CONTRIBUTOS?
por Leo Musumeci
Há pouco mais de 1 mês, o Lamb Of God começou a antecipar as músicas do cd novo paulatinamente, e vem mostrando bons trabalhos, o que leva a crer que será um bom cd.
Mas quando ouvi a última música lançada, por um momento me peguei em dúvida: é mesmo o Lamb Of God? Se ouvisse numa audição às cegas, diria que se trata de uma banda de groove metal?
À exceção da voz de Chuck Billy, que é obviamente característica, fiquei impressionado como o LoG se moldou a um estilo de fazer música do Testament pra encaixar essa participação. Os riffs, a afinação, as melodias que antecedem e compõem o refrão, a bateria… Até as letras são muito características da produção do Testament!
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O que me fez lembrar de outras participações de peso em bandas “emergentes”, das quais acho que a do Mille Petrozza em “Retain the Scars” (de 2007) é uma das mais sintomáticas: nessa música, parece que existe um corte quase esquizofrênico entre aquilo que o Dew-Scented fez e a entrada do Mille na música, quando se torna um som do Kreator.
Eis o exemplo:
Aí fica a pergunta: de onde surge essa relação?
Será que o peso de tocar com o ídolo deixa as bandas tão inseguras que as leva a adequar seu som? Será que os “ícones” realmente não têm disposição (ou condição) de se adequar a outras sonoridades? Será decisão de gravadora? Produtor? Estratégia de marketing?
Obviamente, entramos no terreno especulativo e dificilmente teremos uma resposta com importância estatística que comprove uma única causa, mas acho que esse debate puxa o gancho de um post anterior do Marcão, “Velha Guarda”, pra pensar que tipo de relação com a história alimentamos no metal, a importância e vigência dos clássicos, e como se dá o processo de renovação da própria música.