THE WOLF

Hoje a história é sobre donos de bar sem noção.

Iron Underground (tr00 o suficiente?), em Guarulhos. Dono se auto-intitulava “Lobo” (e acho q, fora Bruno, nos era o 2º nome de dono de bar mais freqüente) e tinha uma namorada, meio sócia meio tiete (ñ lembro o nome dela), bastante patricinha.

Patricinha roqueira.

Cabe um acréscimo: pessoalmente Guarulhos nunca me desceu. Com o No Class (três vezes) e com outra banda anterior (Lethal), nunca foi bom pra mim. Shows ruins e mal organizados, lugares precários, gente caloteira (num certo Território Custom, em 2012, tomamos o ÚNICO calote na história da banda), outras bandas picaretas. Enfim.

Pra piorar, acho ruim de chegar. É perto daqui da capital, mas totalmente fora de mão. Monte de ruas estranhas, sem pontos de referência razoáveis. Enfim, parte II.

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Ñ lembro como soubemos, nem como fomos convidados.

Provavelmente devido ao Napster, o Metallica Cover com quem andávamos tocando muito (e prodigiosos em arrumar lugar ruim) e depois viraríamos joint-venture (juntamos ambas as bandas na mesma formação e fizemos meio q uns 10 shows com a gente abrindo pra gente mesmo). (E depois, a gente mesmo fechando).

O lugar era novo, foi em 18 de Agosto de 2006, e era basicamente um porão todo recém-pintado (de branco), numa casa térrea numa avenida ali meio principal. Vizinho a uma IURD. Promissor.

No Class primeiro, Napster fechando (Metallica sempre teve mais apelo). Pro casal dono e mais uns 3 presentes. Q curtiram de verdade, a despeito do climão constrangedor, quebrado pela promessa do Lobo de “numa próxima vez” ser melhor e pelo “momento Mötley Crüe acontecido.

O tal Lobo simplesmente pirou com as duas bandas e, pegajosamente já se achando melhor amigo da gente, fez questão de pôr uma cadeira no meio da pista (vazia, depois dos shows) pra q cada um de nós 7 sentasse nela e ele nos desse vodca na boca.

Girls girls girls. Vergonha alheia demais. Imagina na Copa.

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Fui o único a ñ participar. Fiquei atrás da bateria mesmo, justificando q a estava desmontando (acho q tinha levado a minha, mas ñ lembro) e q iria dirigir na volta, um fato. Mas até o Cássio e o Edinho, normalmente comedidos e sensatos, participaram da pataquada.

Galera do Napster se jogou de cabeça e ficaram por lá até passar a brisa e poderem voltar de carro pra São Paulo. Fiquei sabendo por eles depois q a paty tinha feito um barraco com o Lobo, por algum motivo tonto, e ameaçado tirar a roupa ali na frente de todo mundo.

Pode ser (fuçando o Orkut do casal, eram realmente muito playboys; a guria tinha fotos fazendo snowboard na Nova Zelândia), mas pode ser q a galera tenha ficado muito bêbada.

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De qualquer modo, zero lição aprendida com a roubada.

Acreditando piamente “na próxima vez” melhor, voltamos – No Class e Napster – ao local no mês seguinte, em 2 de Setembro. E desta vez, realmente pra ninguém. Só Lobo e namorada. Fazendo caras e bocas e encenando ligar dos celulares pra chamar “mais público”. Aham.

Do q eu lembro ainda, ñ ganhamos cachê. Em nenhuma vez.
Do q eu soube, o “bar” ñ durou mais um mês.