40 ANOS DEPOIS *
Iron Maiden, “Piece Of Mind“
Um fato: cada disco do Iron Maiden lançado entre o homônimo de estréia e “Seventh Son Of A Seventh Son” é o preferido de quem é fã, opções variando conforme o gosto pessoal + memória afetiva. É do jogo.
Uma impressão: “Piece Of Mind” vejo como o “menos preferido” em geral (eu mesmo tenho “Powerslave” no topo), até menos q “Live After Death“, disco ao vivo. E ñ sei se entendo.
Quarentando hoje, acho um disco absurdo nos saltos técnico e composicional em relação a “The Number Of the Beast“, lançado ano antes! E o maior culpado disso é Nicko McBrain, excelso e tremendo baterista, q chegou chegando (nunca mais saiu) e chutando baldes + paus de barraca já na intro de “Where Eagles Dare”. E ñ só.
É como se ele tivesse ajudado a refundar o Maiden, q já tinha um groove próprio com Clive Burr, mas pareceu ter chegado a limites. Nada aqui, bateristicamente falando, tem limites. Ainda menos os demais “donzelos”.
Tá, é o disco de “The Trooper”, manjada e cansativa (pra mim) e de “Flight Of Icarus” + “Revelations” recentemente resgatadas em turnês retrô, sem q ninguém reclame. Nem eu. Mas e as músicas menos lembradas?
“Die Your Boots On” tem um riff e uma pegada nunca mais repetidas. E tem “die” cantada 53 ou 54 vezes, fiz post sobre, ñ me lembro agora. “Where Eagles Dare” ouso – ops – afirmar ser a pedra fundamental do power metal. “Sun And Steel” é a música mais Thin Lizzy (ainda ativos em 1983) deles, e isso é elogio; ousada e tipicamente lado B.
“Still Life” é muito diferente do “som Maiden” – tanto o de antes, como o chassi posterior – fora dos trilhos, pérola, lavrada pelo discreto Dave Murray. E minha preferida do disco. E difícil de tocar…
E mesmo q a “Quest For Fire” historicamente equivocada e arrastada um tanto + a épica “torta” “To Tame A Land” soem atualmente meio “fillers“, tenho “Piece Of Mind” como um álbum arrojado, amplo e diverso como nunca mais a banda fez e faria. Estavam se descobrindo, descontrolados, inspirados. Voando sem asas de cera.
Às vezes até penso em mudar meu preferido pra ele.
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*discutimos o álbum em pauta cronofágica há 5 ou 10 anos, q me lembre. Mesmo ñ lembrando 100% do q foi opinado e observado, inclusive por mim. Daí propor a efeméride um pouco diferente desta vez, neste disco
Leo
16 de maio de 2023 @ 20:09
Cara… Essa foi a MELHOR resenha, de longe, que já li sobre o Piece of Mind!
Pqp!
Mandou bem demais, Marcão.
marZ
17 de maio de 2023 @ 06:13
Foi o primeiro album do Maiden que ouvi, ainda antes de “descobrir” o metal e me apaixonar. Amigo metaleiro da epoca, 1985, me emprestou uma fitinha gravada com o disco, sem nomes de musica nem nada, so falou “ouve isso!”. Ouvi, achei tudo muito parecido e nao me tocou.
Foi somente semanas depois quando me emprestou tambem fitinhas com “Powerslave”, “Metal Heart” e “Sacred Heart” que meu coracao e rendeu ao estilo. Revisitando “Piece” depois, ja entendendo a musica que ouvia, gostei e se tornou mais uma das minhas pedras fundamentais.
Anos depois, ouvindo ja como pretenso connoisseur do estilo e banda, identifiquei pontos fracos e fillers. Mas como qualquer album da banda dos anos 80, se transformou em classico e icone. Merecidamente.
André
17 de maio de 2023 @ 11:00
Ao mesmo tempo que ele é um salto musical enorme, principalmente, bateristicamente, ele preserva a rusticidade dos primórdios da banda. Coisa que jamais se repetiria já que a banda optaria por timbres mais “limpos” para os instrumentos a partir do Powerslave. Tentativa de soar mais acessível? Talvez. Mas, PoM é artefato único na lojinha dos véio.
FC
17 de maio de 2023 @ 11:56
Esse foi por muito tempo o meu preferido, rivalizando com o Seventh Son.
E embora eu ache que Revelations funcione muito bem no disco, nos shows acho terrível, anticlimática e que não tem dinâmica nenhuma pra apresentações ao vivo, a não ser que o Bruce arrebente o supercílio haha.
Foi o primeiro disco em que a vertente progressiva de Steve e cia ficou mais escancarada, principalmente pelas possibilidades que a presença do Nicko abriu.
Num dos documentários, o Bruce até fala que o Nicko foi como um “brinquedo novo”, em que todo mundo ficava vendo o que ele era capaz de fazer e trazer de novidade.
Eu até me arrisco dizer que esse era o disco que a banda já queria ter feito no The Number of the Beast, mas não pôde por dois motivos:
1 – De Clive Burr não sairia nada além daquilo.
2 – Não poderiam romper tanto com a sonoridade do Killers. Tanto que o TNOTB abre com “Invaders”, que poderia até ser uma da fase Di’anno. Agora imagine se começa com Where Eagles Dare e emenda com Revelations…
Em tempo, o Piece of Mind é dos preferidos até hoje de Bruce e Steve. O chefão ainda coloca na mesma lista de melhores o Seventh Son e o X-Factor (!!!!!!!!!!!!!!!)
Leo
19 de maio de 2023 @ 08:24
Defenderei o X-Factor até o fim dos meus dias.
E digo mais: top 3 FÁCIL dos últimos 30 anos da banda.
FC
19 de maio de 2023 @ 15:41
A única defesa que hoje faço ao X-Factor é que na época eu imaginava que aquele direcionamento era por causa do Blaze, mas infelizmente ele se manteve com o Bruce/Adrian.
Mas ainda acho um disco bem ruim, com poucos bons momentos.