DE HÁ MUITO

“Cactus”, Cactus, 1970 (Atlantic)

Ouvir “Cactus”, do Cactus, é praticamente um exercício de arqueologia musical de elementos q desembocariam no heavy metal.

Sim, pertenceram à prateleira das bandas precursoras do estilo, contemporâneos a Jeff Beck e ao Led Zeppelin agradecidos no encarte (leiam encartes), pq talvez estivessem à espreita de fazer sucesso tanto quanto; ou pq estivessem influenciados e se influenciando todos.

(Em 1970 ainda não havia o rock enquanto carreira e way of life)

Curiosamente, as músicas mais pesadas e “futuristas” – por assim dizer – são as covers/standards “Parchman Farm” e “You Can’t Judge a Book By the Cover”, em q se soltaram com consideráveis peso e distorção, dinâmica e até um pioneirismo de 2 bumbos na primeira.

Os outros sons trouxeram tb alguma audácia, mas mais uma banda ainda aprendendo a compor se valendo das estruturas do blues, o q incluiu solos de gaita de Rusty Day, vocalista; ainda q as derradeiras “Oleo” e “Feel So Good” praticamente me desmintam a premissa, no q contêm de baixo distorcido + gritaria quase Deep Purple e no solo de bateria, respectivamente.

Vai ver gravaram o disco na ordem em q os sons foram compostos, demonstrando reverência e evolução.

Pra quem ainda não conhece, segue spoiler: Tim Bogert (baixista) e o – já – monstruoso baterista Carmine Appice montariam trio com Jeff Beck adiante, cometendo disco autointitulado memorável.

Blá-blá-blá à parte, um baita disco. Duns caras q sempre tomei por ingleses, mas q eram (são) estadunidenses. E q cabem ainda na prateleira das bandas q deveriam ser melhor reconhecidas.