“God Was Created”, Vehemence, 2002, Metal Blade/Sum Records
sons: MADE FOR HER JESUS / SHE NEVER NOTICED ME / FANTASY FROM PAIN / CHRIST, I FUCKING HATE YOU! / LUSTING FOR AFFECTION / THE LAST FANTASY OF CHRIST / I DIDN’T KILL HER / GOD WAS CREATED / I MUST NOT LIVE / THE LORD’S WORK
formação: John Chavez (lead and rhythm guitars, samples), Bjorn Dannov (lead and rhythm guitars, acoustic guitars), Nathan Gearhart (vocals), Andy Schroeder (drums), Jason Keesecker (keyboards, piano), Mark Kozuback (bass, screams)
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Esta é uma resenha na qual iniciaria maldizendo o heavy metal, naquilo q o mesmo se tornou amplo demais, repleto de sub-estilos demais e de bandas homônimas demais. Pq minha memória deste “God Was Created”, esquecido numa prateleira há um tempo, foi a de ter comprado disco errado de banda errada.
Havia lido uma resenha fantástica sobre um certo Vehemence, holandês. Técnico e brutal. Capa fantástica. Fui ver, ñ é o caso: ñ há ou houve Vehemence na Holanda. Erro meu. O q descobri é o tal disco fodão destes caras, estadunidenses mesmo, ter sido o seguinte, “Helping the World to See” (de 2004), do qual me recordei vendo a capa, a da resenha e ainda fantástica, no Metal Archieves.
De qualquer modo, a lembrança q permanecia era a dum cd morno, insosso, qualquer. E esta ñ dissipou: pegando pra reouví-lo, confirmei-a. Álbum de death metal old school gravado repleto de compressões. Ñ dum modo old school. Bumbos altos demais, vocal gutural em demasia (fãs de Cannibal Corpse “era Chris Barnes” curtirão) e pra lá de arrastado, ambos tomando muito lugar no todo – duas guitarras e teclados pra quê?
Dá pra ouvir e entender tudo (o baixo, um pouco menos), mas o resultado ficou “massarocado”. Faltou talento – aquele q Pantera e Fear Factory tiveram/têm pra gravar bumbos “no talo” – e parece ter sobrado condescendência, uma vez a banda haver respondido pela própria produção.
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As letras tb ñ ajudam. Prolixas, confusas e ridículas, “She Never Noticed Me”, a pior. Nuns 4 sons, sobre serial killer confessando desejos de estuprar e matar alguma moça q escolheu amar Jesus. Com escatologismos q ñ fodem – ops! – nem saem de cima. Um Tom Araya emo. Outras duas ou três versando sobre assassínio serial como se o vocalista (autor de todas elas) tivesse pegado um manual de psicopatologia nalguma Associação Cristã de Moços. Em vez de se colocar no lugar do sujeito, fica explicando as origens do “mal” no sociopata de butique, de filme Disney, sei lá.
Chegando ao fim, porém, vi as coisas melhorarem. Como se a banda tivesse aprendido a compor nos 26 minutos finais (de 59 totais) do disco. Como se o baterista e o vocalista tivessem deixado de lado fazerem suas partes sem se importar com a música pedir ou ñ aquilo tudo, ou com os demais integrantes. Resultado: 4 sons derradeiros com riffs até interessantes (dá pra entendê-los melhor), partes diferentes e integradas, vocais menos cansativos (nas demais, sujeito rosna do início à última nota, sem pausa) e técnica dos músicos chegando a aparecer.
Ainda q a proposta de enfiarem violões e teclados nuns sons – os 2 primeiros – tenha sido ainda mais ridícula. Imaginem o Cannibal Corpse tentando ser Faith No More. Tivessem tido um produtor, teriam sido abortados sem dó.
“God Was Created” contém um death metal razoável q, quando ñ sufocado por bumbos estalados demais e vocal nada a ver, poderá agradar a quem curte Deicide e death metal floridense noventista. Poderá causar alguma risada pelas letras patéticas, a quem estiver de bom humor na hora de ouvir. De minha parte, agora volta à prateleira de onde saiu, pra ñ ser ouvido por muito tempo…
Mais uma banda no heavy metal. Mais uma banda no heavy metal q encerrou atividades, voltou e encerrou novamente, e voltou de novo e ninguém reparou. Mais um disco no heavy metal. Gerou uma resenha por aqui. Deu.
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CATA PIOLHO CCXL – conversávamos por aqui esta semana sobre Radiohead. Reiteradamente chupinhados pelo Muse, fato q ninguém objetará. No entanto, quando o Dream Theater resolve chupinhar o Muse – reparem “Stockholm Syndrome” e “Never Enough” – valeria o ditado “ladrão q rouba ladrão tem 100 anos de perdão”?