Pauta q cogitei em janeiro do ano passado, ñ a fiz por preguiça.
Idéia é fazer anualmente lista de melhores posts do ano anterior por aqui. Algumas relidas caem muito bem, em minha opinião. Como tb é minha opinião sobre os melhores posts: ñ o são, pra mim, necessariamente por terem sido idéias maravilhosas, mas muito mais pelas discussões geradas.
Vi o Motörhead 5 vezes. Em 1996, 2000, 2007, 2009 e 2011, quando já achei capenga e jurei ñ mais ver. E o fiz.
Por outro lado, tenho o show de 2007 como o melhor. Estavam na turnê do impecável “Kiss Of Death” e tocando ainda muita música do “Inferno” (2004) anterior. Tenho, em retrospecto (por conta dum dvd pirata dessa turnê), como o último ano realmente bom de Lemmy Kilmister capiteneando aquela putaria organizada.
Daí descubro no You Tube show simbolicamente ocorrido em 07.07.07 no Festival de Jazz de Montreaux. Como q pra carimbar aquele ditado “morro e ñ vi tudo”. Sensacional pq compacto (por volta de 45 minutos), com a primeira fala simplesmente memorável (reparem as entonações quando Lemmy fala em “jazz festival” e em “rock’n’roll” eheh) e “Sacrifice” como segunda música, com solo duns 5 minutos de Mikkey Dee.
O mais jazz q o Motörhead jamais chegou perto. Fora o repertório ligeiramente mais ameno. Áudio e vídeo muito bons, podiam lançar o dvd, em vez de disquinhos caça-níqueis, hum?
No mais, “Rosalie” na abertura, só me faz crer q a banda só falhou em nunca ter lançado disco com versões de Thin Lizzy. Teria ficado do caralho.
****
O Coroner viria pra cá em 2014. Inacreditável. Comprei o ingresso o mais rápido q pude (vai q lotava), assim como prontamente peguei a grana de volta quando “adiaram” a vinda, faltando poucos dias. Desacreditei q reagendariam, e quando o fizeram já tinha usado a verba pra outra coisa – ñ lembro bem o q – e deixei de ir pq acabou sendo numa terça ou quarta-feira, dia útil, o q a idade e a vida laboral ñ me permitiram conciliar.
Até me arrependi disso, mas tendo em vista o box “Autopsy” adquirido no fim de 2016, e q eu enchei o saco por aqui de tanto recomendar, me senti compensado. Afinal, imagino q o show todo ñ tenha contemplado tudo o q os dvd’s ostentam.
Cansei de tentar achar no You Tube o show de reunião – na verdade, músicas avulsas ao longo de turnês de volta, entre 2011 e 2014 – do dvd. No máximo, há “Son Of Lilith” e “Divine Step (Conspectu Mortis)”, q obviamente têm seu valor, mas é pouco. Mesmo o documentário histórico, “Rewind”, ñ achei inteiro. Mas vai q existam outras formas de ver tudo isso, ou baixar, q o redator aqui ainda desconhece. Sei lá.
Daí encontro show da banda no francês Hellfest, ano passado. Inteiro. Denso. Foda. E q dá a noção do embasbacamento deste babaca quando vos posta a respeito do box. E já sem o baterista original, q tvz tenha alterado aqui ou ali alguma coisa, de modo tvz imperceptível pra quem ñ toque bateria. Pra abrir aquele sorriso de orelha a orelha até a gente se perder…
Prometeram disco novo pra ano passado, ainda ñ saiu. Será q sai?
***
O Napalm Death, por sua vez, vi duas vezes. Ñ lembro os anos – e deu preguiça de procurar – mas foram na Led Slay (2003?) e na Broadway (ñ sei se antes ou depois do outro). Curtia a banda e curti os shows, mas ñ era ainda aprofundado na discografia e na distinção de sons escarrados um após o outro, sem dó.
No da Broadway, lembro de ter sido dos poucos a prestar atenção em “You Suffer”, q quando fui ver já tinha sido. No show aqui abaixo (festival de Glastonbury, no ano passado) eles tb o tocam sem q nenhuma das câmeras captasse ahahah
E o set-list descrito nos comentários tá meio bagunçado; alguns sons ñ batem a ordem. E o guitarrista ñ é Mitch Harris, q continua afastado da banda por “problemas familiares”, tendo no lugar um tal de John Cooke, dread-lóki.
A recomendação segue ainda com duas dicas: 1) leiam os comentários sobre o show, alternando entre o impagável, o improvável e o inacreditável (como aquilo de pessoas ñ lerem comentários anteriores e repetirem mesmos assuntos); 2) tentem assistir sem se incomodar com as MEIAS de Barney Greenway.
Q porra é aquilo?
–
–
CATA PIOLHO CCLXIII – “Die By the Sword”: Slayer ou Accept? // “The Garden”: Guns N’Roses ou Rush? // “My Pain”: Triptykon ou Lacrimosa?
Aquele box do Coroner lançado ano passado, lembram? Melhor coisa, disparada, q comprei ano passado. Ainda estou viciado. A esposa ñ se conforma.
“Autopsy – The Years 1985-2014 In Pictures”. 3 dvd’s + 1 cd. Passagens do dvd “reunion” disponíveis no You Tube. “Son Of Lilith” e “Divine Step (Conspectu Mortis)”.
Pra provar o quão melhores ainda os caras estavam ao voltar.
Postados aqui menos por ostentação q por deleite. E por um aviso: vi à venda na Die Hard (Galeria do Rock) a 200 foratemers. Parece caro, Ñ É. Importado alemão. Fica a dica, pra quem for daqui: corram atrás, parece q só tem 1.
Aos amigos de fora q eventualmente se interessarem, só avisar q pego e mando por correio.
Hora pra listarmos os melhores do ano passado. E tb os piores. E ainda outras coisas.
Segue:
MELHORES ÁLBUNS DE 2016 PRA MIM:
“Download Hatred”, Claustrofobia
“The Violent Sleep Of Reason”, Meshuggah
“Tamo Na Merda”, Surra
“Brotherhood Of the Snake”, Testament
“A Moon Shaped Pool”, Radiohead
“The Evil Divide”, Death Angel
“Dystopia”, Megadeth
“Spaces”, Violeta De Outono
“The Astonishing”, Dream Theater
“Arctic Thunder”, Darkthrone
Foi um ano atípico pra mim, pq comprei/ouvi ainda outros álbuns de 2016, q acabaram ñ entrando na lista: Borknagar, Abbath, Zumbis do Espaço (a 5 contos em sebo), o novo do Rolling Stones e ainda outros…
E o box“Autopsy – The Years 1985 2014 In Pictures”, do Coroner, ñ incluí propriamente na lista por: 1) ñ conter material inédito; 2) considerar hors-concours. Neste ano passado, e pelo menos desde 2014. Melhor material q adquiri este ano, disparado.
***
MELHORES ÁLBUNS ADQUIRIDOS EM 2016, MAS LANÇADOS EM OUTROS ANOS:
“The Fragile”, Nine Inch Nails
“Live At the Rio ArtRock Festival ’97”, Violeta De Outono
“Svartir Sandar”, Sólstafir
“Stronghold”, Summoning
“África Brasil”, Jorge Ben
“Electric Fairy Tales”, Harry
“The Nameless Disease”, The Old Dead Tree
“Deathhammer”, Asphyx
“Loveless”, My Bloody Valentine
“Those Once Loyal”, Bolt-Thrower
***
PIORES ÁLBUNS ADQUIRIDOS ESTE ANO:
“Strange Little Birds”, Garbage
“Higher Power”, Big Audio
“Rabbits On the Run”, Vanessa Carlton
“Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not”, Arctic Monkeys
“Janela dos Sonhos”, Taciana
“Nixon”, Lambchop
“Mary Star Of the Sea”, Zwan
“Maladroit”, Weezer
“Eight Arms to Hold You”, Veruca Salt
“Tem Pra Todo Mundo”, Viper
Sete dentre esses comprados em sebo, baratinho, pra conhecer… Menos mal q ñ foram caros.
***
ÁLBUNS DESNECESSÁRIOS:
Dois:
o já citado “Strange Little Birds”, do Garbage – q consegue ser mais desnecessário q o anterior, “Not Your Kind Of People” (2012), de quando voltaram. Antes tivessem voltado só tocando flashback: nada acrescentaram à carreira, queimam filme, e desse novo ñ consegui passar da faixa 5. Fora a capa horrenda
“Clean Your Clock”, do Motörhead – com idéia de renderem tributo a Lemmy Kilmister, simplesmente lançaram um ao vivo de arremedo das duas últimas turnês (“Aftershock” e “Bad Magic”), nas quais o desempenho já estava sofrível. Com direito a dedicatória a Animal Taylor, então recém-falecido, em “Dr. Rock”.
Pior saber q lá fora saiu cd + dvd e q a gravadora aqui, fora lançar desmembrado, ainda promete lançar o dvd logo… Putz.
***
MELHORES LIVROS DEVASSADOS ESTE ANO E Q RECOMENDO:
“Coração Envenenado” – Dee Dee Ramone & Veronica Kofman
“Mestre Gil de Ham”, J. R. R. Tolkien
“O Conto da Ilha Desconhecida”, José Saramago
“Infinita Highway – Uma Carona com os Engenheiros do Hawaii”, Alexandre Lucchese
“Clímax”, Chuck Palahniuk
“O Pequeno Príncipe”, Antoine de Saint-Exupéry
“Joyland”, Stephen King
Li menos Stephen King do q deveria este ano passado. Ainda estou lendo livros q ñ precisa compromisso em acabar logo, como “Sócrates, Brasileiro” (coletânea de colunas dele à Carta Capital) e “Conquista do Inútil”, de Werner Herzog (diário alucinado/depressivo de filmagens do alucinado “Fitzcarraldo”).
Este último, lendo desde 2015.
***
MELHORES SHOWS 2016:
The Young Gods + Nação Zumbi (Cine Jóia – abril)
Meshuggah (Carioca Club – setembro)
Chaos Synopsis (SESC Belenzinho -setembro)
Amorphis (Hangar 110 – maio)
Krisiun (SESC Pompéia – julho)
Candlemass (Clash Club – abril)
***
PREVISÕES DE SHOWS:
Pra 2017 tá fácil prever a enxurrada de festivais se acotovelando. Tendência ou falência dos esquemas?
Por conta da sanha rapinante dos tais promotores de shows, q se atropelam uns aos outros e o público q se foda. Depois, dá pouca gente e a culpa é da “crise”.
Vide Lolla Pra Loser (em março – com um tal Metallica de headliner), daí em maio o tal Maximus Festival (Slayer, Linkin Park da Mônica e Ghost por ora confirmados), daí em junho um tal Liberation Festival, q de confirmado mesmo só tem King Diamond, ñ necessariamente headliner, ñ necessariamente confirmando o show “Abigail” na íntegra. E custando 400 reais. Bah
Há o tal “Pumpkins United”, do Helloween com os vocalistas todos, q é praticamente um festival em si. Anunciados pra outubro – 1º show da turnê aqui em SP mesmo – parece q já esgotou os ingressos. Eia.
Fico com os shows em SESCs, Clash Club e Carioca Club mesmo. Mais baratos, hipsters free e tal. E se o Coroner, lançando mesmo o tal disco novo, vier pra cá, ñ cometerei o erro de ñ ir novamente!
Lista sazonal e ultrapassada – retrô? – sobre aquisições, físicas ou virtuais (vale baixados), de produtos q nunca foram realmente objetos, ou objetos q já foram produtos. Porém, deixaram de ser. Objetos e produtos. A ñ ser por dinossauros como eu.
Quem quiser listar dvd’s, sugiro q o façam em lista à parte. Pode ser?
“Autopsy – The Years 1985-2014 In Pictures” [box], Coroner *
“Hold Your Fire”, Rush [recomprando em cd]
“Deathhammer”, Asphyx
“Minas Morgul”, Summoning [deletando arquivo]
“ZigZag”, Egberto Gismonti Trio
“Tem Pra Todo Mundo”, Viper
“Stronghold”, Summoning
“Brotherhood Of the Snake”, Testament
“Old Mornings Dawn”, Summoning
“rEVOLVEr”, The Haunted [aposentando fita]
* tem 1 cd envolvido, no box com outros 3 dvd’s, por isso incluí. E por ter sido, disparada, a melhor aquisição q fiz este ano
* a capa do “Mental Vortex” tb poderia entrar, mas ñ o fiz por ñ ver a ênfase em mão(s) como nas outras. Fica pra uma outra lista
PS – cogitando fazer uma promo de aniversário. 13 anos desta bodega semana q vem. A rolar num post… semana q vem. Uma única pergunta, valendo cd ou camiseta, ainda ñ sei. Alguém topa?
E estava lotado. Como vim ao Rio após meu embarque e não tive tempo de ir em casa renovar o guarda-roupa, a única camisa rocker em minha mochila era uma com a capa do primeiro Ramones. Me sentiria deslocado no show? Observando outras camisas no mar de black t-shirts, não: Maiden, Sabbath, AC/DC, Whitesnake, Judas, Rush, Saxon, Skid Row, Metallica, Slayer, Megadeth, Anthrax, Coroner, Queen, Zeppelin, Purple, Motörhead, Dream Theater, Accept e, é claro, várias do Scorpions.
Rockers, ravers, papais, mamães, filhos, motociclistas, cabeludos, playboys… tinha de tudo. Afinal, os alemães completaram recentemente 50 anos de banda – o núcleo inicial do grupo se reuniu em 1965! – e nada mais normal que ter tocado tanta gente pelo caminho. Eu com certeza fui um deles, em 1985, quando daquele festival que todos conhecem.
O show começou pontualmente às 22:00, e desfilou hits novos e antigos, junto com alguma raridade aqui e ali (“Top Of the Bill”, do “In Trance”, foi uma delas). Impressionou a vitalidade de todos no palco, em que pese a idade de Rudolf e Klaus, 68 anos. Ruddy, então, impressionava: uma montanha de músculos, correndo sem parar, fazendo suas caretas e agitando como se fosse 1985 outra vez. A voz de Meine ainda rende um bom caldo e com certeza é o termômetro que um dia aposentará a banda em definitivo. Mas enquanto isso, seguem adiante.
Mikkey Dee é uma máquina! Tocou, agitou, fez caretas, pulou, bateu cabeça, gritou… em suma, se divertiu pra cacete, como todo mundo. Parece que está na banda desde 1976, e não 2016. E a surpresa nem tão surpreendente da noite foi o cover pra “Overkill”, de vocês-sabem-quem, com slides do hômi no telão, ovacionado pela galera. Mandaram bem.
Resumo: um puta show, divertido pra caralho, emocionante, cheio de energia, de senhores bem vividos, alguns já avôs, mas com rock and roll correndo quente nas veias. Que bom que eu fui.