BEIJOCAS SANGRENTAS
Type O Negative, “Bloody Kisses“*
Eu não curti quando saiu, em 1993. Achei forçado.
Forçação de barra chamar de gótico. Por causa do vocal grave? Gótico é Andrew Eldritch e Peter Murphy imitando David Bowie. Gótico é Robert Smith happy sad e Wayne Hussey chorão. Vocal de Peter Steele não trazia desses pedigrees, fora soterrado de efeitos. Bah.
Os hits eram longos, clipes intermináveis. Disk Mtv com Astrid Fontenelle e mulherada babando pelo cara altão com marra de vampiro… O q tinha a ver com música?
Independente das minhas ressalvas, parte considerável do mundão curtiu: foi o 1⁰ disco da Roadrunner a ganhar disco de ouro (500 mil cópias) e o 2⁰ do selo a atingir milhão de cópias (disco de platina). E acabei curtindo mais o “October Rust” seguinte. Sem neuras.
Aprendi q o lance todo era o senso de humor debilóide e excêntrico de Peter Steele permeando tudo. Neste aqui, nas faixas não tão lembradas (“Kill All the White People”, “Can’t Lose You”) e nas vinhetas über sexistas (“Machine Screw” e “Dark Side Of the Womb”), e ainda na auto-ironia contida na contracapa:
“não confunda falta de talento com genialidade”. Sagaz!
Aprendi sobre Steele conhecendo retroativamente ainda o Carnivore, de mesma vibe. E rachando de rir a cada entrevista concedida, exalando conteúdo q humoristas de stand up dariam os rins (das mães) pra fazer.
Não foram a melhor banda do mundo (exceção aos fãs), não faziam metal gótico, não tocavam bem e alopraram adoidado: “Bloody Kisses” sobreviveu ao hype, aos hits e aos 90’s. Tb não geraram imitações, q bom. Tem banda muito pior – e pior tb por se levar a sério – da época.
* em mais um oferecimento ChatGPTxuca
marZ
25 de novembro de 2023 @ 06:29
Minha experiência com a banda foi similar a sua. Também só fui começar a apreciar no October, mas hoje ouço Bloody sem neuras.
marZ
26 de novembro de 2023 @ 13:17
Ah, sim: a capa sempre achei horrorosa e creio que colaborou pra minha antipatia inicial com a banda.
André
28 de novembro de 2023 @ 19:44
Fiquei mais curioso pelas entrevistas que pelo som
Jessiê
1 de dezembro de 2023 @ 20:39
Chegando atrasado para dizer que gosto do disco, não cheguei a entrar no hype na época mas ouvi bastante e concordo que o próximo é bem melhor.
Dois contrapontos: 1) as vinhetas e outros sons (como o hc “Kill All the White People”) não fazem parte do disco originalmente, foram incorporadas (o que me causou estranheza pois estava acostumado com a ordem dos sons originalmente) em versões estendidas nos anos zerenta e acabaram incorporadas.
2) a postura racista e até nazista de “brincadeiras” que Peter fazia quando estava loucaço pra mim tirou todo o brilho do lado “freak” dele e até mesmo me desestimulou a ouvir a banda. Mas como foi em uma época mais pré-cancelamento muita gente “não lembra”.