Pois então: ñ rolou. Falta de energia elétrica e de respeito, por culpa da Enel. Gerente do Sesc é q foi muito respeitosa, dando um prazo pra ver se rolaria e, em ñ rolando, esclarecendo q será reagendado. E q quem preferir estorno, será estornado.
Pq respeito ñ é favor. É obrigação.
E hoje pela manhã continuava zoado por ali.
E estivemos por lá eu, Debora, Leo e Danny. Olhamos os merchan, fomos comer esfiha raiz na Casa Verde.
Masao sair,Leodissealgointeressante. Algoassim: “já pensou se mesmo assim sai alguma resenha tratando do show?”.
Eu fui a SP inicialmente por dois motivos: visitar meu irmão que mora lá há anos e assistir ao show do RogerWaters. Mas com estadia prevista de 4 dias, decidi aproveitar: fui na Galeria (onde encontrei o redator-chefe aqui do blog), garimpei cds, comi em restaurantes e lanchonetes legais, visitei bares e pubs. Não fiz mais porque a grana é finita e os joelhos me doem.
Sabendo da apresentação de Hughes na cidade, previamente sugeri ao meu irmão comparecermos, ele topou e lá fomos nós. De início, uma certa confusão quanto ao local do show: dependendo de onde se checasse a informação, a casa seria o Carioca Club ou uma tal VIP Station. Soube mais tarde que trocaram da primeira pra segunda por causa da demanda de publico, maior do que se esperava. Esclarecida a duvida, pegamos o Uber numa noite quente de sábado e rumamos para o desconhecido (ênfase em “quente”).
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Chegamos, entramos e assistimos ao final da apresentação da primeira banda de abertura, um trio setentista de nome HammerheadBlues de quem já tinha ouvido falar. O som estava ruim (só nas bandas de abertura) e apesar do esforço em promover uma jam no palco, não impressionou. A banda seguinte, um tal RedWater de quem nunca tinha ouvido falar, padeceu dos mesmos problemas. Quanto a ambos os grupos, digo o seguinte: vc pode ter a attitude correta, o visual certo e saber tocar pra cacete: mas se não souber compor/escrever, sua música nao vai decolar.
Nesse ponto da noite a casa ja estava completamente lotada e o calor incomodava a todos. E da-lhe longneck Heineken a 15 reais pra suportar a temperatura. Antes de comentar do show principal, preciso discorrer sobre o que esperava de uma apresentacao de GlennHughes em 2023: cresci enquanto fã de rock ouvindo as músicas dele no DeepPurple, e lendo de como entrou em decadência devido a álcool e drogas. E mais recentemente comprei e curti tudo que lançou com o BlackCountryCommunion, então tinha noção de que estava recuperado e produzindo música de qualidade novamente.
Mas um show marcado há poucos anos em Vila Velha/ES, onde Glenn se apresentou completamente sem voz e pedindo desculpas a todo momento, junto com a notícia de que 3 dias antes havia cancelado seu show em Curitiba por estar gripado, não me deixaram criar muitas expectativas.
Felizmente, cai do cavalo. A banda toda entrou com sangue nos olhos! Glenn parecia ter saido diretamente da epoca do Trapeze, com suas roupas estilo anos 70, óculos escuros vintage e cabelo longo e desgrenhado. Agitou o tempo todo, sorriu e mandou beijos, cantou tudo impecavelmente – inclusive as notas mais altas – e parecia genuinamente estar se divertindo muito. Ah, sim: mencionei que tem 72 anos?! A banda que o acompanhava – guitarra, bateria e teclados – era composta por músicos mais jovens e muito talentosos, também vestidos a caráter seguindo a ultima moda. De 1974.
O set durou exatas 2 horas e teve 9 músicas, todas do DeepPurple, algumas se alongando por até 20 minutos, com partes de outras inseridas em meio a jams e solos individuais de todos os músicos. Um show como o Purple devia fazer nos anos 70, quando Hughes fazia parte da banda. No meio da apresentação, Chad Smith surgiu na lateral do palco e ficou ali assistindo, claramente se divertindo, sorriso no rosto.
Ao final, foi apresentado pelo anfitrião e assumiu as baquetas pra tocar “Highway Star” – a única da fase Gillan – e fechar tudo com “Burn”. Foi apoteótico. Um puta show sem erros, sem momentos anticlimáticos, sem performances meia-bomba, som excelente (na banda principal), casa lotada (capacidade de 4 mil pessoas), público totalmente feliz.
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Agora… o calor quase pôs tudo a perder. Estava insuportavelmente quente, e lá pro final comecei a me sentir estranho, fraco, e achei que fosse desmaiar. Deixei a posição privilegiada em que estava e tive que ir pra lateral, onde ficava o bar e haviam menos pessoas. Cheguei a sentar no chão pra me recuperar e pensei em sair pra conseguir respirar. No fim, ficou tudo bem.
Stormbringer Might Just Take Your Life Sail Away You Fool No One / High Ball Shooter / The Mule Mistreated Getting’ Tighter You Keep On Moving Highway Star Burn
As fotos do post (exceto a primeira) são do excelente fotógrafo Andre Tedim (https://www.instagram.com/andretedimphotography/)
Resenha de “SpiritualHealing” (1990) pelo famoso Borivoj Krgin, contida na minha versão cd de 2000 e q discorre sobre o álbum ter sido recebido com ressalvas à época, embora não por ele:
(primeiros e último parágrafos; pulei um meião)
“As one of DEATH’s earliest fans, I can certainly appreciate the fact that the band cannot continue to chum out basic, sludgey death metal for the rest of their lives; rather, they, like any other group who plan to be around in five years times, must progress and evolve in a fashion which will best allow them the musical freedom that they need as musicians without ignoring those factors which established the band’s sound and style in the first place. On ‘Spiritual Healing’ DEATH are evidently trying to expand on their brutal brand of death metal while retaining their non-commercial, uncompromising identity, and it seems to have worked in their favour on all parts.
(…)
Anyway, ‘Spiritual Healing’ is bound to get DEATH some negative feedback due to its slighty more ‘civilized’ nature, but for my money, it represents a natural and by all means necessary progression that the group should be commented for.
Segunda vez com o BlackPantera este ano, e acho q até melhor. Consegui curtir mais, entender um pouco melhor a proposta. Apesar do calor senegalesco.
E do rolê: nunca tinha ido a esse Sesc, q me juraram próximo da estação de trem. Aham. 13 estações duma linha Esmeralda à velocidade de camelo manco + meia hora subindo ladeiras no bairro.
Só q valeu a pena. É um Sesc estilo “campestre”: clube de campo, quadras (plural), piscinas (idem), lanchonete coberta com área daquelas churrascarias de beira de estrada, e cheio de gente. Tipo aquele hotel em Acapulco do “Chaves”.
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O repertório foi basicamente o tocado no Sesc Bom Retiro em setembro, embora um pouco reduzido. Durou tudo pouco mais ou menos de uma hora.
Já reconheço sons como “Padrão é o Caralho”, “Ratatá” (meio SystemOfADown), “Legado”, e entendi a parte do meio em q tocaram JorgeAragão, ElzaSoares e um trecho de som do RacionaisMC’s (“Negro Drama”) cantado pelo baixista figuraça Chaene: trata-se de parte dum ep, “CapituloNegro“, q resgata origens da música preta brasileira. E isso eu acho muito foda: banda pesada e preta q não paga pau pra tropicalista!
Finalmente a página estaria virando? Foda.
Queria falar do público: por volta de 100 pessoas, entre as circulantes pelo público (muita gente de calção, maiô, biquínis) e uma metaleirada q fez odisseia parecida com a minha pra ver o show. Q foi gratuito.
Baita oportunidade pra se tornarem conhecidos – e o trecho RacionaisMC’s foi o de maior apelo – e poderem falar das bandeiras negras e antiracistas. Não vi qualquer hostilidade, a não ser tvz uma hora em q uma mãe foi (discretamente) levando os filhos pequenos embora na hora de “Não Fode o Meu Rolê” e “Boto Pra Foder”.
Ao final, desceram os três e ficaram trocando idéia, tirando selfies, vendendo merchan; sobretudo o baterista Pancho (com quem tirei selfie). Como . Tem. Q. Ser. Depois, foi todo um rolê pra voltar, envolvendo caminhada, trem, linha lilás do metrô… Pra duas horas mais tarde eu estar de volta ao bunker.
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Só mais um aspecto saudosista envolvido: trocar idéia e estabelecer amizade com outros metaleiros presentes. Já do trem, conheci um certo Iuri (Yuri?) – o de boné na 2ª foto – com quem fui desbravando o caminho (tb não conhecia lá) e trocando idéias sobre grindcore, JohnZorn, Mr. Big e SummerBreeze2024.
E uma outra amizade de ocasião na fila do bar com um japonês veterano (tipo eu na idade) (e nem nos apresentamos), q estava na ansiedade pra conseguir uma cerveja antes de iniciar o show e de quem soube q amanhã terá show do Saxon por aqui!
(não vou e não iria mesmo q tivesse sabido)
(fora q vou ao RatosdePorão noutro Sesc com a namorada, o Leo e a Danny)
Mas cito tudo isso pq tenho q a maioria de nós já viveu essas experiências, de ficar amigo dum pessoal, daí dispersar durante o show e a saída, pra daqui um tempo reencontrar num outro show nalgum outro lugar e trocar idéia tudo de novo.