O show daqui de São Paulo, no Jai Club, semana passada já estava no “modo Lady Gaga”: compre 1 e ganhe o segundo. Ou era “compreumepaguemeionosegundo“? Lugar parece q comporta 100 pessoas.
Cancelado com antecedência de duas semanas. Chega a dar dó do promotor (cliquem na foto pra aumentar, e ler). Motivo: baixa venda de ingressos.
Os capixabas já tinham escolhido não ir neste tb:
E não me parece se tratar dum motim capixaba anti metal. Não acho q seja culpa dos capixabas ou brasilienses posers (vide Tsjulder).
Simplesmente a conta chegou, pessoal. Demanda represada da pandemia parece ter encontrado limite. Quantos shows e festivais de metal tivemos este ano, afinal?
As parcelas do cartão não mentem. E não permitem mais nada. Mais show q ano este 2023.
E quem ganha 13⁰ (não é meu caso) já tá pagando prestação de SummerBreeze e BruceDickinson.
Prestes a começar o despachoshow, o Leo me lança a pergunta: “será q o Gangrena vai caber nesse palco do Hangar 110?”
Começou a apresentação e me distraí.
Pq a pergunta q me fiz e me respondi ao longo da uma hora e meia de som foi: “foi melhor q o show do Centro Cultural Vergueiro há uns 5 anos?”, “sim, foi”.
Um pouco por conta da banda insuficiente de abertura antes e por termos perdido o Desalmado, a expectativa estava muito alta. E a mim, resolvida. Satisfeita ao final.
O GangrenaGasosa tá tinindo. Melhor fase da banda, em show. Em q pese o guitarrista exu caveira japonês ter tido uns tilts certa hora (guitarristas não levam mais cabos extra no equipo?) e o som ter oscilado um pouco (bem pouco) numa horinha, nada consigo reclamar.
Músicas velhas, como “Surf Iemanjá”, “Terreiro do Desmanche” e “Centro do Pica-Pau Amarelo” compareceram. Sete das 11 músicas de “SeDeusé10, Satanásé666“, tb. Mesmo as passíveis de datação “Quem Gosta de Iron Meiden Também Gosta de KLB” e “Eu Não Entendi Matrix” me empolgaram. Pq não são as letras, são os sons.
Ninguém faz metal/hardcore endiabrado como o GG. Ninguém entretém uma platéia como o GG. Como Angelo Arede, com moral e marra pra zoar e intimar idiota q estava causando. Sujeito é carismático e preciso. Ainda mais num côro breve de “morra, Bolsonaro”.
A mistura de batuque e ginga e peso é alicerçada demais pelo baterista (não guardei nome), preciso, e pelo guitarrista (idem) q não comete um solo, um exagero, uma palhetada fora do lugar. Mão pesada demais. Falo sério quando digo (e já devo tê-lo feito quando do outro show) q esses caras deveriam estar na Europa, entorpecendo os gringos, chamando atenção, apagando filmes queimados de excursão zoada antiga, de outro tempo e outras entidades envolvidas.
Os vocais são precisos e entrosados. Discretos, só o baixista e a percussionista, novos (ou só ela nova?), mas pode ser q estivessem rogando pragas. Sons novos, como “Fiscal de Cu” e “Headboomer” tb entraram na mistura. E nem consigo dizer quantas foram as músicas: nem me lembrei de contar.
***
Rodas adoidado, calor desgraçado (só o baixista não abandonou o cosplay inicial) e gente amiga dos caras subindo ao palco pra cantar junto e pular. Base de fãs a banda tem, não sei qual seria o próximo passo.
Pq ao final só conseguia responder à pergunta do Leo assim: “por q esses caras não estão em palcos maiores?”. Ainda mais europeus, reitero. Não estou nem falando de Wacken, q é outra coisa.
Nova amostra do novo JudasPriest por aí no porvir:
(rima involuntária, mal ae)
Aproveito o ensejo pra inverter a pauta cronofágica habitual do blog: é sempre eu perguntando “o q ficou?” ou “o q ficaram?” de álbuns já lançados, hum?
Mediante esta “Trial By Fire” e munidos da “Panic Attack” ainda reverberando nas expectativas, pergunto: o q esperarmos desse vindouro “InvincibleShield“?