30 ANOS DEPOIS…
… o q ficou?
… o q ficou?
Sesc Belenzinho, 11.02.23
O tipo de impacto q ESCOLHI ter.
A banda está por aí já há um tempo, amigos me mandaram links, mas a real é q ñ tinha ouvido o Troops Of Doom até chegar ao Sesc sábado. E, porra, q banda!
O resumo do rolê cabe assim: uma hora e 15 minutos de show, público completamente entregue (incluindo famosos na platéia, como Max Kolesne e o Jairo Vaz, do Chaos Synopsis), baita produção, senso de respeito monstro ao Jairo Guedz (q meio admitiu a banda ser dele) e um PUTA SHOW.
Por ñ conhecer previamente, nem ter ouvido os ep’s, tampouco o “Antichrist Reborn” (comprado por ali mesmo), me surpreendi com a veia crua e meio Celtic Frost numas horas (vai ver, era a hora do cover – uh!) e do som escrupulosamente calcado no Sepultura primordial, como se fosse uma continuação da proposta.
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Reflexão q faço ainda, em relação ao público: lotado. Por volta de 700 ingressos vendidos, e estava quase ali. Mais cheio q o Krisiun recente (pq tinham vendido carga menor de ingresso) e o Crypta, ano passado. De qualquer modo, cheios todos.
O público sábado era majoritariamente trintão pra cima, com algumas crianças sendo levadas – incluído o “Black Force Dominho” do show do Krisiun, devidamente saudado pelo vocalista, q perguntou o nome, oras. Chama Lorenzo – muita mulher q ñ é mais “a mina do banger” e a minha sensação de q existe um público pra metal aqui em SP q ñ é o da molecada ancap paga-pau de guitarrista de YouTube e das derivações imbecis do Franga.
Será q finalmente, na onda da cena q Ratos de Porão, Krisiun, Surra e Crypta andam abrindo (fazendo shows em vez de reels), outras bandas DE VERDADE e realmente profissionais ñ estão brindando a gente com heavy metal de qualidade (instrumental e de equipamento), q deixou pra trás o “amadorismo pioneiro guerreiro do metal tosqueira”?
Povo dessas bandas oitentistas q insistem em ficar voltando vai ficar fazendo show pra nicho mesmo. 30 presentes, 15 “amigos” entrando de graça. “Paga 500 pra ver o Maiden, ñ paga 30 pra ver banda de amigo”. Chega desse povo.
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Voltando à banda: trajados parecidos (copiaram do Crypta?), spots de iluminação no palco q ñ são do Sesc, muita interação do vocalista com o público e, no final, ficaram pra trocar idéias, tirar selfies, vender merchan. Como. Tem. Q. Ser.
É tão difícil fazer o óbvio?
Ñ ficamos pro pós-show (nosso protocolo, eu e namorada + Leo e esposa, é ir comer esfiha depois de show ali ahahah), mas aposto q a galera saiu só pq a equipe do Sesc foi pondo pra fora.
Baita noite, baita banda, puta som (só o baterista, q ou ñ estava bem microfonado ou faltou um rimshot ali nas partes blast), uns 5 sons do Sepultura – legais, mas ñ o filé. E menos q num show do Soulfly ahah – e a sensação de q 2023 vai ter muito show desse nível pra eu curtir.
Altíssimo nível. Q venham!
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Set-list: 1. “Act I – The Devil’s Tail” 2. “Between the Devil And the Deep Blue Sea” 3. “Altar Of Delusion” 4. “Far From Your God” 5. “Act II – The Monarch” 6. “Antichrist” + “The Curse” [Sepultura] 7. “Bestial Devastation” [Sepultura] 8. “The Confessional” 9. “The Rise Of Heresy” 10. “A Queda” 11. “Necromancer” [Sepultura] 12. “Morbid Visions” [Sepultura] – bis – 13. “Dethroned Messiah” 14. “Troops Of Doom” [Sepultura]
PS – ñ teve “The Usurper” (hey!)
Dias inventariando, ajuda da namorada, cheguei a esse número.
Total de cd’s q possuo aqui no bunker. Sob certos critérios, pra ñ bugar.
Só ñ sei ainda se me é motivo de orgulho ou se fico meio constrangido.
Kreator e Lamb Of God prestes a fazer turnê juntos, e o q fazem?
Floodam as redes sociais com mensagens de paz e “chega aí, q vai ser irado”?
Errado.
Melhor. Aliás, melhor uso de tecnologia: lançam um single em colaboração. E dedicado ao falecido vocalista do Power Trip, q a cantaria.
De minha parte, ainda assimilando. Base do som, claramente Lamb Of God. Solos soam divididos, ou mais pra Kreator – estarei errado? E em se tratando de Mille Petrozza, zero supresa: sujeito já tem histórico de collab. Mesmo quando ainda ñ chamavam de collab.
Rick Rubin aprovaria?
DISCOS CUJOS TÍTULOS SÃO PARÓDIA OU AUTO-PARÓDIA OU ZOEIRA COM TÍTULOS OUTROS:
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WhatsAppin’: minha curiosidade tolerante em ouvir o trabalho com o outro negacionista foi a zero https://igormiranda.com.br/2023/02/joe-lynn-turner-entrevista-2023/
Lista pedante, tanto quanto fãs e críticos-fãs do “gênero” q descrevem. Seria o post-rock o indie gourmet (gourmet do gourmet)? https://consequence.net/2023/02/best-post-rock-albums/
Gente rica vivendo no próprio umbigo e q deveria estar jogando críquete. Tô do “lado” do Waters https://whiplash.net/materias/news_710/348993-pinkfloyd.html E pq insisto em dar moral pro whiplash ahahah
versus
… o q “ficaram”?
Sesc Pompéia, 09.02.23
O parâmetro aqui é Zappa. Meshuggah. Jazz. Itamar Assumpção.
Banda eclodida nos 80’s, q ñ é daquele BRock q o amigo André apropriadamente categoriza como sendo “ska, jovem guarda e MPB disfarçada”. Nem pós-punk inglês xerocado.
Longa história: dodecafonia, um troço q ñ entendo, deixa quieto. A Patife Band, com um álbum sensacional lançado pela Warner em 1987, “Corredor Polonês” (dou um rim a quem tiver e me vender!) e um outro ao vivo obscuro e independente, é seu líder e maestro. Paulo Barnabé.
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Figura esquisita. Magro de ñ caber direito nas roupas, cara de poucos amigos, introvertido a ponto de mal olhar pra platéia (estavam em casa: eram amigos e fãs seletos e cativos) e munido duma mesa de percussão intrigante.
O q sei do sujeito: é um maestro de fato. O tipo de pessoa q deve respirar, comer, dormir e cagar música 24 horas por dia. Sujeito q certamente SABE e sabia CADA NOTA de CADA INSTRUMENTO de CADA MÚSICA executada ali no Sesc ontem.
E quem o acompanhava sabe disso. Olhares de admiração, de surpresa (pareceu pegar a guitarra do guitarrista pra tocar “Vida de Operário” sem combinar antes) e nunca de intimidação. Barnabé regeu a banda o tempo todo, entre os sons e durante os mesmos. E a percussão aleatória (chocalhos, cowbell, agogô, apito, caixa) era inserida cirurgicamente em cada arranjo. Difícil de explicar.
A cada final de música, todos celebravam com alívio e sensação de terem conseguido proezas atrás de proezas. Todas claramente muito ensaiadas, mesmo quando houve improvisos. Músicas complicadas, muito silêncio intermediando. Ao mesmo tempo, pouco herméticas. Estranhas, mas ao mesmo tempo assimiláveis – vai ver, eu tava na vibe.
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As músicas mais “fáceis” – pq conhecidas do disco, e daí assimiláveis – foram entoadas pelas quase 100 pessoas ali presentes. “Pregador Maldito”, “Corredor Polonês”, “Teu Bem”, “Vida de Operário”, “Pesadelo” (praticamente instrumental), “Três Por Quatro”, “Poema em Linha Reta” (Fernando Pessoa freneticamente musicado), “Chapeuzinho Vermelho” (Jovem Guarda transformada)… Só ñ tocaram “Maria Louca”.
“Tô Tenso”, tb do disco, foi tocada em duas versões: a tal “versão Itamar” (quebrada e cheia de pausas) no começo, depois parecida com a do disco. Quem já a ouviu no “Feijoada Acidente Brasil” do Ratos de Porão pode ter a referência.
Outras 8 músicas apresentadas eu conhecia “The Big Stomach”, de época em q tocaram na tv Cultura (pô, eu lembro) e ficou diferente. Mas tudo duma categoria alienígena. Ñ é q os caras querem ostentar q tocam pra caralho (e tocam pra caralho): só querem fazer música esquisita, pra si mesmos e pra gente q estava ali.
Baixista excepcional, tecladista q nuns sons ia prum piano de cauda martelar clusters e acordes dissonantes (ambos seguindo partituras), baterista moleque muito bom (mas q pareceu sofrer pra tocar “reto” a “Tô Tenso”), guitarrista com cabelo e roupa de quem a mãe vestiu pro evento tb muito bom. Ninguém fritador, “metal nacional”, paga-pau de Dream Theater. Nem devem saber o q é prog metal (aliás, Opeth tocou por aqui quarta). Outra praia.
No bis, Barnabé voltou improvisando no piano, duelando com o tecladista, daí foi pra bateria tocar um último som. Parou pq errou, voltou do começo, foi até o fim, daí pediu pra voltar uma parte, de onde ele tinha errado. E nós, ali.
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Essa era a viagem. Esse foi um puta show. Essa é uma musicalidade esquisita, mas ñ refratária nem esnobe, q durou 1h15min e tive o privilégio de ver sabendo ontem mesmo q rolaria o show.
Locais próximos, como o Allianz Parque e o Espaço Unimed, tiveram Palmeiras x Internacional de Limeira e um k-pop chamado Super Junior enquanto isso.
Bah
Set-list (fotografado): 1. “Improviso/Veneno” 2. “Pigs/The Big Stomach” 3. “Tudo Claro” 4. “Tô Tenso Itamar” 5. “Sete” 6. “Ready to Die” 7. “Pesadelo” 8. “Pregador Maldito” 9. “Corredor Polonês” 10. “Teu Bem” 11. “Vida de Operário” 12. “Poema em Linha Reta” 13. “Três Por Quatro” 14. “Chapeuzinho Vermelho (Com Luz Vermelha)” 15. “Vacilão” 16. “Nove” 17. “Tô Tenso (corrido) 18. “Velho Oeste Paulista”
História motörhéadica até conhecida: Ed Stasium, produtor dos Ramones e de Living Colour, produziria “1916”. Tretou com Lemmy por divergências e acabou produzindo só 3 faixas: “No Voices In the Sky”, “Going to Brazil” e “Love Me Forever”.
Todo o restante, produtor foi Pete Solley, ex-tecladista do Whitesnake (!?!?) e q tb produziria o “March Ör Die” seguinte.
Fonte: minha cabeça, já q a página do “1916” no Metal Archieves ñ cita o episódio. Cito a mesma e a de Pete Solley, só pra exorcizar terraplanismos olavistas.
https://www.metal-archives.com/albums/Mot%C3%B6rhead/1916/948
Vísceras do Sol, “Urano Horror, Vol. 1”
sons: GRUMBACHUM / VOODOO VENUS / O GÁRGULA, A GÓRGONA E A BAILARINA SEM OLHOS / TRUXTON / PLANETA CARNÍVORO / O VALE DOS ANDRÓIDES ALCOÓLATRAS / RAIOS DE VINHO DO SOL DERRETIDO / MASSACRE DAS LESMAS / HORRORO, OS ESTRANHOS / URANO / KAURA / INVASOR VERME / GALÁXIA DOS OSSOS VERDES
E o q temos aqui?
13 sons em 25 minutos e 20 segundos totais, sendo q os 8 minutos e 10 segundos derradeiros do derradeiro som são locuções ininteligíveis, sons de mar e de apitos de navio. No q o tempo de música total de verdade é 17:10.
Músicas todas em Português, de títulos às vezes geniais (eu achei) só q sem letras no encarte (leiam encartes). Ao mesmo tempo em q não precisa (eu é q gostaria), pq não se entende nada. Podiam estar em basco.
Parece q o barato é dissertarem sobre espaço sideral e gore. Singulares, oras.
Som q mistura um hardcore mais bruto com algum crust muitíssimo bem gravado (pra média das bandas do tipo) de trio formado por vocalista (Marcelo), guitarrista (Vinícius) e baterista (Erick). Sem baixista. Não faz falta.
Lançado independente em 2018 e disco de estréia da banda – parecem ser do RJ – por selo chamado Bagaça Records. Nenhuma informação atualizada no Facebook deles – onde se descrevem como “Urano dadaístas” (sic) – desde 2019. Não tive como saber se ainda existem.
E mesmo assim recomendo, ainda mais a quem curte Test, D.F.C., Surra e Ratos de Porão, sobretudo a quem – como eu – dos últimos adora a fase “Carniceria Tropical”.
Antídoto contra emocore.