O próprio descrevendo a “fase Skunkworks” no encarte de “TheBestOfBruceDickinson” (2001):
“‘Alive In Studio A’ and ‘Skunkworks’ go together because they were recorded by the same band and were part of the same conception. My idea was to submerge myself in a band identity called Skunkworks. DavidBowie tried the same thing with TinMachine. It didn’t work for him either.
In case you think that ‘Skunkworks’ was therefore a waste of time let me assure you that it wasn’t. I learned a huge amount about myself on that album. I had a lot of fun, I also almost gave up music as career.
‘Skunkworks’ was a low point in terms of career, comercial success and yet I remember it very fondly, and I still like the record a lot. When ‘Skunkworks’ producer Jack Endino remarked to me that making that record was like stitching Frankenstein’s monster together he was referring to the vastly disparate musical visions of the four of us.
Frankenstein’s stitching unravelled shortly afterwards and I am relieved to say I am still good friends with all of his limbs“.
O L7 foi – e voltou a ser? – uma banda muito divertida, embora falassem sério. E se divertiram muitíssimo tb.
Ñ eram exatamente umas gostosonas de plantão, mas tinham um sex-appeal, sobretudo Donita Sparks e Jennifer Finch (“a minha ‘L7 favorita'”… bah). E viveram o furacão grunge + música alternativa ascendendo muito. Vindas até de bem antes da coisa.
Mas falharam na decolagem, ou ratearam na chegada. Ñ vingaram, comercialmente falando, isso é fato.
Há uns 15 dias assisti ao documentário aqui. Muito divertido, nada “chapa branca” (certo, märZ?) e zero “reconstruído” (como aquele semi-fake do Anvil), contando com imagens da época e depoimentos de todo mundo envolvido.
Sparks e Suzy Gardner montaram a lojinha, Finch e Dee Plakas chegaram depois. Formaram uma unidade. Passaram por selos cruciais (Epitaph, Sub Pop, Slash), tiveram eméritos produtores (Jack Endino, Butch Vig), tocaram em grandes festivais (Reading, Lollapalooza) e eram enturmadas com punks, grunges, alternativos, mesmo tendo sido abraçadas um tanto pelas revistas de metal.
Aproveitaram alguma popularidade em “Bricks Are Heavy” fazendo shows ativistas (com Gwar e Fugazi?!) pró direito ao aborto, mas nunca venderam muito. Viveram uma expectativa de “estourar” q nunca aconteceu. Encheram a cara, usaram muita droga, zoaram o barraco. Defacções foram abruptas, mas tb sentidas (Finch avisou q sairia por um bilhete escrito em folha de caderno, Gardner telefonando pra Sparks) e inevitáveis, sem tretas internas. Apenas quando perceberam q ñ ganharam dinheiro com nada daquilo.
Desculpem o spoiler.
Além disso, mostra o quão se surpreenderam com alguma ascensão: turnê na Inglaterra (onde foram levadas muitíssimo a sério) e o auge delas aqui, no Hollywood Rock 1992, em q tiveram o maior público da carreira, escolta policial e fãs gritando da porta do hotel.
Achei bacana e melancólico ao mesmo tempo. Sincero demais, imagens de época preciosas (incluída Donita Sparks arriando o short em tv ao vivo – devidamente captada pelo câmera – na Inglaterra). Depoimentos graúdos de gente grande da época, muito coerente.
Banda de certo modo incompreendida – pq ficaram em limites entre estilos – inclusive por elas próprias. Pra mim, faltou uma assessoria melhor, pra tudo: entrevistas, fotos, lançamentos. Ñ foi exatamente uma trajetória de “ascensão e queda”, pq ñ obtiveram a primeira. Mas a segunda aconteceu.
Termina falando da volta delas. É um spoiler e ñ é ahah
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Outra indicação de tempos covid 19.
Tempos em q estou aproveitando a obsoleta tv a cabo (ñ, ñ tenho Netflix!) pra atualizar e rever filmes. E volta e meia esbarrar em pérolas como este “Lugares Escuros”.
Convidativo apenas por ter Charlize Theron (mulherão da porra existe?) e Chlöe Grace Moritz, mas mais ainda pela temática sombria e pesada.
Resenha no site Telecine assim descreve a película: “Libby Day, uma mulher que sobreviveu ao massacre de sua família quando criança, é obrigada a confrontar os eventos da trágica história depois que Lyle Wirth e um grupo de aficcionados decide reinvestigar o caso”.
Uma chacina ñ solucionada (ou equivocadamente resolvida) e uma sobrevivente às voltas com uma vida estagnada, a meu ver muito bem caracterizados. Mas o ponto pra indicar, totalmente oitentista, é q em algum momento surge o “satanismo do heavy metal” como possível catalizador do massacre.
E assim temos adolescentes ali fãs de Misfits, Slayer, Mercyful Fate, Venom e Celtic Frost com pôsteres nas paredes, ostentando camisetas (sempre novinhas nesses filmes), vendo clipe de Twisted Sister na tv e blasfemando obscenidades satânicas em cadernos. Ñ é algo crucial tanto assim na trama, mas tb ñ comparece como elemento difamador.
Assim: ñ me ofendeu constar ali.
Mesmo com cena de sacrifício ritual de bois, com direito a machadadas e sangue na cara. Um bom filme. Ainda q desagradável e incômodo.