COMO TRATAR BOLSONÓIAS
Quem por aqui ainda ñ viu compartilhado por mim via WhatsApp esses dias, viu no grupo “Metal Contra o Golpe” do Facebook. E quem ainda ñ viu, vê agora:
Sebastian Barbie rancando fora – ñ sem antes dar aquela enquadrada – dalgum podcast estadunidense em q o “humor” foi temperado com piadinha (sim, pejorativo) homofóbica sobre Rob Halford. O famoso “chega dessa merda”.
Chega.
Dessa.
Merda.
Admito ñ conhecer o tal “humorista”, mas depreendo ser desses trumpistas barra bolsonóias barra isentões de direita pra quem “o mundo está ficando chato por culpa dessa ditadura do politicamente correto”. E q a “liberdade de expressão” – o q significa falar mal de mulher, gay e negros – estaria ameaçada pelas “feministas”.
O mundo mudou. E por aqui, há 2 anos, pra bem pior. Pandemia só ressalta o fenômeno escroto do bolsonarismo terraplanista olavista homofóbico misógino made in Brazil, acalentado já há muito anos. Ñ surgiu agora: foi parido em 2018.
E a atitude do ex-Skid Row pra mim soa exemplar: ñ compactuar, mas o fazendo de MODO ATIVO. Enquadrar e sair fora. Constrangimento reverso. Como bem frisou Schwarzenegger em vídeo anti-Trump recente. Repercutir. Ao invés de apenas “excluir, bloquear e denunciar”, q pode até funcionar, mas ñ reverbera ou serve de exemplo. Por exemplo.
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Tem uma idéia q circulou nos primeiros meses da pandemia, a de “nos tornarmos melhores após a pandemia”. O pós-pandemia ainda inexiste, mas entendo q o “nos tornarmos melhores” está em vigor desde março. Ñ vai cair do céu, nem acontecer indiscriminada e alheiamente às pessoas, acendendo incenso, mentalizando roxo ou desejando “o bem”.
Passa por atitudes. Como essa. Como eu, particularmente, ñ consumir mais nada de bolsonóia, ñ assistir mais a show de banda isentona (o Korzus já ñ me fazia falta mesmo), ñ mais usufruir de serviços oferecidos por isentões de direita q sei q, à primeira oportunidade, vão puxar meu tapete.
E por eu tb modificar alguma coisa por aqui. Por exemplo: tvz parar de chamar o cara de “Barbie”, uma homofobia adolescente idiota q tvz ñ tenha mais graça. Se é q já teve alguma.
Desconstruir os conceitos intrínsecos e dados como “naturais”. E etc.
märZ
27 de outubro de 2020 @ 12:35
Já escrevi aqui, e repito: Sebastião é um cara bacana. E nunca lançou um disco ruim.
Rodrigo
27 de outubro de 2020 @ 15:03
E o Tom Araya, hein?
FC
27 de outubro de 2020 @ 16:36
O Halford foi no mesmo programa depois e disse que “não cospe, engole”. Só não entendi se foi em tom de crítica ao humorista ou se ele contemporizou o comentário do cara (humor britânico às vezes é sutil demais).
Por aqui teve um caso recente do Criolo no programa do Clemente, lembram?
André
27 de outubro de 2020 @ 20:33
O engraçado é o pessoal desencavando as merdas do passado do cara. Porra, o cara mudou. Pra melhor, pelo visto. E, tá se posicionando. E, quem continua pensando do mesmo jeito como Ted Nugent? Ou, então, Tom Araya, que depois de velho virou trumpista bolsonoia? Se é que já não o era.
Quanto a atitude do Rob Halford, não sei o que pensar ainda. Só sei que não agradou muito.
märZ
27 de outubro de 2020 @ 21:11
Halford é um gentleman, um cara de classe. Moderado, calmo, gentil, educado. E nesses anos todos aprendeu a contornar esse assunto de sua sexualidade dessa maneira, sem se exasperar nem arrumar confusão com ninguém. Pelo que vi no podcast, passou um pano pra evitar o constrangimento geral.
Leo
27 de outubro de 2020 @ 22:17
Concordo plenamente com a atitude do Sebastian Bach!
Infelizmente, o metal ainda é um cenário muito reaça e conservador (basta ver os exemplos aqui listados) em que uma atitude como essa ainda é exceção, por isso, gera tantos cliques e acaba dando mais interesse que gerando rejeição pelo programa.
O passo seguinte seria os financiadores desse programa de TV retirarem seu apoio, como aconteceu com o patrocínio do Santos.
Aí, sim, sentiriam na carne a consequência de uma besteira desse tamanho.
Marco Txuca
27 de outubro de 2020 @ 23:45
Halford: pelo q me parece tentou dar uma invertida, constranger o babaca. Mas tvz seja meio humor britânico mesmo. Americano ñ entende, vide história do clipe de “I Want to Break Free” (Queen)
Araya: o Jessiê defende q ele e Kerry King já eram reaças e ñ percebíamos. Tipo na letra de “Dittohead”
Ted Nugent é o legítimo redneck filho da puta trumpista americano. Repararam q nunca fez show fora dos EUA? No máximo, Inglaterra. Ñ toca pra índio nem pra pobre de terceiro mundo. Mas se vier pra cá, aposto q o Korzus dá jeito de abrir
O caso (sem duplo sentido) com Criolo no Showlivre.com, apresentado por Clemente, infelizmente flagra o negão punk dando de capitão do mato (o fez tb com a vocalista do Replicantes, ñ lembro como: é uma hora em q algum espectador supostamente resolveu fazer graça dizendo q Criolo estava parecendo o Freddie Mercury…
… conotação sexista e homofóbica inclusa. Clemente vai lá e dá risada e acha q é piada e passa adiante. Toma um carão elegante do Criolo. Ñ consigo linkar agora, mas tem no YouTube.
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Leo: meu medo é q neste nosso zeitgeist de metas de like esse tipo de programa (e por tabela os youtubbers guitarreiros de direita por aqui) comecem a convidar esse tipo de gente pra tomar invertida de propósito e ganhar like mesmo assim.
Dou essa dica por aqui: em Facebook tentem ñ compartilhar post bolsonóia ou desses youtubbers, nem pra xingar ou mostrar a boçalidade; se possível dêem print e compartilhem o print. Desmonetiza o sujeito, trava o algoritmo e o bolsonóia vai ter q arrumar emprego de verdade pra poder pagar o próprio feno.
Jessiê
29 de outubro de 2020 @ 14:01
Eu tenho comigo nas minhas publicações nem levantar as questões pois mesmo que seja de forma crítica aumenta o algoritmo em torno destas escrotices
Jessiê
29 de outubro de 2020 @ 14:06
Descontadas as diferenças culturais que muitas vezes não entendemos, principalmente no espírito republicano, a maioria da primeira leva de thrash metal são conservadores, basta ver muitas de suas letras. Exceção a uma galera mais ligada aos movimentos HC principalmente a cena mais novaiorquina.
Leo
30 de outubro de 2020 @ 10:13
Marcão,
Não precisa ter medo disso acontecer, pq JÁ ACONTECE.
Aquele Flávio Morgenstern nasce desse esgoto.
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Jessiê,
Total!
Entre tantos outros motivos, é uma das razões pelas quais acabei me ligando tanto ao HC!
Marco Txuca
30 de outubro de 2020 @ 11:14
Pois é, Leo.
Ñ sei nem quem é esse cara, como nunca nem fiz post falando mal de Nando Moura, nem do seu substituto-pupilo atual. Q se fodam. Vivem de likes.
Nesse sentido, passo recomendações aos amigos aqui, q estendam às redes sociais, sobretudo Facebook, q freqüentam:
1) jamais compartilhem posts bolsonóias. Mesmo q seja pra criticar ou ridicularizar. Printem o post e daí postem. Compartilhar é favorecer os algoritmos e monetiza os fascistas q ganham pra tumultuar
2) exijam das moderações de grupos e páginas q vcs freqüentem “termo de solicitação”. Isso barra os robôs e trava os algoritmos tanto quanto
3) bloqueiem e excluam fascistas de posts q eventualmente vcs façam. Só entrar no perfil (às vezes fake) da “pessoa” e dar o comando “bloquear”. Funciona. É um saco ter q fazer, mas o Facebook, o Instagram e o Twitter ñ fazem isso por conta
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Os bolsonóias saíram do esgoto e andam transformando a internet numa cloaca pustulenta. Ontem no grupo de colecionadores rolou uma puta treta com a moderadora, q expulsou acho q uns 50 fascistas do grupo.
Tenho lido lá uns depoimentos de outros participantes, q tem dito q outros grupos/páginas têm tido um movimento ainda mais intenso de bolsonóias causando e tumultuando. Sou da hipótese de q com a pandemia, essa raça escrota deva estar ainda mais desesperada por grana.
Aqui e no bangersbrasil temos a conduta de ñ acolher qualquer like. Tem páginas ou sites ou youtubbers até bem intencionados q aceitam qualquer like. Pq significa monetizar e “audiência”.
Bolsonóias ñ valem esse tipo de coisa. Eles tumultuam de lá, a gente ajeita de cá. Dá algum trabalho. Temos q sanear a internet.
Leo
31 de outubro de 2020 @ 21:10
Irretocável, Marcão!