Show da (sim) DorsalAtlântica envolve show e discurso embutido no evento. “Palestra com canja”, diria o amigo märZ.
O palestrante é Carlos Lopes (q eu prefiro tratar por Carlos Vândalo mesmo e ainda) e só quem nunca viu ou é metaleiro obtuso vai achar ruim.
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Mas o engraçado é q, contando ao märZ domingo sobre o show, eu só lembrava do “comício” ahahah
Mentira: lembrei ainda q tocaram “Straight”, “música moderna, pq tem dissonâncias” (sic), pra não dizerem q não tocaram nada dos 90’s.
Vou ao ponto: Vândalo muito à vontade, nos tratando a todos como amigos próximos, num teatro repleto de assentos, mas não lotado. E isso não é defeito ou vergonha. Entrávamos quando estavam prestes a começar, e o sujeito falava alguma coisa sobre o TimMaia.
Tirou onda com a “demagogia” dos shows: “vcs querem ouvir ‘vcs são do caralho?'”. Falou mal do Kiss, desancando “Dinasty” e “Unmasked“, chamando-os de discos bosta, pra quem era adolescente em 1979 e vinha do “Alive2“. E disse q a Dorsal já tocara o lado B dele inteiro num show, certa vez.
Enalteceu JeffBeck e citou “Wired” como disco icônico (como discordar?) num momento em q se confessou como um “sujeito sincopado” com dificuldade de tocar e cantar “Pobre de Direita”, q não rolou. Por ali tb entregou não conseguir mais tocar nada de “MusicalGuideFromStellium” e “AleaJactaEst“, feitos quando estudou guitarra demais pra fazer solos difíceis. Tb falou coisa desnecessária, metonímica ao assunto: q o pau dele não sobe mais.
Putz.
E música? Rolou tb. Uma primeira parte com sons mais recentes de “2012“, “Canudos” e “Pandemia” (não sei se tb de “Imperium“, não havia setlist), daí os sons mais antigos – entregou q não esperassemos nunca mais tocar “Álcool” e “Tortura”, por questões religioso-místicas – adiante, com “Armagedon” dedicada ao irmão Claudio, recém-falecido.
O ápice na “parte comício” do show foi quando entregou terem sido convidados pra abrir pro Exciter, no q o produtor teria imposto condição de músicas só de “AntesdoFim“. Ante a recusa de Vândalo em fazer assim, o tal produtor teria retrucado q “a cena é assim”.
Ponto épico: Vândalo teria treplicado um “tua cena é assim, a minha não”, declinando do “convite”. Frase pra fazer camiseta, como bem apontou o Leo.
E se alguém o fizer, quero duas.
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O som estava muito bom, salvo os momentos da guitarra baiana de Vândalo dando umas travadas, às vezes no meio dos sons. Só q o baixista Alexandre Castellan e o baterista Braulio Drumond – discretos no todo – são realmente muito bons, demonstrando entrosamento fruto de ensaios e segurando a onda. Castellan fazendo backing e até vocais principais poucas horas.
Ponho cá uma crítica ao sujeito, crendo q ele possa ler e entender como meu único senão ao show todo: tvz em horas de não se ouvir bem no palco seja melhor pedir mais retorno à mesa do q mexer direto no amplificador, hum?
(ahahah)
Outro momento na fala, achei o q apontou antes de “Canudos”, do momento histórico inédito q estamos vivendo, com prisão recente de militares, já q “desde a Guerra do Paraguai estamos sendo tutelados por militares”, e isso seria um puta avanço pro Brasil. E isso eu não poderia concordar mais.
Enfim: hora e meia (durasse mais, ninguém cansaria) dum puta show de banda afiada e zero refém do passado, q trata o público como convidado/parceiro e q vai trilhando não tão mais sozinha um caminho ainda grávido e prodigioso de palcos e atitude.
[Divagação: me senti saindo do Sesc maior do q quando entrei]
Dorsal, BlackPantera, Surra (cadê esses caras?) e RatosdePorão juntos num mesmo palco seria muito foda, sei lá.
comentário: se por um lado, um ano de discos inspirados, por outro tb um ano de discos insípidos, como “Impera” (Ghost), “The Zealot Gene” (Jethro Tull – embora inesperado), “Metal II” (Annihilator), “Caosmópolis” (Golpe de Estado) e “Unleeched” (Claustrofobia), o último só tendo de bom o nome.
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MELHORES DISCOS ADQUIRIDOS EM 2022, MAS DESOVADOS NOUTRAS ERAS:
“Diamonds On the Inside”, Ben Harper *
“The Life Aquatic Studio Sessions”, Seu Jorge
“Mental Floss For the Globe”, Urban Dance Squad
“Pandemia”, Dorsal Atlântica
“Vintage Whine”, Skyclad
“Anticontrole”, Walverdes
“Libertango”, Astor Piazzolla
“X”, Artillery
“Calle Salud”, Compay Segundo
“Chão”, Lenine
*valeu, Jessiê!
comentário: alto nível; mesmo o 10º colocado, é tipo ele e + 10.
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DISCO EXÓTICO, FORA DE PROPÓSITO, BORDERLINE, MÓRBIDO E/OU GORE ADQUIRIDO ESTE ANO (O MAIS TR00 DA COLEÇÃO DESDE ENTÃO)
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PIORES DISCOS Q ADQUIRI EM 2022, LANÇADOS EM 22 OU Ñ:
“The Menace”, Elastica
“Glad Rag Doll”, Diane Krall
“CSS”, Cansei de Ser Sexy
“La Liberación”, Cansei de Ser Sexy
“Halfway Between the Gutter And the Stars”, Fat Boy Slim
“Mamelo Sound System”, Mamelo Sound System
“Lovelorn”, Leaves’ Eyes
“Milagreiro”, Djavan
“Ponte das Estrelas”, Cesar Camargo Mariano e Prisma
“Ten New Songs”, Leonard Cohen
comentário: tirando o Elastica, a Krall e o Cohen, vendo a 1 real a quem se interessar. A 1 real todos, frete ñ incluso.
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MELHORES LIVROS DESTE ANO E Q OUSO RECOMENDAR:
“Invente Alguma Coisa: Histórias Que Você Deve Ler Custe o Que Custar”, Chuck Palahniuk
“Eu Não Sou Cachorro, Não: Música Cafona e Ditadura Militar”, Paulo César de Araújo
“Sing Backwards And Weep”, Mark Lanegan
“Set the Boy Free”, Johnny Marr
“Sobrevivendo No Inferno”, Racionais MC’s
“Toda Poesia”, Paulo Leminsky
“Ritual”, Mo Hayder
“Perdido em Marte”, Andy Weir *
“Depois”, Stephen King
“As Coisas”, Arnaldo Antunes
*primeira vez q li um livro PIOR q o filme
Comentários: nos comentários. Bora?
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MELHORES SHOWS (todos a q fui, ranqueados)
Cannibal Corpse – 14.05
Dorsal Atlântica – 04 e 05.11
Prong – 12.10
Crypta – 17.09
Maurício Pereira – 18.09
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PROFECIAS: sei lá.
Shows gratuitos de Eric Martin e Jeff Scott Soto? Noite no Carioca com Blaze Bayley e Ripper Owens? Paul McCartney e Coldplay lotando estádio? Nem profecia são
Muito hype pra cima do Metallica novo, q de novo (ou de necessário) nada trará. Fim do Red Hot Chili Peppers. “Boatos” da volta do Rush com Mike Porretnoy diminuindo, servindo mais como clickbait pra sites “roqueiros”. Ofertas exageradas de festivais e shows caros, ao menos no 1º semestre. Torcida pra q saia bom o disco novo do Coroner.
Será q é o caso de nos prepararmos pra morte de Ozzy ou de alguém no Iron Maiden?
Algo q comentava com uns amigos off-blog (e com amigos aqui do blog em off): doideira desvairada pra recuperar $$ e trampo gerando no pós-apocalipse uma oferta insana de shows.
Exemplo: domingo passado, GBH (com Ratones – 2ª filial do RDP – abrindo); The Exploited passando por aqui neste final de semana tb. Watain agendado acho q pra semana q vem. Amanhã tem Exodus (abertura: Torture Squad) no Carioca.
Quando assisti ao Prong em 12 de outubro último, teve show do U.D.O. no Carioca e um festival indie com Pixies (vixe) e Jack White (grande coisa) no mesmo dia. Coisas de cosmopolitanismo? Cidade q nunca dorme? Pára, né?
Pegando de memória, nos últimos meses ainda tivemos Yngwie Malmsteen, Arch Enemy/Behemoth/Nervosa/Crypta, Helloween com Hammerfraude, Dorsal Atlântica em 2 shows no Sesc Belenzinho e parece q hoje à noite tem Garotos Podres em algum lugar. Domingo, Crypta de graça e vindas da Bolívia, na periferia por aqui.
Knot Fest daqui 10 dias.
Quem é q tem grana pra tudo isso?
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E aí, me deparo com isto.
Lamentavelmente passando batido.
Banda q teria a maior curiosidade de conhecer, inclusive ao vivo. Mas agendado (previamente, lógico) numa sebunda-feia e em dia de jogo de Seleção.
Passo pano pq conheço o promotor (ñ tem como controlar tudo), mas imagino q a expectativa seja apenas de fãs muito fãs, daqueles (masculinos, sim) q preferem videogame a futebol, tocar guitarra em casa a montar banda (mas ñ podcasts), comparecendo.
Só espero de verdade pra q em caso de fiasco de público ñ sirva de critério pra q nunca mais voltem.
PS – e quem são Casagrande & Hanysz? O primeiro ñ está no Catar? PS 2 – Noturnall está eufórico pq vai abrir (ou ser banda de apoio, ñ entendi) pra Paul Di’Anno em janeiro. No Manifesto. Com ingressos vendidos parcelados há 1 ano.
TOP 10 ÁLBUNS DE ARTISTAS/BANDAS Q Ñ GOSTO, MAS Q ACHO O TÍTULO FODA:
“O Silêncio Que Precede o Esporro”, O Rappa
“You Can Tune A Piano, But You Can’t Tuna Fish”, REO Speedwagon
“Cidades em Torrente”, Biquini Cavadão
“Suck It And See”, Arctic Monkeys
“Supposed Former Infatuation Junkie”, Alanis Morissette
“Se Deus Vier, Que Venha Armado”, Pavilhão 9
“Antichrist Superstar”, Marilyn Manson
“Skeleton Skeletron”, Tiamat
“Hot Fuss”, The Killers
“God’s Own Medicine”, The Mission
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WhatsAppin’: Azul Limão, D.F.C., Satan (por causa de passaporte), I Am Morbid (por causa de furacão), The Troops Of Doom (por causa do I Am Morbid) e Vazio [corrigido](com comunicado memorável) cancelaram o M.O.A., q rolou.
Vi stories do Crypta. Tocaram. Rolaram Desalmado, Mayhem e parece q rolou, em horário alterado, Dorsal Atântica. E me pareceu uma nova modalidade de mambembice de festival tosco no Brasil: a “vai q alguma banda cola”. Aguardo a cobertura passa pano dos sites oficiais.
No aguardo de ver se esse Summer Breeze Brasil rolará assim.
Foi catártico. Foi um desafogo. Mas minha expectativa era a dum EXORCISMO. E ñ foi, pq o mesmo foi dia 30. E tudo bem.
Saquei de cara na sexta q Vândalo estava se poupando. (Sábado, transbordou). Entraram atrasados e ñ fizeram o set todo. (Sábado, todos os sons e ainda tinha 5 minutos antes de fechar). Muito discurso – zero vazios – esquerdista, sim, muita pertinência, explicações sobre “Canudos” q até então ñ tinha me atentado.
[paralelismo certeiro entre a Guerra de Canudos e o impeachment de Dilma Rouseff – a História do Brasil é um loop bostejante]
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Jogo ganho, ao mesmo tempo. Só q sem salto alto. Zero bolsominions na platéia. (Aliás, vou querer saber da cobertura de certos sites e zines; estavam lá os colaboradores ou preferiram Gadomundos na Áudio?). Côros de “hei B VTNC”, “Lula Lula”, mas muita serenidade. Ñ acabou essa merda ainda.
Se em outros tempos Carlos Lopes tvz soasse messiânico, ou o Antonio Conselheiro do metal no Brasil, o q vi nos 2 shows foi o sujeito vivido e sábio. Sem falar alto, sem dedo na cara, apenas mostrando o quão à frente sempre esteve.
Se a* Dorsal Atlântica estava à frente do tempo, hoje lhe é totalmente contemporânea.
Tava cheio? Sábado, sim. Mais q o Crypta mês passado; chuto umas 300 pessoas (“ingressos mais vendidos q a capacidade”, disse Vândalo). Sexta, igual Crypta, umas 250 pessoas.
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E o som? ALTO pra caralho. Trio, né?
Vândalo/Lopes – Vandalôpes fica feio – tocando a mini-guitarra, guitarra baiana assumida (no 2º show explanou sobre), q às vezes dava umas bugadas… mas quem liga?
Comparsas bastante cúmplices (ñ apresentados sexta), apesar de eu achar q o baterista cansava dos discursos; parecia querer mesmo tocar. O baixista fazendo vozes junto, às vezes terminando estrofes pra Lopes tb é uma puta sacada.
E agradaram a todos.
Quem esperava os discos recentes, foi a 1ª parte dos shows: 2 a 3 sons avulsos de “2012”, “Imperium” (em ordem inversa), “Canudos” e “Pandemia”. Quem esperava os hinos de outrora, tivemos “Tortura”, “Vitória”, “Metal Desunido”, “Caçador da Noite” [as duas últimas ñ na sexta] e “Guerrilha”.
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Clima favorável, platéia sintônica (mas ñ rebanho), som muito alto (mas nítido), repertório azeitado e coeso, banda competente… Um puta show. Tem tiozão q saiu de lá sentindo q foi o show da vida, zerado o sebastianismo. E eu ñ os critico. Nem posso.
Ñ foi o meu show da vida, nem daria. Mas foram os shows q eu estava PRECISANDO comparecer. Dorsal está a milhas dos cabrestos de selos e do metal nacional: deixa a playboyzada com seus podcasts e bolhas de apartamento.
Admito, envergonhado: “Necropolítica” (RDP) veio necessário e urgente. Mas achei pouco, meio protocolar. Infelizmente. Não saciou minha sede de sangue.
(lembrete: já mandou bolsominion se foder hoje? Senão, só amanhã)
Tô na expectativa monstra pra DorsalAtlântica amanhã e depois. Se houver menos do q exorcismo, vou pedir meu $$ de volta. Falo sério.
Do “metal nacional” melhor não esperar nada. Nunca esperar nada. Viper e Shamerda andam em turnê fuleira por aí, Noturnall teve uma grande perda aí – integrante gringo, ou brasileiro q vive fora e q criou vergonha na cara – perda irreparável (alguém reparou?) e segue a indigência hypada de sempre.
Gadomundos e Massacration estão com shows marcados, pra amanhã e domingo, em local (Áudio) pra 5 mil pessoas, no q eu especulo lavagem de dinheiro da Mengele Sênior. Bah
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Sobra, por ora, o PlanetHemp. Uau. Voltando urgentes, contundentes e necessários, ao q parece.
Segue a paulada.
TACA FOGO
Eu tenho a minha palavra, ela tem valor e a verdade é nua e crua Não preciso de uma arma, seu bunda mole, pra ter respeito na rua
Vivem em seus condomínios, malditos minions fazendo arminha com a mão Tem coisa mais cafona, rico roubando em nome de Deus cristão?
Olho pra minha coroa, o sorriso dela me fez acreditar Aquele telefonema quando eu tava preso, pra eu não parar de lutar Bomba no meio dos porco, camisa na cara só pra ver o que pega Não nasci pra ovеlha, vida passiva, obediência cega
(Hey!) Dе quem é os 39 quilos? (Bum!) Acorda a favela com tiros (Hey!) Crianças não vão pra escola (Sei!) Cota não é esmola
Mas não se vê hospitais, segurança não tem, muito menos colégios Vocês não querem o certo, vocês querem manter é os seus privilégios
Não é a felicidade que vai desabar, desabar sobre os homens, vai Paga pra não morrer, pra sobreviver, paga pra viver e pra gozar
Já tô com isqueiro na mão, pronto pra revolução Moleque bom, dando trabalho, fumando pra caralho Então!
Ninguém segura a gente Taca fogo nessa porra agora
Ninguém segura a gente Taca fogo nessa porra agora
Ninguém segura a gente Taca fogo nessa porra agora Ninguém segura a gente Taca fogo nessa porra agora
Eu tenho a minha palavra, ela tem valor e a verdade é nua e crua Não preciso de uma arma, seu bunda mole, pra ter respeito na rua
Vivem em seus condomínios, malditos minions fazendo arminha com a mão Tem coisa mais cafona, rico roubando em nome de Deus cristão?
É… parece q a resistência ao comunismo está rolando com um bando de zé ruela caminhoneiro travando estradas em 11 Estados. Com apoio da PFR miliciada. Hora q der vontade de cagar, voltam pra casa; pra uma das mulheres.
Namorada e amigo falando de terem q segurar pra ñ rachar de rir nos ambientes de trabalho. Clima de luto, de enterro. Pessoal está ainda bem fora da casinha. Mas hora q der vontade de cagar, passa. Ou quando vier orientação do Telegram, fazem algo.
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Dias atrás, o amigo FC me perguntou quem eu achava q protagonizaria (prot-agonizará?) a versão brasileira da Invasão do Capitólio. Quem seria o banger reaça a comandar a resistência?
Respondi algo, q elaborei melhor assim:
Obviamente q serão o cara do Mengele Sênior e o Digão (usando chifre) usando camisas da CBF na frente, com Marcello Pompeu (q “ñ perde amizade por causa de política”) e aquele ex-baterista do Franga (o q ñ gravou “Angels Cry”) vindo em coleiras logo atrás.
Pouquinho mais atrás – uns 22 metros? – Detonator e Rafael Bittencourt virão filmando e tirando foto pra Instagram e podcast polêmico de metal nacional.
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Comprei ingresso pra Dorsal Atlântica sexta E sábado por aqui. Vai ser ÉPICO.