Disco de estréia auto-intitulado, sai em 8 de Abril.
Liberaram um lyric video pra “Liar” e a formação da banda, pra mim todos ilustres desconhecidos: Andy Curran (baixista), Alfio Annibalini (produtor e engenheiros de som?!) e Maiah Wynne (vocalista).
Curti. Principalmente pq ñ lembra em nada Rush.
Meio experimental, meio retrô. Fiquei na expectativa do tal disco ñ seguir só essa pegada e tentar várias outras abordagens (de acordo com o release enxertado ao vídeo): me parece demais a cara do Lifeson isso.
Mas o q vai encher o saco é o tanto de idiota q daqui umas horas vai começar a falar “vc viu q o guitarrista do Rush tá com banda nova com o baterista do Dream Theater?”
Algo q todo mundo aqui já viu (até por eu ter enviado no WhatsApp) ou soube, mas q compartilho aqui pra enfatizar: homenagem ao Rush em jogo de futebol americano.
Rolou no último 9 de Outubro: banda marcial (dessas coisas q estadunidenses adoram) da Ohio State University. Em intervalo de jogo contra Maryland.
Espetacular.
Geddy Lee e Alex Lifeson se pronunciaram como um “sem palavras”. Dizer o quê?
Quer me tirar do sério? Vem com papo de q Mike Porretnoy “é melhor q Neil Peart”.
Nem pisco, mando se foder na hora. E nem explico. Pq deveria ser desnecessário.
Agora, de uns anos pra cá, me tirar do sério é vir com papinho de “o Rush vai voltar, com Mike Portnoy na bateria” (ñ q o babaca ñ queria; faz lobby pra isso desde Peart vivo), ou “o Rush tá voltando com o batera do Dream Theater na bateria, vc viu?”. Acontecia, em média, a cada 15 dias.
Eu simplesmente ñ respondo mais. Mudo de assunto ou viro as costas.
Fazia tempo q ñ acontecia, daí uma prima roqueira minha (roqueira nível Foo Fighters, U2 e Muse – nada contra, só contextualizando) semana passada me manda essa (e o vídeo acima) no WhatsApp dizendo: “vc viu q o Rush vai voltar e está fazendo testes pra baterista? Vai treinando aí”.
Putz.
Desnecessário dizer q ela nunca me viu tocar. Tive q explicar q ñ sei tocar Rush; no máximo coisinha ou outra do “Counterparts”, q considero dos piores discos deles justamente… pq têm músicas q eu consigo tocar.
E falei q já ensaiei bandas q o povo puxava Rush e eu ñ toco. É blasfêmia. É pecado, tenho medo. É o meu limite (pra cá) da psicopatia, sou apenas um castrado freudiano como a maioria, ñ me atrevo. Enfim.
Perguntei pra Bete (a prima) “de onde vc tirou isso?”. Resposta: “ah, um locutor da 89fm falou”.
Tempos de likes e haters, tá certo. Pós-verdade é a mentira gourmet. Foda-se se é opinião travestida de informação; a verdade virou “opinião”. Ñ importa q Geddy Lee e Alex Lifeson já o tenham desmentido 500 vezes. Importante é a “polêmica”. A era dos podcasts, q merda.
***
E todo esse rumor semana passada pq Alex Lifeson liberou 2 sons novos (“Spy House” e “Cabul Blues”) em sua página oficial. Sem Geddy Lee. Sem sobra de Rush. E por causa do vídeo, híbrido de biografia, endorsement e gratidão à Gibson.
Muito antes dos tempos atuais de fake news e pós-verdades, já nos deparávamos com esse tipo de idéia, q ñ são só boatos ou “lendas do rock“. São desejos q nunca serão concretizados, conceitos sem sentido e desmentidos pelas pessoas envolvidas, opiniões sem qualquer embasamento e q mesmo assim algumas dessas pessoas mantém. Ñ se consegue contra-argumentar; ñ dá pra discutir. Quando tentamos, a gente q é radical. O problema está nessas pessoas.
TOP 10 TERRAPLANISMOS DO ROCK:
gente q ainda acredita numa reunião do Pink Floyd e turnê no Brasil
pessoas q ainda sonham com a volta de Ritchie Blackmore ao Deep Purple
“Geddy Lee e Alex Lifeson vão continuar o Rush com Mike Portnoy“
“o André Matos quase entrou no Iron Maiden“
“o Iron Maiden acabou no ‘Killers’“
Clive maior q Nicko/Paul melhor q Bruce
gente com mais de 18 anos q acredita q o Manowar é de verdade
“o Two foi um projeto de Rob Halford com Trent Reznor, do Nine Inch Nails“
“Eu Apóio o Metal Nacional”
“nada nem ninguém fez nada melhor q os Beatles até hoje”
“A Farewell to Kings”, por Alex Lifeson [“A Farewell to Kings”, Rush]
“… And Justice For All”, por James Hetfield [“… And Justice For All”, Metallica]
“No Love”, por Gary Holt [“Bonded By Blood”, Exodus]
“Mama I’m Coming Home”, por Zakk Wylde [“No More Tears”, Ozzy Osbourne]
“Tears Of the Dragon”, por Roy Z [“Balls to Picasso”, Bruce Dickinson]
“The Trees”, por Alex Lifeson [“Hemispheres”, Rush]
“Fight Fire With Fire”, por ??? [“Ride the Lightning”, Metallica]
“Roundabout”, por Steve Howe [“Fragile”, Yes]
“When the Sun Burns Red”, por Frank Godzik [“Coma Of Souls”, Kreator]
“Children Of the Damned”, por Adrian Smith [“The Number Of the Beast”, Iron Maiden]
NOTAS: a) ñ tenho certeza se a de “… And Justice For All” seria mesmo violão. Parece; b) “Mama I’m Coming Home” ñ consegui distinguir se está acompanhada de teclado. For o caso, troco por “Handful Of Rain” do Savatage; c) motivo idêntico pra eu ñ ter incluído a intro de “Beneath the Remains”, do Sepultura. Tem teclado junto; d) tenho impressão de q a intro de “Fight Fire With Fire” é coisa do Cliff Burton. Assim como a de q ele tocou tudo ali, mas nunca vi/li nada a respeito. E tvz tenha teclado junto…
OBS: lista do bonna esta semana terá “Fuck the USA”? Eheh
Quando comecei a ouvir (e ver) Rush, achava q eram uns caras muito sérios. Solenes, tipo físicos acadêmicos. Poucas eram as entrevistas disponíveis e os vídeos (“Exit… Stage Left” e “A Show Of Hands”, ainda em vhs) nunca os mostravam tocando rindo, se divertindo.
(exceção, no último, à ‘atrasada’ q Alex Lifeson dá num riff em “2112” pra zoar Geddy Lee, q ñ pareceu reagir bem)
Na minha “bolha” à época, levávamos a banda muito a sério. Pelo tanto q tocavam (imagina: um baixista q tocava baixo, teclado e cantava ao mesmo tempo) e concentração necessária pra replicá-los (Neil Peart sempre tocou cada virada igual aos discos), pois nunca erravam, e pelos sons, pelas letras.
Os videoclipes tb eram bastante austeros; uma risada ou outra em “The Big Money”, se muito.
Foi em algum momento nos 90’s, ou tvz nos 00’s, q os caras começaram a mostrar q eram engraçados, q se divertiam tocando. Q zoavam uns com os outros.
Ñ sei precisar quando: tvz a partir do “Counterparts” (1993). E com isso, confirmando aquilo q Ray Daniels, empresário da banda desde sempre, depõe em “Time Stand Still”, documentário: “eles são muito bons e ñ se levam a sério, o q é muito bom e muito difícil de se ver”.
***
Tudo isso pra contextualizar o vídeo acima, q os algoritmos do meu celular me sugeriram via YouTube, e q parece parte de algum filme, “Absolute Power”, ou algo assim.
E q expressa o senso de humor canadense, mais zoeiro e refinado q o estadunidense (unidimensional e caricato) mas tb o de Peart, q topou fazer a cena e, assim, tb homenagear os fãs. Gente, como eu, virtuosa em air drumming. E q de jeito nenhum se ofendeu ou se ofenderia com essa zoeira.
O vídeo me fez lembrar aquele puta show em 2002 no Morumbi, em q ñ errei uma virada e q tive q pedir desculpas pra alguém ao lado a quem quase pus a nocaute fazendo a viradona de “YYZ” ahahah
PS: tá cheio de baterista no “metal nacional” q tomo q nem fodendo toparia fazer algo assim.
Parece documentário bônus no relançamento comemorativo-remasterizado de “2112”.
Errado. O relançamento comemorativo-remasterizado é q deveria ser o bônus.
25 minutos sem excessos. Alex Lifeson e Terry Brown, produtor do Rush por muito tempo (entre “Fly By Night” e “Signals”), falando de música, instrumentos, artifícios de gravação e etc. O tipo de coisa q eu acho do caralho.
O tipo de coisa q eu sinto uma falta absurda nas biografias bandísticas ou de músicos. Bruce Dickinson, Dave Mustaine, Anthony Kiedis, Kim Gordon, Peter Hook, Nick Mason, por exemplos q me ocorrem. A de Tony Iommi chega a ter um tanto. Falar dos sons, dos arranjos, dos estúdios, das doideiras, de quanto durou fazer um disco específico, essas coisas.
Parece haver uma biografia do Led Zeppelin voltada a esse aspecto, hum?
***
Um detalhe no vídeo acima: a hora em q Lifeson fala da falta de fotos ou registros à época. Se pensarmos o Rush como banda q foi ralando ano a ano (provavelmente a única banda a fazer turnês de TODOS os seus discos) e q nunca esteve num holofote, tvz tenham faltado registros do tipo mesmo.
Menos mal existir ainda a MEMÓRIA. E câmeras pra registrar esse tipo de coisa.
Torço pra q saiam ainda mais documentários deste tipo. Do Rush, destrinchando os demais discos. E de monte de bandas. Pq vida pessoal, intrigas, fantasmas internos e esqueletos no armário acho legais até a página 2. Se trata de pessoas fazendo música. E música é o principal.
Vídeos legendados assim no You Tube tb vão fazendo Keith Richards ganhar anos de vida eheh
As polêmicas da vez envolvem o “fim” do Slayer e o fim do Rush.
Slayer saiu por aí anunciando uma “última turnê mundial”, com monte de banda pendurada junto. Quero ver se esse combo vem pra cá mesmo. Mó comoção q sinceramente ñ entendo: os caras já vêm enrolando e vivendo de nome há anos. E quero ver se essa última turnê acaba logo ou perdura como a do Scorpions. Q vão parar, mas ñ disseram QUANDO.
Mas parece q as pessoas parecem se apegar. E mais: se apegar a uma banda q ñ mais existe (mesmo q ao vivo ainda renda um caldo) como existiu em seu auge. Ñ é nem birra de “Jeff Hanneman morreu” ou “sem Dave Lombado ñ rola”, nada disso. Subjetivo e relativo isso, mas como o amigo märZ postou por aqui certa vez, os últimos álbuns – por melhor q seja o “World Painted Blood” – dava pra ficarmos sem. Desse último então, ficou a capa, uns 3 sons mais ou menos e 3 videoclipes metidos a gore.
Já o Rush parece estar anunciando o fim do modo Rush/canadense de ser: ninguém estava querendo assumir a mão amarela, daí surgiu depoimento de Alex Lifeson dando conta de q nos últimos 2 anos ñ tem havido mais shows marcados ou planos de gravar alguma coisa. Basicamente DEU.
Aparentemente de boa. E acho q tem q ser assim mesmo. Devem nada aos fãs ou ao mundo. Fica o legado. 24 discos de estúdio, caralho. E poupar quem curte da decadência q já se prenunciava.
(como Geddy Lee já ñ conseguir cantar a contento certas músicas mais. Vide dvd recente, “R 40”, q aliás já avisava categoricamente o fim)
Pq a real é assim: tá morrendo gente adoidado. Só neste mês, q nem acabou, já foram Chris Tsangarides, guitarrista do Babymetal (novinho, tudo bem), Eddie “Fast” Clarke, baixista do Kinks, vocalista do TheCranberries (tb nova, exceção) e ex-baterista do Judas Priest. A hora em q Ozzy Osbourne ou gente do Iron Maiden se for, tvz vá cair a ficha da galera de q esse povo já virou os 60 e 70 e só duram pq duraram. E lutando contra a indignidade.
E pq a obra pregressa – ñ a atual – segura a onda.
Assim: é natural q tudo morra. Esse negócio de banda insistir em continuar soa antinatural. E prende a todos nós num limbo perpétuo. Faltam “peças de reposição”? Evidentemente. Mas vai ficar faltando ir a show desse povo? Melhor elaborar de vez esse tipo de luto do q ficar vendo dinossauros capengarem até morrer de velhice.