Tenho 2 discos por aqui, “GhostReveries”‘ e um outro com uns quadros numa parede. E tenho acompanhado pelas beiradas o crescimento – artístico e de público – dos suecos.
E um disco novo, “TheLastWillAndTestament”, lançado semana passada, já tenho testemunhado (ops) opiniões divididas entre “melhor disco do ano” e “melhor disco da banda”. Intersecções à parte.
Hermetismos à parte: faixas denominadas “§1”, “§2”, “§3” até a sétima, daí uma 8ª faixa com nome comum.
E com a piração abaixo: IanAnderson (CNPJ JethroTull) participando com solos de flauta em “§4”.
Um pouco o vídeo sombrio me influenciou, mas o q é essa música? Pqp.
A melhor música de todos os tempos da última semana
1. TheDarknessFoundation – Omega: A classe de Jairo Guedes, densa e obscura. 2. AsILayDying – We Are the Dead: O nível de agressividade é altíssimo. 3. LinkinPark – The Emptiness Machine: A polêmica da semana. Pra quem gosta, é prato cheio. 4. LambofGod/Mastodon – Floods of Triton: Música comemorativa da turnê. Combinação muito fluente. 5. CemeterySkyline – Behind the Lie: O “menos melhor” som do fortíssimo candidato a melhor disco do ano. 6. Jinjer – Rogue: Acho que é o melhor Metalcore progressivo que conheço. Consistente de novo. 7. MulatuAstatkeeHoodnaOrchestra – Tension: Mulatu é um monstro da música africana. Apenas conheçam. 8. RichieKotzen – Insomnia: Comecei a gostar depois de ver abrindo pro Slash. Agradável e palatável. 9. Livløs – Orbit Weaver: Banda garimpada com um trabalho de death melódico com inovações e fugindo da mesmice. 10. Opeth – §3: Realmente preciso digerir, entender fases e evoluções.
Destaques negativos: 1. TheOffspring – Come to Brazil: “Come to the VERDE E AMARELO”… Sério! Esqueçam! 2. GangrenaGasosa – Webchorume: Passando um recibo MONSTRO do B.O.
Esclarecendo: músicas novas lançadas semana passada, num mesmo dia
O parâmetro aqui é Zappa. Meshuggah. Jazz. Itamar Assumpção.
Banda eclodida nos 80’s, q ñ é daquele BRock q o amigo André apropriadamente categoriza como sendo “ska, jovem guarda e MPB disfarçada”. Nem pós-punk inglês xerocado.
Longa história: dodecafonia, um troço q ñ entendo, deixa quieto. A Patife Band, com um álbum sensacional lançado pela Warner em 1987, “Corredor Polonês” (dou um rim a quem tiver e me vender!) e um outro ao vivo obscuro e independente, é seu líder e maestro. Paulo Barnabé.
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Figura esquisita. Magro de ñ caber direito nas roupas, cara de poucos amigos, introvertido a ponto de mal olhar pra platéia (estavam em casa: eram amigos e fãs seletos e cativos) e munido duma mesa de percussão intrigante.
O q sei do sujeito: é um maestro de fato. O tipo de pessoa q deve respirar, comer, dormir e cagar música 24 horas por dia. Sujeito q certamente SABE e sabia CADA NOTA de CADA INSTRUMENTO de CADA MÚSICA executada ali no Sesc ontem.
E quem o acompanhava sabe disso. Olhares de admiração, de surpresa (pareceu pegar a guitarra do guitarrista pra tocar “Vida de Operário” sem combinar antes) e nunca de intimidação. Barnabé regeu a banda o tempo todo, entre os sons e durante os mesmos. E a percussão aleatória (chocalhos, cowbell, agogô, apito, caixa) era inserida cirurgicamente em cada arranjo. Difícil de explicar.
A cada final de música, todos celebravam com alívio e sensação de terem conseguido proezas atrás de proezas. Todas claramente muito ensaiadas, mesmo quando houve improvisos. Músicas complicadas, muito silêncio intermediando. Ao mesmo tempo, pouco herméticas. Estranhas, mas ao mesmo tempo assimiláveis – vai ver, eu tava na vibe.
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As músicas mais “fáceis” – pq conhecidas do disco, e daí assimiláveis – foram entoadas pelas quase 100 pessoas ali presentes. “Pregador Maldito”, “Corredor Polonês”, “Teu Bem”, “Vida de Operário”, “Pesadelo” (praticamente instrumental), “Três Por Quatro”, “Poema em Linha Reta” (Fernando Pessoa freneticamente musicado), “Chapeuzinho Vermelho” (Jovem Guarda transformada)… Só ñ tocaram “Maria Louca”.
“Tô Tenso”, tb do disco, foi tocada em duas versões: a tal “versão Itamar” (quebrada e cheia de pausas) no começo, depois parecida com a do disco. Quem já a ouviu no “Feijoada Acidente Brasil” do Ratos de Porão pode ter a referência.
Outras 8 músicas apresentadas eu conhecia “The Big Stomach”, de época em q tocaram na tv Cultura (pô, eu lembro) e ficou diferente. Mas tudo duma categoria alienígena. Ñ é q os caras querem ostentar q tocam pra caralho (e tocam pra caralho): só querem fazer música esquisita, pra si mesmos e pra gente q estava ali.
Baixista excepcional, tecladista q nuns sons ia prum piano de cauda martelar clusters e acordes dissonantes (ambos seguindo partituras), baterista moleque muito bom (mas q pareceu sofrer pra tocar “reto” a “Tô Tenso”), guitarrista com cabelo e roupa de quem a mãe vestiu pro evento tb muito bom. Ninguém fritador, “metal nacional”, paga-pau de Dream Theater. Nem devem saber o q é prog metal (aliás, Opeth tocou por aqui quarta). Outra praia.
No bis, Barnabé voltou improvisando no piano, duelando com o tecladista, daí foi pra bateria tocar um último som. Parou pq errou, voltou do começo, foi até o fim, daí pediu pra voltar uma parte, de onde ele tinha errado. E nós, ali.
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Essa era a viagem. Esse foi um puta show. Essa é uma musicalidade esquisita, mas ñ refratária nem esnobe, q durou 1h15min e tive o privilégio de ver sabendo ontem mesmo q rolaria o show.
Locais próximos, como o Allianz Parque e o Espaço Unimed, tiveram Palmeiras x Internacional de Limeira e um k-pop chamado Super Junior enquanto isso.
Bah
Set-list (fotografado): 1. “Improviso/Veneno” 2. “Pigs/The Big Stomach” 3. “Tudo Claro” 4. “Tô Tenso Itamar” 5. “Sete” 6. “Ready to Die” 7. “Pesadelo” 8. “Pregador Maldito” 9. “Corredor Polonês” 10. “Teu Bem” 11. “Vida de Operário” 12. “Poema em Linha Reta” 13. “Três Por Quatro” 14. “Chapeuzinho Vermelho (Com Luz Vermelha)” 15. “Vacilão” 16. “Nove” 17. “Tô Tenso (corrido) 18. “Velho Oeste Paulista”
O encarte em “Live In Montreux 2010” (2011), q trata da apresentação em si e circunstâncias, descreve em seus últimos parágrafos o falecimento, planos interrompidos e como Moore se via no mundo da música.
Escrito/assinado por Dave Ling, jornalista inglês da revista Classic Rock:
“Tragically, Moore died of a heart attack during a getaway break in Spain on 6 February, 2011 – seven months to the day after this Montreux gig.
The world of music was stricken with grief. There were tributes from Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Bob Geldof, Roger Taylor, Scott Gorham, Glenn Hughes, Zakk Wylde, and Bryan Adams and many more, even from the realm of extreme metal thanks to Opeth‘s Mikael Åkerfeldt.When Europe played at the Shepherd’s Bush Empire in London shortly afterwards, their guitarist John Norum offered an affectionate rendition of ‘The Loner’, the Max Middleton song that Gary had recorded to such emotional effect on ‘Wild Frontier’.Neil Carter, who only the previous summer had reconnected with Moore through the teaching of music at a school attended by all three of the latter’s children, was especially distraught.
‘We were due to go into the studio next week. Gary had some ideas for an album – a Celtic rock album – and we were going to start working on those’. Neil informed Classic Rock, referring to the likes of ‘Days Of Heroes’, ‘Where Are You Now’ and ‘Oh Wild One’. ‘I hesitate to use the word genius but there was something otherwordly about Gary. He was a truly gifted individual. I shall miss him a lot’.
Though the likes of Metallica‘s Kirk Hammett, Vivian Campbell Of Def Leppard and the late Randy Rhoads (of Ozzy Osbourne, Quiet fame) and more have all cited his playing as an influence upon their own techniques, the 58-year-old was a modest and unassumng man – especially so during the final years of his life.
‘I don’t think I’m undervalued (as an artist); I’ve had all the accolades that I could wish for’ he told me back in July 2006. ‘I’ve felt overrated sometimes, not underrated. Being called a legend makes me cringe’.
Well, now there’s very little choice in the matter…“
Sou capaz de pagar minha língua, mas acho que o Sepultura tá com um material muito bom (absolutamente bom, não só relativamente – “melhor da fase Derrick”).
O negão continua sendo a parte mais fraca (fora o Paulo, que não conta), mas até os vocais dele estão bem encaixados nessa música, fazendo o que deveria ter feito desde o “Against”… Ou, pra dar um desconto pela época, no mínimo, depois do “Nation”.
Bases de guitarra PESADAS DE VERDADE! Até o solo tá bem encaixado… Longo demais, mas muito bom.
Bateria comendo solta, aproveitando o real potencial do moleque.
Tenho impressão que se mandaram pra Suécia pra aprender a soar como “metal brasileiro” (ironia!) de verdade! Mas, de fato, talvez tenham se trancado com um produtor que fez os caras ouvirem 200 mil vezes o “Arise” e entender o que eles tinham que produzir finalmente.
Como bom são-paulino, mestre em me iludir, tenho esperanças de um ótimo cd vindo por aí.
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[1h15min depois]
Ouvi e re-ouvi e re-ouvi. Conclusão, além do que já escrevi:
Os caras produziram esse cd na Suécia, o que explica tanto alguns elementos mais sinfônicos como os old school.
Pra ter uma idéia, esse é um resumo das bandas do produtor (Jens Bogren): Opeth, Dimmu Borgir, Sepultura, Arch Enemy, At the Gates, Katatonia, Baby Metal, Soilwork, James LaBrie, Moonspell, God Forbid, Kreator, Devin Townsend, Ihsahn, Dark Tranquillity, Paradise Lost, Amon Amarth, Dragonforce, The Ocean, Haken, Rotting Christ, Symphony X, Myrath, Angra e Dir En Grey.
Sem dúvidas, o cara deve ter colocado o Andreas e o Eloy pra ouvir “Arise”, “Beneath the Remains”… E entender que é aquela a identidade que consolidou o Sepultura, que eles derivaram pra um lado depois do “Roots” que era o caminho do Max, mas sem o Max – o que fica uma coisa mambembe e esquizofrênica.
Que eles não perderiam o público recente se soassem como antigamente e que ainda reconquistariam os fãs velhos.
Acertaram na mosca neste som. Ele tem tudo que precisa pra fazer sucesso, sem perder unidade.
*post q foram zaps q o Leo me enviou hoje cedo e eu transformei em post
Nos últimos dias, ñ foram duas vezes q vi gente pela internet ostentando “Lotus” (acima) e dizendo ser “o disco do ano”. Soen? Nunca ouvi falar.
Fui pesquisar. Nada no Metal Archieves. Algo só na Wikipédia gringa: “super grupo sueco de prog metal consistindo de vários músicos pica de metal extremo” (tradução minha). O mais conhecido, Martin López, ex-Opeth.
Ah
Steve DiGiorgio tocou – provavelmente pagaram, tocou – com a banda num disco apenas (o valor agregado permanece…), “Cognitive”, o primeiro. De 2012. “Lotus”, recém-lançado, já é o 4º.
Essa mesma Wikipédia dá conta de serem banda descaradamente influenciada pelo Tool, com o q López endossa, dizendo considerar o Tool ñ só uma banda, “mas um estilo”.
Ah
YouTube pra sacar uns vídeos. Peguei os 2 recentes: “Covenant” (acima) soa Tool com clipe de Rammstein. E uns truques meio “Arise” no fim eheh
Puta produção incrível.
A faixa-título (acima) achei mais Pink Floyd q o “The Division Bell” inteiro. Gostei mais. E penso q tvz a comparação com Tool (do qual, no mais, fizeram uso de mesmo produtor) soe insuficiente: parecem ter mais lenha pra queimar do q só isso.
Ñ parecem exata ou estritamente metal ou prog metal, mas um progressivo q tem vindo lá das Escandinávias e q demanda tempo, paciência e prioridades pra se dissecar, digerir, assimilar. Ñ acho q seja meu caso, mas beleza.
O entusiasmo dos comentários youtúbicos, por ora, vai me dando conta de serem o maior hype no metal desde o Ghost. Já ñ era sem tempo. Segue a dica, com moderação.