Paulo Xisto
UNIVERSO EM DESENCANTO
Teorias várias existem a respeito do equilíbrio do Universo. Duma homeostase universal e incondicional a toda prova. De uma justiça acontecendo lá reparatória de algo infame ocorrido cá.
Algo q me fez lembrar daquele filme (ruim) do M. Night Shyamalan, “Corpo Fechado”, em q o John McLane Willis, indestrutível, serve de parâmetro e de justificativa existencial para a existência oposta do Samuel L. Jackson fudido e quebradiço. O q me serve, a la HQ, de analogia pro mundo do metal, assim:
Nesta última semana, soubemos de duas cisões: TraveK.K. Downing inesperadamente saindo fora do Judas Priest, e o Nevermore (fazendo agora, como nunca, jus ao nome), rachando em 2, o q torna – a meu ver – sua continuidade seriamente ameaçada.
O amigo Louie postou lá no www.hellclub666.blogspot.com a respeito, levantando hipóteses acerca de pobremas de relacionamento ou de grana envolvendo as tretas. Fiz lá alguma observação porcamente chistosa, pra depois repensar e concluir:
aconteceram para q o Universo, tal como com as folhas de outono varridas pelo vento, mortas e amareladas, q dão lugar às flores da primavera, comporte o nascimento duma nova banda, oras!
O The Unabomber Flies, do MITO Paulo Xisto!
“A VERGONHA DO METAL”
Pelo jeito esta é a semana das “codas”.
Ano passado, em 1 de Abril (e ñ foi mentira), postei algo falando do “mito” Paulo Xisto, aquele cara q tá no Sepultura há muito, e sem q se saiba bem pq. Já q nem pra cantar “Polícia” (Titãs) num programa internético parece servir.
E aí, passadas algumas luas, eis q entra alguém novo aqui no pedaço bastante disposto a defender o ídolo caído: um certo Luciano Moreira bh (e ñ passo o email do cara, ñ), q provavelmente buscando coisa inútil no Google, acabou achando o Thrash Com H, e partiu pra defesa.
(ou pro ataque?)
De qualquer modo, por estar lá longe o post, reproduzo apenas a defesa perpetrada, seguida de alguns argumentos de minha parte. Tudo bem, Luciano, partirmos pra discutir mais?
Eis:
puta que pariu!!! nunca ví tanta inveja e despeito de um cara e de uma banda como vcs tem!!! vcs são a vergonha do metal!! falar que o paulo xisto não toca nada é realmente o cúmulo da inveja e do despeito. quantos lugares vcs conhecem??? talvez apenas a região metropolitana ou guarapari e cabo frio né?? o cara já tocou e conhece o mundo inteiro malandro, se liga ô mané!!!
.
Minhas considerações iniciais:
1) Paulo Xisto ñ toca nada mesmo. Pior q ele, só o Tom Angelripper (Sodom). Conhece Sodom?
2) o fato do sujeito ter viajado pra cacete, e conhecer o mundo mais do q eu aqui (q o mais longe q já viajei foi sul da Bahia: Cumuruxatiba) torna o cara um puta músico? Uau, então as aeromoças (perdão, comissárias de bordo) e os caminhoneiros são os melhores baixistas do mundo!
3) ñ posso falar pelos miguxos (e miguxas) por aqui, mas tudo bem ser a “vergonha” do metal. Até pq eu ñ represento PORRA NENHUMA no metal, muito menos no metal nacional. Mas tudo bem: sei da tremenda insignificância q represento. Acho até bom ser isso do q ser “vergonha alheia” do metal, coisa q o Sepultura vem fazendo cada vez mais.
4) inveja de banda, eu tenho do Krisiun, q vem rodando o mundo inteiro sem estardalhaços desnecessários, nem adotando postura de quem acha q conquistou o mundo. Inveja do Sepultura, eu tinha só na época do Max, o melhor vocal gutural, voz de múmia em filme e tocador de berimbau do metal. (Ah, e q é guitarrista tb, né?)
.
Pergunta final: vc, por acaso, ñ é o Paulo Xisto sob pseudônimo, hein?
Pergunto por perguntar, pq acho q ñ, pq o próprio Paulo Xisto deve achar q toca mal ahah
SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA THRASH COM H
“SEPULTURA: Toda a História”, André Barcinski e Silvio Gomes, 1999, editora 34
Reli este aqui recentemente (alguém por aqui ainda ñ leu isto?), motivado por conversa recente com o miguxo Tucho, e com o intuito de rever o quão tendencioso seria o texto em si.
Pq havia lido há muito – logo q saiu e comprei – numa tacada só, e em época de deslumbramento meu com os caras, e ñ me lembrava de críticas q poderia ter em relação à publicação. E ñ, o livro ñ é tão tendencioso assim. Tem até partes críticas, só q o q predomina, haja visto André Barcinski ter sido o transcritor das estórias do roadie Silvio “Bibika” Gomes, é o clima de BATE PAPO.
A sensação o tempo todo, lendo o livro – q flui muito fácil (tanto q na 1ª vez li numa tarde apenas) – é de estarmos num boteco com Bibika ouvindo os episódios, um após o outro. Todos verídicos, mas muitos puxados pro lado dos caras. Como a crise com a Sharon… digo, Glória Bujowski, em fins da turnê “Roots”, q gerou a diáspora da banda. Fica a impressão de desastre inevitável, q aconteceria de qualquer modo, mas sem se ouvir o “lado de lá”. Tudo bem tb.
Mas trata-se (essa parte) da parte final, reduzida e esperançosa: fala-se da redução do tamanho de lugares e de status diante da separação, assim como da gana dos remanescentes em superar tudo isso. Só q para se falar com propriedade a respeito das decorrências, percalços e dificuldades daí surgidas, acho q um outro livro q partisse desse momento tiro-no-pé tvz se fizesse necessário.
****
Todo o resto creio poder ser dividido em outras duas partes: 1) o histórico desde os tempos de precariedade e de shows fuleiros; 2) o estrelado atingido. E a leitura é toda muito divertida, inclusive com os pitacos “críticos” existentes. Como o q se revela, nas entrelinhas, de os caras sempre terem se valido de instantes marqueteiros hiperbólicos e meio mentirosos.
Fala-se da ida do Max aos EUA com cópias do “Schizophrenia” e “Morbid Visions” embaixo do braço, em vôo da Pan-Am para negociar contrato com gravadoraS, história difundida à época. No entanto, revela-se ter sido meio papo furado, já q a conversa com a Roadrunner andava, sim, já adiantada, e tudo ter sido articulado para o Max ir lá assinar o contrato duma vez. Fala-se, quando da “era” “Arise”, dos caôs perpetrados por eles lá fora, pra forçar a barra do Brasil como país bizarro (constante naquele homevideo de show em Barcelona, “Under Siege”): como quando Max declarara haver mais igrejas q casas em Minas Gerais, por exemplo.
No entanto, o “episódio Sodom“, bastante conhecido (da 1ª turnê européia q fizeram com os alemães, sendo eles banda de abertura), fica no ar o quanto de caozice rolou em dizerem terem sido mal-tratados pelos caras. Relendo, ficou pra mim a impressão de q quiseram se fazer em cima deles: estavam meio se achando e, ñ sabendo se portar bem como banda de abertura, resolveram espalhar tal lenda. Enfim.
****
A cargo de informação mesmo, por outro lado, creio só 2 dados serem de fundamental importância neste livro:
1) quando citam q a idéia pra capa de “Arise” era a de ter sido o desenho q virou a capa do “Cause Of Death”, do Obituary (com a gravadora atropelando e deixando ao Sepultura a capa q acabou ficando);
2) quando citam q a LENDA Paulo Xisto ñ gravou em “Schizophrenia”, nem em “Beneath the Remains”, tampouco no “Arise”, voltando a gravar em álbum sepultúrico apenas no “Chaos A.D.” (Andreas Beijador gravou o baixo nesses 3), por motivos de “nervosismo” (ui!) e pouco tempo em estúdio.
****
E o q tenho de crítica, no mais, dirijo ao próprio Barcinski, crítico indie q admirava em tempos de revista Bizz, mas de dúbia função em relação ao Sepultura: pois foi, junto ao Miranda (aquele mesmo – q tem quem ñ saiba q foi empresário da banda por aqui um tempo), o responsável pela ascensão dos caras em termos de mídia por aqui (coisa q Rock Brigade e Roadie Crew jamais conseguiram ou conseguirão replicar), mas ao mesmo tempo, sendo crítico indie, revela-se alguém tremendamente oportunista, fora forçador dumas barras homéricas.
Quando fala, por exemplo, em influências de metal industrial no som dos caras a partir de “Chaos A.D.” – citando Einstürzende Neubauten, Young Gods, Ministry e Treponem Pal – ou quando diz q “Refuse/Resist” era som q Mick Jones e Joe Strummer (do The Clash) teriam feito se tivessem 20 anos menos…
Sou da opinião de q o metal grooveado do Biohazard (sobretudo) e de Prong e Helmet influenciaram (até mercadologicamente) mais a banda q os tótens citados por Barcinski. Quanto à referência do Clash, deixo pra lá mesmo…
****
Outra parte algo exagerada vejo quando se fala da ascensão da banda, a partir do momento em q foram tocar junto com Ozzy, Black Sabbath (naquele show de reunião pra deliberadamente se afastar o Dio – q Barcinski cita ñ ter participado por conta de “crise de ciúmes”… bah!), Helmet, Body Count, Pantera e fica a impressão de q TODO MUNDO SE BABAVA pelos brasucas. A ponto de se citar Neil Young vindo pedir autógrafo, Dave Grohl vir babar no backstage e Timothy Leary comparecendo a show, como se só por eles… Meio babação desnecessária e deslumbrada, q se deve dar o devido desconto.
No fim, o motivo de eu tb recomendar a leitura de “SEPULTURA: Toda a História”, por aqui, por mais incompleto, entrecortado ou apressado q seja o material enquanto leitura profunda, é o timing atual do tal vídeo feito por alguém de minas (“Ruídos De Minas”, q passou na mtv uns 2 meses atrás. Alguém viu??), q dialoga bastante com a história do Sepultura e, sobretudo, com as LACUNAS por eles, e por aqui tb, deixadas.
Como a da concorrência com as demais bandas de Minas (ñ só com o Sarcófago), da “porta fechada” q proporcionaram em relação às demais bandas dali, q poderiam ter pegado embalos mercadológicos consideráveis, assim do evento em MG de boicote ao Overdose (possivelmente manejado pela Glória, como cita o Overdose no vídeo) quando foram banda de abertura da turnê Sepultura/Ramones ocorrida nos 90’s.
Q o Sepultura FOI a maior banda do metal brasileiro em todos os tempos, ñ resta dúvida. No entanto, o caminho de análise crítica e verossímil acerca do VERDADEIRO papel deles no metal nacional, a partir do vídeo citado, é coisa q certamente dará margem a outros livros a serem possivelmente intitulados “SEPULTURA: a História Completa”, sei lá.
****
PS -lembrete derradeiro: vi na banca q a Roadie Cu vem fazendo um histórico (coluna “Background“, é isso?) da banda. Pra ñ fugir à TRADIÇÃO CHUPIM da ilustre publicação do clã Diniz, digo com todas as letras q vi fotos e TRECHOS INTEIROS DESTE LIVRO ALI CITADOS. Sem o devido crédito.
Alguém tem email do Barcinski pra eu avisar a ele?
*******
CATA PIOLHO CLXXVIII – “Unholy”: Kiss ou Overkill? // “Better”: Helmet ou Guns’n’Roses? // “Burn In Hell”: Twisted Sister ou Judas Priest?
O MITO PAULO XISTO
Coisa q vez ou outra me ponho a refletir é sobre a permanência de certas pessoas em certas bandas. Gente q estando ou ñ ali, parecem ñ fazer muita diferença. Ao menos pra nós, de fora.
Alguns desses seres meio q já equacionei a parada:
* Janick Gers está no Iron Maiden pq certamente é gente boa e pq precisam ter alguém livre pra brigar com o Eddie
* Kirk Hammett, como muito discutimos por aqui mês passado, está no Metallica pq é funcionário do mês exemplar, algo q nem pintar as unhas de vez em quando conspira contra
Mas ainda continuo sem entender por q raios Paulo Xisto continua no Zé Pultura. Nunca tocou direito (ficou ofendidinho quando Max jogou isso na cara um tempo atrás, mas ñ devia), e, pelo q consta, só gravou pela 1ª vez com a banda em estúdio no “Roots” (coisa q aquela biografia do André Barcinski esclareceu)…
Então, me cabe especular: o cara está ali pq 1) deve ser gente finíssima, ou 2) pq tem irmã/esposa gostosa.
Pois circulou por aí via whiplash vídeo do Zé Pultura tocando no Estúdio Showlivre. E q o destaque foi pelo cover de “Polícia” – alguém mais acha estranho chamar atenção um cover de mil anos ao invés de sons novos de álbum recém-lançado, ou é implicância deste q vos bloga?? – feito com os caras trocando de instrumentos.
No q ficou o Andreas Beijador indo pra bateria, o baterista de nome global indo pra guitarra, Derrick Predador tocando baixo, um roadie assumindo vocal e… Paulo Xisto apenas observando?!
O link tá aqui e passo sem nem ter visto. Vergonha alheia, manja?
http://whiplash.net/materias/news_877/086693-sepultura.html
E aí me vem essa questão novamente: pra tocar som de 3 acordes tipo esse, o cara será q AINDA ñ aprendeu nem brincando com guitarra em fim de ensaio?? Ou nem q ñ tocasse: é muito difícil saber a letra dessa música pra cantar?
O mito permanece vivo.