E tvz tenha ficado cabreiro acerca de alguma truezice ñ tr00 minha, acrescentando: “amanhã por $50. Não sei se iria, mas pensaria”.
O lugar em questão fica a 20 minutos daqui de casa, andando. De metrô, a duas estações. Do Leo, a três.
Rebati algumas coisas:
rolê de trú, rolê de cu
lugar ñ muito recomendado
véspera de feriado cristão e bando de metaleiro pagando de blasfemo e de esperto (“sacou a data”?)
lei empiricamente aprendida: mais de 4 bandas num “festival” SEMPRE será roubada, ainda mais festival trú (exceções como Kool Metal Fest só comprovam a regra)
horário de início. Aham. Cravei: “começa meia-noite e termina às 6”.
Dito isso, rebatido algo, treplicada alguma coisa, o dito pelo ñ dito: eu ñ iria, como ñ fui. Leo e a Danny tb ñ foram – melhor jogar $50 pela janela.
E ainda pra comprovar: passando pelo local às 1:30 de sexta, testemunhei monte de metaleiro trú na calçada fumando. De 3, pelo menos duas: 1) ñ tinha começado o festival ainda; 2) monte de metaleiro mochilinha (e provavelmente em número maior do q quem estava dentro) q ñ quis pagar pra entrar pagando de trú na calçada; 3) algum intervalo pra galera bronzear o pulmão (fumar) um pouco e tomar um restinho de Corote da mochila.
De todo modo, a Danny levantou: uma das bandas (e a única q conheci pessoalmente os caras – uns chatos – estava entrando no palco às 2h) e havia gente ainda fazendo reels pra Instagram no evento às 4 da manhã.
Nada como saber de roubadas a serem evitadas.
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Nunca fui ao bar, mas há quem diga q mal dá 80 pessoas dentro. Pelo menos 20 eram as bandas e namoradas + amigos entrando de graça, imagino. Crypta, DorsalAtlântica, Krisiun – de onde a banda q eu conheço tirou o nome – e Troops Of Doom tocaram pra 500 no Sesc recentemente. De sábado. Eloy Casagrande pra 200, numa quinta-feira.
Garotos Podres tocará no próximo sábado no Sesc Belenzinho e até sábado já se tinha vendido 500 ingressos, com preços q vão de 12 lulas a 40 comunismos do PT.
Moral da história são duas:
a) a roubada estava lá, caiu quem quis
b) duvido q alguma dessas bandas faça mais q UM outro show este ano. Pq o pessoal prefere pagar 500 pra ver o Iron Maiden, mas ñ 50 pra ver banda de amigo.
Ah, foi legal. Mas eu ñ compraria o disco. O tal ep lançado, e tb ñ o disco vindouro. E tava alto, mas ñ saí surdo.
Legal ver 2 moleques se divertindo sem esnobismo ou estrelismo (zero “metal nacional”) e acreditando de verdade em buscar o próprio som.
Falava com o Leo e a Dani (esposa dele): provavelmente Dream Theater passa batido ali. Óbvio q devem conhecer, mas ñ parecem devotos. O amigo FC tinha descrito a proposta como “algo meio Liquid Tension Experiment“.
Pq ontem fiz igual ao Troops Of Doom: ñ ouvi previamente. Cheguei pra conhecer na hora mesmo. E até procede a comparação. Por aproximação, mas tb ñ. Guitarrista e baterista, fritações autorais instrumentais, 2 covers (o de Lady Gaga, genial; o de Michael Jackson, ñ reconheci) pra dar uma maneirada, e sei lá se o tal Hanysz já ouviu jazz fusion, John McLaughlin, Alan Holdsworth. Se ñ, nem deve.
Tocando meio com backingtracks junto, às vezes sintetizado e soando como contrabaixo, em contraponto (e complemento) high-tech ao baterista “pedreirão” (é um elogio) socando pratos e peles eheh
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Aspectos periféricos: público completamente atípico. Muita molecada fã do Eloy (e como bem sacou o Leo, fã de Sepultura POR CAUSA dele, via débito ou crédito por aproximação ahah), nenhum metaleiro trú ou virjão de apartamento fã de Franga, nenhum correspondente de publicação q eu tenha reconhecido, todo um panorama totalmente inédito. E beirando os 226 lugares totais permitidos.
Cheguei no lugar prum café + bolo de chocolate hora e meia antes e testemunhei duas adolescentes jogando tarô na lanchonete (foram podadas por funcionária; ñ entendi), gente com camiseta do Gojira, ninguém com camiseta do Sepultura, gente q nem era do metal (como bem apontou Eloy), mas q era fã de música e do q iria rolar. E rolou.
Eloy era quem pegava o microfone pra palestrar um pouco. E parecia bem à vontade. Mas mais a fim de tocar. Ficou sem graça quando Hainsz o apontou como “melhor baterista do mundo”, recém-eleito. E terminou o show com solo, q achei meio anticlimático, mas só eu. Foda-se.
Acho sensacional q um baterista de 32 anos, q toca há 27 e já tocou em banda emo, esteja na posição de influenciar – ñ é o mesmo q influencer – todo um pessoal ali a tocar bateria e fazer música. Pq o tempo de marmanjo chorão exigir reconhecimento e/ou pagar de injustiçado parece q já foi.
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Tá por cima da carne seca o sr. Eloy Casagrande, e o está pq toca e se divulga (ambos, frise-se) e pq apresentou ali no Sesc ontem alguma coisa bem diferente mesmo – embora tvz ñ totalmente original, e faz parte – q aí a descrição do release do evento meio q chegou perto, vai.
Ñ me ocorreu fotografar o set-list pra daí copiar e o site de set-lists (ainda?) ñ tem, mas foi bem legal poder presenciar algo HISTÓRICO ali ontem no Sesc. Do mesmo nível de Ratos de Porão & Sepultura em 1989, meu primeiro show de heavy metal.
RANQUEANDO DISCOS DO MERCYFUL FATE, SEM MISERICÓRDIA:
“Dead Again”
“Melissa”
“Don’t Break the Oath”
“The Beginning”
“Time”
“In the Shadows”
“9”
“Into the Unknown”
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ADENDO: menino Eloy com infecção renal. Abusando dos esteróides ou dos energéticos? https://whiplash.net/materias/news_720/340979-sepultura.html Tal qual o Richie Faulkner no Judas, deveria pegar mais leve: estão no trampo pra ajudar os velhos, ñ pra morrer antes, caralho.
Perguntar “por q” fazem, a esta altura? Desnecessário.
Likes. Grana.
Tento outra abordagem: um dos piores jeitos de envelhecer se dá quando a pessoa começa a idealizar/reinventar o passado. De modo a valorizá-lo ainda mais.
Em se tratando de certos personagens manjados de nossa fauna “metal nacional”, parece q o contexto pandêmico apenas otimizou o processo. A pagar ainda mais de “pioneiro” e “injustiçado”.
Esse aí (acima), ainda se acha acima do bem e do mal. Ñ acho q tenha uma obra relevante a ser revisitada. Vendedor de squeeze cuspido e baqueta usada em loja de Galeria do Rock. Arremedo de coach de orientação de carreira (só se for a carreira alheia). Cujo auge recente (e de vida. Tocou com Vinnie Moore e Primal Fear… e nada) foi virar banda cover de Iron Maiden.
Mas falhou no teste para o Dream Theater – porra, há quantos mil anos?! – e quer falar q quem critica “ñ conhece sua história”.
Eloy Casagrande, ex-baterista emo e atual “toca pra caralho” no Sepultura, produz conteúdo de verdade. Na banda, e solo. Tocando. Sem papinho.
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Outro q quase nunca menciono (por esquecimento mesmo), é BS, o metaleiro/roqueiro profissional da mídia, como foram/são Dinho Ouro Preto, Tico Santa Cruz, Andreas Kisser, Syang, Supla e João Gordo.
Tá aí há quase 20 anos fazendo paródia de Manowar pra provavelmente a mesma meia dúzia de metaleiros playboys isentões q ainda conseguem rir da piada. Q consomem “conteúdo” (cada vez mais) requentado do whiplash e provavelmente nunca ouviram falar – e ñ se interessam – por nada de metal no Brasil q ñ seja Franga e/ou Sepultura com o Max e Igor.
Ou comemorar “Viper Day” (sério) no Instagram.
Só q o cara tem algum lastro. Canta pra caralho e toca muito baixo. Foi a única vez em q vi banda cover sendo ovacionada e pedirem bis. Quando tocou com um Death Tribute numa abertura pro Exodus há quase 20 anos, na Led Slay.
E, salvo engano, tem programa de rádio na Kiss Fm. Ou numa outra estação, meio roqueira, ñ lembro agora. Parece q é gente boa e tudo.
E aí, o algoritmo de YouTube do celular fica me assediando com esse tipo de conteúdo saudosista safado. Falando em nome de quem já morreu. Intrigas entre os “hermes e renato”? Vixe. Ah, André Matos aprovou q fosse vocalista do Franga? Putz.
A dinastia dos “quase”: André Matos QUASE FOI pro Maiden, BS QUASE FOI pro Franga. Só faltaram combinar.
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A outra chatice é o caro João Gordo se prestando a oferecer “conteúdo” em “podcast” raso [redundância!] sobre… treta com Dado Dolabella e retrucos com o guitarrista do Raimundos.
Sujeito “mudou o mindset“, tá grande entregando marmita vegana, fazendo trabalho social, com programa de gabarito no YouTube, participando de projetos/lives quarentênicas… e se presta a esse tipo de “nostalgia”?
Quem consome isso ainda?
Reitero minha impressão comentada no post “Dissidência Agressora” ali atrás: JG tem filho, esses youtubbers são escória direitista, vão saber onde os filhos estudam. Teria q tomar mais cuidado.
Qualificar os likes.
Deixasse o passado imperfeito do subjetivo pra quem só possui ainda condição de chorar o q ñ viveu. É pelo cachê?
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Sei q postar esse tipo de coisa é um pouco dar importância pra esse tipo de coisa rasa e fútil (quem sabe tb modinha)(e ouço dizer q existem podcasts decentes), mas ao mesmo tempo ñ sei se fingir q ñ existe dissipa esse tipo de coisa na atmosfera.