“Way Of the Dead”, Yakuza, 2002, Century Media
sons: VERGASSO / MIAMI DEVICE / YAMA / SIGNAL 2.42 / T.M.S. / CHICAGO TYPEWRITTER / OBSCURITY / 01000011110011
formação: Eric Plonka (guitars, throat singing), James Staffel (drums, temple bell, udu), Eric Clark (bass, backing vocals), Bruce Lamont (vocals, tenor & soprano saxofones)
Additional saxofone on “Obscurity” by Ken Vandermark
.
Difícil analisar um álbum de heavy metal cuja intro do 1º som ostenta um didgeridoo acompanhado dum sino: metal étnico? Versão de Jamiroquai? [“Por favor, ñ!”, me ocorreu enquanto ouvi pela 1ª vez]. Mais uma banda posando de eclética cometendo versão de Midnight Oil?
Nada disso. Por outro lado, banda mais q true o Yakuza: sem qualquer registro no Metal Archieves, site q registra bandas q nem saíram da demo filha única em cassete. Como isso, se fazem heavy metal? Meio misturado, haja visto a presença de saxofonista(s) ao longo de “Way Of the Dead”, mas metal. Numa proposta um tanto próxima daquilo q o citado site metálico rotularia como avant gard metal.
Rotulação esta às vezes inespecífica, uma vez abranger formações díspares como Buckethead (fritador freak), Fantômas (barulheira e Mike Patton) e Disharmonic Orchestra (death metal grooveado de pirados); Faith No More (música de novela global), Arcturus (black metal de pirados) e Diablo Swing Orchestra (big band from hell pra baile de formatura de Carrie). Por este disco, o Yakuza tvz pudesse ser rotulado como um avant gard stoner com grind e jazz, predominantemente.
E aproximadamente, uma vez q um som ñ é igual ao outro. E ñ de modo caricato, feito bandas tentando atingir variados públicos-alvo e nichos de mercado: é gente q sabe tocar e, aparentemente, faz música pra si mesmos, naquela ideologia um tanto oblíqua de acharem q meia dúzia de pessoas q tb curtirem estará bom. E é material bem gravado e produzido: portanto, ñ espere bagaceira mal gravada posando de true e anticomercial.
Exemplifico: “Vergasso” contém a intro exótica acima citada, até virar som de batidas tribais (brevemente) e sincopadas, como o Sepultura do “Chaos A.D.” ou Mastodon. O vocal ñ é gutural, e caberia numa banda de hard com culhão. Termina com berros e saxes. “Miami Device” começa jazz com linha de baixo de aveludada, repentinamente virando algo com trampo de 2 bumbos e palhetadas – bem thrash metal – no qual o vocal (ainda agudo, mas abrindo-se a uns guturais) fica por cima; quando parece q termina na porradaria, volta a introdução jazzística. Daí acaba.
“Signal 2.42” é uma instrumental curtinha, baseada em dedilhado e harmônicos de guitarra meio limpos, entremeada com percussão tribal e barulhos sortidos – parece som de trilha de filme. “T.M.S.” é a mais pesada, quebrada, barulhenta, gutural e com blast beats, na qual o fronteirismo “grind com stoner” vale; tem refrão limpo (me lembrando vagamente “Desire”, do Slayer) q dá pra cantar junto. “Chicago Typewritter” surge colada nela e tem uma veia psicodélica – quase q stoner à moda Kyuss. Ñ fossem as dissonâncias e os blasts repentinos. “Obscurity” é minha preferida, caótica e cacofônica como uma cruza – com vocal hard e acessível – de Morphine com Napalm Death.
O auge dessa formatação q desafia rótulos e generalizações é a “01000011110011” derradeira, e sua viagem de 43 minutos e 25 segundos, congregando os óbvios elementos jazzísticos, psicodélicos, stoner e o q mais. Os nerds do Dream Theater aprovariam, sem entender. O pirado do John Coltrane tvz lembrasse tê-la cometido – ou ñ. Ocupa mais da metade do álbum, maior q todos os outros 7 sons juntos. Pra piorar, ñ consigo ouvir seus 6 minutos finais: meu cd player engripou por ali. Coisa de cd em versão ucraniana comprado em sebo.
Como fiquei conhecendo a horda? Por um dvd-coletânea de videoclipes da Century Media, q contém o abjeto feito pra “Chicago Typerwritter” (tem no You Tube). Passados uns anos, encontrei “Way Of the Dead” e arrisquei. Custou 15 reais, o q aqui em São Paulo paga um almoço num Habib’s, e ainda o estou digerindo. A ponto de ñ conseguir cravar valer 15 contos, trocá-lo por um frango empanado com arroz + fritas + suco na franquia, ou a aquisição se encontrado mais barato. Digamos q tvz valha um download.
Já ouvi misturebas bem mais indigestas. E ñ escarafunchei “Yama” pq ñ quis estender a resenha pra além de 9 parágrafos.
*
*
CATA PIOLHO CCXXXIII – se James Brown é o artista solo mais sampleado na História, e a Portuguesa de Desportos o time de futebol mais roubado do mundo, o Thin Lizzy – a Portuguesa do rock – é claramente uma das bandas mais (senão a mais) chupinhadas de todos os tempos. Pô, Coverdale, cover deles tb?
“For Those Who Love to Live” – 1976
[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=ANIkF5Ar4GE[/youtube]
“The Time Is Right For Love” – 1978
[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=f3b_ScHOD0g[/youtube]