Os últimos 3 shows de medalhões do hard/metal que assisti ao vivo foram Accept, Judas Priest e Scorpions, todas as bandas com mais de 30 anos de existência e integrantes que já passaram dos 60, uns bem e outros nem tanto. Me lembro especificamente em algum ponto dos shows ter pensado: “nossa, como ele fez isso?”.
No Accept foram os backing vocals de Wolf Hoffmann, que pouco se esforçando produzia côro igualzinho nos álbuns, grave e cheio como se fossem cinco pessoas ao invés de somente uma. No Judas foram os gritos de Halford, ainda lascando tudo lá em cima, e os solos de Tipton, que já na época se arrastava no palco. No Scorpions foram alguns momentos na voz de Klaus e um lance em específico, na volta pro bis, quando Rudolf voltou correndo de trás do palco tocando o início de “Rock You Like A Hurricane”, ao qual me perguntei: “como ele deu essa carreira sem errar uma nota sequer?”.
Acho que agora eu já sei. Com o avanço na tecnologia, ficou muito mais fácil encaixar partes pré-gravadas por trás de sons sendo executados ao vivo. Isso sempre foi prática comum no mundo pop de pseudo-divas e pseudo-rappers, mas inevitavelmente achou seu lugar também entre músicos pretensamente sérios. Todo mundo faz isso hoje em dia. Andei pesquisando e a lista é enorme: Kiss (meio óbvio), Def Leppard, Bon Jovi, Mötley Crüe, Whitesnake, Ozzy, Marilyn Manson e até Behemoth. E a lista continua.
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E pode apostar, tua banda favorita também. Vi um trecho do programa de rádio do DJ Eddie Trunk onde ele discorre indignado sobre a prática hoje comum, e diz que se nega a assistir show de hard rock ou metal com dublagem, seja de voz ou guitarras (no caso de Mick Mars, especificamente).
Minha pergunta aos companheiros de armas: o que vocês acham disso tudo?
“Tattooed Millionaire” – Def Leppard de macho “Balls to Picasso” – se vendeu sem se vender “Alive In Studio A” – botando o bloco na rua “Skunkworks” – midlife crisis
“Accident Of Birth” – “acidente” só no nome “The Chemical Wedding” – 7 x 1 no Maiden sem ele (fora o baile) “Scream For Me Brazil” – eu tava lá! “Tyranny Of Souls” – voltar à matriz o eclipsou
Lista semestral e anacrônica sobre últimos álbuns comprados. Ou baixados.
Preferia q ñ fossem listados dvd’s. Se mesmo assim quiserem, dvd’s à parte numa lista contígua, valeu?
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Os meus da vez:
“Euphoria”, Def Leppard [aposentando fita]
“Alive III”, Banda Beijo [aposentando fita]
“Sucking In the Seventies”, Rolling Stones [deletando arquivo]
“Karnak”, Karnak [aposentando fita]
“Lovers Rock”, Sade [deletando arquivo]
“Made Me Do It”, The Haunted [aposentando fita]
“Plastic Planet”, GZR
“Slowly We Rot”/“Cause Of Death”, Obituary – série 2 em 1 [deletando arquivo]
“Fly By Night”, Rush [aposentando fita]
“Igreja Quadrangular do Triângulo Redondo”, D.F.C.
PS – na resenha sobre o Amorphis, havia citado ter ganho um cd dum certo The Reign Of Kindo, chamado “Play the Fire”. Ñ o comprei, por isso ñ o incluí. (E o q ouvi até o momento, tb ñ entendi…)
sons: LADY LIGHTNING / NIGHT HUNTER / HOT LOVIN’ / DIAMOND DREAMER / MESSAGE FROM HELL / YOU’RE ALL ALONE / LOUSY LADY / THE HANGMAN / GET ME ROCK’N’ROLL / YOU’RE TOUCHING ME
Nunca é tarde demais pra se descobrir bandas boas do passado. E nunca se é velho demais pra se encantar com bandas do passado como o Picture, q poderiam ter tido melhor sorte. Mercadológica, claro.
Os amigos das antigas por aqui provavelmente objetarão: “porra, esse cara nunca tinha ouvido Picture? Tive patchs do Picture nos meus jackos!”… Pois deixo cair uma máscara aqui: até 15 dias atrás nunca nem tinha visto ou ouvido nada deles.
Pra piorar ainda mais o desgosto de ñ tê-los conhecido anteriormente: indiquei prum amigo vocalista (do Ministério da Discórdia) no Facebook este “Diamond Dreamer”, supondo q ñ conhecesse os holandeses… até o sujeito me retrucar um “vi os caras no Manifesto sábado passado. Com Grim Reaper abrindo”. Ou fechando. Porra.
Por algum motivo tvz intuitivo fiquei sabendo dos relançamentos recentes e remasterizados dos 4 primeiros álbuns da banda – “Picture 1”, “Heavy Metal Ears”, “Diamond Dreamer” e “Eternal Dark” – registrados initerruptos entre 1980 e 1983, em versões acrílicas “2 em 1”, contendo capas e encarte com histórico e informações básicas.
E apenas com uma relativa esquisitice: 1º e 3º constando num disco (o último como capa) e 2º e 4º num outro (o último como capa)… provavelmente por conta das capas dos discos “3º” e “4º” serem mais legais.
Pessoalmente, creio ter sido ótimo momento pra conhecê-l0s: tivesse feito ainda nos 80’s, tvz tivesse gostado um tanto, enjoado e os abandonado às traças. Por imaturidade: me interessava bem mais o BARULHO e a VELOCIDADE antigamente. Tocando bateria, provavelmente descartaria a banda pelo trabalho “pobre” do baterista, além do mais. Por outro lado, conhecer Picture agora – podendo situá-los na cronologia do heavy metal mais detidamente – me fez apreciar o trabalho, q alguém com os ouvidos de “hoje” tvz pudesse considerar derivativo, comum.
Explico: a banda carregava muita influência de Judas Priest, Rainbow e Thin Lizzy – “Lady Lightning”, na abertura deste “Diamond Dreamer” entrega de bandeja a dos 2 últimos – e o contexto da época, com Saxon (com quem fizeram turnê conjunta), NWOBHM rolando (naquela pegada característica, meio hard rock, meio metal), Grave Digger ainda nem nascido e Accept formatando seu som, lhes era contemporâneo. Atualmente, montes de bandas consideradas “true metal” ou “metal tradicional” beberam dessa fonte e a vulgarizaram, desgastaram.
Os sujeitos, ainda q comentendo uma “NWOBHM holandesa”, foram das tantas a criar esse molde sonoro. Porém, ñ os culpo pelas porcarias posteriores emuladoras de tal formato: “seguidores” tendem a diluir as coisas de fato. O zeitgeist oitentista de fazer heavy metal era assim mesmo: direto, sem firulas e na cara.
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As guitarras se valem de bases às vezes muito parecidas, ocasionalmente recorrendo a palhetadas mais tercinadas – o q o thrash metal vindouro desenvolveria à exaustão – apenas em “Get Me Rock’n’Roll”, e ainda mais ocasionalmente a riff (como em “The Hangman” – diferenciada no todo por ser tb mais sombria). Tremendo guitarrista este Jan Bechtum, de bom gosto em criação de climas e adepto de solos enxutos – o q ñ significa, mesmo, solos feitos pra constar ou de qualquer jeito.
As levadas baterísticas são bem diretas e simples, de poucas firulas e uso parcimonioso dos 2 bumbos; meio rolando “o q a música pedia”. Básicas, ñ pobres. Se ñ era tão ostensivamente técnico, o tal “Bakkie” ao menos demonstrava bastante segurança e pegada – diria q soando até melhor q o baterista do Judas Priest à época, nesse sentido. O baixista Vreugdenhil é discreto até a página 2, oferecendo a “ponte” entre ritmo e melodias – fora dar peso aos sons – como baixistas hoje em dia meio desaprenderam.
O vocalista de nome estranho – um israelense radicado na Holanda, atualmente ainda ativo nos EUA, nalguma banda chamada Avigal – pra mim é o destaque-mor no trabalho: e se em alguns momentos chega a parecer um “David Coverdale macho” (dá-lhe “Hot Lovin'”!), ñ é demérito. Tampouco seu drive vocal, tão característico dum outro gigante vocal, Ronnie James Dio. Sujetivo isso, mas ñ me cansa a paciência, e creio tb ñ o fazer em quem arriscar ouvir o trabalho.
O fato de ter sido este o único disco da banda de q participou – rancou fora pq brigou com o empresário, diz o histórico (ñ traduzido) no encarte – acho realmente lamentável: “Diamond Dreamer” me é o preferido nesses 4 relançados, sobretudo por ele. Ainda q provavelmente pouco tenha colaborado com letras, todas bem parecidas: construções simples de duas ou três (raras) estrofes + refrão q repete o título. E tratando de mulheres fatais/idealizadas ou de sujeitos outsiders, durões, rock’n’roll. Sem variações.
O feeling de Avigal fez muita diferença aqui, bem mais q a crueza dos vocalistas anterior (Ronald van Prooijen) e posterior (Pete Lovell – presente na “volta” dos caras à ativa desde 2009). E tvz elevasse a banda ao sucesso comercial bem mais q sua conversão a um heavy metal mais padronizado (metido a ocultista, inclusive) em “Eternal Dark” ou q o uso de bateria eletrônica num mal afamado 5º álbum chamado “Traitor”…
Meus sons preferidos são os mais pesados: “Lady Lightning”, “Message From Hell” (o som mais Priest ñ feito pela horda de Tipton e Dawning), “You’re All Alone” e a faixa-título. No entanto, “Diamond Dreamer” é bastante homogêneo, fora compacto (ñ chega a 40 minutos – outra boa característica discográfica da época)… com o bônus da balada indefectível aparecer em último: “You’re Touching Me”. No entanto, sem ofender ou abusar da sacarose.
O Picture ficou pelo caminho, mas nem tanto: tornou-se banda cultuada (vejo escarrada influência deles em muita banda brasuca oitentista, tipo Centúrias), e vem retomando trajetória. “Diamond Dreamer” me soa álbum q envelheceu bem, e ñ me parece tão pouca bosta isso: tirando Iron Maiden e Saxon (Def Leppard tb, vá lá) e suas evoluções e peculiares mudanças – q as fizeram sobreviver até hj – qual banda de veia NWOBHM teria passado no teste do tempo assim tão bem, sem ter virado fetiche de Lars Ulrich ou motivo de adoração embolorada?
Além disso, agora q eu já os conheço e curto, posso tb mandar se foder quem nunca os ouviu ahahah
Ñ fosse eu tão fã de Rush, os acusaria de plágio, na cara dura. Prefiro considerar o último momento de influência salutar admitida. Faço o seguinte: ponho a culpa no capista, Hugh Syme, vigarista duma figa!
Lembrando q a 1ª charada continua sem solução – o miguxo Maurício acertou de raspão!
E lembrando q guilherme e märZiano (e Louie, e Navalhada, e doggmático se quiserem ainda participar) ainda têm direito ao “Porra, Sidola!” q os congratula com 10 pontos.
Tendo em vista a carreira errática e algo bissexta dos caras.
E tendo em vista o título e capa do novo petardo, me ocorre perguntar:
É disco de versões de Def Leppard ou do Yahoo mesmo? ahahah
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Parece haver um som novo – ainda ñ me dignei a ouvir – baseado em “Star Wars”, q o amigo Baron me disse ter solenemente detestado. Alguém mais sentiu ganas de desferir sabres de luz contra os caras?
Clipe legal, de música q acho legal (ainda q muita gente por aqui certamente desgoste) e q consta numa das trilhas sonoras mais legais já feitas. A do “Last Action Hero”, traduzido por aqui como “O Último Grande Herói”, coisa e tal.
Mais estranho ainda é tal trilha ser das minhas preferidas, desde q lançada em 1993 e mesmo q eu tenha comprado o cd apenas no MÊS PASSADO.
Como explicar?
Simplesmente pela maciça divulgação mtvíca na época: clipes de “Big Gun”, “What the Hell Have I?”, da própria “Angry Again”, e ainda das farofeiras “Two Steps Behind” e “Dream On”, passaram muito. Me impregnaram, no bom sentido.
Outro mérito da trilha é seu ecletismo, a meu ver apenas falho na BOSTA de rap (redundância é a mãe!) do tal Cypress Hill ali contido: pois nada dentre os 12 sons e 11 bandas – ñ entendi até hoje o porquê do Alice In Chains comparecer com 2 sons… – é bandinha fabricada ou artista de ocasião. Se ñ é carregada em intrépido peso indômito, tb ñ é pop de enjoar.
Ah, deixa eu colar a capinha e citar sons e artistas:
“Last Action Hero”, Music From the Original Motion Picture, 1993, Columbia/Sony
AC/DC – “Big Gun”
ALICE IN CHAINS – “What the Hell Have I?”
MEGADETH – “Angry Again”
QUEENSRYCHE – “Real Word”
DEF LEPPARD – “Two Steps Behind”
ANTHRAX – “Poison My Eyes”
AEROSMTV – “Dream On” (ao vivo)
ALICE IN CHAINS – “A Little Bitter”
CYPRESS HILL – “Cock the Hammer”
FISHBONE – “Swim”
TESLA – “Last Action Hero”
MICHAEL KAMEN AND THE LOS ANGELES ROCK AND ROLL ENSEMBLE FEATURING BUCKETHEAD – “Jack And the Ripper”
O fato de muitos dos sons constarem apenas aqui – exceções ao do Megadeth, incluído no “Hidden Treasures” 2 anos depois, e da “A Little Bitter” contida no ao vivo caça-níqueis (“Live”), de 2000 – e ñ em discos próprios das bandas tb é tremendo mérito da trilha, ainda q em atuais tempos de internet o conceito de álbum já seja obsoleto.
É uma trilha bem homogênea, q só no terço final ñ demonstra a mesma consistência. Ainda q se tenha q reconhecer méritos de artistas como Fishbone (pro funk’o’metal o q o Fates Warning é pro prog metal: inventores ñ reconhecidos) e Tesla (ñ é de meu gosto hard rock, mas o som deles ñ faz feio. Nem o do Leppard, balada estranhamente ñ tão açucarada), infelizmente os sons deles representados QUASE deixam a peteca cair. Ñ o fazem por constarem no fim do álbum: solução acaba sendo pararmos na faixa 8.
Quem deixa a peteca cair é o tal Michael Kamen, onipresente por aqui: autor e condutor da última – chôcha – faixa (cadê Buckethead??), mas tb regente na “Dream On” e em “Real World”, do Queensrÿche, da qual é tb co-autor. Tvz num Universo Parelelo tenha sido Ennio Morricone o erudito da trilha…
Falando das q gosto:
“Big Gun” ñ faria feio caso incluída no anêmico “Ballbreaker” (tb de 2 anos depois); acho até q tornaria o álbum mais relevante. “What the Hell Have I?” é meu som preferido do Alice In Chains, acho muito foda. E a “A Little Bitter” tb ñ faz mal, com alguns trejeitos shredder sutilmente incluídos. “Real World” ñ soa música típica do Queensrÿche, mas ñ faz mal, já q tb ñ tem a formatação grunge/pop por eles lamentavelmente adotada à época. “Angry Again”, já citei: apenas acho o refrão dos refrões megadéthicos mais legais em todos os tempos.
Por outro lado, “Poison My Eyes” tenho como carente de quaisquer atrativos. Constasse no “Sound Of White Noise”, puxaria o nível – alto – daquele pra baixo; estivesse no “Stomp 442” certamente ñ ajudaria a reabilitá-lo. Pq tem quase 7 minutos de pouca coisa e de alguma pífia mistura com rap, q o Anthrax conseguiu fazer bem só 2 vezes (e uma, na companhia de rappers de verdade) na carreira e nunca mais replicou a contento.
No fim, acho assim: trilha sonora q nada tem de embolorada/nostálgica (à exceção do som do Fishbone, nenhum dos sons envelheceu mal, mesmo os q ñ gosto) e q recomendo veementemente. Quanto ao filme: lembro ter tentado assití-lo, mas achei chato (roteiro enrolado e meio perdido) e parei no meio. Nunca mais retomei e acho q nem quero.
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CATA PIOLHO CXCI – botaram uma dissonância lá, é mulher cantando, mas ninguém me tira da cabeça q “Barracuda”, do Heart, teve palhetada xerocada na mais deslavada cara de pau da subestimada (desconhecida?) “Back Street Kids”, do Black Sabbath.