Argentina, em recessão fodida, escorraçou na urna o neoliberal filho da puta.
Colômbia em convulsão.
Bolívia e Venezuela, em suas peculiaridades, tb navegando marés de indignação.
Figuras eméritas no heavy metal, brasileiro inclusive (ñ Marcello Pompeu, nem Andreas Kisser), têm se pronunciado. Solidarizado. Compartilhei os prints aqui no Facebook, tirado do grupo “Metal Contra o Golpe”, cuja fonte é um site, “Rock Dissidente”. Em grupo de “metaleiros sujos” facebúquico, bando de filhos da puta ainda fica no papo “e o Lula?”, “mas o PT…”. Bando de pau no cu.
Lembrete mental: jogar no lixo cd do Armahda. Q tem monte de isentão pau no cu. Ñ vou doar nem vender, jogo no lixo mesmo.
E aí no Brasil, o site-referência (ainda é?)… nada cita. Ninguém é obrigado a concordar com opinião, mas ñ estão sequer citando nada disso. Nem o momento escroto miliciano em q vivemos. Medo? De perderem acesso? Patrocínio? Omissão. Isentões. Paus no cu.
“Tô nessa pelo som, vai ficar falando de política agora?”
Mas tem post citando q o Detonator tá fazendo versão de “Caneta Azul”.
Puta q pariu. Fascismo ñ é opinião. E omissão é assentir com essa merda toda.
“Insane Simphony”, Requiem, 1990/1991, por nós mesmos
sons: PI VEZES ERRE AO QUADRADO / THE WALTZ / ANARCHY IN THE U.K. [versão Megadeth] / WALZER [Moszkowski] / WALZER [Moszkowski] / ONE [Metallica]
formação: Rafael (guitar, vocals), Alexandre (guitar), Marco Antônio (drums), Luiz Henrique (bass)
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Vcs ñ conheceram o Requiem.
Desculpem, mas é verdade. Era banda autoral em q toquei entre 1990 e 1995 e só entre nós e uma dúzia de amigos éramos conhecidos.
Pra dar idéia da fita acima, foi uma demo de ensaio, gravada num double deck da Sanyo. Fita Leader, ao q parece. Sem lado b. Nem metrônomo, microfonação (um microfone só pegando tudo – incluídos os vocais – e preso a um taco de bilhar quebrado fincado num banco de jardim), overdub ou qualquer noção. E com encarte feito a mão pelo guitarrista.
E de uma cópia só. Esta. Música pela internet? Sequer sonhávamos. Como sonhar com música disponível de graça? Só se fôssemos muito geniais ou visionários, à Frank Zappa. Ñ éramos. Internet? You Tube? Gravar disco? Arrumar show? Groupies, fama, dinheiro? Ambições modestas: apenas o barato de gravar e nos ouvirmos. Sonicloud o caralho.
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Tô sem toca-fitas pra testar, mas aposto q ainda toca.
E aposto q, em tocando, a vergonha alheia de mim mesmo alcançará níveis estratosféricos (ahah). Ainda q tivéssemos, eu – o baterista citado com acento errado no nome – e o guitarrista apenas 16 anos e a falta de autocrítica (ou excesso de autoconfiança ingênua?) da época.
Desconfio q “One” ñ estivesse inteira; eu nem mesmo tinha um pedal duplo à época. “The Waltz” e “Pi Vezes Erre Ao Quadrado” eram nossas, autorais, a segunda com uma levada de baião (chupa, Nação Zumbi!). “Walzer” era – uh! – uma valsa gravada num tecladinho Cassio (ainda tenho), resultado de 8 anos de aulas de piano q eu fazia; hoje ñ sei nem tirar “November Rain”. Nenhuma ambição orquestral: eu tocava piano de má vontade, o guitarrista improvisou em cima dum trecho e gravamos.
Se fizéssemos shows, jamais tocaríamos ao vivo.
Mais à frente, em formação trio (“Alexandre”, hoje Alê Dantas, guitarrista no Armahda, tocava de vez em quando com a gente) chegamos a gravar uma demo pra valer, em estúdio, chamada “Fallen Lies”, q ninguém conheceu. Até pq ñ a vendemos nem nada. E ñ tenho a cópia.
Luiz Henrique é meu irmão e chegou a tocar ainda no Siegrid Ingrid (gravou “The Corpse Falls”, pela Cogumelo, em 2000) e numa outra banda falida/desconhecida, Opera. Hoje em dia ñ toca mais. Rafael seguiu tocando em bandas autorais e covers e voltamos a tocar ano passado – amenizando tretas de 22 anos – num cover de Megadeth recém-encerrado, passando prum cover b de Iron Maiden q ainda está amadurecendo.
Voltando ao Requiem: um tanto mais à frente (1994?), chegamos a participar duma coletânea, “Falange Rock”, ainda em LP e com outras tantas bandas q em nada deram, com um som intitulado “Circumcision Of My Pride”.
Sério.
Longe de ficar glorificando os “bons tempos” ou a “inocência” ou a “nostalgia q a molecada de hoje em dia ñ tem”, encontrar essa “Insane Simphony” (sic) e algum motivo pra resenhá-la já bastou-se em si mesmo. Em um negócio chamado blog, q eu nem ninguém imaginaria inventarem há 27 anos, tanto quanto ñ imaginaria estar ainda cometendo em 2018, quando comecei o Thrash Com H em 2003.
Sei lá mesmo. Comentários?
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CATA PIOLHO CCLXVII – só eu acho essas capas parecidas?
A banda já era 3ª divisão, caindo pra várzea, nos 80’s. Daquelas bandas mais lembradas por um ex-integrante famoso – Vinnie Moore, tb da 3ª divisão dos shredders – e olhe lá.
Imagine o rolê q fizeram aqui pelo país – Vila Velha, Curitiba (em local onde soube q ñ juntou 30 testemunhas), Rio, Rio Negrinho (Zoombie Ritual ), Londrina, Limeira, daí uma viagem a Buenos Aires, e São Paulo – com apenas 2 integrantes originais e outros arrumados recentemente pra fazer turnê. O q inclui um vocalista holandês de 22 anos (tb ativo no Powerized e no Methusalem, lá na terra da rainha argentina) e um baixista (Tilen Hudrap) q mora – e tb toca em outras bandas – na Eslovênia.
Mais estranhezas? O baterista original, Larry Lowe, é caminhoneiro nos EUA. O guitarrista mais novo (ñ tiozão) mora em Portland (os demais americanos são de Santa Rosa, Califórnia) e VIVE de um Metallica Cover chamado Motorbreath. Arre!
O motivo da vinda gloriosa foi comemorarem “35 anos de banda”. Sendo q estiveram parados alguns anos umas duas vezes… aquela banda-efeméride tipo o Viper, de 20 anos (quando soltaram aquele dvd comemorativo), mas com 10 parados.
Moral da estória: o q conseguissem/conseguiram por aqui seria/foi lucro. Impressão é q se divertiram, e devem ter ganhado algum. Provável turnê enquanto cumpriam férias de trabalho em seus domicílios. E provável q retornem nalgum momento, esse Vicious Rumors, mesmo o Manifesto domingo tendo recebido umas 50 pessoas (contando por alto) pra vê-l0s.
Eu ñ os conhecia, ñ me preparei anteriormente pra tentar reconhecer algo, e saí de lá curtindo o show, mas sem qualquer empolgação em ir atrás da discografia. Soam como um Anvil melhorado, ou um Artillery com mais culhão, e fizeram uma apresentação raçuda, demorada e pra lá de profissional, sem tréguas nem médias levianas com a galera presente. O vocalista Nick Holleman parece um Felipe Dylon do metal, carismático e agradando as garçonetes ninfetinhas do bar. Poderia cantar num Artillery fácil, e me parece ter futuro.
O baterista toca bateria como provavelmente dirige seu caminhão. Pedreiraço, 53 anos e meio q sofrendo pra tocar, mas agüentando bem. Firme. E batendo FORTE o tempo todo. Amigos capixabas q viram a banda em Vila Velha reclamaram q tocaram muito alto; pq estavam em espaço aberto. Imagine tocando ALTO num bar fechado. Doía no ouvido Lowe marretando os 2 surdos e socando o bumbo (os bumbos mais altos q já ouvi), mas é um pouco da truezice e parte do jogo. A única dúvida é se tocam alto daquele jeito pq Lowe ESPANCA a bateria, ou ñ, mas beleza.
Ñ guardei set-list, e tb ñ encontrei nenhum (ainda) no site de set-lists q consulto. Ñ fiquei o tempo todo ali na pista, por causa do alto volume, por causa dalguns berros exagerados (mas afinados) do vocalista, e pq estive no evento pra dar moral pros amigos do Armahda, q tinha tocado antes – pra amigos e fãs q compareceram só pra vê-los – e estavam vendendo cd’s e camisetas ali no outro ambiente.
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Pra impressões sobre o Armahda, basta ler o q escrevi na resenha – postada em 9 de setembro último – sobre a abertura q fizeram pro Sabatton em setembro. Ñ mudo uma linha a respeito. Banda séria (ñ são uns carreiristas), proposta séria (metal flertando com o melódico, mas sem “fórmulas mágicas”, caricaturas obsoletas ou chupins irritantes), músicos bons e q fizeram domingo seu terceiro show.
Tomara q façam mais. Ninguém merece ainda bandas tipo Franga e as dissidências infinitas dela.
O q, de fato, torna uma banda atrativa ao público? Certamente fatores envolvendo proposta, eficiência técnica, desempenho ao vivo, carisma e repertório. Todos eles combinados, ou alguns apenas.
Falar da apresentação do tal Sabaton (nunca tinha ouvido 1 som sequer da banda), com abertura (“convidado especial” de cu é rola!) do Armahda, pra mim envolve esse tipo de questionamento. Por perspectivas diferentes.
Aos suecos:
1ª vez da banda por aqui. Ovacionados como fossem banda veterana – e nem o são, a despeito dos 9 álbuns (2 ao vivo) lançados desde 2005 – ou tivessem músicos de renome: ñ tem. Praticantes de um heavy metal universitário descarado: sons ora pendem pro true metal (requentado), ora adotam elementos folk/pagãos (nalgum teclado, q ñ vi se era pré-gravado ou com tecladista escondido), ora ostentam refrãos a laManowar ou Accept (das sobras de Manowar e Accept), ora resvalam no metal melódico, ora no hard rock. A típica banda q tenta acertar algum alvo atirando em todos.
Ficaram espantados com a receptividade (Carioca Club cheio pela metade) e fizeram show sincero, com tentativas de falar ao público nalgum português, de um dos guitarristas arranhar nosso “Hino Nacional” (ficou melhor q o da Vanusa), coisa e tal. Simpáticos, ñ se pode negar. Um amigo bissexto por aqui, Leo Musumeci, outro dia me falava do nível técnico em q o heavy metal se encontra: todo mundo toca bem, e esses Sabaton são todos bons músicos. Mas a escassez de propostas interessantes impera, no geral.
O baterista Hannes Van Dahl, uma cruza visual, canhota e instrumental de Scott Travis com Tommy Lee, é estupendo. Mas devia estar no Mötley Crüe, ou nalguma banda farofa, e tocava do mesmo modo vários sons; o guitarrista à minha esquerda, percebe-se bastante fã de Iron Maiden na veia Janick Gers (mas menos “mulata Globeleza”), e foi o q arriscou o hino. O outro guitarrista, com sombra nos olhos, tvz quisesse empatizar com fãs de black ou gothic metal, e mostrou bom serviço, fora terem dito ter tocado com febre. O baixista tem aquela pinta de bebum gente boa e ñ atrapalhou. Tampouco apareceu.
O vocalista Joakim Brodén, por sua vez, ñ comprometeu, mesmo com visual de vocalista de tecnobrega: mandou vocais limpos (ñ canário), rasgados (nem tanto) e até gutural num som no bis (“Night Witches”), foi legal com todo mundo, se auto-insultou, e por aí foi.
Todos, no entanto, usaram calça estilo camuflagem à moda Accept. Provável ser a única banda de q ali gostam.
Mas a galera q estava lá pra vê-los estaria pouco se fodendo pras objeções q faço aqui: entoaram vários dos refrões (pra mim, todos chôchos), vibraram com sons mais conhecidos e se comoveram genuinamente com “Smoking Snakes”, o tal som q homenageia os pracinhas da FEB (!!!). Som excelente, desempenho profissa, nada a objetar. A ñ ser o fato de q ñ me pegou.
Músicas sem destaques. Banda de 3ª divisão, derivativa e de títulos clichezaços. Tvz a galera ali pudesse conhecer outras bandas, mais antigas ou mais q dez. Tvz o problema seja eu.
set-list: 1. “The Final Countdown” (intro instrumental – sim, aquela!) 2. “Ghost Division” 3. “To Hell And Back” 4. “Carolus Rex” 5. “Gott Mit Uns” 6. “Uprising” 7. “Resist And Bite” 8. “The Art Of War” 9. “Far From the Fame” 10. “Attero Dominatus” 11. “40: 1” (única q curti) 12. “Swedish Pagans” – encore: 13. “Night Witches” 14. “Smoking Snakes” 15. “Primo Victoria” 16. “Metal Crüe” + “Dead Soldier’s Waltz” e “Masters Of the World” de som mecânico ao fim
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Aos brasucas:
a quem por aqui estranhar eu citar uma banda de abertura, ouso ainda mais: fui pro evento pra vê-los. Pq são uma banda de amigos. E uma banda acima da média com uns amigos, isenção nenhuma à parte. Conheço um dos guitarristas, Alexandre, desde 1990 e já toquei com o cara. O vocalista Maurício Sabbag é o mesmo q canta e toca guitarra no Ministério Da Discórdia, q indiquei por aqui outro dia.
Antes de tocarem, chegaram a ter o nome bradado por uma galerinha ali na pista. Vi muita gente, mesmo antes dessa q foi a 1ª apresentação deles, já usando camisetas, provável decorrência do trabalho de internet: postaram os sons no You Tube, com explicações históricas e contextualizações dos mesmos e vêm fazendo esse trabalho de divulgação. O álbum auto-intitulado desovaram em final do ano passado.
Após a apresentação, a banquinha de cd’s e camisetas vendeu material como nunca tinha visto uma banda de abertura fazer. 67 cd´s a 15 reais, e montes de camisetas. Gente comprando 2 por vez. Resposta direta, melhor impossível. Convenceram muita gente, empatizaram sem forçações ou demagogias baratas – tipo aqueles papos de falar em “cena”, louvar São Paulo ou o país, essas merdas – e, sobretudo, pelo som.
Q é, grosseiramente falando, um metal numa veia Blind Guardian, alternando sons em inglês e português, todos tratando de episódios da História do Brasil, um barato q o Maurício acalenta de muito tempo.
Ñ são uma bahnda q quer desesperadamente fazer sucesso: querem fazer seu som. Já falam em fazer um próximo álbum, com a bahnda q foi arranjahda pra tocarem ao vivo (o cd tem Maurício e Renato – o outro guitarrista – fazendo praticamente tudo, com o produtor tocando bateria) e assim, deixando de ser um “projeto”. Agradaram o público por se tratar dum som q agrada em cheio aos órfãos de Blind e de metal melódico (mesmo Maurício ñ sendo nenhum canário clonado), como tb aos órfãos e viúvos da panaquice Video Show q se tornaram os “baluartes” do estilo por aqui, tipo Franga, Falaschi, Aquiles e os trocentos projetos paralelos, tangentes e co-secantes ridículos q dão em nada.
Q ñ juntam 10 devotos num show próprio.
Foi foda, achei foda, os caras são foda, mesmo ñ sendo minha praia. (O q eles mesmos sabem). Foram batizados com louvor (com direito a rodas na pista), ganharam respeito na sinceridade, na raça, na gana. Tem perspectiva, banda promissora. Há público ávido por sons como os q eles fazem, e q merece banda melhor do q os lixos q poluem esse segmento. Vão ter q ralar, pois parecem saber q “saber tocar” ñ é o quesito principal. Torço por eles, fiquei orgulhoso. E recomendo.
E sei q quem por aqui eventualmente ñ curtir, poderá criticar. Pois sei q os caras têm maturidade pra fuçar por aqui e absorver críticas ou senões. Dá-lhe, Armahda!
set-list: 1. “Ñorairô” (Intro)/”Echoes From the River” 2. “The Iron Duke” 3. “Queen Mary Insane” 4. “Canudos” 5. “Armahda” 6. “Flags in the Wind” 7. “Paiol em Chamas”.