Como comentei por aqui noutro dia: se o futuro do metal é incerto (e sempre foi, independente do covid), o presente do metal é live, collab e/ou música via internet.
Q tal o Revolta:
Formado por João Gordo, Prika Amaral (Nervosa), Guilherme Miranda (Entombed A.D.), Moysés Kolesne (Krisiun), Castor (Torture Squad) e um surpreendente Igggggggor Cavalera.
Completamente João Gordo, letra e levada. E isso é mérito.
O “metal nacional” q vá pra puta q os pariu. E se ñ sabemos se este será apenas (mais um) projeto covídico, já tá bom demais pra mim.
Ao contrário do q imaginei, a dona da banda ñ está assim tão na roça…
Por outro lado, parece coisa de gravadora. Formação worldwide total. Mulherada com currículos e vindas de partes diferentes do mundo. Meio um super time.
Minha dúvida: isso cabe ainda?
Outra coisa: em cenário pós-covid 19 vai funcionar? Pelo jeito, ñ se encontraram nem pessoalmente ainda. Coisa ajeitada pela Napalm Records, certamente. E muita coisa ainda vai aparecer, em termos de esclarecimento, hum?
Fernanda e Luana sabiam disso? Sabiam e ñ quiseram? Tiveram 15 dias de aviso prévio? A imprensa bolsonóia despeitada do “metal nacional” vai querer apurar?
Zineiro nos 80’s – aliás, gratíssimo pela confiança em me mandar alguns exemplares! – zineiro no novo século e profícuo demais na quarentena/apocalipse.
Tô falando, obviamente, do Bangers Brasil, portal + zine + fórum + blog + fotolog no Instagram tocado adiante pelo camarada Jessiê Machado. E q alguns por aqui já conhecem.
Recomendo ainda assim.
Com uma inspiração/produtividade, reitero, absurda. Monte de posts em poucos dias. E tb repercussão de monte.
O motivo pra postar – o q eu já faria – fora retribuir o ibope ao Thrash Com H esses dias, é tb trazer pra cá uma discussão q eu e Jessiê temos atomizadamente feito em Whatsapp nos últimos (modo de dizer!) dias: a repercussão de alguns posts + a mudança de um certo público metal.
Enquanto q por aqui posts sobre Iron Maiden, Sepultura, Metallica e Black Sabbath (ñ comecemos a mentir a idade!) amealham os maiores comentários, Jessiê me disse q por lá foi um do Soulfly.
(?!?!?!?!)
Tinha sido. Até semana passada, quando a postagem sobre o fim/crise/treta do Nervosa ultrapassou e vem rendendo.
Demonstrando o quão grande essa mulherada já estava, e tb o quão diferente está o público de modo geral. Um público diferente, mas ñ necessariamente pior ou melhor do q aqui, claro.
Algo q eu já vinha percebendo, empiricamente (e querendo perceber), sem provas: um pessoal mais novo q repercute bandas outras. Bandas novas. Coisa e tal.
Ñ se pode acusar o Torture Squad de ñ tentarem. Ñ desistem.
Mas tvz pudessem parar de insistir.
3’33” de minha vida q ñ voltam mais. Grande coisa. Frase de efeito eheh
O filme já vi trailer ano passado em cinema. Ou era 2018? Só está saindo agora, e chamaram a banda pra fazer a faixa-título. Q parece tentar tirar proveito do Nervosa. Mas tvz ñ seja.
Os comentários baba-ovo no YouTube, típicos de louvor acrítico ao “metal nacional” já me irritaram, me cansaram, me irritaram de novo e agora acho q me cansam de novo, e mais um pouco. Cada um gosta do q quer: Bolsolixo ñ conseguiu acabar com isso ainda. O clipe é bacana.
Só achei uma música horrorosa, a banda tentando de todo jeito acontecer.
E por mais q tenha a letra (ruim) na postagem youtúbica, em nenhum momento consegui acreditar q a vocalista estivesse cantando em Português.
Algo q venho percebendo e relatando este ano, baseado em shows de bandas brasileiras novas e antigas (Lacerated And Carbonized, Surra, The Mist, Funeratus, Krisiun), sobretudo nos Sescs aqui em São Paulo, está acontecendo: o metal brasuca ñ vive mais só de Sepultura.
Se é q já viveu disso. Ñ é um “antisepulturismo”, assim: qual o legado do Sepultura, fora o Claustrofobia, uma ou outra banda de embalo q tentou fundir batucada ao metal e toda uma leva de bandas de babacas psicóticos iludidos fazendo som em inglês “pra virar lá fora”?
Compartilho um insight com o amigo Leo, tb presente anteontem ali no Carioca pra ver um PUTA evento de metal brasileiro. 6 bandas tocando de verdade, ñ eram bandas (ruins/toscas) de abertura pra encher lingüiça pra uma atração principal. A banda gringa fechando, a mim nem precisava. Ñ fui pelo Brujeria, mas tudo bem.
O insight diz respeito a um legado do Ratos de Porão patente em 4 das bandas – Eskröta (por sinal, tocaram “AIDS, Pop, Repressão”), Surra, Cemitério e Nervosa: bandas cantando em português (Nervosa é híbrido) e com o público cantando todas as músicas de todas essas bandas. Mesmo as em inglês do Nervosa.
Bandas com PAUTA (de esquerda!) e assuntos relevantes (feminismo, crítica social aguda), gerando identificação. Pegando uma molecada ávida por se sentir representada – ñ é o mesmo q a babaquice patriotária do “banda q representa o Brasil lá fora” – e, fora do campo das letras, armadas com uma nova fusão à cena hardcore. Q existe e dá certo.
Nos seguintes aspectos:
Horário: evento num domingo à tarde, começando pontualmente às 16h (só o Brujeria atrasou), terminando às 23h. É ruim pra quem tá acostumado com rolê porco de sábado à noite, começando quase de madrugada e cheio de banda ruim pra dar tempo de acabar quando o trem/busão/metrô abrir de novo. Merchan: exceto Krisiun e Brujeria, q só vendiam camisetas, todas as outras bandas tinham banquinhas vendendo cds, camisetas, adesivos, lps e pôsteres. Além disso, banquinha com lanches veganos, pauta de toda uma molecada de agora, pra neguinho ñ ficar só enchendo a cara e vomitando lá dentro e na rua.
Postura: público estava ali desde a primeira banda; decerto havia os tr00, q resolveram entrar só no Krisiun e Brujeria, mas desde o Eskröta a pista do Carioca já era densa. Bandas valorizadas por um pessoal (monte de mulher) q se sente representad@ e dá o feedback. Soma-se a isso as bandas terem material farto [Surra: 4 eps, 2 cds, 1 ao vivo, 4 splits e 3 singles; Cemitério: 2 cds; Nervosa: 3 cds e 1 single; Eskröta: 1 ep e 1 split] e mostrarem correr atrás (acho q só Cemitério ñ tem videoclipe) – o Eskröta fará o crowdfunding pra gravar um 2º disco – sem perder tempo naquela presunção patética e descabida daquelas tantas bandas de “metal nacional” do “estamos gravando um disco”.
Q nunca sai, e quando sai ninguém liga, e daí os caras culpam o público por chupar pau de gringo e ñ ver show de amigo. Metal de direita de merda de playboy de apartamento. Enfim. Às bandas:
O Eskröta mandou seu repertório em meia hora e me comoveu. Sério. Raça, pegada e nenhuma condescendência. Pé no chão total. Muita mulher ali pedindo sons (o hit parece ser “Mulheres”), cantando berrando junto, entrando nas rodas e dando moshes do palco. 3 gurias mandando muito bem (baixista e guitarrista parece q eram do Sinaya), tecnicamente falando, e tendo o q dizer. Dizendo-se gratas pelo público ali, pela oportunidade e por serem gente q até ñ muito tempo atrás só assistiam aos festivais.
(lembrei do Herbert Vianna no Rock In Rio 1985 ahah)
Toda uma mulherada q só assistia aos shows, e tvz fossem só as “minas de alguém” agora está tendo vez.
No fim, pediram pra mulherada toda subir ao palco cantar “Mulheres”. E ñ paravam de subir minas. E tinha mais mulher no palco q muito evento de banda tr00 em boteco fuleiro tem de público total. Me ganharam, a ponto de ter comprado o ep “Eticamente Questionável”. Foda.
O Cemitério veio depois com uma proposta direta: thrash de veia Tankard em português falando de vampiros, sextas-feiras 13, serial killers e filmes b. Nada tão inédito: o Zumbis do Espaço faz o mesmo há mais tempo. Mas de jeito trôpego, hardcore bêbado misfit. O q vi ali foi uma banda ensaiada, sem mané de timbre de “Show No Mercy” ou pegada torta pra parecer tr00.
Um vocal sem arroubos de agudos desnecessários, nem forçar gutural sem noção. Mantendo o timbre e soando claro. Letras bacanas, encaixadas, com refrões pra cantar junto. Um ou outro riff bem interessante do guitarrista: guardei o de “Holocausto Canibal”. A única crítica, baterística, minha, é a do baterista ñ oferecer variações. Só aquela bateria reta, com viradas meio óbvias, sem variações de andamentos. Tankard mesmo.
E tudo bem. Banda de pegada e sem ostentação de tosquice, mesmo eu vindo a saber a posteriori q esse mesmo vocalista – q gravou tudo sozinho nos discos?! – já tinha sido do Side Effectz e do Comando Nuclear, bandas toscas ruins q nunca consegui gostar. Bom saber q o sujeito evoluiu. Todos ganhamos com isso.
O Surra veio na seqüência e fez meu 4º show deles este ano (já tinha visto abrindo pro R.D.P. duas vezes + no Overload Beer Fest em fevereiro). E pra mim, o melhor dos quatro.
Banda afiada, voando. Tecnicamente falando, mas tb em termos de set list. Monte de música emendada umas nas outras, mas com tempo pra respirar e dar risada, tirar sarro. Baixista uma hora mandava: “vai lá, faz aquele sambinha”; outra hora: “vai lá, Leo, faz aquele blues”; vez ou outra o vocal (Leo) falava: “falta 5 minutos, dá pra tocar 17 músicas e meia ainda”.
Detalhe surreal: MONTE de gente cantando as letras todas. Assimétricas, prolixas e tudo. Baterista do Eskröta (produzidas pelo Leo) ficou o tempo todo atrás do palco cantando junto; mais pro fim mulherada empoderada foi subindo de novo no palco pra fazer backing e até cantar no lugar deles. De boa.
[Aliás, uma rotina -da mulherada subindo no palco pra dar mosh, fazer backing ou ficar dançando – q só ñ rolou muito no Cemitério e quase nada no Krisiun]
A banda faz jus ao nome. No final (últimas 12 músicas e um terço?) jogaram um pato inflável (mensagem esquerdista óbvia eheh) no público, q só ñ deve ter sido sodomizado: voou dum lado pra outro, serviu pra içar marmanjo na platéia, até ser devidamente murchado e recolhido por uma tvz produtora ali. Muito punk, muito louco e muito sério.
Detalhe nisso tudo: som impecável em todas as bandas. Cada vez mais sujas e agressivas, dando a brecha perfeita pro Nervosa entrar.
Do Nervosa, ouso dizer: elas estão, neste momento (ñ tem 1 mês do Rock in Rio), equivalentes ao q o Sepultura estava no fim dos 80’s pros 90’s, entre “Beneath the Remains” e “Arise”. A apelação mais fácil e sensacionalista seria dizer “são o novo Sepultura“.
Ñ são. Ñ serão. Ñ querem. O som é outro. Crossover de thrash (de veia Destrúcho/Sodom) com hardcore com grind. A baterista, Luana, é uma monstra, toca demais. A guitarrista, Prika, discordo ser fraca. E discordo mais ainda da necessidade duma segunda guitarra: estragaria. Chegou até a cometer uns solinhos, mas passa muito longe de ser uma “nova Syang” ahah
A vocalista ñ me agrada as caretas, mas tem postura, um carisma fodido e sabe falar com a galera. Foi dela, pra mim, a frase da noite: “pois é, tem muita banda de metal no Brasil boa pra caralho”. Sim. E estavam 4 delas ali.
O som ficou até mais alto. Mandaram muito. Nível altíssimo. E ao final, minha dúvida era a de se o Krisiun superaria.
Ñ superou. Motivo: Nervosa foi a banda da noite. Pela expectativa e pelo q entregaram. Ñ quer dizer q o Krisiun foi uma bosta. Estão em alto nível há tempos, a despeito duns babacas só quererem “Black Force Domain”.
Dos gaúchos, já se sabe q vão começar com “Hatred Inherit” ou “Kings Of Killing” (foi esta, nesta vez) e terminar com… “Black Force Domain”, anticlimática perante tanta porrada desferida. Tb é patente uma precariedade em comunicação: Alex manda lá uns clichezões (“mandar pra fuder nessa porra”) e tal, mas parece faltar articulação.
Falaram mal do Bolsonaro, mas ficam num papo – até coerente, vai – de “valorizar o metal nacional, a cultura nacional”, q soa meio deslocado. Ficou deslocado no evento. Mas tudo bem.
Até pq ninguém vai ver o Krisiun pra cantar junto (juro q ñ sei se o Alex canta as letras direito ahah) ou pra ouvir discurso. Eles representam seu público duma outra forma, com extremismo, sem concessões e botando pra fuder nessa porra ahah
Foi meu 3º show deles este ano, e o som pareceu abafado. Estava nítido, mas tb abafado. Vai ver, eu já estava ficando surdo. (Fui trampar ontem à tarde e vi q AINDA estava surdo). Ñ se questiona a técnica deles: Max põe todos os bateristas de qualquer evento no chinelo, é uma máquina quase desumana de precisão e ataque.
Foram chamados pra agregar valor, e cumpriram a missão (era a banda, disparada, com mais camisetas entre @s presentes), mas tvz devessem ter tocado antes do Nervosa. Q acho mesmo q deveria ter sido o(a) headliner, tvz trocando de lugar com o Brujeria.
Q achei legal. Legalzinho. Mas tb uma bosta.
O som estava meio ruim. Abafado + nítido igual o Krisiun. Ou tvz abafadas estivessem minhas trompas de Eustáquio.
Dois vocalistas e quase nada se ouvia deles; provavelmente por culpa do calendário insano. E do clima. Estão em turnê latino-americana, q teve Recife e Feira de Santana na sexta e no sábado.
Com a temperatura de vinte e poucos graus do domingo, quem é q agüenta?
Foi quase como ver um monte de banda foda e o evento terminar com o Massacration. Montes de piadas e tiradas se perderam, na ñ tradução e nos vocais abafados. Deveriam ter tocado antes do Krisiun e ficado o Nervosa pro fim. Mas é o q o Leo me falava: o apelo dos caras era grande.
O show foi insano em termos de rodas e público entregue. A mulherada sobe-palco continuava. Ñ desagradaram a quem quis curtir, só achei q faltou um pouco de nível.
Baixista foi nosso amigo Shane Embury e sua pegada bizarra (parece escovar o baixo – de luzinhas verdes acesas e braço estreito – o tempo todo) me chamou mais atenção. Baterista era o Nicholas Barker, tecnicamente irrepreensível. Guitarrista é um chileno q toca no Pentagram, q nunca ouvi falar, em de um ou de outro. E foram cometendo os hits, atrás de hits.
“Matando Güeros”, “La Migra”, “Anti-Castro”, “Colas de Rata”, “Hechando Chingazos”, “Brujerizmo”, “Revolución”, “Consejos Narcos” (com direito a uma guria da platéia ostentar plaquinha de “Si” e “No”), “La Ley de Plomo” e até “Raza Odiada (Pito Wilson)”.
Mas ñ só eu: estava todo mundo já cansado. Nem voltaram prum bis: fecharam com um semi-playback de “Macarena”, tornado “Marijuana”, e foi assim.
***
Era 23h, fiquei rondando um pouco a rua antes de pegar o metrô, e daí voltei pra casa. Moído e zureta. Ñ acho q houve qualquer arrependimento de qualquer um dos presentes a esse Kool Metal Fest. Q venham os próximos assim, em mesmo horário, lugar e condições!
Ordem decrescente de preferência do dia, no fim: Nervosa >Eskröta >Surra >Krisiun >Cemitério > Brujeria.
PS – parabéns ao tal Thiago DJ, responsável pela discotecagem. Quase passava despercebida, fazendo a ambiência devida, tocando alguns “modernismos” (Helmet e Ministry), algumas bandas outras em português e sem tocar clichês de Maiden, Judas, Sepultura (aliás, ñ tocado), Metallica, Motörhead… sem tocar clichês no geral.
Foi uma noite realmente underground. Pelas bandas e pelo público: ñ devia ter mais q 50 pessoas pra ver Funeratus e Obskure. Q nem pano de fundo (backdrop é o caralho) ostentaram. Provavelmente ñ têm, ñ pq esqueceram.
Por outro lado, a “puta estrutura”, como disse o vocal do Funeratus. Som impecável, luzes, horário decente (início pontual às 21h30min), banheiros limpos e lanchonete com salgados, sanduíches e bebidas (inclusive alcoólicas) à disposição, em preços módicos. Lugares pra sentar, pra tiozões como eu, tb contam.
Pior pros metaleiros dorme sujo e mochilinha na porta, q (ainda) preferem ficar bebendo no boteco fora ou tentar entrar com garrafa de vinho de plástico enrustida. A realidade desse Sesc abraçar o underground do metal brasileiro pede outra postura.
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Neste ano desgracento de 2019, já tenho 17 shows idos, vários em Sescs. Ratos de Porão + Surra (2 noites) e Krisiun (idem), no Sesc Pompéia, onde vi tb Lacerated And Carbonized abrir pro Ektomorf; Mutilator, The Mist e agora Funeratus + Obskura no Sesc Belenzinho. Tudo a TRINTA REAIS. Com direito a meia, SEM MIGUÉ nem COTA. Com direito a quem possuir a carteirinha da instituição a pagar NOVE REAIS pra entrar.
Tem q ser muito pau no cu pra continuar indo nos rolês falidos e eventos de ex bandas, como Sepultura, Angra (inaugurando filão de “tributos a André Matos”), Korzus (ñ fui ver Onslaught outro dia por causa deles) e Detonator.
Sei lá. Minha opinião.
Fui ao show por acreditar q minha presença ajudará a continuidade desse tipo de show extremo (aliás, planejado Test + Deafkids em 22.11; aliás mais: Nervosa dia 2.11 no Pompéia; aliás ainda mais: Krisiun tocou no Sesc Bom Retiro no último 23.10). E sem conhecer nada das bandas.
Show à moda antiga.
Do Funeratus, já tinha maiores informações. E curti. Na comparação com o Krisiun, soam mais rústicos, ñ tão precisos. E tudo bem. Por outro lado, achei o vocalista (aliás, tb baixista; aliás, tb toca pra caralho) muito foda. Muito agradecidos pela oportunidade, ñ desperdiçaram a chance de tocar com som bom; o único senão, jogo o papo meio besta de falar em “irmandade do metal”, “hail brothers” e essas caricaturas, q poderiam ser melhor elaboradas. Até apresentar a banda soaria melhor.
Mas é o underground, e o underground às vezes ñ sai das bandas. Outro ponto negativo, mas positivo: tocaram meia hora só, respeitando a noite e o Obskure, headliner. Mas uma puta meia hora.
Tinham cds (são 3) e umas baitas camisetas pra vender.
Já o Obskure, em q pese anunciarem comemoração de “30 anos de banda” (marketing q ñ curto – quantos desses realmente ativos?) e virem com formação inchada (sexteto) e som decente etc. ñ me agradou.
“Death metal melódico” tentando ir numa praia dimmuborgeana. Nada contra, mas em banda com duas guitarras (cometendo alguns riffs bacanas), um teclado ficou exagerado. A ponto do amigo Eric uma hora zoar, me perguntando se era o “caminhão de gás passando” ahahah
O vocalista era mais articulado na hora de falar entre os sons, mas me incomodou q parecia o vocal d’O Rappa ahah Exagerou um pouco uma hora, puxando do bolso lista com bando de gente pra agradecer. Agradeceu ao Krisiun, q aparentemente indicou os caras pra tocarem lá.
Disse ainda o vocal q a última vez deles por aqui tinha sido em 2008, numa “metal battle” pro Wacken. De certo modo, faz sentido: banda mais lapidada, com preocupação com figurino e tudo e som até mais acessível. Músicas q mais curti foram as 2 últimas: a penúltima, sem o teclado e com um dos guitarristas (o antigo vocalista) fazendo. A última, uma versão bizarra pra “The Wizard”. Aquela.
Compareceram. Representaram. E tb tocaram pouco; no máximo 1h. Eram 23:15 e já estávamos eu e o Eric no metrô (q fica a 10min do Sesc). Mas foi bom. Foi honesto e foi de novo prova de q ñ dá mais pra ficar vivendo de Sepultura (aliás, nenhuma camiseta), Angra, Korzus e Detonator. Ou de eventos suspeitos e de mesmíssimas bandas natimortas de abertura.
Vou a todo evento assim q tiver de metal extremo. As bandas merecem e o público fará por merecer tb. De minha parte, sei q mereço ir a evento underground q ñ seja picareta ou meia boca.
E isso considerando os déficits das memórias cognitiva e afetiva envolvidos. Pq: 1) ñ sei quantos shows do Ratos já vi (com esses, só em 2019 foram três); 2) estive no show de lançamento do “Brasil”, em 1989, quando Jão e cia. abriram pro (dividiram a noite) Sepultura – q lançava o “Beneath the Remains” – no extinto Projeto SP, meu primeiro show de heavy metal q, por mais q eu mal me lembre, tenho q deve ter sido MUITO foda.
E estou falando do show da sexta-feira. Q ñ foi muito diferente do da quinta: “Brasil” tocado inteiro e na ordem + bis. O bis na quinta ñ teve “Crocodila” nem “Sofrer”.
“Brasil”. Tocado. Inteiro. E. Na. Ordem. Ñ tem como superar. Nem o q dizer. Imaginem.
E no momento de MERDA q estamos vivendo. Com o pior presifake da História, tudo fez muito sentido: “Amazônia Nunca Mais”, “Retrocesso”, “Farsa Nacionalista” (o Hino Nacional Bolsonarista), “Porcos Sanguinários”, “Máquina Militar”, “Terra do Carnaval”…
Gordo alterou algumas coisas: “ei, bolsominion, olha só o q vc fez…”, disse q “Vida Animal” ñ fazia sentido antes e a rebatizou como “Melô do Bolsominion”. Estava recuperando de pneumonia (um detalhe: shows quinta e sexta + sábado em São José dos Campos + domingo em Santo André!), e ñ tão abatido como havia visto a banda como um todo no Overload Metal Fest. Faltava fôlego pra falar, Juninho ajudava nuns backings, mas mandou muito bem.
O xaropeta ainda tatuou o Snagletooth do Motörhead no cocoruto. Putz.
***
E ñ lembro de quando havia visto show com SOM PERFEITO, se é q já tinha visto algum. (Rush 2002? Kraftwerk?). Teve esse detalhe a mais tb. Som perfeito, banda inspirada, execução entre a máquina letal e a sede de sangue, absurdamente. Melhor momento: “S.O.S. País Falido”, seguido de “Lei do Silêncio” (entoada inteira pelo público), “Farsa Nacionalista”, “Porcos Sanguinários” e “Máquina Militar”. “Sofrer” no bis me surpreendeu. “Aids, Pop, Repressão” é a “Ace Of Spades” dos caras, redentora e catártica; só “Crucificados Pelo Sistema” me pareceu anticlimática.
Tipo a “Black Force Domain” pro Krisiun, ou “Hammer Smashed Face” pro Cannibal Corpse. Meio q tem q ter, meio q a maioria quer ouvir, mas se ñ tivessem tocado acho q pouca gente daria falta. Complemento insano: rodas com gente perdendo celulares, q vez ou outra paravam no palco. Gordo aloprava, chamava: “sobe aqui, prova q é teu. Enfia no cu” ahah
Sei lá. Acho q o Leo pode falar mais do q eu consigo.
Set-list Ratos De Porão: 1. “Amazônia Nunca Mais” 2. “Retrocesso” 3. “Aids, Pop, Repressão” 4. “Lei do Silêncio” 5. “S.O.S. País Falido” 6. “Gil Goma” 7. “Beber Até Morrer” 8. “Plano Furado II” 9. “Heroína Suicida” 10. “Crianças Sem Futuro” 11. “Farsa Nacionalista” 12. “Traidor” 13. “Porcos Sanguinários” 14. “Vida Animal/Melô do Bolsominion” 15. “O Fim” 16. “Màquina Militar” 17. “Terra do Carnaval” 18. “Herança” + bis: 19. “Crocodila” 20. “Sofrer” (ambas ñ rolaram quinta) 21. “Morrer” 22. “F.M.I.” 23. “Crucificados Pelo Sistema” 24. “Obrigado A Obedecer”
Pq tem q se falar do Surra tb. Q até duas semanas atrás era o único show anunciado. Em data única.
Estão lançando “Escorrendo Pelo Ralo”, 2º álbum. 17 sons em meia hora. Comprei ali mesmo (a banca de merchan impecável: bonés, camisetas, LPs, CDs), ainda ñ ouvi. Porradaria, letras diretas no estômago, no fígado, no baço e na jugular, técnica absurda do guitarrista/vocalista (tocar e cantar junto aquilo tudo ñ é facim) e a minha maior surpresa… monte de gente cantando as letras. De fio a pavio.
Pra quem nunca viu/ouviu, descrevo grosseiramente como uma cruza do próprio R.D.P. com o D.F.C. Meia hora de shows (tamanho justo) com milhares de músicas (20)e tempo no meio – foram tomar água numa hora e deixaram tocar um sambão – pra respirarem!
Irrepreensíveis. Se falávamos por aqui do Nervosa, q vem fazendo por merecer a despeito dalguns senões técnicos, tenho q o Surra – fora fazer jus ao nome – está pronto, lapidado e feroz como poucas bandas dentre as tão poucas q resistem ao bolsonarismo, ñ pagam de isentão e ñ têm medo de chutar a cara de nazista.
Foda.
Até temi q aparecessem uns minions na porta pra tretar, mas esse povo, se vai em show, é do Capital Inicial, Ultraje a Rigor, Angra e de bandas de “metal nacional”. Ali ñ era nada disso.
Set-listSurra: 1. “Intro” 2. “Escorrendo Pelo Ralo” 3. “O Mal Que Habita A Terra” 4. “Do Lacre Ao Lucro” 5. “Não Escolha” 6. “Peso Morto” 7. “Tamo Na Merda” 8. “Embalado Pra Vender” 9. “Anestesia” 10. “Mais Um Refém” 11. “Virou Brasil Pt 2” 12. “Não Entendi” 13. “Caso Isolado” 14. “Arquitetos Da Desordem” 15. “Madeira e Sangue”16. “Cubathrash” 17. “Parabéns Aos Envolvidos” 18. “Daqui Pra Pior” 19. “Merenda” 20. “7 x 1”