Foi catártico. Foi um desafogo. Mas minha expectativa era a dum EXORCISMO. E ñ foi, pq o mesmo foi dia 30. E tudo bem.
Saquei de cara na sexta q Vândalo estava se poupando. (Sábado, transbordou). Entraram atrasados e ñ fizeram o set todo. (Sábado, todos os sons e ainda tinha 5 minutos antes de fechar). Muito discurso – zero vazios – esquerdista, sim, muita pertinência, explicações sobre “Canudos” q até então ñ tinha me atentado.
[paralelismo certeiro entre a Guerra de Canudos e o impeachment de Dilma Rouseff – a História do Brasil é um loop bostejante]
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Jogo ganho, ao mesmo tempo. Só q sem salto alto. Zero bolsominions na platéia. (Aliás, vou querer saber da cobertura de certos sites e zines; estavam lá os colaboradores ou preferiram Gadomundos na Áudio?). Côros de “hei B VTNC”, “Lula Lula”, mas muita serenidade. Ñ acabou essa merda ainda.
Se em outros tempos Carlos Lopes tvz soasse messiânico, ou o Antonio Conselheiro do metal no Brasil, o q vi nos 2 shows foi o sujeito vivido e sábio. Sem falar alto, sem dedo na cara, apenas mostrando o quão à frente sempre esteve.
Se a* Dorsal Atlântica estava à frente do tempo, hoje lhe é totalmente contemporânea.
Tava cheio? Sábado, sim. Mais q o Crypta mês passado; chuto umas 300 pessoas (“ingressos mais vendidos q a capacidade”, disse Vândalo). Sexta, igual Crypta, umas 250 pessoas.
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E o som? ALTO pra caralho. Trio, né?
Vândalo/Lopes – Vandalôpes fica feio – tocando a mini-guitarra, guitarra baiana assumida (no 2º show explanou sobre), q às vezes dava umas bugadas… mas quem liga?
Comparsas bastante cúmplices (ñ apresentados sexta), apesar de eu achar q o baterista cansava dos discursos; parecia querer mesmo tocar. O baixista fazendo vozes junto, às vezes terminando estrofes pra Lopes tb é uma puta sacada.
E agradaram a todos.
Quem esperava os discos recentes, foi a 1ª parte dos shows: 2 a 3 sons avulsos de “2012”, “Imperium” (em ordem inversa), “Canudos” e “Pandemia”. Quem esperava os hinos de outrora, tivemos “Tortura”, “Vitória”, “Metal Desunido”, “Caçador da Noite” [as duas últimas ñ na sexta] e “Guerrilha”.
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Clima favorável, platéia sintônica (mas ñ rebanho), som muito alto (mas nítido), repertório azeitado e coeso, banda competente… Um puta show. Tem tiozão q saiu de lá sentindo q foi o show da vida, zerado o sebastianismo. E eu ñ os critico. Nem posso.
Ñ foi o meu show da vida, nem daria. Mas foram os shows q eu estava PRECISANDO comparecer. Dorsal está a milhas dos cabrestos de selos e do metal nacional: deixa a playboyzada com seus podcasts e bolhas de apartamento.