil com grife. Mas fizeram show competente, zero burocrático, a despeito do guitarrista horroroso (continua horroroso) e de Beehler provavelmente freqüentar o mesmo hair center de Dave Mustaine, com tudo quanto é hit das antigas. Teve tiozão indo às lágrimas, cada um com seus pobremas.
O q achei positivo é Dan Beehler estar com vocal menos agudo e incômodo: a idade lhe fez bem, nesse sentido. Deu pra gostar e acho q poderiam gravar disco/dvd ao vivo com esse material todo nessa tessitura vocal bem menos histérica. Mas ñ foram melhores q o Nuclear Assault, e daqui um tempo voltam.
Set-list: 1. “Stand Up And Fight” 2. “Victims Of Sacrifice” 3. “Iron Dogs” 4. “Heavy Metal Maniac” 5. “Delivering to the Master” 6. “Violence & Force” 7. “Long Live the Loud” 8. “Pounding Metal” 9. “Beyond the Gates Of Doom” 10. “Rising Of the Dead”