Vontade recorrente (e contida) q tive ao longo do show e tb depois, na rua voltando ao metrô, era ficar vociferando “chupa, Zakk Wylde“ e “chupa, Dimebag”. Guitarrista de verdade é Tommy Victor.
Considerava sobre a injustiça do sujeito ñ ser enaltecido como deveria, mas ao mesmo tempo sobre minha vã empatia: o cara tá se lixando pra isso. E isso é foda.
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Contexto: o show estava agendado há meses pra quinta-feira 13, mas a organização quis tentar tirar proveito do feriado (conseguiram comigo: comprei na porta) pra ver se rolava mais público. E nem adianta falar q foi o show do U.D.O. rolando no Carioca ou o Popload Festival pra hipster no Clube Tietê, rolando no mesmo dia atrapalhando. Nem o Corinthians x Flamengo em Itaquera.
Ou o show do Nightwish (Unimed Hall, pra 8 mil presentes) no dia seguinte. Ou o Helloween baile da saudade de sábado antes. A real é q o show do Prong rendeu metade do Fabrique (ex-Clash Club). E se isso significou 200 pessoas, eram 200 FÃS DE VERDADE presentes.
Gente q nem foi pela nostalgia, mas por conhecer a obra da banda, fases noventista e recentes. Aliás, Victor e seus asseclas (ñ peguei nomes) estavam com sangue nos óio: o set-list colado ao palco – e do qual tirei foto – tinha duas páginas. 19 sons + uma intro.
E foram todas magistralmente executadas. Requinte de crueldade mesmo.
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E a comoção era genuína: galera cantando os sons, air guitar comendo solto, decibéis açoitados impiedosamente e à exaustão. (TUDO muito alto, mas definitdo). Fazia muito tempo q ñ saía SURDO dum show. Padrão de qualidade, oras.
E o público ñ tinha ninguém abaixo de 25 anos. O público comprou todas as poucas – e caras – camisetas de 120 reais. O público ñ teve do q reclamar.
E tenho impressão de q Victor ficou por ali mais um tempo, trocando idéia, tirando selfie, autografando a Rock Brigade véia q um tiozão portava embaixo do braço. Esbanjou simpatia: entrou e saiu do palco rindo e mascando chiclete.
Mandava beijinhos, estava claramente curtindo o evento. Show único em SP, duma turnê latino-americana visivelmente modesta. Do tamanho q a banda (ainda) tem. E tudo bem.
Rolou “Unconditional”? Logo, no 6º som. “Snap Your Fingers, Snap Your Neck”? Como ñ? Com direito a introdução alongada. Em “Beg to Differ”, 4º som, Victor dava de Tim Maia, pedindo retorno pro sujeito da mesa de som (daqui, ñ da banda), até se dar por satisfeito. Sem cuzice, zero estrelismo.
[ele era técnico de som ou porteiro no CBGB, né?]
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E foi aquele show q pra mim apontou duas possibilidades:
ou a banda vai começar a voltar direto (e poderia ser em Sesc), até cansar
ou a banda nunca mais volta e quem deixou de ir vai lamentar o resto da vida
Puta show.
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Set list: 1. Intro 2. “Test” 3. “Whose Fist Is It Anyway?” 4. “Disbelief” 5. “Beg to Differ” 6. “Lost & Found” 7. “Unconditional” 8. “Ultimate Autority” 9. “Cut-Rate” 10. “Rude Awakening” 11. “Broken Peace” 12. “Cut & Dry” 13. “Another Wordly Device” 14. “Snap Your Fingers, Snap Your Neck” 15. “However It May End” 16. “Revenge… Best Served Cold” 17. “Close the Door” 18. “Prove You Wrong” [bis] 19. “Third From the Sun”
PS – teve uma banda de abertura sem sal tb. Considero nos comentários, pra ñ gerar incômodos PS 2 – q legal um show começando e terminando cedo e na hora. 21h30min eu já estava em casa, vendo Corinthians x Flamengo. Com a tv no mudo.
Korpiklaani é legal, divertido (fui a show), coisa e tal. Em disco – tenho 3 – acho mais complicado. Tudo igual. Andamentos, violino, vocal.
Mas esta versão (ñ darei spoiler) chama atenção.
E fico pensando q músico finlandês domina polirritmia desde sempre. Pq cantar na língua pátria deles exige cantar fora de tempo ahahah
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E na linha auto-celebrativa da vez, 30 anos de “No More Tears”, coisa e tal, q tal um MASHUP OFICIAL de “Hellraiser”, já q o sr. Osbourne ñ consegue (mais, e faz tempo) fazer turnê comemorativa?
E pq, ao q tudo indica, o pós-apocalipse demorará muito pra passar. Até pra ele.
Sempre preferi a versão Motörhead, mas seria esperar demais q fizessem a partir daquele chassi. E o super super super estimado Zakk Wylde, como ficaria?
Jon Schaffer. Dono de banda, empreendedor. Patriota, cidadão exemplar, pagador de impostos. Certamente temente a Deus. Um americano puro-sangue defendendo a liberdade de expressão e possuidor de “opinião divergente”.
SQN
Todo mundo aqui vem acompanhando a história: participou da invasão do Capitólio e está preso. Hora vejo q prenderam, hora q “se entregou”. Vai ver, meu inglês é q ainda é falho. Uma pesquisa prévia demonstra o quilate da “opinião” do sujeito sobre o q acontece no mundo.
Decorrência óbvia: músicos contratados membros da banda se pronunciaram contra. Bora tentar salvar a imagem e algum trampo mais à frente; vai q a banda foi pro saco mesmo.
Só q parece q um deles, ñ lembro qual e ñ achei o link, já tinha se pronunciando apoiando e apagou. Daí mudou de opinião. Ratos abandonam o navio, a covardia se instalou.
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E aí fico aqui pensando o quanto os srs. Phil Anselmo, Zakk Wylde, James Hetfield, Tom Araya, Yngwie Malmsteen, Ripper Owens, Michael Sweet, Sammy Hagar, integrantes de Hate Eternal e Nile, e mesmo Dave Mustaine andam quietos ultimamente. Cadê jornalista pra perguntar aos distintos opiniões a respeito? Um amigo, muito fã de Metallica (ñ um fã hipster) me disse esses dias estar aliviado de Mr Hetfield, “nem oficialmente ou extra oficialmente” se pronunciar a respeito. Pra ñ passar por decepção.
Contra-argumentei q o Sr. Lars Ulrich deve manter a rédea curta ali. O media trainning. “Ñ é bom pra economia” falar certas coisas – como ficaria a “família Metallica“? – e certamente ñ seria bom pra lojinha.
Ao mesmo tempo, embora Sebastião Bach tenha se pronunciado e intimado geral, e tb um nunca omisso Phil Rind (Sacred Reich) e tenhamos sabido q Rob Flynn tem sido ameaçado de morte por FÃS devido a opiniões contrárias ao ocorrido e ao apoio ao Black Lives Matter, o fato é q a maior parte do metal dos EUA está convenientemente quieta.
No fim, só espero q essa neo-Hollywood Netflix ñ venha daqui a um tempo fazer filme sobre Schaffer. Certamente livro ou autobiografia vai rolar. À moda nórdica Burzum-Dissection.
Parecia mais distante, folclórico e confortável quando esse tipo de psicopatia era só coisa de escandinavo, né?
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Semana passada o amigo märZiano deu aparte q passou meio ao largo, sobre “cancelamento”. A vontade é cancelar toda essa gente, se desfazer de discos e seguir adiante. Possível? Ñ. Tvz só ñ seguir mais, boicotar caso venham tirar dinheiro dos índios tocar por aqui novamente, essas coisas.
Até pq todos aqui já conhecemos bangers radicais q romperam com bandas, bem antes q a pauta de “cancelamento” existisse. Sei de amigo q parou com o Metallica no “Metallica”, tirou adesivo do carro e nunca mais acompanhou. Normal. Lembro na Galeria do Rock o tanto de disco do Kreator (vinil e cd) disponível depois q os mesmos lançaram “Renewal”.
Um radicalismo boçal e comum de pessoas q nunca foram exatamente mente aberta. Muitas dessas hoje casadas, com filhos e freqüentando igrejas. De Deus, de família, “Brasil acima de tudo”.
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E por falar em Kreator…
“Esse tipo de festival conecta todos os tipos de pessoa. Temos gente do mundo inteiro aqui. Mas o pior é que ainda há gente no metal que pensa que é cool ser racista.
Sabem duma coisa? Na minha opinião, metal e racismo não combinam. Então, pra esse próximo som eu queria pedir um baita mosh-pit pra mostrar pros fucking racistas que fiquem longe do metal. Porque a gente diz ‘vão se foder’.
‘Europe After the Rain’ 1-2-3-4...”
O discurso acima é uma tradução livre minha e ñ consta no recorte youtúbico desta versão de “Europe After the Rain” cometida no Wacken 2008 q consta no dvd bônus do meu “Phantom Antichrist”. Tirei a fala dali.
A única banda 100% anti-fascista e “de esquerda” no thrash metal (e sei lá se ñ no heavy metal todo) é o Kreator. Sempre foi.
“Europe After the Rain” é do “Renewal” e já alertava sobre o neo-fascismo. Lembro de show aqui em q Frank Godzik disse em entrevista ao Gastão q tinham abandonado turnê com Morbid Angel pq aqueles tinham sido uns “asnos” ao defender nazismo.
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Enquanto escrevia isto, deixei o dvd rolando. Tá rolando “Tormentor”. Vou lá bater cabeça depois do enter e já volto pra comentários.
“A Farewell to Kings”, por Alex Lifeson [“A Farewell to Kings”, Rush]
“… And Justice For All”, por James Hetfield [“… And Justice For All”, Metallica]
“No Love”, por Gary Holt [“Bonded By Blood”, Exodus]
“Mama I’m Coming Home”, por Zakk Wylde [“No More Tears”, Ozzy Osbourne]
“Tears Of the Dragon”, por Roy Z [“Balls to Picasso”, Bruce Dickinson]
“The Trees”, por Alex Lifeson [“Hemispheres”, Rush]
“Fight Fire With Fire”, por ??? [“Ride the Lightning”, Metallica]
“Roundabout”, por Steve Howe [“Fragile”, Yes]
“When the Sun Burns Red”, por Frank Godzik [“Coma Of Souls”, Kreator]
“Children Of the Damned”, por Adrian Smith [“The Number Of the Beast”, Iron Maiden]
NOTAS: a) ñ tenho certeza se a de “… And Justice For All” seria mesmo violão. Parece; b) “Mama I’m Coming Home” ñ consegui distinguir se está acompanhada de teclado. For o caso, troco por “Handful Of Rain” do Savatage; c) motivo idêntico pra eu ñ ter incluído a intro de “Beneath the Remains”, do Sepultura. Tem teclado junto; d) tenho impressão de q a intro de “Fight Fire With Fire” é coisa do Cliff Burton. Assim como a de q ele tocou tudo ali, mas nunca vi/li nada a respeito. E tvz tenha teclado junto…
OBS: lista do bonna esta semana terá “Fuck the USA”? Eheh
O encarte em “Live In Montreux 2010” (2011), q trata da apresentação em si e circunstâncias, descreve em seus últimos parágrafos o falecimento, planos interrompidos e como Moore se via no mundo da música.
Escrito/assinado por Dave Ling, jornalista inglês da revista Classic Rock:
“Tragically, Moore died of a heart attack during a getaway break in Spain on 6 February, 2011 – seven months to the day after this Montreux gig.
The world of music was stricken with grief. There were tributes from Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Bob Geldof, Roger Taylor, Scott Gorham, Glenn Hughes, Zakk Wylde, and Bryan Adams and many more, even from the realm of extreme metal thanks to Opeth‘s Mikael Åkerfeldt.When Europe played at the Shepherd’s Bush Empire in London shortly afterwards, their guitarist John Norum offered an affectionate rendition of ‘The Loner’, the Max Middleton song that Gary had recorded to such emotional effect on ‘Wild Frontier’.Neil Carter, who only the previous summer had reconnected with Moore through the teaching of music at a school attended by all three of the latter’s children, was especially distraught.
‘We were due to go into the studio next week. Gary had some ideas for an album – a Celtic rock album – and we were going to start working on those’. Neil informed Classic Rock, referring to the likes of ‘Days Of Heroes’, ‘Where Are You Now’ and ‘Oh Wild One’. ‘I hesitate to use the word genius but there was something otherwordly about Gary. He was a truly gifted individual. I shall miss him a lot’.
Though the likes of Metallica‘s Kirk Hammett, Vivian Campbell Of Def Leppard and the late Randy Rhoads (of Ozzy Osbourne, Quiet fame) and more have all cited his playing as an influence upon their own techniques, the 58-year-old was a modest and unassumng man – especially so during the final years of his life.
‘I don’t think I’m undervalued (as an artist); I’ve had all the accolades that I could wish for’ he told me back in July 2006. ‘I’ve felt overrated sometimes, not underrated. Being called a legend makes me cringe’.
Well, now there’s very little choice in the matter…“
1º som: certamente “All For You”, do “Stronger Than Death”, quando o comprei. Pra conhecer. Falava-se muitíssimo bem de Zakk Wylde e ‘sua banda’. Ñ conhecia nada antes
1º álbum: “Stronger Than Death”, comprado pra conhecer o Black Label Society. Sem conhecer nada antes. Meados de 2001, 2002. Depois peguei uns outros 2 discos, q ñ fizeram minha cabeça. Este aqui ficou como o melhorzinho mesmo. Ainda tenho.
Zakk Sabbath: 5 shows marcados no Brasil, outros 3 em países sul-americanos. A prova cabal de q o sujeito ñ tem MESMO mais pra onde ir. Abaixo disso é ir ao programa da Sônia Abrão chorar q está sem trampo.