TECLA SAP
Eu racho de rir toda vez q vejo isto.
Pela voz da locutora (ah-ahh) e pelo grotesco da letra, tão extremo q ñ dá pra levar a sério.
Por outro lado, e por experiência própria, tenho como algo q ñ pode ser compartilhado com pessoas zero familiarizadas com o heavy metal.
Ou até com quem curte metal “pelo som”. Há um sentido figurado aqui.
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Divagação em 2 níveis:
1) Considerando alguma inteligibilidade (tvz um app pra vocais guturais), deve ser pra lá de perturbador ser pai ou mãe em países de língua inglesa e se deparar com esse tipo de letra repulsiva, sobretudo se entendida de modo literal.
Algo mais acessível no auge do Slayer. “Necrophiliac”, “Necrophobic” e “Postmortem” tinham uma graça. Quando passaram pra “Blood Red”, “Expendable Youth” e “Dead Skin Mask”, lembro de haver relatos de estadunidenses perturbados levando a coisa muito a sério. Exemplo-mor: o sujeito riscando com estilete no braço o logo da banda, q por pouco ñ foi a capa de “Divine Intervention”.
Já devo ter comentado aqui: imaginem-se nos EUA ou Inglaterra (ou Suécia ou Holanda) ouvindo Tom Araya berrando “Sex Murder Art”, letra em 1ª pessoa sobre estuprador se vangloriando dos atos.
Parece q nem a letra de “Bohemian Rhapsody” costuma ser entendida como deveria.
2) Descontando meu desconhecimento dum total latifúndio underground brasileiro, de bandas q ainda lançam discos em fita cassete e de alguma cena (imaginária) de bandas gore, acho mesmo uma pena q as letras – em média – no metal feito no Brasil nunca tenham tido alçado essa dimensão incômoda.
[Exceções: uma banda chamada Anarkhon (de Guarulhos), cujo opus “Obesidade Mórbida” (2006) tem as letras doentias e perturbadas nesse mesmo “nível Chris Barnes”, em português. O q eu ao mesmo tempo recomendo e ñ recomendo. E um som do finado Tolerância Zero chamado “Ninguém Presta”]
Ou de qualquer dimensão notável. Outro exemplo: duvido q alguém vá a um show do Krisiun conferir se o Alex está realmente cantando as letras igual aos discos…
Pergunto: haveria alguma letra, descontando momentos de Vladimir Korg, do Dorsal Atlântica e uma ou outra do Sepultura (como “Dead Embryonic Cells”*), em alguma banda do metal feito no Brasil q realmente tenha alguma densidade e/ou valha a pena decorar, entender, apreciar?
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Provocação: será q mesmo a gente aqui eventualmente ñ se vê curtindo essas bandas todas “só pelo som”?
*”Biotech Is Godzilla” obviamente ñ vale
Leo
7 de abril de 2021 @ 07:23
Sobre o ponto 2, eu acho uma pena que a gente não tenha bandas dessa cena underground que despontaram, pq tem muita coisa muito boa sendo feita por aqui nesse sentido.
Só em Leme, na mesma época em que tinha o Casus Belli, cito duas bandas muito boas:
Kingdom of Maggots, com letras como Slaughterous and Bloodthirsty, Autopsy of the Sick e, em português, Prostíbulo.
Gammoth, com letras como Raping the Retarded, Baptized in Feces e, em português, Jericu.
Inclusive, um festival que teve uma série de edições por lá foi o “Morticínio do Inferno”, fruto da parceria de dois produtores: o Flávio, da “Morticínio Produções” e o Gustavo, editor do site “Portal do Inferno”.
Esse festival levava uma porrada de bandas de death, gore, grind, crust, …
A quem interessar conhecer as bandas, vou deixar o link do Spotify do Kingdom of Maggots e o bandcamp (que não requer cadastro, não tem propaganda, nem nada) do Gammoth:
https://open.spotify.com/artist/4z4HqeaM2NEfilkW6qECDG?si=4hIQc_9NQ3eJg6mFOzj4HA
https://gammoth.bandcamp.com/album/blunt-force-trauma
André
7 de abril de 2021 @ 12:21
No “aaahhh…”, eu já racho de rir kkk
André
7 de abril de 2021 @ 12:23
Não sou escolado na cena death/gore/grind do Brasil, mas, lembro de um tal de Fleshgrinder que fez um certo barulho no início dos anos 00.
Marco Txuca
8 de abril de 2021 @ 20:49
E parece q o Covid levou um expoente do grindcore no Brasil:
https://www.metal-archives.com/artists/Alexandre_%22Bucho%22/145257