SCORPIONS – RJ

Por märZ

escorpioes

Metropolitan, Rio de Janeiro – capacidade 8500

E estava lotado. Como vim ao Rio após meu embarque e não tive tempo de ir em casa renovar o guarda-roupa, a única camisa rocker em minha mochila era uma com a capa do primeiro Ramones. Me sentiria deslocado no show? Observando outras camisas no mar de black t-shirts, não: Maiden, Sabbath, AC/DC, Whitesnake, Judas, Rush, Saxon, Skid Row, Metallica, Slayer, Megadeth, Anthrax, Coroner, Queen, Zeppelin, Purple, Motörhead, Dream Theater, Accept e, é claro, várias do Scorpions.

Rockers, ravers, papais, mamães, filhos, motociclistas, cabeludos, playboys… tinha de tudo. Afinal, os alemães completaram recentemente 50 anos de banda – o núcleo inicial do grupo se reuniu em 1965! – e nada mais normal que ter tocado tanta gente pelo caminho. Eu com certeza fui um deles, em 1985, quando daquele festival que todos conhecem.

O show começou pontualmente às 22:00, e desfilou hits novos e antigos, junto com alguma raridade aqui e ali (“Top Of the Bill”, do “In Trance”, foi uma delas). Impressionou a vitalidade de todos no palco, em que pese a idade de Rudolf e Klaus, 68 anos. Ruddy, então, impressionava: uma montanha de músculos, correndo sem parar, fazendo suas caretas e agitando como se fosse 1985 outra vez. A voz de Meine ainda rende um bom caldo e com certeza é o termômetro que um dia aposentará a banda em definitivo. Mas enquanto isso, seguem adiante.

Mikkey Dee é uma máquina! Tocou, agitou, fez caretas, pulou, bateu cabeça, gritou… em suma, se divertiu pra cacete, como todo mundo. Parece que está na banda desde 1976, e não 2016. E a surpresa nem tão surpreendente da noite foi o cover pra “Overkill”, de vocês-sabem-quem, com slides do hômi no telão, ovacionado pela galera. Mandaram bem.

Resumo: um puta show, divertido pra caralho, emocionante, cheio de energia, de senhores bem vividos, alguns já avôs, mas com rock and roll correndo quente nas veias. Que bom que eu fui.