PERFIL TCH – THIAGO
Fazia tempo q ñ tínhamos uma pauta assim…
Nome e/ou apelido: Thiago
Idade: 33
Cidade e Estado de origem: Mogi Mirim/SP
Gênero musical preferido: Heavy Metal tradicional, Thrash, Black e Death Metal, com especial apreço pela produção oitentista.
Ouve rock desde: 2002, quando comecei a assistir à saudosa MTV Brasil. A porta de entrada foi o vídeo de “One”, do Metallica, visto ao acaso – como são as grandes descobertas, afinal. Logo percebi que emissora tinha mais a oferecer em termos de humor do que de música, vide Hermes & Renato e RockGol, mas o pontapé inicial foi indispensável.
Disco que mudou sua vida: Não foi um disco, foi um vídeo, direto dos primórdios do YouTube: Malmsteen tocando “Blue”. Vá lá que é uma peça menor no cancioneiro do guitarrista sueco, mas, para um moleque de 14 anos que estava se iniciando na guitarra, ver todos aqueles arpejos, palhetadas, sweeps, harmônicos, bends e tudo o mais era o que de mais absurdo poderia existir na face da Terra.
Disco que mais ouviu na vida: Empate triplo entre “Reign in Blood” (Slayer), “Master of Puppets” (Metallica) e “Painkiller” (Judas Priest). Por um critério matemático simples, a duração do artefato, talvez o do Slayer vença haha
Primeiro disco que comprou: “… And Justice for All” e “Black Album”, ambos do Metallica, adquiridos em uma unidade da Drogaria Danielli (!)
Último disco que comprou: Em formato físico, provavelmente “The Devil You Know” (Black Sabbath). O ingresso no ensino superior mudou radicalmente minha alocação de recursos e espaços, com os livros substituindo pari passu os CDs. Se vale formato digital: “Secret of the Runes” (Therion). Sou catecúmeno na horda, e o petardo pareceu uma boa porta de entrada.
Top 5 discos Ilha Deserta:
Bathory – “Hammerheart”
Metallica – “Ride the Lightning”
Judas Priest – “Defenders of the Faith”
Mercyful Fate – “Don’t Break the Oath”
Black Sabbath – “Black Sabbath”
Top 5 bandas: Judas Priest, Bathory, Metallica, Accept e Black Sabbath. Como sou prolixo, me permito a menção honrosa a Slayer, Venom e Manowar haha.
Top 3 melhores shows que já viu ao vivo: Meu repertório de shows de bandas de grande porte é dos mais pobres, de modo que cito apenas aquele que brilha sobre os demais: Accept no Monsters of Rock 2015. Em todo caso, minhas melhores memórias são daqueles “festivais-tranqueiragem” em botequins ou pequenas casas que frequentava lá por 2005 e 2006. Nada supera a expectativa e apreço sem filtro típicos da idade juvenil.
Música que seria a abertura de seu próprio programa de rádio: Metallica – “Whiplash”.
Música pra tocar no meu velório: Seguidor das ideias da García Marquéz a respeito de celebrações fúnebres, proponho medley dos mais insólitos: Hino da Sociedade Esportiva Palmeiras, “Cinema Paradiso” (Andrea e Ennio Morricone) e, para fechar e fazer todos voltarem às suas casas mais leves, “Hot for Teacher” (Van Halen).
Não entendo como conseguem gostar de: Essa me pegou, mas de bate pronto respondo bandas genéricas de Metal Melódico, em particular aquelas egressas de nossa safra e que tiveram seu auge no início dos anos 2000.
Já tocou em alguma banda: Durante o ensino médio, entre 2004 e 2006, fui, talvez, um guitarrista de algum talento, ganhei alguns prêmios e toquei num sem-número de bandas e projetos, mas nenhum de grande alcance haha. Dos mais dignos de nota: Barbaria, que gravou uns dois ou três discos depois de minha saída; Mercy Scream (Mercyful Fate & King Diamond cover), com a qual dividi palco com “baluartes” da cena pátria como Torture Squad e Claustrofobia, e Red Hunter, a primeira de todas, com amigos de escola e com a qual cometi as primeiras músicas autorais. Em todo caso, não toco ao vivo desde 2009, e, desde o ingresso no doutorado, sequer encosto na minha guitarra.
Além de rock, curto muito: Música instrumental em geral, com particular apreço por trilhas de filmes (Morricone, Vangelis, Zimmer, Poledouris, Goldsmith etc), animes (Yokoyama e Yamashirogumi) e videogames (Kirkhope e Kondo, sobretudo).
Maior decepção musical: Posso me confessar decepcionado, mas não surpreso, com atitudes de músicos que costumava admirar – que vão de mudanças sonoras claramente motivadas por razões mercadológicas a invasões de sedes de governo federal de países da América do Norte. Mas, e sem querer parecer elitista, o que mais me decepciona é a estreiteza de visão do metaleiro tupiniquim médio – que vai da boçalidade política à preguiça de ficar ouvindo, apenas e tão somente, “Fear of the Dark” a vida toda.
Indique 3 bandas novas: Velho (ops!): Black Metal carioca de pura desgraça; Batushka: Black Metal polaco dos mais originais, mas que infelizmente já sofreu seu cisma (ops!) e Ex Deo, Death Metal com toques épicos e uma inspiração bardólatra em história romana que meu coração não pôde resistir haha.
LP, CD, mp3 ou streaming: Pelas razões supracitadas, mp3, mas confesso que hoje em dia escuto coisas, novas e antigas, principalmente pelo YouTube.
Leo
25 de janeiro de 2022 @ 11:26
Massa, Thiago!
Me identifico bastante com sua trajetória.
Embora tenha nascido na capital, fui passar a adolescência (e foi onde comecei a gostar de música) no interior.
Acho que somos de uma mesma geração, de moleques que tocaram na escola, que faziam aula de guitarra, e que, de alguma forma, não largaram a universidade depois de entrar nela.
Hahaha
Aliás, pergunta infame: que você estuda no doutorado?
E, Marcão, acho que a gente tem que atualizar os perfis de quando em quando.
Eis uma boa pauta! Rs
Thiago
25 de janeiro de 2022 @ 17:05
Opa, antes de mais nada, agradeço ao patrão pelo espaço cedido, pelo convite e pelo interesse do pessoal em ler sobre meus gostos musicais, que – salvo a seção sobre bandas novas – é dos mais tradicionais e comuns haha.
Tem sido uma satisfação ler e comentar por aqui. Aprendo demais com todos!
Leo, é bem por aí, nossas trajetórias são próximas, mas, curiosamente, encontrei ao vivo poucos colegas na universidade com vivência semelhante – ao menos não na História, quando dava um pulinho no Instituto de Artes sempre aparecia alguém puxando papo a propósito de alguma camiseta do Kreator, Venom ou Mercyful Fate que estava utilizando haha. Uns anos atrás até havia uma banda de Death Metal formada por eles, mas não sei que fim levou.
Sobre a tese: é um estudo sobre a iconografia da caça ao leão na Antiguidade, focalizando os séculos IV e III a.C. A principal ideia é demostrar como esse modelo figurativo se desenvolve em território greco-macedônio – e no repertório do mundo helenístico de forma geral – após o contato mais contíguo do Ocidente com civilizações asiáticas nas quais a cinegética leonina era tema de primeira hora – sobretudo, Assíria e Pérsia. A tese transita entre dois campos bastante tradicionais: História Antiga e História da Arte.
No mais, muito obrigado pelo interesse! Embora o texto esteja finalizado, a defesa será daqui a mais ou menos um ano. E deixei um obrigado ao blog e aos amigos pelas conversas sempre lúcidas!
André
25 de janeiro de 2022 @ 20:20
Somos vizinhos kkk Sou de Mogi Guaçu. Também me identifico com a tua trajetória. Exceto a parte acadêmica que está estacionada. Já participei desse perfil e mudaria bastante coisa haha
Thiago
25 de janeiro de 2022 @ 22:50
Muito legal, André! Poxa, dei inúmeros rolês em Mogi Guaçu, conhecia bastante gente de lá. Um que nunca esqueço foi um festival no início de 2005, no Centro Cultural, que teve várias bandas, mas a melhor era uma de Death Metal chamada Clawn. Eles tinham uma baterista absurda, e tocaram uma versão de “Black Metal” com blast beats que foi sensacional haha
Leo
26 de janeiro de 2022 @ 08:57
Salve, Thiago.
Imaginando que faça seu doutorado na FFLCH, eu acho que a sociabilidade no campus da cidade universitária é muito dispersa – aliás, o campus é projetado pra ser assim.
Podemos tentar marcar um dia e comer algo por lá, quando o caos passar.
Pô!
Excelente tema.
Eu sempre tive certo apreço pela figura do leão – tenho até uma tatuagem: https://pt.tattoofilter.com/p/2166
Depois, se topar, vou pedir para o Marcão te passar meu contato. Escrevi um ensaio bastante especulativo pra uma disciplina da FAU esse semestre, mas que acho que tem uma questão histórica importante para explorar – o foco era a análise de uma peça cartográfica de 1500 (a ‘Carta universal’ de Juan de la Cosa), mas me faltavam categorias analíticas da história da Arte antiga/moderna.
Aí, te mando e – quem sabe? – podemos pensar em publicar algo juntos.
Um abraço, meu caro.
Thiago
27 de janeiro de 2022 @ 01:08
Salve, Léo!
Obrigado pelo interesse pela continuidade no papo!
Cara, na verdade faço o doutorado – como fiz o mestrado e graduação – na Unicamp. Comecei a cursar História na USP em 2008, mas, mercê de uma série de razões, desisti ainda no primeiro semestre. Voltei à rotina insuportável de estudar pro vestibular haha. Em 2009, entrei na Unicamp e caí estou até hoje.
Antes da pandemia ia sempre à USP em eventos ou na célebre feira de livros – que rendeu uma boa história envolvendo minha camiseta do Manilla Road que um dia conto por aqui haha. Quando, esperamos, essas atividades voltarem ao presencial com certeza podemos marcar algo.
Inclusive, um dos meus próximos planos é tentar um pós-doc no MAE, então, se rolar, estarei sempre por aí haha.
Bela tatuagem!
E, claro, pode me passar seu texto que lerei com todo o prazer! Tenho alguns amigos que fazem mestrado ou doutorado na FAU, especialmente na linha de História da Arte, e os caras são muito bons! Estou certo que irei aprender com seu texto!
Um abraço!
Marco Txuca
27 de janeiro de 2022 @ 22:47
Thiago: fico bem lisonjeado em ser citado em agradecimento de tese. Quero ver/ler isso. Quando puder, manda foto!
Leo e André: atualizações de perfil, como assim? Coisas q vcs se arrependem ou questões q vcs gostariam de acrescentar?
Vou fermentando a sugestão.
Por ora, acho q consigo resgatar algo meio “perfil do consumidor”: fazer mês q vem listas como as q RC, RB (acho) e Valhalla faziam com entrevistados.
Tipo “disco dos anos 70 q vc recomenda”, “disco q recomendaria ao pior inimigo”, essas coisas. Ou de outras publicações q ñ me ocorrem agora.
Que acham?
Thiago
28 de janeiro de 2022 @ 01:23
Opa, pode deixar, Txuca, enviarei com alegria os agradecimentos da tese, falta um pouquinho para a defesa ainda, mas não irei esquecer – da mesma forma como procedi com este perfil haha.
Sobre as perguntas extras: mais do que a favor, afinal já estou no pique!
André
28 de janeiro de 2022 @ 14:13
Então, Marco, os dois haha
“Por ora, acho q consigo resgatar algo meio “perfil do consumidor”: fazer mês q vem listas como as q RC, RB (acho) e Valhalla faziam com entrevistados.
Tipo “disco dos anos 70 q vc recomenda”, “disco q recomendaria ao pior inimigo”, essas coisas. Ou de outras publicações q ñ me ocorrem agora.”
Acho uma boa ideia.
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Tiago, lembro dessa banda, Clawn, e acho que estava nesse festival. Teve vários no Centro Cultural e sempre estava lá. Bons tempos da “cena”.