30 ANOS DEPOIS…
… o q ficou?
… o q ficou?
Release anônimo no adesivinho da capa do meu “Kill Trend Suicide” (1996):
“New York City’s infamous hemp-fueled grindheads detonate their strongest and most diverse material to date… Ten terse tracks of prime grind produced by sonic guru Billy Anderson (MELVINS, NEUROSIS, SLEEP).
This is strong medicine to cure weak trends!“
Release repleto de duplos sentidos e trocadilhos tipicamente ingleses, lavrado por Mark ‘Barney’ Greenway no encarte de “Coded Smears And More Uncommon Slurs” (2018):
“WHY WHY WHY BUT WHY?
This largely being a compilation album of our own very-nearly-made-the-album stuff, there are tracks here that we argued the toss over, then argued the toss over some more but couldn’t quite see flushed down the grind toilet. Some have propped up the early lives of assorted Napalm albums; others have resonated when we were invited to share vinyl space alongside impeccable noisemakers – Melvins to name but one. The more off-the-cuff stuff here just simply made us supremely fucking excited – if you can understand now bashing out some Japanese hardcore (Gauze) or childlike quirlky prog (Cardiacs) covers might mean so much to us.
We might not exactly have remembered all the ins and outs of these tracks as we dragged them into the present, but we certainly hope they sit lovingly in your headspace. Enjoy uncomfortably.
Much obliged“.
Coheed And Cambria?
Atração de “noite metal” do Rock In Rio 2011. Na sequência vieram Motörhead, Slipknot e Metallica.
No palco secundário, Franga com Tarja (vexame Falaschito incluso) e Sepultura com Tambours Du Bronx.
Acho q todo mundo lembra. Ao menos vagamente. Menos da tal “revelação do metal” da vez. Californianos (li agora na Wikipédia), provavelmente afiliados em hipsterismo indie a The Mars Volta ou Queens Of the Stone Age (ñ sei, vi o show na tv, devo ter comentado aqui e ñ lembro mesmo). Certamente vindos pra cá por conta de empresário ser o mesmo dalguma outra atração. Como foi em 2001 o mesmo QOTSA vir pq eram do mesmo empresário do FarooFighters.
A cabeleira do sujeito era algum tributo a Buzz Osbourne, do Melvins?
Deram em algo?
Nem em nostalgia de trazê-los de volta, pelo jeito.
Completa e deslavada ostentação. Segue:
ACCEPT – “The Rise Of Chaos”
ANNIHILATOR – “Suicide Society”
ATHEIST – “Elements” [versão comemorativa, com dvd]
BLACK SABBATH – “The Eternal Idol” [recomprando em cd]
CELTIC FROST – “Vanity/Nemesis”
DARKTHRONE – “Soulside Journey”
DAVID BOWIE WITH NINE INCH NAILS – “Back to Anger”
DEAD CAN DANCE – “Anastasis”
DEATH ANGEL – “Act III” [deletando arquivo]
DEF LEPPARD – “Hysteria”
DOWN – “Down II: A Bustle In Your Hedgerow…” [deletando arquivo]
ENTOMBED – “Wolverine Blues” [aposentando fita]
FALCO – “Falco Collection”
GODFLESH – “Selfless”
GODFLESH – “Streetcleaner”
HAWKWIND – “Doremi Fasol Latido”
HELLOWEEN – “Master Of the Rings” [versão dupla, aposentando fita]
JOHNNY CASH – “American IV: The Man Comes Around”
JOY DIVISION – “Closer” [recomprando em cd, versão comemorativa]
KING CRIMSON – “The ConstruKction Of Light”
LOVE – “Forever Changes”
MELVINS – “Houdini”
MESHUGGAH – “obZen”
MOTÖRHEAD – “1916” [versão digipack, com bônus]
NINE INCH NAILS – “The Downward Spiral” [aposentando fita]
R.E.M. – “Murmur” [aposentando fita]
R.E.M. – “Reckoning” [aposentando fita, versão comemorativa]
TESTAMENT – “The Legacy” [aposentando fita]
TESTAMENT – “Practice What You Preach” [aposentando fita]
THE MICHAEL SCHENKER GROUP – “The Michael Schenker Group”
THE WHO – “A Quick One”
Gastei as calças, voltei de cueca pro hotel. Ou quase isso. Agora é comer baratinho nos outros dias.
Valeu a dica, Tiago Rolim!
“Clímax”, Chuck Palahniuk, 2014, 226 pp., Ed. LeYa
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Assim como considero Quentin Tarantino um Woody Allen q ouve Slayer e fuma crack, literariamente Chuck Palahniuk me é como um Kurt Vonnegut q ouve Zappa e cheira pó.
Como ñ ler um cara q escreveu “Clube da Luta”? Tvz o problema seja comigo – q ainda nem li o livro, esperando esquecer bem o filme – mas sei lá se tanto. Encontrei “Clímax” por aqui num sebo e me interessei pela sinopse, q assim reproduzia elogio do USA Today: “Chuck Palahniuk anda com sexo na cabeça (…) Mas não estamos falando de 50 Tons de Cinza. Clímax é praticamente um dedo do meio para a mommy porn e para a fama do erotismo moderno – e, ao mesmo tempo, uma sátira esperta sobre misoginia, fama, moda, autoajuda e ciência”.
Resumindo sem resumir? É uma aventura delirante, inicialmente decalcada de “50 Tons de Cinza”, parodiando-o sem dó, até a página 21. Parte chata. Dali pra frente, melhora: Penny Harrigan, estagiária de advocacia interiorana, se envolve com um milionário cobiçado e midiático, C. Linus Maxwell, acreditando ser ele o “cara ideal”, q dela tudo ouve, presta atenção, anota. Sem interrupções nem discórdia. Até a mesma descobrir ter sido feita de cobaia para o aperfeiçoamento de produtos eróticos femininos, dum segmento de seus negócios miliardários, a grife “Beautiful You”.
Isso dá pra contar, pq tem na orelha de “Clímax”. O q se desenrola nas páginas seguintes é toda uma viajeira sobre o tal milionário ter sordidamente viciado em sexo a mulherada adulta de praticamente todo o mundo industrializado. A ponto de os maridos e homens todos se tornarem prescindíveis, obsoletos. Ñ acho q dá pra transformarem em filme, ao menos q consigam fazer um com mulheres usando vibradores em Nova Iorque a céu aberto.
Ao menos q conseguissem passar com verossimilhança o início, depois repetido ao fim (ñ acho q estrague contar), duma cena com Penny sendo estuprada num tribunal sem q ninguém presente reaja. Ñ daria um filme de “Sessão da Tarde”. A história envolve ainda nanotecnologia, culto a celebridades, propaganda subliminar ostensiva, controle da mídia, suicídio em público, idosa bicentenária do Nepal, lesbianismo, machos indóceis queimando vibradores em pira pública, ginecologia a granel e ciência futurista desvairada, de fazer Isaac Asimov se remoer na tumba.
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Rola tb um escrachar cruel do feminismo, em livro cujas entrelinhas de ridicularizações à nossa pós-modernidade me parecem mais interessantes e importantes até q a trama, q tem falhas, como mudanças abruptas de cenários ou situações, ou falta de capítulos estruturados: o enredo se desenrola com pouquíssimas pausas, tresloucada e vertiginosamente. Palahniuk teve ter feito questão de ser assim ou então faltou editor com culhão (ui!) pra interferir.
A crítica mais mordaz e ferina cito aqui: “Analistas de comportamento foram rápidos em destacar como a publicidade se aproveitava havia muito tempo dos impulsos sexuais naturais dos homens. Para vender certa marca de cerveja e fisgar o público masculino, a mídia só precisava mostrar corpos femininos idealizados. Essa tática histórica parecia explorar as mulheres e favorecer os homens, mas os observadores mais astutos reconheciam como as mentes de homens inteligentes estavam sendo apagadas – suas ideias, sua capacidade de concentração e de compreensão – a cada vislumbrar de seios atraentes e de coxas lisas e firmes.
(…) Talvez tenha sido por isso que o mundo aceitara tão rápido o sumiço das mulheres caídas no mesmo abismo. A superestimulação artificial parecia ser a maneira perfeita de sufocar uma geração de jovens que queria mais em um mundo em que havia cada vez menos. Fossem as vítimas homens ou mulheres, a dependência de estímulo parecia ter se tornado a nova normalidade”.
O final achei bem besta e frouxo, em suas últimas 11 páginas, mas entendo. Por se tratar de história sem precedentes, algum final ainda mais bizarro e condizente seria humanamente impossível. Algo q já – ñ – vi em livros distópicos outros, como de José Saramago ou Stephen King. Tvz seja até bizarro, mas dum jeito q ñ me agradou. De todo modo, é livro forte, chulo, cruel, politicamente incorreto e sarcástico como poucos. Por isso o recomendo.
Quando contei à esposa de q se tratava, ficou em dúvida se era o autor o mais xarope em fazer o livro, o editor em publicá-lo, a editora daqui em traduzi-lo ou eu em tê-lo comprado, lido e resenhado. Confesso q ainda estou em dúvida.
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CATA PIOLHO CCLI – Jogo dos 7 Erros capístico eheh
“Kentish Town Forum – London 1st May 2006”, The Fantômas Melvins Big Band, 2008, Ipecac Recordings
sons: SACRIFICE / PAGE 27 / NIGHT GOAT / PAGE 28 / PAGE 3 / ELECTRIC LONG THIN WIRE / THE BIT / PAGE 14 / PIGS OF THE ROMAN EMPIRE / THE OMEN / HOOCH / MOMBINS HIBACHI / PAGE 23 / SKIN HORSE / CAPE FEAR / LET IT ALL BE / LOWRIDER [War] / 04.02.05 SATURDAY / PAGE 29 / 04.08.05 FRIDAY / SPIDER BABY
formação: Mike Patton (vocals, noises, electronics), Buzz Osbourne (guitars, vocals), Trevor Dunn (bass, vocals), David Scott Stone (guitars, bass, electric wire), Dave Lombardo (drums, vocals), Dale Crover (drums, vocals)
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Há 2 meses, quando adquiri este dvd, postei no Facebook algo sobre como Suzane Von Richthofen – em episódio recente de lograr a polícia, quando do indulto pro Dia das Mães (!) – ter aproveitado o ensejo pra reencontrar esses doidos queridos. Pra matar (ops!) a saudade deles.
Acho q peguei pesado… com a Richthofen.
Passando pruma cena doméstica: logo após de comprado, assistindo o conteúdo, a esposa passa e crava: “isso ñ é música!”. Ao q, tendo ficado sem reação, saí com essa: “e olha q esses caras ensaiam pra fazer isso”.
Estupefação comum, razões opostas.
O encontro é famoso, mais comentado do q visto. Desconheço se marcou época, machucou corações, deixou legado. Acho q ñ. Pq de dificílima digestão.
E o show em questão se passa sem cortes (aparentemente; pode haver uma edição excelsa), com os doidos todos (seis psicopatas em remissão?) tocando como estivessem em baile de formatura. Comportados e devidamente posicionados em seus quadrados, sem stage dives abruptos (Mike Patton ou estava medicado demais ou de menos), apenas com breve momento ‘fora da casinha’ com o nerd-mor (achei q vindo dum Weezer. Veio do tal LCD Soundsystem) Dave Scott Stone sacudindo um fio convulsivamente – em “Electric Long Thin Wire”? – pra gerar uma microfonia q nada distoa das das guitarras ou das barulheiras cometidas por Patton e sua mesinha de som.
21 sons q se passam sem q se perceba muitas vezes onde começa um, acaba o outro. Gente mais astuta pensará: “ah, quando for som do Melvins, é o Buzz cantando. Aí fica fácil”. Ñ fica: Patton mete o bedelho em tudo. Mas reconheço q conhecer bem Melvins – ñ é meu caso – ajuda na assimilação. São os sons com maior nexo de acordes ou melodias, isso dá pra quase confiar. Mas nem sempre.
Por suposição e aproximações vou tentando reconhecer um som de outro: poderia olhar separadamente, um a um, clicando no menu, mas acho trapaça. Ultimamente tenho q entre “Page 14” e “Lowrider” (q o Exodus já regravou melhor) fica um borrão só; “Spider Baby” é o bis único, daí dá pra reconhecer. Menos mal. “Sacrifice”, inicial, dura 12 minutos. Interminável. Literal.
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Outro critério de desempate poderia ser: “ah, quando forem músicas de filme [sacadas de “The Director’s Cut”], vai dar pra perceber, e daí entender melhor”. Pior q ñ muito.
Dá pra ficar mais estranho? Ô: há opção de assistirmos ao show com “comentários”, algo tornado padrão recentemente em dvd’s de música e de séries. Apenas aqui quem comenta a coisa toda é… Danny DeVito. Vixe.
Percebo alguns “sons” fantômicos contendo improvisações – como em “Page 28” e sua passagem “Angel Of Death” final, aqui esticada – o q é ainda mais bizarro: os caras realmente ensaiaram pra fazer aquilo. “Page 14” tem aqui 8 minutos; em “Amenaza Al Mundo”, tinha 2 e pouco. Patton rege a tudo e todos, todo o tempo, sobretudo os ataques epiléticos baterísticos, ora de Dave Lombardo ora de Dale Crover. Insanos ambos. Estranho, mas ñ tão díspar dum Iron Maiden atual, por exemplo: será q os ingleses põem alguma “colinha” no palco, pra ñ misturarem um som novo com algum antigo?
Tão estranho quando o Meshuggah q vi ao vivo há quase 3 anos, em q NENHUM som foi introduzido por contagem em baqueta ou chimbau: simplesmente com os caras súbita e conjuntamente iniciando som após som, sem nem olharem um pro outro. Telepatia? Ponto eletrônico? Microchips implantados nas nucas por alienígenas?
Todo modo, considero-me um privilegiado por viver na mesma época q esses doidos, e ter podido comprar esse dvd, raro (usado, sem encarte e a módicos 25 contos) tanto na oferta enquanto produto, como na proposta bizarra. Teve quem os viu – Fantômas, ñ Melvins ou The Fantômas Melvins Big Band – ao vivo por aqui anos atrás (Festival Claro Q É Rock, em 2005, de q só vi “melhores momentos” na Mtv Brasil) e provavelmente ficou sem entender muito. Ou ñ.
Pois uma parcela de apreciadores parece-me aquela das pessoas q curtem tudo – FNM, Mr. Bungle, Mondo Cane, Pepper Tom, Tomahawk, General Patton vs. The X-Ecutioners, participação em cd da Björk – q Mike Patton lança, o q reflete a carismatopatia do sujeito. Tvz apenas menor q a dum Ozzy. Sem perceber ou entender, muitas dessas pessoas parecem infectadas, sem cura nem perdão, pelo pattonismo.
Sou um desses. Ainda q com reservas (Mr. Bungle ñ acho isso tudo), o q deve ser alguma reação adversa ao quadro, curável com Meshuggah, King Crimson, Brutal Truth e/ou Frank Zappa, dos quais minha compreensão vem aumentando consideravelmente. Nos últimos 2 meses, ainda mais. Agradeço a meus vocalista e baterista (no heavy metal) preferidos por isso tb.
Os envolvidos claramente se divertiram nisto. O público presente pareceu se divertir. Cada um com seus pobremas. E as horas em q maiores entendimentos desta obra HERMÉTICA me ocorrerem, posto aos amigos por aqui em plantões especiais do Thrash Com H.
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CATA PIOLHO CCXLIX – Jogo dos 7 Erros capísitico:
Aconteceu agora de madrugada: acabado o jogo entre a selecinha e o time chichilento, dei aquela zappeada antes de desligar a tv. Ñ sem passar (hábito é foda) pela Mtv, q estava pra começar o desenho da Turma Do Fudêncio…
(porra, essa porra AINDA passa?)
… com a próxima atração, pra dali 15 minutos, ser um tal Mtv Lad blogmetal (cuma?). Resolvi fazer o q tinha q fazer e voltar pra ver.
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Já ia rolando o programa iniciado passando o clipe de “Demon Cleaner”, do Kyuss, q nem acho a música mais interessante deles. Em seguida, tacaram “Revolve”, do Melvins, q nem é metal, mas um som doido de q me dei conta de ainda ñ ter ido atrás dum álbum sequer.
Quando na seqüência entrou “Unsung”, do Helmet, meio q foi evanescendo o medo de q ficassem passando clipes alternativos, mas chamando de “metal“. Embora pra muito purista a banda do Page Hamilton deixe a desejar.
(Ñ é meu caso, e o vocal a la Ozzy ali ainda acho muito foda)
Veio o comercial, no q fui intuindo do programa, com meia hora programada, provavelmente atacar 6 clipes só, e tudo bem.
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Daí uma surpresa. E queixo caído: volta do comercial o clipe de “Brainwashed”, simplesmente um dos clipes mais DIVERTIDOS já feitos. Nuclear Assault, madrugada, bateu de leve aquela nostalgia de assistir ao Fúria Metal (mesmo com aquele besta do Gastão Moreira), q por muito tempo ñ tinha nem horário de reprise. Foda o som.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=aPjAxDBIoPs[/youtube]
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Emendaram com “Ricochet” (Faith No More), som legal do melhor álbum dos caras. E q me fez pensar duas coisas:
1) por q catso nenhuma coletânea clípica do FNM inclui este?
2) coisa mais descarada aquele Fake Against the Machine copiar, naquele hit poser (“Killing In the Name”), descaradamente este som. Ah, ñ: botaram uns cowbells mal-gravados pra disfarçar…
E aí fecharam com “The Trooper”, som q ñ suporto mais ouvir, mas acabei vendo mesmo assim. Pra rir das roupinhas colantes da horda de Harris. E achar bizarro q o Iron Maiden, naquela época, quisesse chamar atenção pelas ROUPAS, quando o chamariz, em verdade, era o SOM…
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Pra concluir: de metal MESMO, foram 2 clipes. Veio tb uma certa reflexão: videoclipe tem q ver na tv mesmo – janelinha de You Tube de cu é rola.
Assim como tb um certo alento: antes meia hora de clipe pesado na madrugada na Mtv q aquele patético “Stay Reggae” (aquele apresentador é deficiente mental?) ou aquele anêmico e caquético “Tv Corsário” (q tem mais papo furado q mesa redonda futebolística), ambos tb de imagens e áudio PÉSSIMOS.
Sei lá.