PLAGUE RAGES • D.E.R. • NO REST • ABUSO SONORO
Tendal da Lapa, 23.03.25

Um rolê q fui por plena curiosidade antropológica. Nenhuma banda realmente nova, e nenhuma delas q eu já tivesse ouvido. Tráfego livre e aloprado entre punk e grindcore.
D.E.R. já tinha ouvido falar. Revolta Popular, com alegados 25 anos de banda, nunca soube, e tb não vi. Fui de trem, teve chuva no caminho, cheguei no local (lotado bem mais q do Bloco 77+ Skamoondongos) já prestes a rolar o Plague Rages, q não eram cover de Napalm Death.
Mas quero falar mais do ambiente q das bandas, todas boas.

Bancas de merchan aos montes, inclusive dos integrantes do Plague Rages, Abuso Sonoro e No Rest. Preços bastante razoáveis, exceto um cd raridade ali custando 95 reais. Camisetas e adesivos antifa, vinis, lanches veganos (vendidos todos), cervejas artesanais e mainstream, clima ótimo.
Banca de cd dum cara q estava no rolê In Raza e etc. dia 9 lá no CCJ (a 8km). Mutuamente nos reconhecemos, eu por estar com a mesma camiseta* daquele dia. Baixista do Punho de Mahin, só q sem Fabio Massari desta vez, tb me reconheceu, nos cumprimentamos.
Muita gente periférica presente no CCJ e no rolê do Crypta de 25 de janeiro do ano passado. De tudo um pouco: góticos, grunges, gente com corpsepaint, muita mulher, camisetas de Cólera e Crypta a System Of A Down e Dead Kennedys. Ninguém de Metallica, Iron Maiden, Slayer*, Sepultura.
Banquinha de cd de grindcore, praticamente só grindcore, com um fanático pelo estilo e douto em dizer q a cena grind brasileira só perde pra japonesa. Acho q acreditei. E com um bootleg do Napalm Death de fases “Scum” e “From Enslavement to Obliteration” (acho q era o de 95 contos)(e fico imaginando o zumbido). E de quem educadamente divergi, dizendo q curto todas as fases dos caras, enquanto pra ele Napalm Death é só os dois primeiros.

Incômodo só achei um certo amadorismo das bandas passarem o som antes de tocarem (ou vai ver, o lugar não abriu tão cedo), o q em alguns casos demorou mais q os próprios sets ahahah
Ao mesmo tempo, som pra lá de bem ajeitado, por operador de mesa com tablet, regulando o mesmo enquanto andava por entre o público. Só no No Rest rolou uma microfonia não identificada e sem solução, alheia ao som da banda. Evento de prefeitura gratuito (pra nós) e underground. Sem fuleiragem. Zero precário.
Funcionários do local bastante discretos e sem má vontade, garantindo a segurança na medida necessária. Como de outras vezes em q lá estive.
Final rolando por volta de 19:40. Perfeito.

Às bandas:
Plague Rages veio sem baixo (como o Abuso Sonoro): vocalista, duas guitarras, baterista. Fazem um grind bem feito, com ruídos de fundo entre os sons. Achei bem trampado, criativo, original. Tinham cds à venda, na base de 50 músicas por disco. Preferi não comprar, pq provavelmente são melhores ao vivo. Entraram, tocaram, pouco falaram, vazaram.
D.E.R. achei os melhores. Têm estrada e cds (quase só vi splits à venda). Profissionais num nível de evitar microfonias: vocalista deu uma encarada num dos guitarristas q apitou (sem querer) enquanto falava entre sons. Vocalista, duas guitarras, baixo (q puxou vários sons), bateria. Baterista espetacular, parecia bateria eletrônica de tão preciso e trigado. Tocaram músicas antigas e novas, estão pra lançar trabalho novo.
No Rest: banda de tiozões (grisalhos mesmo) vindos do Rio Grande do Sul. Vocalista feminina impactante e carismática. Guitarrista com riffs grudentos, baterista firme nos grooves, usando muita condução em surdo. Tocando alto. Punk mais clássico, com espasmos de crossover. Pediram ajuda na compra de merchan pra não terem q pagar excesso de bagagem no aeroporto ahahah

Abuso Sonoro era a banda principal, e estavam voltando – aparentemente com formação clássica – só pra esse evento. Vocalista feminina, alterando grito e gutural, curti. Não curti tanto uns discursos professorais e um tanto longos, q quebraram o ritmo um tanto. Duas guitarras, sendo um deles um do Plague Rages e sonoridade punk mais pra noise. Terminaram o set sem alarde, com a vocalista cumprimentando os colegas na base do aperto de mão e saindo fora. Tipo escritório. Esquisito.
Teve gente pedindo bis, não rolou.
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Nenhuma das bandas apresentou integrantes. Não vi nenhuma treta rolando e não me arrependi nem um pouco de ter ido. Não vi nenhum influencer, youtubber ou resenhista conhecido. Provavelmente pq era de graça, e só tem graça entrar de graça em eventos pagos, sei lá.
NÃO AO METAL NACIONAL

*exceto eu, com minha camiseta branca Hanemann/Heineken ahah