50 ANOS DEPOIS…

… o q ficou?
THE TROOPS OF DOOM
Sesc Belenzinho, 12.07.25
IMPRESSIONANTE define.

Pego carona na seguinte opinião do Leo sobre o Troops Of Doom: “são a banda mais profissional em atividade“. Descontados, obviamente, Krisiun, Crypta e tvz Sepultura.
Não q Dorsal Atlântica e Ratos de Porão (3 shows em 3 dias, entre sexta e o domingo passados) não sejam profissionais, mas é sobre a AURA q esses caras passam.
Só consegui ver DOIS defeitos no show de sábado, nível “arestas a serem polidas”. Citá-las-erei ao longo.
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Antes da apresentação, uma banca de merchan caprichada: montes de camisetas (variedade), o cd recente (esgotado faltando 15 minutos pro início) e um cd q curti e peguei, “Prelude to Blasphemy“, q compilou os 2 primeiros eps da banda e a eles somou 2 sons novos.
Nem bandas gringas no Carioca ano passado (Asphyx, Katatonia) vi com material tão consistente e acessível.

A banda chega aos poucos, com a intro rolando. Todos uniformizados, fumaça no palco – e um dos defeitos é faltar um backdrop ou projeção no fundo do palco (o guitarrista não faz capas?) – e simplesmente atropela a tudo e todos.
[pq todes não existe]
Foram uma hora e 15 minutos impressionantes, não dei conta de reconhecer os sons, mesmo os q o vocalista anunciava, exceto os 3 primordiais “Bestial Devastation”, “Morbid Visions” e “Troops Of Doom”. Q não foram os pontos extremamente altos (parte do público ali tvz discorde) pra mim no sentido de q tudo o q rolou foi extremamente homogêneo.

Set coeso, sem pontos baixos. Tem a parte dos meus ouvidos biônicos, q a tudo têm garantido vantagem, mas não era só isso. Em determinado momento, admito q até me cansou. Soa – no fôlego , no ataque – como o Krisiun dos primórdios, anterior ao “Works Of Carnage“: porradaria sem freio, sem filtro, sem frescura. Sem guitarra limpa. Tudo ALTO e CLARO.
Show gringo.
O “respiro” a eles se deu nos interlúdios pré-gravados, tirados do próprio material. Q não deixou a peteca cair.
Meu destaque instrumental vai pro baterista, Alexandre Oliveira, q achei muito melhor q da última vez em q os vi ali no mesmo Sesc, há uns 2 anos. Tocando muito melhor, preciso, nenhuma nota fora.

Tô por fora se estão em turnê – e por isso extremamente entrosados – ou se com a faca nos dentes – e extremamente ensaiados – prestes a entrar em turnê. Quem estiver pelo caminho da horda não pode deixar passar.
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O segundo defeito achei a interação ainda redundante do vocalista Alex Kafer com o público. Muito “bora abrir essa caralha de roda” e “levanta a mão, Sesc”, q me cansou um tanto, coisa minha. Tvz um workshop com o Alex “doa a quem doer nessa porra” Camargo do Krisiun ajude a desenrolar um pouco essa interação, q era legítima só não tão articulada. Ainda.
E destaco a presença serena e profissional de Jairo Guedz, o mais reconhecido, mas não se pondo acima da banda. O Troops Of Doom é “a banda do Jairo” por referência, deferência e aproximação, mas o sujeito não é o DONO da lojinha. Não SE PORTA como dono.
E achei do caralho ele, falando sobre “Morbid Visions”, descrever como “uma música q fiz há 40 anos com uns amigos” (sic). Todo mundo entendeu, não houve malícia ou sentidos enviesados, nem marketing derivado de Sepultura. O Troops Of Doom nasceu, e a olhos vistos se consolida, como uma banda de fato.

E quando eu e o Leo (são dele as fotos, tirando a do setlist) citamos profissionalismo tb o é pelo público visado e conquistado (sold out): o metaleiro 40+. Ninguém q estava ali nessa faixa etária estava presente pra ver Sepultura ou saudosismo tóxico. Estavam ali pra acompanhar todo o repertório.
Tinha ainda muita criança (uma constante em Sesc) e mulheres, na faixa 40+ tb. Um público diverso do q foi ao Dorsal Atlântica sexta e q não vejo em shows do Ratos de Porão, do Surra, do Black Pantera ou dos rolês no Tendal da Lapa. O metal feito no Brasil está vivo, está diverso e tem público variado. E isso é foda.
Puta show foda pra caralho.
PS – foda-se o Spotify
20 ANOS DEPOIS…

… o q ficou?
“FODA-SE O LED ZEPPELIN”
Dorsal Atlântica – Sesc 24 de Maio, 11.07.25
por Leo Musumeci – texto e fotos (exceto setlist)
Era uma sexta-feira fria, show da Dorsal no teatro do SESC 24 de maio, localizado no centro da cidade, próximo à Galeria do Rock. Um local emblemático para o metal paulistano, com uma banda histórica para o metal nacional. Uma combinação perfeita para uma grande celebração do funeral do rock, que Carlos Lopes contínua e acertadamente enuncia.

Àqueles que se surpreenderam ao ler “teatro” e “Dorsal” na mesma frase, não se enganem: não é a primeira vez que a banda se apresenta em “palco italiano” (essa disposição usual de teatro que conhecemos).
Aliás, de um show da Dorsal espera-se tudo, e ainda se surpreende. Carlos, uma espécie de Antônio Conselheiro dos nossos tempos, avisa de saída a alguém que incautamente pede para que não se fale de política, que seria impossível, já que metade de si é política e a outra é espiritualidade. Essa conjunção empresta um caráter messiânico, no melhor sentido da palavra, ao show da Dorsal – ou, como o próprio Carlos chamou, à “procissão”, sempre dividida entre metal de ponta e comício rebelde.
A esse propósito, Txuca disse que ontem [resenha escrita sábado] teve menos comício e mais música.
A impressão dele é que, em parte, a guitarra de Carlos pareceu menos instável que outras vezes (menos microfonias, menos interrupções) e, em parte, que estavam mais a fim de tocar. A minha é de que esses fatores colaboraram, mas que não há show da Dorsal padrão. E que Carlos sempre fará um show para aquela noite, para aquele lugar e para aquelas pessoas. Ainda que haja um set, tenho a impressão de que ele é uma espécie de plano B, que só vai acontecer se tudo der errado, ou seja, se os espíritos zombeteiros (encarnados ou não) que habitam os rolês não participarem.

No mais, parece um pouco redundante descrever as tantas qualidades de um show da Dorsal, já tão dissecadas nesta casa com H. Ainda assim é preciso dizer: a Dorsal é foda. Carlos é foda. Sua banda é foda. E soam muito foda no palco.
Isso posto, falemos brevemente do espetáculo. Para além de mais músicas, Carlos trouxe uma inédita, que, segundo ele, nunca haviam tocado antes: “Fighting in Gangs”, do “Searching For the Light“, primeira Ópera thrash da história.
Para mim, indiscutivelmente a melhor do show. Não pela surpresa, porque como já disse, Dorsal é sempre surpreendente, mas pela mistura de técnica apurada, composição sofisticada e execução impecável. Tenho a impressão de que seria a escolha da galera que se aglomerava nas laterais do teatro (aqueles ainda com idade para não reclamar do joelho ou das costas no dia seguinte) que, empolgadíssimos, cantaram todas.

Eu me sintonizo muito com as músicas do “Pandemia“. O disco certo pra hora certa. Coragem, engajamento, com doses de erudição, pra exorcizar o burro que habitava o Planalto. Dele, vieram “Pandemia” e, justamente, “Burro”.
Não faltaram clássicos tb, como “Metal Desunido” e “Vitória”. E Carlos descendo a lenha em sua guitarra baiana (ainda que eu ache a distorção ótima para as notas mais agudas e um pouco suja demais para as graves, que não contam com o reforço dos Power Chords) com a cozinha de baixo e bateria muito atenta.
Entre as músicas, foi dia de “homenagens” a Donald Trump; de história da primeira vinda de Carlos a São Paulo, quando dormiu na frente da Baratos Afins esperando Luiz Calanca – que, por sinal, estava na primeira fila; de sua infância vivida na vizinhança carioca de Zuzu Angel e Rubens Paiva; de cobrar militares pela “Tortura” promovida, …
Enfim, uma celebração à altura do metal nacional que Carlos lutou a vida toda pra construir, mas que não é esse “metal nacional s./a.”. Muito bom ver um clássico em plena forma. E muito bom poder sair de lá, entre Zé Pilintras do centro com grandes camaradas encerrar a noite num outro clássico, o Estadão.
TONY IOMMI VIVE
Segue a participação com Robbie Williams:
Ainda não sei o q achar. Sei q pra música pop faz falta o cara ser mais conhecido aqui. Brasil quintal de EUA tem dessas.
Da parte do Toninho, vi ontem aviso de q está prestes a lançar novo disco. Solo. E com um vocalista q “continua compondo”. Algo assim. Alguém na ativa.
De chofre pensei em Glenn Hughes. Mas vai q vem um Billy Corgan.
JAMES BROWN ESTÁ MORTO
Soul music dum multiverso pra hoje. Se já fiz, desconsiderem autoplagio. Fica como [reloaded]
- “Coma Of Souls”, Kreator
- “Soul Of A New Machine”, Fear Factory
- “Redeemer Of Souls”, Judas Priest
- “Souls Of Black”, Testament
- “The Book Of Souls – Live Chapter”, Iron Maiden
- “Tyranny Of Souls”, Bruce Dickinson
- “For God Your Soul… For Me Your Flesh”, Pungent Stench
- “Barbed Wire Soul”, Blackstar
- “Slaughter Of the Soul”, At the Gates
- “Soulfly”, Soulfly
WhatsAppin’: Lars contra o exército dos EUA. Esse embalo promete https://consequence.net/2025/07/metallica-pentagon-drone-video/
Gosto de como Gary Holt parece curtir irritar os true. Andou turistando em Londres semana passada e postou foto do túmulo do George Michael, fora isso: https://www.ultimate-guitar.com/news/general_music_news/id-rather-listen-to-angus-young-gary-holt-addresses-youtube-shredders-who-sound-like-video-game-music-opens-up-on-replacing-jeff-hanneman-in-slayer/
Mais um na cruzada contra os influencers. Doa a quem doer nessa porra ahahah
E diz aí, André, sobre o povo do Mundo Metal!
EMBATE
versus
30 ANÖS DEPOIS…
… o q ficou?
GENE SIMMONS ESTÁ CERTO (VERSÃO INVERSA)
Jazz is dead? Rock is deadier.
Taí um rolê em q eu iria.
Tvz pra poucos, algum teatro, teatro de Sesc, tanto faz. Sepultura tá com sujeito muito além de suas capacidades.
Enquanto isso por aqui: anúncio de turnê com Zetro e página de Instagram lamentando q o Marilyn Manson (carniça) só não vem pra cá por “culpa da cultura do cancelamento”.
Enxão xá.
O MAIOR ATO FALHO
A foto é impressionante, memorável, icônica. Pesada. Tvz a mais importante da história do heavy metal. E não será repetida.
Postei ontem no Instagram, q a vem escondendo. Copyright ou censura, tanto faz.
O problema nela é apenas e tão somente UM.
Aceito apenas respostas erradas