Resenha dum certo disco duma banda aí q postei dia desses no grupo de Acumuladores Colecionadores facebúquico, mas optei em ñ repostar no Instagram (valeu, Jessiê!) pra ñ ter dissabores…
Korzus, “KZS”
1995 trouxe esta tentativa – fiascada – dos paulistanos alçarem carreira internacional, como muita banda do tal “metal nacional” achou q aconteceria. Fácil. Devido. Ao. Sepultura.
Pra isso, o Korzus deixou seu lugar de – affff – “Slayer brasileiro” e cadenciou um pouco seu som, ficando próximos dum hardcore novaiorquino em voga. Billy Milano (S.O.D., M.O.D.) cantou numa música, e Steve Evetts, produtor estadunidense, produziu o álbum.
Pode ter sido pela capa provinciana, pq acharam q o “sucesso” cairia do céu (promoção não faltou) e/ou pq F.S. e M.S., baterista e um dos então guitarristas, fossem (ainda são) pessoas de índole repulsiva, q a coisa não vingou. E tanto não vingou, q voltaram a cometer outro álbum (não o ep tacanho semi-ao vivo) só em 2004.
O Korzus se tornou a banda mais chorona do metal nacional, culpando o público e a tudo pelo insucesso, aparentemente sem uma necessária autocrítica, mas estão aí ainda, com base de fãs e algum status.
E apesar de parecer q só falei mal, “KZS”, se não virou um clássico indiscutível, acho ainda um bom disco.
História da banda, simplesmente, por Scott Ian, em “Live At Budokan” (1992):
“‘Speak English Or Die’
I never thought four words could cause so much schism. From these four words S.O.D. was born.
It was Spring of 1985 and Anthrax were in the studio recording ‘Spreading the Disease’ up at Pyramid Studios in Ithaca, NY. I was done with all of my guitar tracks and I had a lot of free time on my hands. So, instead of doing something constructive, I drew comics. I invented this guy, well not really a guy, more like a living skeleton that smokes cigars, hates everyone and everything, with an insane sense of wrong and right, who was called ‘Sgt. D’. (Actually, he’s not much different than your average right-wing gung-ho American) I would draw his face and then put a slogan next to it. Ex: ‘Don’t smoke, I’ll rip your lungs out for you, your caring friend, Sgt. D’. Or, Sgt. D says, ‘I’m not racist, I hate everyone equally, so fuck you’. Or, of course, ‘Speak English or Die’. The lightbulb lit over my head and I started writing. Feverishly working, spewing hatred from my pen, day and night, seeing the world through the eyes of a living, breathing, dead, decaying pillar of hatred.
I took a break after I had written ten songs or so. This was too much hate for one person to bear. I played it for Charlie, I played it for Dan, I played it for Billy. Sgt. D approved. S.O.D. was born.
We wrote the rest of the album, rehearsed it the day before we were going to start recording, and banged the record out in three days. Two days recording, July 2nd & 3rd, one day mixing, July 6th. It was hard, fast, furious, mean, controversial, ridiculous, funny and, most of it all, it was heavy. HEAVY. Just think of the album’s opening riff in ‘March Of the S.O.D.’. This is the sound of death. This is the sound of Sgt. D.
**
The show you are about to see or hear (depending on whether or not you have the video or the album) was the first headlining gig in S.O.D.‘s history. It took us seven years, yep, seven year to headline a show. In 1985, when the S.O.D. album came out, we played seven shows.We did four shows with Overkill, the first three over one weekend at the Showplace in Dover, N.J., L’amour in Brooklin and City Gardens in Trenton, N.J. The fourth was at the Rising Sun in Yonkers, N.Y., and that show was my personal favorite S.O.D. gig. It was our first and only annual S.O.D. Hawaiian beach party. Imagine stagediving with surfboards. Then we did two shows with Suicidal Tendencies at L’amour once again and City Gardens again. I think it was around that time that we started playing Suicidal‘s ‘War Inside My Head’. Our last show, the big farewell Xmas blowout, was at the Ritz in December of ’85 with Motorhead, Wendy O and the Cro-mags. That was it. Short but sweet to quote Billy. We got together once in 1988 to play the Megaforce fifth anniversary, but that was more of a fuck-up than a gig. Sooo, this show at the Ritz on March 21st, 1992 was the culmination of seven years of nothing. How’s that for contradiction. Actually, this show came about for no other reason than the fact we wanted to play these songs again. We missed ‘em. Billy called me up and told me how misty eyed he would get when he would think about the bad old days of S.O.D.
(He’s gonna kill me now). No really, we did miss them. For the four of us. S.O.D. became a bond that can never be broken, something that only the four of us could share. The Stormtroopers Of Death. The right time, the right place, the right people. A once in a lifetime band that could never be, but will last forever.
O amigo bonna lançou anteontem por aqui em sua playlist semanal. De chofre. Estranhei.
Mr. Bungle novo, como assim? Assim acima.
Prévia de álbum, “The Raging Wrath Of the Easter Bunny”, a ser lançado no próximo 30 de outubro. Com a banda, ao q parece, incorporando Dave Lombardo e Scott Ian à formação Mike Patton, Trevor Dunn e Trey Spruance.
O disco terá versão pra S.O.D., “Habla Español O Muere” (e aí ñ entendi se com Lombardo ou Charlie Benante), pelo q o Metal Archieves adiantou. Eita.
Sujeito podia estar por aí cobrando uma fortuna por “participação em disco”, vendendo squeeze cuspido ou baqueta usada. Ou se rendendo à indignidade de passar o pires pros fãs, “pra ñ falir”.
Quer dizer: desconheço se está cobrado dos outros músicos pra participarem de suas “lives”. “Colabs”. Acho mesmo q ñ. Mas nas mais recentes percebe-se q descolou patrocínio de energético.
Livre iniciativa. Empreendedorismo. Criatividade e talento. E a melhor coisa, disparada, surgida dessa quarentena.
MELHORES LIVES DE CHARLIE BENANTE:
tocando “Funny Vibe”* (Living Colour)
tocando “Chromatic Death” (S.O.D.)
tocando “Teardrop” (Massive Attack), com Carla Harvey
tocando “Freewill” (Rush), com Alex Skolnick e Brandon Yeagley
tocando “Red Barchetta” (Rush), idem formação
tocando “La Villa Strangiato” (Rush), pedacinho
tocando “Jimmy James” (Beastie Boys)
tocando “Transylvania” (Iron Maiden)
tocando “Habla Español O Muere” (S.O.D.), com Mike Patton
tocando “I Don’t Care About You” (Fear) com Lee Ving
bônus pra disco japonês: versão hipster de Billie Eilish.
E esse baixista do Suicidal Tendencies, Ra Diaz, nunca tinha ouvido falar. Sujeito toca brincando, divertido demais.
Desde q me conheço por gente e acompanho revistas e sites de música, sempre vi/li discussões e conjecturas a respeito do “futuro da música”.
Ah, “o rock morreu e a música eletrônica pegou o lugar”. “Os Strokes vieram pra salvar o rock”. “Faith No More é o futuro do heavy metal”. Etc
Estamos vivendo um momento q me parece o caso de pensarmos… se haverá futuro.
O q nos traz ao MOMENTO PRESENTE da música. De lives mulambentas/demagógicas, mas tb de Charlie Benante fazendo e acontecendo.
Postei semana retrasada uma certa “volta” do S.O.D. por ele cometida, com Scott Ian e Dan Lilker reincidente em camiseta do Sepultura. Mas isto aqui, do sujeito tocando Living Colour… puta q pariu.
Totalmente funny vibe.
Canal youtúbbico dele contém outras trocentas coisas, como ele tocando violão com uma cantora pop (ñ lembro quem é), além de covers de Discharge e de Rush.
Ainda q dos canadenses só trechos (nada contra!), como “La Villa Strangiato”. Ou “YYZ” e “Red Barchetta”. Em companhia de Alex Skolnick e do tal Ra Diaz, baixista chileno do Suicidal Tendencies.
Pessoalmente, nunca tive Benante como baterista de primeira linha. Ñ na mesma prateleira de Lombardo, Bostaph, Hoglan, Samuelson, Menza, Hunting ou John Tempesta. Mas estou mudando de impressão.
Acho q o Anthrax nunca fez jus ao cara.
Além disso, sei do nível de dificuldade, pois se parece q estão simultâneos e conectados, a real é q gravam todos separados e alguém no fim faz a mixagem e junta. Mas Benante tem q gravar primeiro e dar o “chão” pros parceiros. E o faz no apartamento, via aplicativo e em bateria eletrônica (tb pra ñ incomodar os vizinhos).
Tenho impressão de q o PRESENTE da música é este. E tudo bem.
***
E quem quiser falar do Metallica “regravando” “Blackened”, à vontade. Eu, a princípio, passo.
Vivemos os tempos das lives. Ñ exatamente novas. Novidade é mais gente prestando atenção nelas.
Vi lives de ensaios. Jeito bacana de bandas ñ pararem. Tecnologia sendo usada a favor da música e das relações. Teve a do Rolling Stones, com Charlie Watts arrebentando nas malas, desde então um clássico.
Mas um outro Charlie tem se divertido mais, pelo jeito. Charlie Benante. Meio ressuscitando o S.O.D. na parada.
(reparem a camiseta de Dan Lilker)
E fazendo umas outras tb, q ainda ñ vi. Tipo tocando Rush com amigos e etc.
E aí, fica vendo live de sertanejo bolsonóia, bootleg de Metallica ou voz e violão sofríveis quem quer…
sons: VOICES / I, THE MASK / CALL MY NAME / I AM ABOVE / FOLLOW ME / (THIS IS OUR) HOUSE / WE WILL REMEMBER / IN THIS LIFE / BURN / DEEP INSIDE / ALL THE PAIN / STAY WITH ME
formação: Björn Gelotte (guitars), Anders Fridén (vocals), Niclas Engelin (guitars), Bryce Paul Newman (bass), Tanner Wayne (drums – additional), Joe Rickard (drums)
_
Antes de começar, talvez seja preciso falar justamente sobre “começar”: pra mim, é uma grande satisfação começar uma contribuição mais sistemática com este blog que, mais que um depositário de idéias pessoais sobre metal, é um espaço de resistência.
Resistência, primeiro, porque resiste ao tempo e à infinita obsolescência das plataformas que se sucedem na internet nesse nosso capitalismo atual, se tornando um lugar da memória (num contexto em que a História é alvo de sucessivos ataques, essa resistência tem duplo sentido).
Depois, porque resiste politicamente a um certo padrão dentro do rock, metal, e gêneros afins, que se tornou hiperconservador, de onde homens brancos, no conforto de seus privilégios, se arrogam posições asquerosas e se filiam a tudo aquilo que esses movimentos sempre foram: contestação (como eu disse, a memória curta e a negação da História são os “lugares” em que vicejam esses tipos).
***
Isso posto, pra essa primeira postagem, acho justo começar com uma resenha de um cd recente que me fez volar a ter prazer em ouvir uma das minhas bandas prediletas: o In Flames, com “I, the Mask”.
Em tempo, adiantando um pouco aquilo que descobrirão ao longo dos próximos posts: não sou um saudosista da música, nem tampouco true ou virtuosista. Tenho problemas pessoais com discos mal gravados (o que me faz não gostar de muita coisa antiga) e sou fã de Pro Tools. Rs
Tudo isso pra dizer que pra mim o In Flames não acabou no “Clayman”, como pra muitos fãs “das antigas”. Pra mim, até o “Sense Of Purpose” os discos eram muito bons, no “Sounds Of A Playground Fading” começou a cair, e no “Battles” chegou ao ponto mais baixo – há músicas inaceitáveis nele, mesmo pra quem, como eu, gosta até de algumas coisas do Linkin Park.
Mas, à medida que lançavam os singles nas plataformas virtuais, já era possível ver que algo havia mudado. E começaram bem, logo com a melhor música do cd, sobre a qual vou me deter e, por ela, falar metonimicamente do álbum: “I Am Above” (aliás, se tiverem que dar uma única chance a este cd, peço que seja pra essa música).
Nela a bateria continua reta, mas é muito mais criativa que a imensa maioria das músicas do In Flames, as bases de guitarra saíram pesadas, com um groove bom, cadência, fraseado plenamente compreensível, acompanhando os vocais, ora bem rasgados (diga-se de passagem, acho que o Anders Fridén está em ótima forma neste cd) alternando com refrões bem melódicos e limpos, com pronúncia clara e guturais intervalados. Até o solo de guitarra da música (algo que tendo a não gostar) é extremamente bem encaixado.
***
Obviamente, não é possível manter esse nível pro álbum todo, mas acho que, de maneira geral, encontraram um equilíbrio muito bom entre o som que fez com que se consolidassem como um dos principais nomes da cena sueca e as músicas mais novas, que disputavam público de Mtv.
Acho que, enfim, a entrada do Niclas Engelin se justificou (sempre gostei das bases dele, especialmente, nos primeiros cd’s do Engel, com vocais do Magnus Klavborn – por sinal, acho que muito desse novo álbum do In Flames tem essa mão dele, que foi algo que até no próprio Engel se perdeu um pouco), e a do Tanner Wayne (que nem era algo muito difícil, mas muito necessário) se fez sentir.
A quem interessar, vou deixar o link pro clipe de “I Am Above” (diga-se de passagem, de uma crueza notável).
Forte abraço.
* *
CATA PIOLHO CCLXXI – cedido pelo amigo Jessiê outro dia, quando do post “Embate 2” recente envolvendo S.O.D.vsTerrorizer. Chupim tão chupim q o Terrorizer ficou até com “medo” de tomar processo?