De tanto citar o “Fúria Metal Mtv” por aqui (ñ assim tanto, mais pra “de vez em quando”), fui procurar aquela abertura clássica.
Afinal, no You Tube costumava ter de tudo… menos vídeo do Zero Vision e a abertura clássica do “Fúria Metal” inteira, inteirona. Ou sem os caracteres intrusos aí abaixo. Mas tudo bem.
Daí eu lembrava q houve época de bandas tocando ao vivo no programa. Poucas e poucas vezes.
Krisiun, Korzus, Siecrist, Siegrid Ingrid, Overdose, Zero Vision… fuçando o You Tube descobri até o D.F.C., q se vi à época, esqueci completamente. Mas resolvi pinçar aqui o Dorsal Atlântica, à época lançando “Straight”. Segue:
Tinham baixista q viria a ser do Gangrena Gasosa depois. E legal vir o bônus da vinheta do programa de antes/depois dos intervalos. E se ñ me falha a memória, teve outro bloco com a banda tocando “Who Do You Think You Are?”. Q ñ encontrei.
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Daí, vou fuçar no whiplash, e eis q vejo notícia nova envolvendo Dorsal. Disco novo a caminho. Esquema crowdfunding de novo. E pegando uma onda de regionalismo brasuca?!?!
“Seqüência Animalesca de Bicudas e Giratórias”, D.F.C., 2014, Läjä Rekords
sons: VENOM / NÃO SÃO CASOS ISOLADOS / CONVERSA PRA BOY DORMIR / BOLETIM DE OCORRÊNCIA / A BOSTA HUMANA / PUTA QUE PARIU / O PÃO QUE O DIABO VOMITOU / NASCE UM MONSTRO / DIRTY SANCHEZ / A SETE PALMOS DO CHÃO / DIA DE FÚRIA CANDANGO / O ALIENISTA / IGNORANTE / PESADELO ANAL / PORRADA DE RUA / ALMOÇANDO ABUTRES / SUNDAY BLOODY MORNING / CAOS NA CAPITAL / CIDADE DE MERDA / FILHO DA PUTA / SKATE INFERNO / TODOS ELES TE ODEIAM
formação: Tulio (vocais), Miguel (guitarras), Leonardo (baixo), Fabricio (bateria)
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Resenha diferente desta vez. No clima do disco e de seus 22 sons em 23 minutos. O título do post já entrega q acho o disco foda. Harcore crossover absurdo. Inominável. Pesado. Daí postar minhas letras preferidas no momento; dentre as todas excelentes. Dizem por si muito mais do q eu ousaria tentar.
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Não São Casos Isolados (1’00”) – “O assalto na esquina / O político ladrão / O marido espanca a mãe / Apreensão de cocaína / Na igreja exploração / Na estrada acidente / Mentira na televisão / O governo conivente – não! // Não são casos isolados! // O estupro da menina / Compra voto na eleição / Morte em fila de hospital / A polícia é propina / O empregado humilhado / O mendigo suicida / O fiscal vai extorquindo / Outra bomba explodindo – não! // Não são casos isolados!”
Conversa Pra Boy Dormir (1’09”) – “Esse seriado é uma maravilha / Tudo é bonito com essa família / Um conto de fadas onde tudo é legal / Bem diferente do meu mundo real / Minha vida é chata e cheia de ódio / Por isso eu não perco nenhum episódio / Só loiros canastrões de nariz arrebitado / E eu aqui babando igual a um retardado / Porque o meu cabelo é duro / Estou desempregado e não tenho futuro / E o meu nariz é torto / E eu não tenho onde cair morto / O meu cabelo é duro / O meu nariz é torto (repete 8 primeiros versos)”
A Bosta Humana (1’03”) – “Eu durmo em qualquer banco imundo da praça / O dia inteiro eu encho o cu de cachaça / Eu vivo fedido e todo rasgado / Só como lixo podre e estragado // O meu cabelo é imundo de dreadlock / Mas eu não curto nada de reggae nem rock / Eu tô pouco me fudendo / Não vale nada e quem encher o saco eu desço a porrada // Eu sou um excremento nas ruas da cidade, eu fui defecado pela sociedade // Você e seus amigos me acham muito escroto / Tenho menos direitos que os bichos do esgoto / Morrerei como indigente / Sem flores e nem terno / Mas pode ter certeza / Te encontro no inferno / Eu sou a bosta humana / No chão da cidade / Eu estou grudado / No pé da cidade”
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Puta Que Pariu (1’27”) – “Eu cheguei em casa cansado pra caralho / Mais um dia escroto na merda do trabalho / Olho na geladeira, só tem uma Super Bonder e na televisão só novela e Big Brother / Não sei se eu vou dormir, não sei se eu vou cagar / Chegou mais uma conta / Não consigo nem pensar / Eu não suporto mais essa vida sem sentido / Talvez se eu for ao médico eu ganhe um comprimido // Quero desaparecer, quero desaparecer / Eu vou sumir do mapa e mandar tudo se fuder (2x) // Ei! Você! Vai pra puta que pariu!”
Dirty Sanchez (0’42”) – “Tributos, impostos e taxas abusivas / Direitos faraônicos para os ratos do congresso / Roubam, exploram e humilham sua face / Empurram a sujeira garganta abaixo / Esse governo come o seu cu / E esfrega o pau sujo na sua cara”
Sunday Bloody Morning (1’23”) – “A família feliz vai passear no domingão / Mas papai bebeu demais e está na direção / Avança o sinal e atropela a bicicleta / Deixa um rastro de sangue / Pintado em linha reta (repete estrofe) // Tomar 51 foi uma péssima idéia / O carro parou num muro esmagando uma velha / A cabeça explodiu / Miolo pra todo lado / No enterro com certeza vai ser caixão fechado (repete estrofe) // A filha disse adeus a sua curta vida / Num cenário todo feito de carne moída / As tripas espalhadas de dona Elizabete / Fazem muito sucesso em um site na internet / O corpo esquartejado e cheio de marcas / É a capa perfeita dum disco do Carcass”
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Os vocais de Tulio são furiosos, desesperados. E inteligíveis. Ñ recomendo ouvir dirigindo: risco de ficar pilhado. A gravação é impecável e os sons têm dinâmica, quase sempre em tempo de terem introdução, estrofes – às vezes até refrões – desenvolvimento e entrosamento. Domínio da forma e do conteúdo, nada feito nas coxas.
Alguns contêm locuções e/ou gravações de políticos, pastores, nóias, UFC, hino de Brasília, o q torna tudo ainda mais inacreditável. Tudo em muito pouco tempo. Aflito. Urgente. Sem embromação. Conciso, coeso, preciso e cáustico. Tecnicamente, o melhor do D.F.C.; pra mim só ñ o melhor, por causa de meu apreço afetivo pela estréia da banda em “Tchan Nan Nan Nan”, de 1994.
E desce ainda melhor se ouvido junto de “Século Sinistro” (2015), do Ratos de Porão e de “Tamo Na Merda” (2016), do Surra.
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CATA PIOLHO CCLIX – brincar de “jogo dos 7 erros capístico” seria forçar um pouco. Mas existirem algumas semelhanças entre as mesmas, como ñ dizer?
PS – sobre a promo de aniversário, pretendo lançar como UMA PERGUNTA na quarta-feira próxima. Se o fizer num post ao meio-dia, as pessoas interessadas conseguirão participar? (posso mudar o horário, se for o caso). E o prêmio será 1 cd, mas só irei à Galeria do Rock agora à tarde pra decidir qual…
Lista semestral e anacrônica sobre últimos álbuns comprados. Ou baixados.
Preferia q ñ fossem listados dvd’s. Se mesmo assim quiserem, dvd’s à parte numa lista contígua, valeu?
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Os meus da vez:
“Euphoria”, Def Leppard [aposentando fita]
“Alive III”, Banda Beijo [aposentando fita]
“Sucking In the Seventies”, Rolling Stones [deletando arquivo]
“Karnak”, Karnak [aposentando fita]
“Lovers Rock”, Sade [deletando arquivo]
“Made Me Do It”, The Haunted [aposentando fita]
“Plastic Planet”, GZR
“Slowly We Rot”/“Cause Of Death”, Obituary – série 2 em 1 [deletando arquivo]
“Fly By Night”, Rush [aposentando fita]
“Igreja Quadrangular do Triângulo Redondo”, D.F.C.
PS – na resenha sobre o Amorphis, havia citado ter ganho um cd dum certo The Reign Of Kindo, chamado “Play the Fire”. Ñ o comprei, por isso ñ o incluí. (E o q ouvi até o momento, tb ñ entendi…)
No embalo das sugestões dos amigos por aqui, a durarem mais esta e as próximas 3 semanas.Pelo menos.
MELHORES DISCOS DE PUNK/HARDCORE NACIONAL PRA MIM:
1.“Mais Podres Do Que Nunca”, Garotos Podres
2.“Adeus Carne”, Inocentes * 3.“Histórias De Sexo & Violência”, Replicantes # 4.“Pior Que Antes”, Garotos Podres 5.“Inocentes”, Inocentes £ 6.“Cadê As Armas?”, Mercenárias * 7. “Linguachula”, Linguachula
8.“Pegaram Jesus Pra Cristo”, Não Religião # 9. “Abominável Mundo Monstro”, Zumbis Do Espaço 10.“Tchan Nan Nan Nan Nan”, D.F.C.
* discos outrora resenhados no blog, quando era do Terra
# discos resenhados no blog Terra, reprisados no Exilio Rock [em ago e set/10]
£ disco resenhado no Exílio Rock em nov/10
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MENÇÃO HONROSA: “O Concreto Já Rachou”, Plebe Rude [pq ñ sei se a Plebe era assim estritamente punk…]