Pat O’Brien (Cannibal Corpse), puta guitarrista e compositor (pra mim, o “Jeff Hanneman” deles), mas tb um estadunidense xarope, armamentista e bélico, estava preso já há um tempo. A banda desejou o melhor e a fila andou. Disco novo, Erik Rutan etc.
Esta semana saiu a sentença.
Dúvida q me ocorre: quantos Pat O’Brien ñ existirão em bandas nos EUA?
***
David Ellefson acusado de pedofilia e assédio
Baita rolo: Junior andou mandando nudes pra alguma garota, q parece q ñ era menor de idade e veio defendê-lo. Alegação de registros divulgados e tirados de contexto.
Ñ entendi quem o acusou, já q a suposta vítima está do lado dele. Mais interessante, achei o posicionamento – sensato e imediato – do Megadeth a respeito, no Instagram oficial da banda.
Pela voz da locutora (ah-ahh) e pelo grotesco da letra, tão extremo q ñ dá pra levar a sério.
Por outro lado, e por experiência própria, tenho como algo q ñ pode ser compartilhado com pessoas zero familiarizadas com o heavy metal.
Ou até com quem curte metal “pelo som”. Há um sentido figurado aqui.
***
Divagação em 2 níveis:
1) Considerando alguma inteligibilidade (tvz um app pra vocais guturais), deve ser pra lá de perturbador ser pai ou mãe em países de língua inglesa e se deparar com esse tipo de letra repulsiva, sobretudo se entendida de modo literal.
Algo mais acessível no auge do Slayer. “Necrophiliac”, “Necrophobic” e “Postmortem” tinham uma graça. Quando passaram pra “Blood Red”, “Expendable Youth” e “Dead Skin Mask”, lembro de haver relatos de estadunidenses perturbados levando a coisa muito a sério. Exemplo-mor: o sujeito riscando com estilete no braço o logo da banda, q por pouco ñ foi a capa de “Divine Intervention”.
Já devo ter comentado aqui: imaginem-se nos EUA ou Inglaterra (ou Suécia ou Holanda) ouvindo Tom Araya berrando “Sex Murder Art”, letra em 1ª pessoa sobre estuprador se vangloriando dos atos.
Parece q nem a letra de “Bohemian Rhapsody” costuma ser entendida como deveria.
2) Descontando meu desconhecimento dum total latifúndio underground brasileiro, de bandas q ainda lançam discos em fita cassete e de alguma cena (imaginária) de bandas gore, acho mesmo uma pena q as letras – em média – no metal feito no Brasil nunca tenham tido alçado essa dimensão incômoda.
[Exceções: uma banda chamada Anarkhon (de Guarulhos), cujo opus “Obesidade Mórbida” (2006) tem as letras doentias e perturbadas nesse mesmo “nível Chris Barnes”, em português. O q eu ao mesmo tempo recomendo e ñ recomendo. E um som do finado Tolerância Zero chamado “Ninguém Presta”]
Ou de qualquer dimensão notável. Outro exemplo: duvido q alguém vá a um show do Krisiun conferir se o Alex está realmente cantando as letras igual aos discos…
Pergunto: haveria alguma letra, descontando momentos de Vladimir Korg, do Dorsal Atlântica e uma ou outra do Sepultura (como “Dead Embryonic Cells”*), em alguma banda do metal feito no Brasil q realmente tenha alguma densidade e/ou valha a pena decorar, entender, apreciar?
***
Provocação: será q mesmo a gente aqui eventualmente ñ se vê curtindo essas bandas todas “só pelo som”?
Foi uma conversa iniciada no WhatsApp, mandando um link pro Marcão, dizendo: “nem é abril e eu já escolhi o melhor disco do ano!”, e q antes mesmo q ele visse a mensagem, uma nova, com outro link, eu (me) retruquei: “5 minutos depois da mensagem sobre o melhor disco, já começo a repensar. Rs”.
Para aplacar a curiosidade sobre os petardos que prenunciam excelentes álbuns, eis o conteúdo da conversa:
O primeiro link, de “Murderous Rampage”, do Cannibal Corpse, dando seqüência ao já excelente outro petardo “Inhumane Harvest” (a serem lançados oficialmente no “Violence Unimagined”, em 16 de abril):
Banda de 33 anos que entrega SEMPRE, pós-saída de Pat O’Brien, preso por incendiar sua própria casa, cheia de armas e munições, e conseqüente entrada de Erik Rutan (Morbid Angel, Ripping Corpse, Hate Eternal) soando ainda mais insana, técnica e agressiva, com os vocais de George Corpsegrinder no auge.
***
O segundo link, “Amazonia”, do Gojira, terceiro single – após “Another World” e “Born For One Thing” – do novo álbum, “Fortitude” (que sai dia 30 de abril):
O vídeo chama atenção mesmo pra quem não conhece ou gosta muito do trabalho dos franceses, se não pelo som, ao menos pelo conceito do clipe, espetacular, e pelas excelentes tomadas da floresta, do desmatamento, de tribos amazônicas, que buscam dar corpo pra crítica da letra.
E se vocês, como eu, também lembraram do Sepultura do “Roots”, justamente no ano em que o disco e o próprio Gojira celebram um quarto de século, vos digo: estamos atrasados, porque já circulam memes por aí
Será?
Fato é que, embora a referência ao Sepultura exista, é bem depurada. Provavelmente se tivessem feito a imersão que Max e companhia fizeram com os Xavantes na composição de “Itsári”, não teriam substituído a levada de berimbau pela do didgeridoo, que é um instrumento australiano. Por outro lado, ponderemos que o Gojira hoje tem um alcance muito maior que o Sepultura.
Pelos números do YouTube, “Amazonia”, com 1 dia, tem 685 mil visualizações e 79 mil curtidas, enquanto “Guardians Of the Earth”, do bem conceituado “Quadra”, sobre o mesmo tema e com a mesma estética, tem 925 mil visualizações e 64 mil curtidas.
***
Sem nos furtarmos aos dados e às comparações, deixo ainda uma pergunta: há algo que explique tantas bandas “antigas” lançarem alguns de seus melhores álbuns nestes últimos anos? E aí não falo apenas de “trintões” como Cannibal Corpse e Gojira, mas também de “quarentões”, como Napalm Death e o próprio Sepultura.
Zeitgeist? Pandemia? Virada de década? Um novo movimento musical? Alinhamento dos astros?
Pandemia é complicado: ñ tem manual de como lidar, quem viveu a última (gripe espanhola) era muito pequeno (e agora é muito velho) pra poder ajudar agora, o vírus é cada vez mais novo (incrível como a cibernética ilustra) e, pra piorar, moramos num país dum Palhaço Assassino eleito por 57 milhões de imbecis + 30 milhões de isentões.
Tvz seja aquilo q um sábio meme disse: “o primeiro ano da quarentena é o pior, daí a gente acostuma”.
E aí, as lives do Charlie Benante parecem ter minguado (ou eu é q ñ fui mais atrás), as Sepulquartas viraram programa semanal (ou tb murcharam?), e um ou outro show agendado por aqui (até o tal do Rock In Rio) já foram cancelados. O “voltar a como era antes” ainda vai demorar.
Se é q volta.
Enquanto ñ cai a ficha dumas bandas (Scott Ian andou dizendo q ñ haverá novo do Anthrax enquanto ñ puderem fazer show, Dave Mustaine segue enrolando o Megadeth novo), outras vão produzindo algo (como o Rammstein, q já linkei aqui, o Amorphis q está em estúdio, e tvz o Ozzy) e a coisa vai andando. Cannibal Corpse e Therion já desovaram discos novos.
Mas impera o tempo passando e a sensação de nada acontecendo.
****
Os caras do Chaos Synopsis dizem a q vêm. Andaram fazendo live e gravando com vocalista gringa.
A primeira, de quase hora e meia, foi há umas 3 semanas.
A segunda, um som com uma tal Anna Murphy (Cellar Darling e ex-Eluveitie) já foi feito, com direito a um lyric video.
Além disso, os caras já lançaram em single e em lp o material. Se vai tentando se virar com o q dá.
Se a vocação do heavy metal é o underground, ñ consigo imaginar algo mais underground eheheh
Baixistas q nunca saíram da banda é o q mais tem. Inclusive aqueles q mand(ar)am nas mesmas (asteriscados abaixo), com dedos de ferro (pq a bitola das cordas é coisa pra fitness).
[Joey DeMaio ñ se inclui aí]
Tem tb uns tocadores de baixo, como Ian Hill, Paulo Xisto e Tom Araya, mais nas bandas por outras razões do q baixísticas, e pq meio q sobrou o baixo pra eles, mas deixa quieto…
TOP 10 BAIXISTAS Q NUNCA SAÍRAM DE SUAS BANDAS: (critérios: gosto pessoal, longevidade e importância musical)
Geddy Lee [Rush]*
Steve Harris [Iron Maiden]*
Lemmy Kilmister [Motörhead]*
Chris Squire [Yes]
John Deacon [Queen]
Les Claypool [Primus]*
Dusty Hill [ZZ Top]
Alex Webster [Cannibal Corpse]*
Ron Royce [Coroner]
D.D. Verni [Overkill]*
Ficaram fora: Flea, Markus Grosskopf, John Myung, Billy Gould e etc.
Chris Squire sujeito a reavaliação. Preciso ir atrás da informação do André.
***
E a nota fúnebre é o falecimento do vocalista do Entombed: L.G. Petrov. Achei bacana o post do Amorphis em seu Instagram oficial, louvando o sujeito como “a voz da nossa geração”. 49 anos, câncer. Foda.
Idéia hj é ranquear outras jams-lives-collabs de quarentena.
Nenhuma dessas, pra mim, melhor q a mais chinfrim do Charlie Benante. Em termos de execução, idéias e convidados.
Há uma série, “Slay At Home”, com um bando de gente de metal mais extremo, alguns dum metal mais alternativo, de quem nunca ouvi falar. E q até agrada.
Por outro lado, Phil Demmel (ex-Vio-lence e Machine Head) tem feito algumas coisas surpreendentes com convidados ñ tão badalados, como um carinha aí q é vocalista de banda cover de Dio, e q ñ lembro nomes. Nem do cara, nem da banda.
Tem muita coisa ruim tb.
Tipo uma banda cover de Van Halen chamada Van Hagar, o Clutch tocando “Riff Raff” (AC/DC) com um vocalista/baixista bizarro maquiado (Gwarsenio Hall??), umas versões desnecessárias cometidas pelo tal Jinjer, e mesmo uma dessa “Slay At Home” de versão pra “So Lonely” (The Police), com participação de guitarrista shredder trans; e q achei ruim pelo som, mal feito, ñ por homofobia ahah
E, claro, a do Metallica estuprando “Blackened”. Pára.
_
MELHORES JAMS DE QUARENTENA Q Ñ DO CHARLIE BENANTE:
versão pra “Dead Embryonic Cells” – ‘Slay At Home’ [com Brody Uttley, Greg Burgess, Trevor Strnad, Ash Pearson e Conor Marshall]
versão pra “Overactive Imagination” (sem vocal) – ‘Slay At Home‘ [com Jason Bittner, Steve DiGiorgio, Bobby Koelbe]
versão pra “Bad Reputation” – Phil Demmel channel [com Lizzy Halle, Michael Inez, Phil Demmel, Richie Faulkner e Dave McClain]
Saxon pai e filho, Bill e Sed Byford tocando “Wheels Of Steel”, já postado aqui
versão pra “Elite” (Deftones) – ‘Slay At Home’ [com uma vocalista Justine Jones + um povo de bandas de nome gigante q nunca ouvi falar]
versão pra “Built For Speed” (Motörhead) – ‘Slay At Home’ [com o guitarrista do Gwar + um povo stoner]
versão pra “The Pick-Axe Murders” (Cannibal Corpse) – ‘Slay At Home’ [com Dirk Verbeuren, guitarrista do Gwar, Ra Diaz, Trevor Strnad]
versão pra “No Excuses” (Alice in Chains) – Phil Demmel channel [com uma vocalista q ñ sei quem é + Demmel, McClain e um baixista novinho]
versão pra “Falling Off the Edge Of the World” – Phil Demmel channel [com o vocalista cover de Dio + uma violinista + Demmel e gente q ñ identifiquei]
versão pra “Wake Up Dead” – ‘Slay At Home’ [com Jason Bittner, Jack Gibson, Bobby Koelbe e Steve Souza estragando – e pra inteirar 10]
Ao contrário do q a lista da última sebunda sugeriu, bandas q nunca mudaram de baterista, no metal e na música em geral, ñ são assim raras.
Compilei hoje bandas cuja permanência do baterista desde o início fica combinada num coeficiente q mistura anos de banda com mudanças de formação. Ñ sou de exatas, por isso fica troncho ahah
Se a banda é antiga, mas ñ mudou muito de formação, perde pra uma eventual q nunca mudou de formação mas manteve o mesmo baterista. Ou se a banda ñ é tão antiga, mas mudou muito a formação sem mudar o baterista, ranqueei meio esquisito tb. Critério de preferências tb. Lista aberta a participações e críticas:
BANDAS Q NUNCA MUDARAM DE BATERISTA:
Rolling Stones [Charlie Watts – 4 formações; 56 anos de banda]
Já q aqui no país o lance “ñ pegou”, na internet tá rolando. A ponto de já permitir algum (alguns?) top 10 mês q vem por aqui no Thrash Com H ahah
Um novo sub-estilo do metal? Metal quarentena.
Duas coisas das q vi recentemente: a primeira, ruim. A segunda, divertida.
Música complicada do Megadeth. Nunca tinha ouvido falar desse guitarrista… Passa. Jason Bittner, atual Overkill, tocando no tempo mas viajando. Meio uma versão de Megadeth. Jack Gibson ok.
O problema é Steve Souza, fazendo o q faz de costume há décadas: estragar músicas. Só q desta vez, ñ do Exodus.
***
E dá pra tocar death metal no quarto? Um Cannibal Corpse antigo (do “The Bleeding”) saindo. Com direito a guitarrista do Gwar caprichando no cenário ahahah
E Dick Verbeuren arrebentando, ao invés de vender baqueta, squeeze, pôster ou querer se meter a coach de carreira alheia.