DEZ ANOS DEPOIS…
… o q “ficaram”?
… o q “ficaram”?
Turnê com Kataklysm pela Costa Rica abortada, daí o q fazem os contagiosos do Chaos Synopsis?
Um som sobre o momento, com clipe filmado e editado via celulares. Modo quarentena.
O camarada Jairo andou me sondando, saber se eu ainda “consumo vinil”. Estão pra ver a viabilidade de lançar o single em lp.
E já q 2020 virou o maior feriado prolongado da História, agora é torcer pra internet ñ dar pau. Apocalipse, sim, mas ñ Apocalipse Zumbi. Ñ ainda.
E Crom salve o YouTube.
PS – “matéria” da Band sobre a “crise na Galeria do Rock” preferi enxertar aqui, nos comentários. Por achar pertinente e sintônico ao aparte do Jairo
Ñ tenho qualquer vibe patriota, o pessoal aqui sabe. Sempre pautei o q sempre vi como hipocrisia, brodagem e zero autocrítica no tal “metal nacional” (patriotários desde sempre, e sempre os mesmos), q só ñ defende “sistema de cotas” pq ñ teve e jamais terá qualquer relevância a níveis macro no país. Até o ponto de eu enjoar.
Melhor falar de quem faz, de quem gera algo, enaltecer a quem parece se superar pra atingir maior patamar, ou manter o tônus de status já obtido.
Falo, específica e respectivamente, das agendas de iminentes turnês estadunidenses de Claustrofobia (abertura pro Master) e Krisiun (abrindo pro Kataklysm, e acho q deveria ser o contrário. E ñ por nacionalismo babaca/bolsonóia). Abaixo:
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Ñ q eu ache q os caras têm q conquistar o mundo, nada disso. Esse ufanismo ñ cola (e acho q já deu). Torço pelas bandas de irmãos: pretendo ver mais shows e comprar mais discos. E se aqui ñ tivermos condições para acolher os caras (censuras a festivais, tretas em shows – Torture Squad e Paura – recentemente e todo um clima hostil à cultura – tornada palavrão – têm ficado flagrantes), fiquem eles com a estrada lá fora e fiquemos só com os shows esparsos deles entre nós.
P.ex.: Krisiun hoje à noite toca em boteco em Salvador com o Surra.
Por fim, ñ se trata de politizar o blog, cuja posição antibolsonarista já expus na virada do ano; além disso, o faço demais no Facebook, em intensidade em q eu mesmo acabo enjoado.
Só aproveito o ensejo pra pedir uma coisa a quem aqui freqüenta e ainda defende Bostonaro nesses 6 meses e meio de atrocidades:
POR FAVOR, Ñ VOLTE.
Desovando gratidão e destilando maldade bravateira ao fim dos agradecimentos de “Serenity In Fire” (2004):
“All magazines and websites who cover us, all radio stations who have the guts to play our music. MTV’s Headbanger’s Ball and Extreme rock show, Viva, Fuse Uranium for playing our videos! All the bands we’ve toured with, and all who are real and are not afraid to tour with us (Fuck the ‘we-want-a-softer-band-to-play-before-us’ bullshit!). This is extreme music if you can’t handle it get the fuck out! Last but for fucking sure not least… all our dedicated fans for making our dreams come true and making Kataklysm who we are today, you are the true voice of metal!
Cheers
The Hyperblasters”
DISCOS DO KATAKLYSM PRA MIM:
Tenho ainda o box/coletânea “Iron Will”, mas ñ incluo na lista. Banda sem maiores entusiasmos, no mais.
Dando uma de Darkthrone – só bravata ou algum selo de qualidade? – na capinha interna de “In the Arms Of Devastation” (2006):
“Northern Hyperblast“.
Suspenda o Rivotril, Rodrigo!
MELHORES BANDAS DO CANADÁ PRA MIM:
disquinho bônus da tundra: “13”, dum tal Shuvelhead. Do qual fiz resenha neste blog no longínquo 2005 e reprisei no Exílio Rock ano passado – http://exiliorock.com.br/blog/2011/01/obscuro/
(ou Presepada, com P maiúsculo)
(Ou, como organizar um show com algum público garantido. Se valendo da ingenuidade alheia)
(uma leitura complementar de “10 Motivos para Odiar os ‘rock Bar'”, no www.exiliorock.com.br, é sugerida após a deste post)
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Primeiro show no ano, 1º em q ganhei ingresso. E lá fui. Intuindo a presepada.
Q me parecia pelo fato de haver 5 (CINCO) bandas de abertura, mal disfarçadas sob o nome “Extreme Hate Festival” (devem ocorrer uns 300 pelo Brasil todo, com esse mesmo nome criativo). E q fui confirmando, ao chegar às 15h15min (o email me falando do brinde falava em chegar às 15h pra pegá-lo) e ver as portas ainda fechadas.
E umas 30 pessoas do lado de fora, sendo 90% gente das bandas do interior – 4 das 5 q abriram o evento – e agregados, vindos todos em vans e mini-ônibus, certos de quererem fazer bonito aqui na capital. Humpf.
Mais ou menos de fora, ouvia-se alguma passagem de som, e a porta do lugar (Tribe House, uma Fofinho melhorada, mas com problema igual: tendo apenas UMA entrada/saída, em pegando fogo lá dentro, metade morre queimada/sufocada, a outra pisoteada) foi pontualmente aberta às 17h20min. Fui o 1º a entrar e ser revistado…
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Passo às bandas de abertura e suas circunstâncias:
* tocou primeiro um certo Kross, de Jundiaí, se dizendo thrash. Até q sim e, pra mim, a banda promissora da noite. Colocados num estúdio, com produção legal aparando certas arestas, os moleques se virarão bem. Guitarras bem legais e entrosadas – em q pese 1 dos sons ter riff chupim do de “Heartwork”, no q me pareceu homenagem consciente – e um baterista ñ tão dado aos taco-taco thrash, preferindo mais levadas de bumbos e alguns blasts (no q soaram bem mais coerentes sonoramente q Andralls e Claustrofobia, q forçam a barra nesse sentido), ainda assim meu destaque vai pro vocal, q alternou vozes melódicas com guturais sem forçação de barra nem pedantismo.
Teve hora q achei q tinha backing vocal nas mudanças de voz, e ñ: era o cara mesmo.
* daí veio de São José dos Campos o Chaos Synopsis. Tremendo ARREGAÇO e, pra mim, a banda da noite. Triozão posando de mau, mas competentes pra cacete. Um híbrido sonoro conciso de Death com Torture Squad e Krisiun, ñ tendo tanto blast assim, mas todos duma competência técnica tremenda.
Q o diga um dos solos de guitarra ter tido base no baixo em tapping (a la Krisiun). E tb momentos de harmonização das cordas bem a ver. O baterista foi o destaque, comendo tudo, sendo um diferencial ao Torture Squad por as firulas soarem pertinentes ao som, e ñ jogadas, como o Amílcar muitas vezes faz (mesmo tendo diminuído no “Hellbound”). Músicas ao mesmo tempo tendo partes thrash, vocais death, vocais rasgados (cortesia do guitarrista), partes blast, tudo muitíssimo bem costurado.
Ñ agüentei e peguei a demo dos psicopatas, “Garden Of Forgotten Shadows”, à disposição por ridículos 5 contos, e q ñ honra (gravação meio abafada – sobretudo da bateria, q mal se ouve as conduções de ride – e só de 6 sons) a CARNIFICINA q propagaram em palco (com som de Kataklysm no fim, contando com 2 amigos subindo ao palco e cantando certinho, e direito a mosh do baixista ainda durante o mesmo).
Ao amigo Yulo, amante do underground, vai aí a dica, de buscar o site da banda, www.chaossynopsis.com.br. De minha parte, a espera por um álbum de verdade, com som de verdade. “Caralho, caralho, caralho”, era o q um cara ali da beira do palco dizia ao fim. E ñ consigo dizer algo melhor.
* veio o Ophiolatry sob aclamação. São de Pindamonhangaba, e um pouco por serem os mais experientes (tiozinhos barrigudos), outro tanto por já terem lançado álbuns por selo floridense (o 2º nem saiu por aqui ainda), todos por ali – todo o público importado do interior (a q me referirei adiante) – os louvava com sinceridade. No entanto, ñ achei legal: a despeito do baixista/vocalista bem comunicativo e pouco estereotipado, e do bom guitarrista de presença estereotipada (metido a querer fazer frases de efeito tipo “quando o umbral era mais embaixo”, “temos q tocar o hell pra frente”), e das músicas curtas e grossas, o baterista zoou tudo.
Nitidamente ñ sabia tocar blast, tentando cozinhar alguma coisa mais ou menos. Nem aqui, nem lá, e ñ tão a ver com os sons do “Anti-Evangelistic Process”. Treinou bumbo – o mano é rapidíssimo nisso – pra cacete, mas esqueceu de treinar caixa. Pra mim, a banda desperdício da noite. E q tenham melhor sorte numa próxima.
* veio daí a banda largada da noite, o Laconist, de Campinas. Q nem era tão ruim de som – um híbrido de thrash (e das bandas da noite, a de momentos thrash com maior propriedade) com death – mas nitidamente INEXPERIENTES em palco: aquela banda q começa a tocar e leva 2 minutos entre som e outro, pra escolherem o próximo. Achei q faltou profissionalismo ali: vocal acendendo cigarro, baterista dando risada dos problemas técnicos, baixista tiozão meio nem aí pra coisa etc. Tivessem acordado de q estavam fazendo abertura pra banda gringa, e ñ tocando pra amigos (se bem q estavam…), eu tvz tivesse gostado mais.
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Aqui levanto a bola do público garantido espertamente pelo promotor do evento. Q fez o q rola aqui em São Paulo de monte, tanto em festival de bandas true de som próprio, com em baladas de bandas cover a granel: juntam-se de 5 a 10 bandas duma vez (sempre chamando o lance de “Festival”, claro), e, em cada uma trazendo meia dúzia de agregados, já se tem algum público. Somados os integrantes das 5 bandas, eram 19; estimativa modesta de cada 1 trazendo namorada + amigo, já tinha 57 no lugar. Sendo q me parece ñ haver juntado no total 300 pessoas.
E aí, me alternei entre DÓ e RAIVA quando esses caras tocando saudavam “e aí, São Paulo?”, “do caralho, São Paulo!”, “muito foda vir tocar pra vcs”. Porque esse pessoal do interior estava tocando pra – exceção a mim e a uns 2 ou 3 – eles mesmos!
A diferença desse pessoal – mais tranqüilo, menos metido – é q, ao contrário das baladas de 10 bandas por aqui, as q começam ficam vendo até a última…
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A última banda de abertura ANTIPATIZEI POR COMPLETO, o tal de Itself. Pq levaram o tempo q as outras bandas tinham de set (e isso, outra diferença pra galera de interior: combinam meia hora, 40 minutos, tocam meia hora, 40 minutos, sem embaço) pra montar o equipo, sendo q levaram cabeçote e bateria de 2 bumbos pro palco. E por mais q isso se revelasse expediente de instalar o equipo pro Sinister (q tocou com esse equipo melhor), simplesmente ñ aturei os caras.
Se dizendo fast thrash, mas sendo um híbrido de coisa meio experimental, com alguns blasts, alguma coisa meio pula-pula e alguma coisinha thrash. E pq ñ gosto de baterista (tb vocalista e nitidamente dono da banda) com EGO (tempão passando som, arrumando equipo, ainda se achava no direito de reclamar de deficiências técnicas; por sinal, a única banda a tê-las, por quererem, além de tudo, tocar MUITO ALTO). E pq foi a única banda – fora os gringos – q ñ interagiu com nenhuma outra: na hora em q cheguei, os vi no carro onde chegaram. E ficaram no carro, sem nem entrar na casa, até a hora de tocar.
(o tipo de gente q daqui uns tempos vai reclamar da falta de “união” da “cena”…)
Moral da estória: esses caras findaram o curto set (q me pareceu ñ contar tb com tanta aclamação dos poucos q lá ficaram vendo) e passou mais de uma hora pro Sinister entrar. Puta embaço pra arrumar som, passar som (cadê profissionalismo??), neguinho segurando uma cortina pra fazer suspense, e aí, faltando 5 minutos pras 23h, os holandeses entraram.
Fiquei só duas músicas: uma, “Enffffram duuu cotobleargh”, do álbum “Blaaaaaaaargh”. A outra, “Crããããñzu Fuuuuu Du Xuuuuu”. Som meio embolado, baterista sem muita pegada, vocalista com quilos de efeito (mais q o Derrick Green), mas a certeza – aliada a cansaço, dor de cabeça, fome e mau humor generalizado – de q ñ serão banda de q me lamentarei futuramente ñ ter ficado o show inteiro, me motivou a ir embora.
E ñ querer mais ser tratado como GADO. E jurando nunca mais ser assim ingênuo (deveria ter chegado, como muitos – né, Wagner? né, Marcão? – ali prumas 8 da noite, quando acabava o Laconist).
Disse-me o Wagner q a presença de público ali (q cresceu a partir do Itself, e ñ por causa deles) seria condição pra vinda do Benediction ainda este ano. Tomara q dê certo, e tomara q existam bandas no interior bastante disponíveis pra engrossar esse caldo. Bastante disponíveis em divulgarem o som na capital pra eles mesmos. E mesmo assim ainda bastante competentes (tirando minhas ressalvas) e bem mais “sangue nos óio” q as bandas da capital.
MELHORES MÚSICAS 10:
1) “Force Ten”, Rush (“Hold Your Fire”)
2) “Ten Year Plan”, Therapy? (“Suicide Pact – You First”)
3) “Ten Ton Hammer”, Machine Head (“The More Things Change…”)
4) “Ten Dollar Man”, ZZ Top (“Tejas”)
5) “Há Dez Anos Passados”, Mercenárias (“Trashland”)
6) “10’s”, Pantera (“The Great Southern Trendkill”)
7) “Ten Thousand Thrones”, Testament (“Demonic”)
8) “10 Seconds From the End”, Kataklysm (“Serenity In Fire”)
9) “Etude #5, Opus 10”, Tony Macalpine (“Evolution”)
10) “Ten Years Gone”, Led Zeppelin (“Physical Graffitti”)