Assim: o q é o Dorsal Atlântica pra alguns dos amigos por aqui, é o Golpe De Estado pra mim.
Tem quem eleja como melhor banda de rock do Brasil Made In Brazil, Barão Vermelho, Matanza ou Fresno. Pobrema q ñ é meu; tirando Fresno, respeito, mas ñ concordo: melhor banda de rock do Brasil pra mim chama-se Golpe De Estado.
Os vi pela 1ª vez em 1989, no finado Projeto SP, quando lançavam “Nem Polícia, Nem Bandido”, ainda meu álbum preferido, com abertura do Viper. Q tinha ainda o André Chatos e vivia o limbo entre “Theatre Of Fate” e “Evolution”. Gosto imediato por eles, recusa à 1ª vista (e ouvida) pelos outros. Desde então é tvz a banda de q eu mais vi show, desde os com o vocalista carismatopata e original, Catalau (virou pastor da Bola De Neve – chupa, Rodolfo Abrantes!), até uns com os vocalistas q o sucederam, Rogério Fernandes e Kiko Müller. E a maioria deles no Centro Cultural Vergueiro, q pra mim virou sinônimo de temporada de shows da banda. Ainda q eu tenha perdido um em fim do ano passado.
E a despeito da parca discografia em 27 anos de banda – 8 álbuns, sendo 1 ao vivo – a coisa fica muito séria quando percebo q, após as tais mudanças de formação (sobretudo a hecatômbica debandada do MONSTRO baterístico Paulo Zinner), sujeitos estabilizaram-se com uma atual q remete positivamente à primordial (sem caricaturar) e simplesmente, a pretexto de lançarem o novo álbum “Direto Do Fronte”, resolveram fazer 2 shows 2 dias seguidos, com promessa de repertório diferente um do outro.
Ñ foi bem assim: 6 músicas no sábado e 8 no domingo ñ se repetiram. Repertório do sábado incluiu 19 sons + solo de bateria; domingo, foram 21 sons + solo de bateria. Músicas totais repassadas inteiraram 40 – a banda tem 72 na discografia. Nada mau. Mesmo.
Ver esses caras fazendo o q melhor sabem fazer – músicas com partes aguerridas e instantes técnicos sublimes, e ñ o contrário – foi balsâmico. Foi comparecer a um WORKSHOP DE BANDA – baterista Roby Pontes e vocalista Dino Linardi pareciam tocar desde o início dos tempos com os pilares Hélcio Aguirra (guitarrista) e Nélson Brito (baixista) – com gente tocando com sangue nos olhos e organicidade, visceralidade e culhão. Foi foda e foi covardia.
Amigo neófito q esteve presente exclamou o q propago há muito com amigos próximos: Hélcio Aguirra é um monstro guitarrístico. Riffeiro infernal e incorrigível. Punheta deixa pros metaleiros melódi-cus e pros proggers de apê.
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E se pelo q me parece, dos amigos freqüentadores por aqui ñ serem inteirados da obra dos caras, simplesmente recomendo TUDO da banda.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=N8LgpsAQTGc[/youtube]
Álbuns “Golpe De Estado” (1986), “Forçando A Barra” (1988), “Nem Polícia Nem Bandido” (1989), “Quarto Golpe” (1991), “Zumbi” (1994), “10 Anos Ao Vivo” (1996), “Pra Poder” (2004) e “Direto Do Fronte” (2012).
Ou sons avulsos, executados com esmero sábado e domingo: “Society”, “Feira Do Rato”, “Paixão”, “Falo Que Não Faço”, “Forçando A Barra”, “Nem Polícia Nem Bandido”, “Libertação Feminina”, “Moondog”, “Mal A Pior”, “Underground”, “Janis”, “Todo Mundo Tem Um Lado Bicho”, “Dias De Glória”, “Velha Mistura”, “Um De Nós”, “Caso Sério”, “Olhos De Guerra”, “Zumbi”, “Sem Elas”, “Noite De Balada”, “Não É Hora”, “Mal Social”, “Parte Do Inferno”, “Pra Conferir”, “Rockstar”, “Marymoon” (estas duas, menos boas), “Quantas Vão?”. Assim mesmo aleatoriamente: os caras são tão coerentes q, tirando detalhes de letras (algumas datadas) e de produção, fica parecendo tudo dum mesmo disco. Duma mesma obra.
Sou suspeito. Pago pau.