30 ANØS DEPOIS…
… o q ficou?
… o q ficou?
… o q “ficaram”?
Amorphis, “Elegy”
“Elegy” foi meu favorito do Amorphis por muito, muito tempo. Hoje em dia, e duns anos pra cá, é “My Kantele“, ep derivado, complementar e de mesma “safra”, se me perguntarem.
Favorito – voltando a “Elegy” – pq foi aonde conheci os finlandeses. Clipe de “Against Widows” no Fúria Metal, referência de Relapse Records, essas antiguidades. Memória afetiva à parte. E pq os conhecendo para trás (álbuns e eps anteriores), vi q era o auge da banda até então.
Uma mistura única e não hermética de metal, psicodelia e progressivo. Numa combinação infelizmente não mais repetida, devido às (inúmeras) trocas de integrantes (teve baixista e baterista saídos e voltados, até) e a uma acomodação na sonoridade folk obtida em “Tuonela“, disco seguinte.
Continuo fã, mas dum naipe sebastianista atroz, sempre à espera de q retomem a “receita” daqui, ainda q ciente de q a busca é vã. Provavelmente fizeram “Elegy” sem querer, orgânica e espontaneamente, e isso não é algo q se repita.
Ao mesmo tempo, vai q conseguem uma hora repetí-lo: periga eu reclamar q não ficou bom, ou não perceber a continuidade. Metaleirão velho é bicho chato. E “Elegy” continua discão, mesmo assim.
Novidades fonográficas discretas:
discos-solo de Esa Holopainen (Amorphis) e Jerry Cantrell (Alice In Chains) saindo.
“Silver Lake” é o título do álbum de Holopainen, q já saiu há algum tempo e o clipe acima já é o 2º lançado – fora os lyric videos – do trabalho.
“Atone” parece ser a faixa-título do 3º disco solo de Cantrell, a mim estranho pq os anteriores ao menos tinham o álibi do hiato da banda.
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O q acho mais estranho nisso tudo é se tratar de trabalhos-solo dos líderes (o finlandês, meio sugerido – finlandês, né?), pouco diferindo das bandas matrizes. O do Cantrell parece q só faltou mesmo uma segunda voz.
Parece tb q nada disso significa o fim das bandas, ou coisa assim. Até pq pelo q acompanho do Amorphis no Instagram, estão gravando disco novo já há alguns meses.
Por outro lado, se o Thrash Com H virasse podcast, era hora de especular “Steve Harris encerra a banda se o Iron Maiden novo ñ vender?” ou “quanto tempo ainda Jeff Waters agüenta tocar sozinho o Annihilator?”, essas fuleiragens mambembes de youtubber.
Esse foco na “polêmica”. Polemicuzices.
Seu guitarrista-líder explicando ñ ser assim um álbum novo de estúdio o “Magic & Mayhem – Tales From the Early Years” (2010), comemorativo, e q as novas versões ñ superam as originais, ainda q contenham colaborações dos vocalista, baixista e tecladista novos… sem conseguir disfarçar muito q tvz tenha sido gravado tb e/ou mais pra cumprir contrato:
“First of all this is NOT new Amorphis studio-album. If you are not familiar with our old works you might freak out. If you are a fan of our old material you might freak out as well.
This year is 20th anniversary year for Amorphis. The idea of compilation release came out end of last year when we did our DVD recordings. We didn’t want to put out just a regular compilation album and take few songs from there and there. The idea of re-recording was more interesting to us and I’m sure for fans as well.
Magic And Mayhem includes songs from three first Amorphis albuns; Karelian Isthmus, Tales From the Thousand Lakes and Elegy. We wanted to concentrate these three albuns mainly because of they represent our 1st era of the band and we’ve been playing live a lot of these ‘old’ tracks with Tomi Joutsen. His voice makes perfect match for the early stuff and we really wanted to hear how these tracks would sound as updated versions. Also Niclas and Santeri brought lots of fresh ideas to these tracks.
The songs on this álbum are not made to replace any of the original album versions. The sound-world of our three first album is far too organic to even try to copy that. Magic And Mayhem presentes Amorphis-sound at 2010. It has slightly different arrangements but still catches the original mood and brutality. It was funny to realize that when you listen this re-recording compilation through all the songs make perfect match between each other, musically and soundwise.
The cover artwork is done by Kristian Whalin who came out with the original Elegy artwork. Magic And Mayhem cover shows great pike-fish which describes extremely well the world of Kalevala and what Amorphis wanted to represent with this álbum. Majestic, skull-pummeling death metal as we were once promoted…
Enjoy our brothers and sisters, Esa Holopainen/Amorphis“
Algum tempo atrás, conversando (ñ aqui) sobre discos recentes, lembro do amigo Leo Musumeci (bissexto por aqui) defender as bandas de “segundo escalão”, como Amorphis e Moonspell, q ainda dão o sangue em novos lançamentos, ao invés de medalhões como Slayer e Iron Maiden, q vêm lançando álbuns só por lançar, protocolares, compostos e gravados na pressa (custa menos tb), pra daí terem pretexto de sair em turnê.
Álbuns como souvenirs de shows, coisa assim.
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Situemos o Amorphis nisso: 13 álbuns e 3 ep’s na bagagem, pouco mais de 25 anos ativos e formação atual q dura já 8 discos. Acomodação? Álbum novo qualquer nota? Zona de conforto?
“Under the Red Cloud”, disco recém-lançado e motivo da atual turnê sul-americana [Santiago dia 25, Montevidéu 26, São Paulo 27 e Roça’n’Roll dia 28] nem acho o melhor da banda, mas tb ñ o pior. Teve 6 (SEIS) sons no set-list sexta-feira (60% dele); coisa de banda q ñ vive no passado ou pra agradar trues. Q até foram contemplados com sons – três – do “Elegy” (pra mim o melhor) e dois do “Tales From the Thousand Lakes”.
Ñ q o público estivesse dicotomicamente dividido entre “trues” e “fakes“: a comoção era genuína, dum pessoal q a tudo cantava – inclusive riffs (em “On Rich And Poor”) – e participou dum jeito q roqueiros de micareta e bangers de selfies JAMAIS farão. Teve até uma mina meio maleta dando cinto de balas (durante um som!) pro vocalista Toni Jousten.
Fator determinante para isso foi a escolha do Hangar 110 pra noite, o q a princípio julguei equivocado (achei q lotaria a ponto de ñ se conseguir respirar lá dentro), mas q se revelou lugar acolhedor e cúmplice no evento. Exemplo maior: eu e a esposa conseguimos curtir tudo praticamente da beira do palco, sem empurrões nem sufoco. E como direito a ela conseguir filmar “Silver Bride” – q depois vejo se consigo postar.
Demos sorte tb de ficar do lado do palco do guitarrista “bom” – q faz mais riffs e único a solar – Esa Holopainen. A banda, por sua vez, teve q se espremer no palco exíguo (o tecladista Santeri Kallio ficou encaixotado no fundo à direita, mas tudo bem: é finlandês e nem iria agitar ou dar stage diving), q mal comportou o banner gigante por trás. Talvez os tenha feito sentir-se em casa ou nos shows europeus de igual tamanho.
Ñ houve miguelice de show de uma horinha, bis forçado de 2 sons e bate o cartão. 17 sons totais em quase 2h de apresentação. E se os caras pouco são de interagir com o público, tb ñ foram frios, muito pelo contrário. A timidez dos caras é escancarada: no máximo jogarem umas palhetas, distribuírem uns adesivos ou bater na mão do pessoal à beira-palco. Pareceu q ficaram satisfeitos, mais do q surpresos.
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Foi nosso terceiro show deles, e pra mim o melhor. Legal ver certas inseguranças, como quando tocaram “Relief”, com os sujeitos se entreolhando e olhando pra Holopainen, pra ñ errarem. Meio clima de ensaio. São seres humanos, ñ deuses longínquos do heavy metal. A do uso de pedal duplo pelo baterista, mesmo tendo montado bateria de 2 bumbos pra ficar bonito. A de microfone todo incrementado falhar durante um som e Jousten ter um no palco de backup. A de ter dado algum problema num microfone na bateria, após um som, e ñ se estressarem enquanto arrumavam. Etc.
A esposa, fora curtir os sons, disse ter babado pelos “bonitões”… no q só posso lamentar a Luana Piovani jamais ter feito parte de banda de metal finlandesa. Bah!
Teve venda de merchan, no q aproveitei o q ñ gastei (a mais) no Young Gods + Nação Zumbi pra comprar uma camiseta da turnê. Custou mais q o ingresso do show da véspera, mas q se foda. Comprei tb, de 2ª mão ali na lojinha, autobio de Dee Dee Ramone (concluída ontem) + cd do The Haunted, no q a lojinha da Overload (alô, Gustavo Garcia!) me deu de brinde cd de The Reign Of Kindo, coisinha meio estranha… Mas beleza.
Melhores momentos: a ausência de banda(s) de abertura, o preço decente dos ingressos, “On Rich And Poor”, “Relief” e “Death Of A King” (pedrada!)
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Set-list: 1. “Under the Red Cloud” 2. “Sacrifice” 3. “Bad Blood” 4. “Sky Is Mine” 5. “The Wanderer” 6. “On Rich And Poor” 7. “Drowned Maid” 8. “Dark Path” 9. “The Four Wise Ones” 10. “Silent Waters” 11. “Relief” 12. “My Kantele” 13. “Hopeless Days” 14. “House Of Sleep” / 15. “Death Of A King” 16. “Silver Bride” 17. “Black Winter Day”